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PAULO, O PLANTADOR DE IGREJAS


Augustus Nicodemus
Corrigido!
Vamos procurar entender Paulo como um plantador de igrejas. Este tema é complexo e
torna-se mais complexo porque temos pouco espaço para abordar a questão. Quero inicialmente
citar a igreja que mais cresce nos Estados Unidos, a Catedral da Esperança, em Dallas. É uma das
maiores igrejas da comunidade de igrejas metropolitanas dos Estados Unidos e está entre as igrejas
que mais crescem na América, com uma média, no domingo pela manhã, na Escola Dominical, de
1600 pessoas. Isto coloca esta igreja entre o topo das igrejas americanas (em termos de
crescimento), entre aquelas que estão na faixa de 1% que têm mais de 1000 membros. O pastor da
igreja, Michael Piazza, já está se queixando de que o espaço é pequeno e deseja comprar um novo
prédio para que caibam três mil membros. Mas o que mais nos surpreende é que se trata de uma
igreja de homossexuais. Esta igreja é uma das comunidades que mais crescem nos Estados Unidos
e tem se filiado com concílios, organizações que defendem não somente os direitos dos
homossexuais na igreja, mas também de serem eleitos para os cargos diretivos da igreja, para
serem pastores e outras coisas mais.
Estou citando tudo isso para afirmar que é perfeitamente possível, no que concerne a
crescimento de igreja, se fazer uma igreja crescer e isso não ter nada a ver com teologia; é
perfeitamente possível se fazer um organismo eclesiástico, uma estrutura, uma organização se
expandir e essa expansão não ser necessariamente o resultado de uma visão correta das Escrituras
ou de uma perspectiva correta de Deus. Essa separação entre teologia e missões, de teologia e
evangelização, começou nos meados do século passado. Até então, missões era o resultado
inevitável de uma teologia baseada na Palavra de Deus. O grande missionário batista, William
Carey, foi um calvinista que tinha um coração inflamado por missões, que não podia compreender
a obra missionária como outra coisa que não a extensão das suas convicções como verdadeiro
calvinista que era, como teólogo, como crente no Senhor Jesus. Mas infelizmente a separação
entre teologia e missões entrou no período das missões modernas e tem trazido efeitos
perniciosos até o dia de hoje.
O missiólogo Michael Green disse certa vez: “Quase todo teólogo não gosta de
evangelização e quase todo evangelista não gosta de teologia”. Infelizmente isso é mais verdadeiro
do que nós queríamos que fosse. E é mais freqüente do que desejamos. A realidade é que toda
verdadeira teologia tem de desembocar em missões, em evangelização, na tentativa de alcançar os
perdidos para o Senhor Jesus. Todo verdadeiro evangelismo, toda missão verdadeira, todo sistema
genuíno de implantação de novas igrejas nada mais é do que teologia em ação. Na verdade,
quando a nossa visão, a nossa prática missionária não é fertilizada, alimentada e controlada pela
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teologia, ela acaba se tornando um ativismo, desempenho estilizado ou simplesmente uma


aplicação frenética de métodos.
Vejo que na atitude de Paulo como plantador de igrejas nós encontramos esta conjunção
entre teologia e visão missionária. Por isso ele é muito importante para nós, porque nele vemos
estas duas coisas que se combinam de forma maravilhosa. Paulo passou para a história, não
somente como o maior teólogo do cristianismo, mas também como o maior missionário. Como
sabemos, o cristianismo nasceu judeu. O fundador do cristianismo era judeu, o cristianismo nasceu
em uma cidade judia, a capital do judaísmo, seus primeiros apóstolos eram todos judeus e sua
mensagem era proclamada em referência aos escritos dos judeus. Poucos anos após a morte do
apóstolo Paulo o Império Romano reconhecia o cristianismo como um fenômeno gentílico. Para
que tenhamos uma idéia do labor do apóstolo Paulo como fundador de igrejas, em menos de dez
anos, entre os anos 47 e 57, Paulo plantou igrejas nas quatro províncias do Império Romano: na
Galácia, Macedônia, Acaia e na Ásia pró-consular. Depois de dez anos ele escreve aos romanos, no
fim da sua terceira viagem, e diz assim: “Eu já não tenho campo de ação, quero ir para a Espanha”.
