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AGEU

AGEU

INTRODUÇÃO
I. Título - O título do livro refere-se, simplesmente, ao nome do profeta que foi o seu
autor. Ageu , heb. Chaggai, significa "alegre" ou "festivo", sugerindo que, provavelmente,
tenha nascido num dia de festa.
2. Autoria- Ageu foi o primeiro dos três profetas menores pós-exílicos. Nada se sabe
sobre ele além do que é revelado em sua profecia e de algumas menções a seu nome no livro
de Esdras (Ed 5:1; 6:14). Alguns acreditam que ele já estivesse tão idoso quando proferiu as
profecias de seu livro que tenha visto o primeiro templo (ver com. de Ag 2:3). Se assim for,
Ageu pode ser considerado um elo entre os dois templos, o antigo e o novo.
3. Contexto histórico - Quando Ciro, o Grande, conquistou a Babilônia (539 a.C.),
ele imediatamente instituiu uma política de conciliação com a religião da nação conquis-
tada, até mesmo manifestando respeito para com o deus babilônico Marduque. Essa mesma
atitude de conciliação para com os sentimentos religiosos dos povos conquistados de seu
império é vista em seu decreto que permitiu o retorno dos judeus e a reconstrução do tem-
plo em Jerusalém (Ed 1:1-4). Aproveitando esse decreto, um grupo relativamente pequeno
de exilados, sob a liderança de Zorobabel (ou Sesbazar; ver com. de Ed 1:8), descendente de
Davi, voltou para sua terra natal e, pouco depois, lançou os alicerces do segundo templo
(Ed 2:64; 3:1-10). Porém, durante todo o reinado de Ciro e de seu sucessor, Cambises, os ini-
migos dos judeus se esforçaram para garantir um edito real a fim de acabar com esse trabalho
(Ed 4:5). No entanto, o Senhor interveio em favor de Seu povo (ver com. de Dn 10:12, 13) e
impediu que os inimigos obtivessem sucesso. Desta forma, o caminho permaneceu aberto
para os recém-chegados exilados avançarem na reconstrução da casa do Senhor.
Contudo, após um início promissor, o trabalho no segundo templo gradualmente dimi-
nuiu até ao ponto de praticamente cessar, em grande parte, devido à oposição contínua e ao
impedimento dos samaritanos (ver Ed 4: 1-5). Os desanimados exilados se voltaram ao cultivo
de suas terras e à construção de casas. Aqueles que pranteavam enquanto era assentada a
fundação do segundo templo (ver com. de Ed 3:12) pouco sabiam a que proporções chegaria
seu exemplo em levar desânimo a todos que se esforçavam para restaurar a casa de Deus. •§
Depois de Cambises, veio o curto reinado do falso Esmérdis (em 522 a.C.). Isso foi um
grande revés para os exilados que retornaram a Jerusalém . Evidentemente, os vingativos
samaritanos finalmente conseguiram garantir por intermédio desse rei, descrito por Dario
como "destruidor de templos", um decreto para impedir a obra em Jerusalém (ver PR, 572,
573). Tudo isso levou os judeus a declarar que o bom tempo para reconstruir o templo não
era chegado (ver com. de Ag 1:2). Quando interromperam o trabalho na casa de Deus e vol-
taram sua atenção para suas próprias casas e terras, o Senhor os visitou com uma seca e os
confrontou com reveses em todos os seus planos. Por mais de um ano o templo foi total-
mente negligenciado. Nesse período, o falso Esmérdis foi morto por Dario, que assumiu o
trono e anulou seus decretos.
E foi para se opor a essa situação deplorável de letargia espiritual que o Senhor suscitou
os profetas Ageu e Zacarias. Suas mensagens de advertência e reprovação, de exortação e