Paulo passa para a História, então, como sendo uma combinação de teólogo profundo e
missionário fervoroso. Deus permita que a nossa igreja, seus missionários, e seus teólogos nunca
percam de vista que estas duas coisas têm que andar absolutamente juntas e que uma sem a outra
é prejudicial à vida da igreja.
O que motivava o apóstolo Paulo a sair plantando igrejas? O que levava o apóstolo a
continuar organizando comunidades ao longo da bacia do Mediterrâneo, apesar das chicotadas, da
rejeição dos seus patrícios, apesar das implacáveis perseguições que sofria? O que o motivava não
eram arroubos sentimentais ou espírito proselitista, amor ao lucro, popularidade ou qualquer
outra coisa, mas é que Paulo não podia fazer diferente. Ele era motivado por suas convicções, por
aquilo que ele cria, e sua ação era resultado de suas convicções. E estas suas convicções eram de
tal natureza que ele não podia ficar calado, parado, mas urgia ir ao mundo proclamar o
Evangelho e plantar novas igrejas. Quais eram estas convicções? Quero citar quatro:
1. Paulo estava absolutamente convencido de que estava vivendo os últimos dias, dias de
cumprimento. Paulo estava persuadido de que a nova era, prometida pelos profetas, havia raiado;
que o reino de Deus havia irrompido na pessoa de Cristo e que em Jesus as promessas dos antigos
profetas encontraram cumprimento; que em Cristo Jesus a redenção agora se anunciava a todos os
homens. Para Paulo, a nova aliança predita pelos profetas estava entrando em vigor; ele tinha
consciência de que estava vivendo um período momentoso da história, o clímax da história, e que
todas as antigas promessas de Deus estavam sendo cumpridas diante dos seus olhos, em seus dias,
através da vida e obra de Jesus de Nazaré. Paulo tinha esta consciência escatológica; sabia em que
época da História ele estava vivendo. O apóstolo havia sido alcançado pelos efeitos do período que
ele vivia; ele, que antes era perseguidor do cristianismo, havia sido alcançado pela graça de Deus e
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se tornara um defensor do que antes procurava destruir. Havia experimentado em sua alma, em
seu coração o poder da nova era que havia se iniciado em Cristo Jesus.
Não somente isto, Paulo estava plenamente convencido de que outras promessas e
profecias estavam se cumprindo e não apenas a vinda do Messias; como por exemplo, a
restauração e a reconstrução de Israel através do remanescente fiel do qual os profetas
freqüentemente falavam. Ou seja, aqueles israelitas que criam em Cristo (Rm. 9) - o remanescente
fiel (o cumprimento das promessas de Deus relativas à restauração do povo). Outra coisa que era
clara na mente missiológica de Paulo era sua consciência de que as promessas do Antigo
Testamento relacionadas com a vinda de todos os povos para adorarem a Deus, ou seja, a entrada
dos gentios no chamado povo de Deus, estava se cumprindo nos seus dias, diante de seus próprios
olhos. Então, Paulo, primeiramente, era motivado pela consciência de que vivia tempos de
cumprimento, um tempo especial da História da Igreja; um período em que Deus está
consumando o Seu plano de fazer convergir em Cristo todas as coisas (Ef. 1); de fazer, na plenitude
dos tempos, convergir em Cristo Jesus todas as coisas, tanto as que estão no céu como as que estão
na terra. Não podemos perder isto de vista (Paulo entendendo que estava vivendo na plenitude
dos tempos) porque está presente em todo pensamento de Paulo.
2. A segunda convicção do apóstolo Paulo era que, na Igreja, essas promessas encontravam
concretização histórica. Era na Igreja de Cristo que a restauração de Israel se consumava, foi
iniciada. Era na Igreja de Cristo que a plenitude dos gentios estava sendo trazida e era na Igreja de
Cristo que o Senhor era exaltado, manifestando Sua graça, Sua mensagem, Sua Palavra de
reconciliação. Por isso Paulo fala da Igreja de Cristo como sendo a plenitude Daquele que faz todas
as coisas (Ef. 1). É por isso que ele fala da Igreja como sendo um novo homem, uma nova criação,
feita de judeus e gentios, o remanescente fiel de Israel e dos gentios, que agora estão sendo
trazidos à obediência de Cristo Jesus. Esta visão de Paulo o levava a plantar igrejas; vemos
claramente que sua atividade era em função e produto das suas convicções; de como ele entendia o
que era Igreja. Não era um mero ativismo: plantar igrejas por plantar igrejas. Ele não podia fazer
outra coisa porque entendia exatamente o que era ser Igreja. Era na Igreja que as promessas antigas
encontravam plena consumação.
3. A terceira convicção de Paulo era a que Deus o havia chamado para edificar esta Igreja;
Deus o havia comissionado para edificar esta Igreja, onde se cumprem todas estas promessas. A
linguagem de edificação está presente em todos os escritos de Paulo. Paulo se refere à Igreja como
sendo o edifício de Deus; fala dos cristãos como sendo templo vivo; a palavra edificação e o verbo
edificar aparecem em quase todas as cartas de Paulo relacionadas com o progresso da Igreja; fala
dos cristãos como pedras vivas que compõem o templo de Deus. Paulo vê a Igreja como um
edifício, mas esta linguagem tem origem nas palavras do próprio Senhor Jesus quando disse a
Pedro: “...eu edificarei a minha igreja”. Paulo tinha consciência de que Cristo o havia chamado
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exatamente para isso: através dele edificar a Sua Igreja que está fundamentada na pessoa e obra do
Senhor Jesus Cristo. Quando fazemos um estudo mais detalhado do que Paulo entende o que é
edificação percebemos que há dois aspectos na compreensão de Paulo da idéia de Igreja como
edifício:
I. Quando Paulo fala de edificação, está querendo dizer: expansão da Igreja. Isto fica claro
em Romanos 15:20, quando seu alvo é anunciar o Evangelho aonde Cristo não fora ainda ouvido
“para não edificar sobre fundamento alheio”. Então, anunciar o Evangelho aonde Cristo não havia
sido ouvido é a mesma coisa de edificar a Igreja. Por isso, quando Paulo fala em edificação da
Igreja, temos de lembrar em primeiro lugar, que existe esta dimensão de expansão, de crescimento,
de adição. Este é um aspecto muito interessante porque é assim que, para Paulo, em primeiro
lugar, a Igreja se edifica: recebendo a plenitude dos gentios - aqueles que haveriam de vir, que não
eram judeus, conforme as antigas promessas. Dessa maneira a Igreja era edificada e esse era o
objetivo de Paulo: edificar a Igreja de Cristo fazendo com que ela se expandisse, com que se
elastecesse, alcançasse o maior número possível. É neste sentido que ele se chama de “construtor”
(1 Co. 3:10), falando aos coríntios sobre a sua estada naquela cidade e a fundação da igreja de
Corinto e diz: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor
(arquiteto); e outro edifica sobre ele”. Para Paulo estava claro que seu trabalho como arquiteto, como
edificador, era lançar os fundamentos da Igreja para sua expansão. Por isso que ele fala: “outro
edifica sobre ele” (v.10).
II. Mas há um outro sentido que anda junto com esse sentido de expansão e que por vezes
tem sido ignorado nos nossos planos e desejos de ver a Igreja crescer. Para Paulo a edificação da
Igreja não somente era um avanço numérico, mas era igualmente o fortalecimento daqueles que já
haviam “entrado”. Por isso Paulo usa o verbo edificar, em Efésios 4, se referindo aos dons que
Deus deu à Igreja, dizendo que eles foram dados para edificação do povo de Cristo. O contexto ali,
fala claramente que Paulo não está falando de extensão (embora diga que o trabalho de evangelista
é edificação da Igreja - v.11-12), mas fala dessas pessoas como dadas à Igreja para sua edificação.