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encorajamento despertaram o povo para a ação, até que, finalm ente, o trabalho no templo
foi retomado no segundo ano de Dario (Ag 1:14, 15). Foi somente depois que o povo come-
çou a trabalhar novamente no templo, confiando na proteção de Deus, que Dario promulgou
outro decreto oficial para a reconstrução do templo. Este fato confirmou e reforçou o decreto
original de Ciro (Ed 5:3- 6:13). Sob a liderança inspiradora dos profetas Ageu e Zacarias,
de Zorobabel, governador dos judeus, e do sumo sacerdote Josué (Ed 5:1, 2; 6:14), as pes-
soas prosseguiram com energia e zelo e concluíram a construção do templo no ano sexto de
Dario (Ed 6:15). Assim, do ponto de vista dos resultados aparentes e imediatos, Ageu deve
ser contado entre os mais bem-sucedidos profetas.
4. Tema - As quatro mensagens que constituem o livro de Ageu foram idealizadas para
despertar o abatido espírito do povo e inspirá-lo a realizar grandes coisas para Deus. Ageu
compreendia a importância do templo como a sede visível da presença de Deus e como o
forte vínculo necessário para man ter a nação unida na fidelidade à aliança e em obediência à
lei. Ageu incentivou o povo de Deus a empregar todos os esforços na reconstrução do templo.
Em sua totalidade, a mensagem de Ageu encontrou uma resposta pronta e fervorosa da
parte dos líderes e do povo, maior do gue a de qualquer outro profeta. Em contraste, a men-
sagem de Jeremias foi completa e abertamente repudiada. A maioria dos profetas, de fato,
encontrou oposição gue vai desde a apatia ao desprezo e à perseguição. Se a aceitação ime-
diata da mensagem fosse considerada a medida do sucesso de um profeta, Ageu seria o mais
bem-sucedido. O nobre exemplo dos líderes e do povo é altamente digno de imitação hoje.
Foi o espírito de cooperação gen uína gue levou, dentro de um período extremamente
curto, à conclusão da casa do Senhor. O mesmo espírito, em nossos dias, levará à conclusão
da casa espiritual de Deus e ao estabelecimento do Seu reino eterno (lPe 2:5; cf. Mt 24:14).
Se o espírito manifestado pelos judeus nos dias de Ageu tivesse permanecido, as glorio-
sas promessas feitas aos pais pelos profetas logo teriam encontrado seu cumprimento,
e o Messias teria vindo (PR, 703, 704), morrido e iniciado Seu reino eterno (ver vol. 4,
p. 14-1 9). A mensagem de Ageu para a igreja hoje não é apenas de advertência e admoesta-
~ ,. ção, mas também de grande encorajame nto.

5. Esboço
I. Prime ira me nsagem , 1:1-15.
A. Indiferença reprovada, 1:1-6.
B. Razão para a seca, 1:7- 11.
C. Resposta do povo à mensagem do profeta, 1:12-15.
11. Segunda mensagem, 2:1-9.
A. Os que choravam pelo primeiro templo são confortados, 2:1-5.
B. A glória do novo templo superar ia a do antigo , 2:6-9.
lll. Terceira mensagem , 2: 10-1 9.
A. Formalismo religioso é insufi ciente, 2:10-14.
B. O povo deve obedecer, a fim de receber as bênçãos de Deus, 2: 15-1 9.
IV. Quarta mensa gem de Ageu , 2:20-23.
A. Destruição das nações que se opuseram a Deus, 2:20-22.
B. Promessa pessoal a Zorobabel , 2:23.

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CAPÍTULO 1
1 Ageu repreende o povo por negligenciar a construção da casa de Deus.
7 Ele os desafia a continuar a obra e 12 promete que
o auxílio divino será concedido.

1 No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, casa , Eu com um assopro o dissipei. Por quê ? ~
no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, diz o SENHOR dos Exércitos; por causa da Minha
por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho casa, que permanece em ruínas, ao passo que cad a
de Salatiel, governador de Judá, e a Josué, filho de um de vós corre por causa de sua própria casa.
Jozad aque, o sumo sacerdote, dizendo: lO Por isso, os céus sobre vós retêm o se u or-
2 Assim fala o SEN HOR dos Exércitos: Este valho, e a terra , os seus frutos.
povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em 11 Fiz vir a seca sobre a terra e sobre os mon-
que a Casa do SENHOR deve ser edificada. tes; sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azei-
3 Veio, pois, a palavra do SENHOR , por inter- te c sobre o que a terra produ z, como também
m édio do profeta Ageu, di zendo: sobre os homens, sobre os animais e sobre todo
4 Acaso, é tempo de h a bitardes vós em casas trabalho das mãos.
ap aineladas, e nquanto esta casa permanece em 12 Então, Zorobabel, filho de Salatiel, e
ruínas? Josué , filho de Jozadaque , o sumo sacerdote, e
5 Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: todo o resto do povo atendera m à voz do SENHOR,
Considerai o vosso passado. seu Deus, e às palavras do profeta Ageu, as qu ais
6 Tendes se meado muito e recolhido pouco; o SENHOR, seu Deus, o tinha mandado dizer; e o
comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, povo temeu diante do SENHOR.
mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas nin- 13 Então, Ageu, o e nviado do SENHOR, falou
guém se aquece; e o que rec e be salário, recebe-o ao povo, segundo a mensagem do SENHOR, dize n-
para pô-lo num saquitel furado. do: Eu sou convosco, diz o S ENI-IOH.
7 Assim di z o SENHOR dos Exércitos: 14 O SENHOR despertou o espírito d e ,.. 1§
Considerai o vosso passado. Zorobabel, filho de Salatiel, governador de ]udá, u .
8 Subi ao monte, trazei madeira e edificai a e o espírito ele Josué, filho de Jozaclaque, o sumo
casa; dela Me agradarei e serei glorificado, diz sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo;
o SENHOR. eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do
9 Esperastes o muito, e eis que veio a ser SEN HOH elos Exércitos, se u D eus,
pouco, e esse pouco, qu a ndo o trouxestes para 15 ao vigésimo quarto dia do sexto mês .

1. Dario. O segundo ano de Dario da construção do templo (para datação, ver


Histaspes foi 520/519 a.C, dependendo do com . do v. 15).
calendário anual aplicado, começando na Zorobabel. Ver Ed 3:8. Ele também e ra
primavera ou no outono (ver vol. 3, p. 89, 90). conhecido como Sesbazar (ver com. de Ed. l :8).
Sexto mês. Isto é, elul, o mês hebraico Governador. Do heb. pach.ah, "um
que se inicia em agosto ou setembro (ver governador subordinado", que e stava sob um
vol. 2, p. 100). sátrapa. Embora Zorobabel, como membro
Primeiro dia. O dia da festa da lua nova da casa de Davi, tivesse uma liderança polí-
(ver com. de Nm 28:11,14), um momento tica e m Judá, ele a possuía ape nas como o
adequado para exortar quanto à importância representante d e um governante estrangeiro.

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Josué. Seu pai foi levado cativo para não enxergam as carências da obra de Deus
Babilônia por Nabucodonosor (ver com. de na Terra . Quanto mais adi am a construção
1Cr 6:15). O profe ta Zacarias , contempo- da casa espiritual do Senhor (lPe 2:5), mais
râneo de Ageu , frequentemente menciona sua conclusão será retardada.
Josu é (Zc 3; 6: 11). O parentesco de Zorobabel Apaineladas. Do heb. safan, "cobrir", ou
e de ]osué é, provavelmente, fornecido como "apainelar [com madeira]" (cf. Jr 22:1 3-15).
forma de demonstrar seus direitos a posições 5. SENHOR dos Exércitos. Ver com.
de autoridade, como descendentes de Davi e de ]r 7:3.
Arão, respectivamente. Considerai. O Senhor sempre apela a
2. SENHOR dos Exércitos. Ver com. uma reflexão séria e à razão por parte do ser
de Jr 7:3. humano (ver com. de Is 1:18).
O tempo em que. O povo apresen- 6. Semeado muito. Os trabalhadores da
tou este falso argumento por seu fracasso nação, durante a seca anterior, tiveram um
em re alizar a reconstrução do templo. retorno escasso porque Deus reteve Sua bên-
Eles, aparentemente, se equivocaram na ção (ver Ag 2:15-17; cf. Dt 28:38-47; Pv 11:24).
interpretação da profecia dos 70 a nos de Saquitel furado. Figura marcante da
Jeremias, di zendo que o período de cati- falta de prosperidade de Judá, pois o povo não
veiro não havia se completado totalmente. era zeloso no serviço do Senhor. Esse é o resul-
Evidentemente alegavam es tar aguardando tado inevitável de uma filosofia materialista
o fim dos 70 anos contados desde a des- de vida (ver com. de Mt 6:24-34; 19:21, 22).
truição do templo em 587/586 a.C . (ver 7. Considerai. Um segundo apelo divino
vol. 3, p. 90), um período que termina- (ver v. 5) para despertar o povo de sua atitude
ria em 518/ 517 a.C ., e ligeiramente poste- pecaminosa e indiferente (ver com. deIs 1:18).
rior a essas mensagens (52 0/ 519 a.C.; ver 8. Monte. Pode-se referir à região mon-
com. do v. 1). Acreditavam que as dificulda- tanhosa perto de Jerusalém, possivelmente
des que os impedia de reconstruir o tem- às "matas do rei " (ver com . de Ne 2:8), onde
plo eram uma forma de reprovação de Deus a madeira seria rapidamente conseguida.
por sua pressa prematura. Porém, o fato de 9. Esperastes o muito. Evidentemente
Dario ter anulado a proibição de Esmérdis, o os exilados que regressavam tinham gran- ~ '§
usurpador, para a construção do templo (ver des esperanças de paz e prosperidade em "'
p. 1181, 1182) deveria ter dado aos judeus seu retorno a Judá, mas estavam desprepa-
todo o incentivo para retomarem o traba- rados para as dificuldades que enfrentariam.
lho na casa do Senhor (ver Ellen G. White, Por quê? De forma proposital , o povo é
Material Suplementar sobre Ageu 1:2). informado de que o fracasso de suas lavouras
3. Palavra do SENHOR. Ver com. de Sf 1:1. não é devido a causas naturais apenas, mas
Profeta. Tanto Ageu como seu contem- ao Deus que controla as forç as da nat ureza,
porâneo Zacarias se refere m a si mesmos cuja "casa" haviam negligenciado.
como profetas (Zc 1:1; ver com. de H c 1:1). Corre. Uma expressão idiomática que
4. É tempo de [... ]? Deus repreende indica a ânsia e a pressa com que os judeus
os judeus por permitirem que sua vida con- estavam construindo casas espaçosas e con-
fortável em casas bem equipadas os cegasse fortáveis para si.
para a necessidade de reconstruírem o tem- 10. Retêm. A seca foi tão grave que até
plo. Frequentemente as pessoas estão aten- mesmo o orvalho foi retido.
tas às suas necessidades materiais e cegas 11. Fiz vir. O profeta deseja deixar claro
para as espirituais, ao mesmo tempo em que que a seca não foi provocada apenas por

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causas naturais, mas foi causada por Deus anterior de Ageu fora dada no "primeiro dia
para mostrar ao povo o erro de seus caminhos. do mês" (v. 1). Considerando o tempo neces-
Cereal. Isto é, "grãos", ou "cereais", de sário para o planejamento e a coleta de mate-
todos os tipos. riais, a resposta do povo de Jerusalém e de
12. Resto do povo. Apenas um número Judá foi rápida.
relativamente pequeno de exilados voltou Sexto mês. Ver com. do v. 1. O segundo
para Judá (ver com. de Ed 2:64). ano de Dario foi 520/519 a.C., contando-se
Atenderam. O apelo de Ageu foi eficaz tanto a partir do outono como da primavera (ver
(v. 12-15), e o trabalho de restauração foi dili- vol. 3, p. 89-90) . Entretanto, seAgeu calculou
gentemente retomado. a data pelo ano do calendário civil judaico, que
13. Enviado. Do heb. mal'a h, "mensa- começa no sétimo mês, no outono (ver vol. 2,
geiro" (M) humano; mal'ah também é uma p. 93, 94, 100), o "sexto mês" seria em 519.
palavra comum para "anjo" no AT. Ageu fala Num início de ano na primavera, o sexto mês
de si mesmo, diferentemente dos demais pro- ocorreria em 520. Se a afirmação de Ageu de
fetas, como "mensageiro do SENHOR" (ver que a reconstrução teve início no "segundo"
com. de Ml1:1). ano de Dario for equiparada à de Esdras, de
Eu sou convosco. O arrependimento do que o templo ficou paralisado até o "segundo"
povo é aceito, e Deus garante a Sua proteção ano de Dario (Ed 4:24), e se Esdras empregou
(ver Sl23:4; 91:15; Is 43:2). Assim que o povo a contagem de ano de outono a outono (ver
decidiu obedecer ao Senhor, as mensagens vol. 2, p. 93-1 05 ; vol. 3, p. 95-99; ver também
de reprovação foram substituídas por pala- S. H. Horn e L. H. Wood, The Chronology
vras de encorajamento. A certeza da presença of Ezra 7 [A cronologia de Esdras 7], ed. rev.,
de Deus com o povo lhes deu a promessa de 1970), então, deve-se concluir que Ageu
todas as demais bênçãos, pois elas estão deter- empregou a contagem a partir do outono.
minadas a acompanhar a presença de Deus. Contudo, ao utilizar o calendário anual
14. Governador de Judá. Ver com. do v. 1. começando no outono, assume-se que o texto
Resto. Ver v. 12. apresenta as mensagens de Ageu fora de ordem
E se puseram ao trabalho. Literal- cronológica, um arranjo que, embora não seja
mente, "executaram o trabalho", ou, "fizeram totalmente impossível nem desconhecido em
o trabalho". O povo foi mobilizado à ação e deu outras partes da Bíblia (cf. Nota Adicional
atenção às mensagens do Senhor. A inspira- a Esdras 4), é tido pela maioria dos comen-
ção trazida pelos profetas Ageu e Zacarias foi taristas como contrário à força do conteúdo
um incentivo poderoso aos líderes de Judá para das mensagens do profeta. Por esse motivo, é
dar início ao trabalho, e eles responderam ao quase universalmente aceito que Ageu tenha
chamado, começando a construir, "e os profe- empregado uma contagem a partir da prima-
tas de Deus[ ...] os ajudavam" (Ed 5:1, 2, NVI). vera. Assim, o 24° dia do sexto mês do segundo
SENHOR dos Exércitos. Ver com. de J r 7:3. ano de Dario seria, aproximadamente, 21 de
15. Vigésimo quarto dia. A mensagem setembro de 520 a.C. (ver vol. 3, p. 89, 90).

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

1-15 - CM, 261; PP, 527- 4 - T5, 269 7, 8 - PR, 575


529; T6, 458 4-6 - PR, 574; PP, 527 9-ll- PR, 574; PP, 527
2 - PR, 573; T5, 269 5-10 - Ed, 143 12-14 - PR, 575

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CAPÍTULO 2
1 Ageu encoraja o povo a fazer o trabalho com. a promessa de mais glól"ia para o segundo
templo do que para o primeiro. 10 Usando um tipo das coisas sagradas e im-undas,
Ageu mostra como o pecado do povo prejudicava o andamento
da obra. 20 A promessa de Deus a Zorobabel.

No segundo a no do rei Dario, no sétimo cozinhado, ou no vin ho, ou no aze ite, ou e m qua l-
mês, ao vigésimo pr im eiro do mês, ve io a pa la- quer outro mantimento, fi cará isto santificado?
vra do SENHOH por intermédio elo profeta Age u , Respond e ram os sacerdotes: Não.
dizendo: 13 Então, perguntou Ageu: Se alguém qu e se
2 Fala , agora, a Zoroba bel, filho ele Salati el, tinha tornado impuro pelo contato com um corpo
governador de Judá, e a Josué , fi lho de Jozaclaque, morto tocar nalguma destas coisas, ficará ela imun-
o sumo sacerdote, e ao res to do povo, dizendo: da? Respond era m os sacerdotes: Ficará imunda.
3 Quem de ntre vós, que te nha sobrevivido , 14 E ntão, prosseguiu Ageu: Assim é es te
co nte mplou esta casa na sua primeira glória? povo, e assim esta nação perante Mim , di z o
E como a vedes agora? Não é e la co mo nada aos SENHOH ; assim é toda a obra das suas m ãos, e o
vossos olhos? que ali oferecem: tudo é imundo.
4 Ora, pois, sê forte, Zorobabel, di z o SENHOH, 15 Agora, pois , con siderai tudo o que es tá
e sê fo!'te, Josué, filho de Jozadaqu e, o sumo sa- acontecendo desde aqu ele di a . Antes ele pordes
cerdote, e tu , todo o povo da terra, sê forte , di z pedra sobre pedra no te mplo do SENHOH ,
o SENHOR, e traba lhai, porque E u sou convosco, 16 antes daqu ele te mpo, a lgué m vinh a a um
diz o SENHOH dos Exércitos; monte de vinte m edid as , e havia som ente dez;
5 segundo a palavra da a lia nça qu e fiz con- vinha ao lagar pa ra tira r cinquenta, e havia so-
vosco, quando sa ístes do Egito, o Meu Espír ito mente vinte ,
habita no meio de vós; não tema is. 17 Eu vos feri com queimaduras , e com fer-
6 Pois assim di z o S EN HOH dos Exérc itos: ruge m, e com sa raiva, e m toda a obra el as vossas
Ainda uma vez, dentro em pouco, farei abal ar o m ãos; e não houve, e ntre vós, qu e m vo ltasse para
céu , a terra, o mar e a terra seca; Mim, diz o SENHOR.
7 farei ab a la r todas as nações, e as coisas pre- 18 Considerai, e u vos rogo, desd e este dia
ciosas de toda s as na ções virão, e e nche rei de gló- em diante, desde o vigésimo quarto di a do mês
ria es ta casa , di z o SENHOH dos Exérc itos. nono, desde o dia em que se fundou o templo do
8 Minha é a prata , Meu é o ouro, di z o SEN HO H, considerai nestas coisas.
SENHOH dos Exérc itos. 19 Já não há semente no ce leiro. Além disso,
9 A glóri a desta última casa será maior do a videira, a fig uei ra, a romeira e a oi ive ira não
que a el a prim eira , diz o SENHOH dos Exércitos ; tê m dado os seus Frutos ; mas , desde este di a,
e, neste luga r, d arei a paz, di z o SENHOR dos vos abençoarei.
Exérc itos. 20 Veio a palavra elo SENHOH segunda vez a
lO Ao vigési mo q uarto di a do mês nono, no Ageu , ao vigésimo quarto dia elo mês, di ze ndo:
seg undo ano de Dario, veio a palavra do SENHOH 21 Fala a Zorobabel, gove rnador ele Juclá:
por inte rm édio do profeta Ageu , d izendo: Farei a bala r o céu e a te rra;
11 Assim di z o SEN HO H dos Exércitos: 22 derriba rei o trono dos rei nos e dest ruire i
Pergunta, agora , aos sacerdotes a res peito da lei: a força dos reinos das nações; des truirei o carro
12 Se alg ué m leva carne sa nta na orla e os que andam nele; os cava los e os seus cava-
de s ua veste, e ela vier a toc a r no pão, ou no leiros cairão, um pela espada elo ou tro.

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AGEU 2:7

23 Naquele dia, di z o SEN HOR dos Exércitos, to- di z o SENHOR , e te farei como um anel de selar, por-
mar-re-ei, ó Zorobabel, filho de Salatiel , servo l\lleu, que te escolhi , diz o SEN HOR dos Exé rcitos. 03
00

1. Sétimo mês. Isto é, tisri , o m ês he- Ainda uma vez. Ou, "mais uma vez".
braico que começa em sete mbro ou outubro Para que as pessoas a prendesse m a acei ta r
(ver vol. 2, p. 100). e a valoriza r grandemente o segundo templo,
2. Resto. Ou, "remanescente". A mesma Ageu previu que, no futuro, a su a glória s upe -
palavra hebraica , she'erith , é usada aqui e e m raria e m muito a do te mplo de Sa lomão . Pe lo
Ageu 1:12 e 14. uso da pal avra "ainda", o profe ta re m e te a
3. Que tenha sobrevivido. Como 70 manifestações anteriore s do poder de D e us,
anos ainda não haviam se passado (ver com. incluindo, provavelmente, o tre mor de terra
ele Ag 1:2) desde a destruição do templo, é que acompanhou a promulgação d a lei no
bem provável que os mais antigos ali presen- monte Sin ai (ver com . de SI 68:7, 8).
tes tivessem contemplado o primeiro templo 7. Todas as nações. Uma vez que o
na sua infância. Alguns comentaristas creem profe ta contemplava o primeiro advento do
que mesmo Ageu já fosse idoso o bastante para Senhor, esta é, provavelmente, uma referência
tê -lo visto. A notável diferença entre a magní- à queda elas nações e dos impérios que tiveram
fica "glória" elo templo ele Salomão e a apa rên- luga r após o período de Ageu (ver v. 21, 22).
cia decepcionante do novo edifício eleve ter Desejado (ARC). Do he b. chemdhah ,
trazido tristeza profund a para o povo, já sen- de chamad, "desejar". O "desej ado de tod as as
tida no lança mento ela pedra fundamental nações" foi ao segundo templo- construído
15 anos an tes (Ecl 3: 11-13). por Zorobabe l e, m ais tarde , reconstruído por
Nada. F lávio Josefo afirmou que o H erodes , o Grande- quando Cristo ensinou
segundo templo teve apenas metade ela altura e curou em se us recintos .
do templo ele Salomão e em muitos aspec- Virão. Este verbo está no plural e m
tos era infe rior a ele (Antiguidades, viii .3. 2; he braico, e mbora o s ujeito, chemdhah (ver
xv.ll.1 ). No entanto, a principal diferença não ac ima), esteja no singular. Alguns tradutores
foi a de tam an ho, mas a de esplendor em apa- mudaram chemdhah, "de sejado", para chamu-
rência e e m ricos adornos ele ouro e p edras dhoth, "coisas desejáveis" ou "preciosas", para
preciosas. que o sujeito pudesse concordar com o verbo
4. Sê forte. Estas pal avras ele en co raja- no plural. Contudo, isso destró i a significa-
mento foram proferidas três vezes para se dar ção messiânica consagrada p elo tempo, con-
ê nfase (cf. quatro vezes em Js 1:6, 7, 9, 18). tida nesta pa ssagem. Se for necessá ri o faze r
Eu sou convosco. Ve r com. ele Ag 1:13. uma alteração no hebraico, a fim de garan tir
5. Aliança. O Sen hor h av ia prometido a concordância entre o sujeito e o pre dicado,
que seria com Seu povo (Êx 29 :45). o contexto sugere que o verbo fique no singu-
Saístes do Egito. Os filhos ele Israel lar para concordar com o sujeito, chemdhah.
sempre consideraram a libertação do Egito Encherei [ ... ] esta casa. Isto se c um-
um evento excepcional (ver com. ele Am 2:10). priu quando C risto foi ao templ o (ver Ml 3: 1;
Meu Espírito. Deus deu ao povo a Jo 2 :13-16). O loc a l para o qu al Cristo ve io
garanti a de que o Espírito Sa nto h abitaria é, frequ ente mente, cha mado d e te mplo d e
co m eles (ver PR, 576). H e rodes (ve r com. de Lc 3: 1; ] o 2:20 ; CC,
6. SENHOR dos Exércitos. Ver com. 23, 24 ). Em tempos antigos, e ai nd a hoj e, os
d e Jr 7 :3. jude us comumente têm se referido ao te mplo

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2:8 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

de Salomão como o primeiro templo; e como de alguém que estivesse carregando a carne
segundo templo o que foi reconstruído sob santa não comunicava sua santidade a outras
Zorobabel até sua destruição, em 70 d.C. coisas .
8. Prata. Deus não pede aos homens que 13. Impuro. Grave impureza cerimonial
Lhe deem ofertas porque necessita de dinheiro, vinha do contato com um corpo morto (ver
mas para que recebam a bênção de ofertar e Nm 19:11). Tudo o que a pessoa contaminada
desenvolvam um caráter semelhante ao Seu (ver tocava se tornava impuro.
OTN, 20, 21). "O dar continuamente faz com 14. Assim é este povo. Aqui o profeta
que a avareza morra de inanição" (T3 , 548). dá a interpretação dos v. 11 a 13. Não só os
Dos judeus dos dias de Ageu, pode-se apren- exilados em si, mas também tudo o que suas
der a lição de que Deus não pode abençoar os mãos tocavam trazia-lhes maldição divina em
que não conseguem render-Lhe aquilo que é vez de bênção. A desobediência deles, em não
necessário para Seu serviço (ver Ag 1:5-ll). construir a casa do Senhor, era sua contami-
9. Glória. Por causa da presença de nação. Esta mensagem é, com certeza, uma
Cristo, a "glória" do segundo templo (ver com reprovação à ação anterior do povo.
do v. 7) foi maior que a do primeiro. O se- Oferecem. Evidentemente, isto é uma
gundo templo foi honrado com a presença referência ao altar que os exilados construíram
viva dAquele em quem "habita [... ] toda a ple- quando os primeiros ali chegaram (ver Ed 3:2).
nitude da Divindade" (Cl 2:9). Deus tinha Seguindo a analogia de Ageu 2:12, fica claro
planos especiais para os judeus após o retor- que o altar sagrado não podia nem pode san-
no do cativeiro (ver p. 14-17). tificar as ações profanas dos adoradores.
8.. Paz. A presença do Príncipe da paz traria 15. Desde. Ou, "para diante". À luz do que
à humanidade todas as bênçãos que acom- ocorrera "antes", Ageu, evidentemente, desejava
panham a paz (ver com . de Jr 6:14). O anún- que o povo "considerasse" o que aconteceria.
cio do nascimento de Jes us, feito pelas hastes Aquele dia. Isto é, do tempo mencionado
angélicas aos pastores de Belém, foi uma nos v. 10 e 18.
mensagem de paz: "Glória a Deus nas m aio- Antes de pordes pedra. Tan to "antes
res alturas, e paz na terra entre os homens , a de que fosse posta uma pedra" como "antes de
quem Ele quer bem" (Lc 2:14). colocar pedra". Provavelmente, uma referência
10. Mês nono. Ou seja, quisleu, o mês à construção da estrutura principal do templo,
hebraico que começa em novembro ou dezem- em vez da colocação de seus alicerces.
bro (vervol. 2, p. 100). O dia 24 deste mês seria, 16. Medidas. Esta palavra é encontrada
aproximadamente, 18 de dezembro de 520 a.C. na LXX, não no hebraico. Os "montões" era m
(ver vol. 3, p. 89, 90). de grãos, que, quando debulhados , rendia m
11. SENHOR dos Exércitos. Ver com. apenas m etade do que se esperava. Esta
de Jr 7:3. escassez na colheita representava o castigo de
Pergunta. A tarefa designada dos sacer- Deus sobre o povo por causa da negligência.
dotes era ensinar ao povo todos os preceitos Lagar. Do heb. yeqev, uma prensa para
de D eus (ver com. de 2Cr 15:3). Consequen- vinho ou óleo. Geralmente, consistia de dois
temente, uma resposta dos sacerdotes seria reservatórios em form a de cavidade, escava-
respeitada. dos na pedra ou no chão. O primeiro ficava
12. Carne santa. Isto é, a carne de certos numa parte superior, na qual as uvas ou azei-
sacrifícios de animais (ver Lv 6:25). tonas eram esmagadas. Por meio de um ca nal,
Não. O qu e tocava a "ca rne santa" tor- o reservatório superior era ligado ao inferior,
nava -se santo (ver Lv 6:27), mas o vestuário do qual o vinho ou o óleo era m retirados.

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AGEU 2:23

Talhas (TB). O profeta tinha em mente o prever o rendimento, Ageu profetizou abun-
rendimento de óleo ou vinho, que poderia ser me- dância (ver Dt 28:2,3).
dido em uma das medidas de líquido hebraicas Este dia. Isto é, o dia de sua obediência
comuns como o "bato" (ver vol. 1, p. 144, 145). [do povo].
Os tradutores da TB podem ter utilizado a pala- 20. Segunda vez. O livro se encerra com
vra "talhas" para evitar um termo mais específico. a promessa de restauração para a casa de Davi,
Lagar (TB). Do heb. purah, menor cavi- sob a liderança de Zorobabel (v. 21-23).
dade da prensa de vinho ou de óleo de onde o Vigésimo quarto dia. Ver com. do v. 1O.
líquido era coletado. Embora não seja afirmado o mês aqui, é razoável
17. Feri. Deus feriu Seu povo (ver com. de supor que seja o mesmo mês da mensagem ime-
Dt 28:22; Am 4:9). As "queimaduras" e a "fer- diatamente anterior do profeta. É amplamente
rugem" [ou "meia", (BJ), doença vegetal] fize- aceito que esta mensagem foi transmitida no
ram o cereal secar; a saraiva (ou "granizo", NVI) mesmo dia em que a mensagem dos v. 1Oa 19.
destruiu as vinhas (ver SI 78:47). 21. Abalar. Ver com. dos v. 6 e 7.
18. Considerai. Em hebraico, este versí- 22. Derribarei. O Senhor Se apresenta
culo está dividido gramaticalmente em duas aqui como Aquele que exerce autoridade sobre
partes. Na primeira, o profeta exorta o povo a todas as nações da Terra que se aplicaram a se
"considerar" - observar com cuidado - o que opor aos Seus propósitos.
aconteceria a partir daquele dia. Na segunda, 23. Anel de selar. Do heb. chotham, um
ele lhes pede para "considerar" a partir do dia "selo", considerado um objeto de grande impor-
do estabelecimento dos alicerces do templo. tância, autoridade e valor (ver Jr 22:24). Essas
A maioria dos comentaristas concorda que maravilhosas palavras da promessa a Zorobabel
esses dois "dias" são um só. deveriam prover encorajamento para todos os
19. Semente. Em outras palavras: "Suas filhos de Deus. "Deus não permite que um
sementes [ver Jó 39: 12], as quais vocês estoca- de Seus leais obreiros seja deixado sozinho na
ram para plantá-las nas lavouras do ano seguinte luta contra grandes desvantagens nem que seja
estão ainda no 'celeiro' ou já foram consumidas vencido. Ele preserva como joia preciosa todo
por causa da falta de comida devido à seca?" aquele cuja vida está escondida com Cristo em
Não têm dado os seus frutos. Parece Deus. A cada um desses, Ele diz: Te farei como
evidente que a seca (ver Ag 1:9, lO) ainda pre- um anel de selar; porque te escolhi "' (T7, 67).
~ .,. valecia no momento em que a mensagem foi SENHOR dos Exércitos. Ver com. de
dada. Normalmente, a estação chuvosa come- Jr 7:3. Estas palavras de promessa são ditas
çaria um ou dois meses antes (ver vol. 2, p. 94). pelo Comandante dos exércitos do universo;
Embora não houvesse sinal algum de cresci- são, portanto, uma garantia de que Suas pro-
mento ou germinação pelo qual se pudesse messas serão cumpridas.

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

3- GC , 24 188, 224, 261, 262, 303; 9 - PR, 597


4 - PR, 575, 576, 577 CBV, 502; PP, 525; TM, 16- Ed, 143
7- DTN , 52 , 187; GC, 23 , 177, 198; T2 , 652; T3 , 16-19 - PP, 527
24; PR, 577, 597, 697 549;T4, 78,458, 473; 19, 23 - PR, 577
8 - AA, 519; SC, 168; CM, T6, 102; T9, 255; BS, 23 - CBV, 488; T7, 67 -<e ~
279, 280 , 281

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