Não há uma distinção no pensamento de Paulo, nem na sua prática, de fazer a Igreja se estender e
ao mesmo tempo enraizá-la, fundamentá-la, fortificá-la, intensificar as raízes da Igreja de Cristo.
São duas coisas que andam totalmente juntas. Era assim que Paulo entendia a sua vocação. Deus o
havia chamado para ser apóstolo e isso significava que Deus o havia chamado a fim de ser o Seu
embaixador para levar ao mundo a Igreja e a plenitude do Senhor exaltado. Isso através da sua
expansão e através do seu fortalecimento. Paulo estava consciente de que a edificação da Igreja,
para a qual ele havia sido chamado, era uma obra divina. Paulo tinha plena certeza disso.
Em 1 Co. 3:5-9, quando Paulo fala de si e de Apolo e de outros trabalhadores, ele diz que:
“Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus”. Note aí a ênfase no crescimento que está
associada à idéia de expansão e edificação. Paulo está dizendo que o crescimento da Igreja que foi
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fundada por Cristo vem de Deus. É interessante que no final de sua terceira viagem missionária,
escrevendo aos romanos, ele faz em Rm 15:18-19 uma retrospectiva do seu trabalho durante
aqueles anos e diz assim: “Não ousarei discorrer sobre cousa alguma, que Cristo por mim não tenha feito,
para obediência dos gentios, por palavra e por obras. Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito
de Deus: de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo ”.
Aqui vemos como Paulo atribui a Deus, atribui a Cristo, o poder, a energia e o crescimento da
Igreja; o resultado dos seus labores. Paulo tinha plena consciência deste fato. Em certo sentido
podemos dizer que missões é uma obra de Deus; começa em Deus, continua com Ele e termina
nEle. Alguns estudiosos de missões têm sugerido que devemos falar não em missiologia e sim em
missiodeologia. Missões é exatamente a atuação de Deus neste mundo perdido, implantando o Seu
reino e trazendo para dentro dele aqueles que Ele quis. Ao mesmo tempo em que afirmamos que
para Paulo esta é uma obra de Deus, nunca houve, talvez, uma pessoa que se esforçasse tanto para
fazer a Igreja crescer.
Quero citar a obra W. Carey, que, no século passado, plantou vinte e seis igrejas na Índia e
traduziu parte das Escrituras em trinta e quatro linguagens das faladas na Índia. Ele disse:

“Nós temos certeza de que somente aqueles que foram ordenados à vida
eterna crerão, e que somente Deus pode adicionar à Igreja aqueles que
serão salvos. Entretanto, nós vemos com admiração que Paulo, o grande
campeão das gloriosas doutrinas da livre e soberana graça, foi o mais
destacado em seu zelo pessoal de persuadir os homens a se reconciliarem
com Deus”.

Ao mesmo tempo em que o apóstolo Paulo tinha plena consciência de que missões,
plantação de igrejas, crescimento de igrejas, era uma obra divina, ninguém mais do que ele se
esforçou para persuadir as pessoas a entrarem no reino de Deus; Paulo labutou, se esforçou, se
gastou para edificar a Igreja de Cristo tanto na sua expansão como na sua fundamentação.
Essa era a sua terceira convicção. Deus o havia chamado para edificar a Igreja, mas não
como uma tarefa sua, pois sempre cita o que Cristo fez através dele; do Espírito Santo agindo
através dele. Em Paulo vemos a conjugação da convicção plena na soberania de Deus, mas da
responsabilidade da Igreja de anunciar o Evangelho ao mundo. Por vezes estas duas coisas têm
sido divorciadas na nossa prática e em nossa reflexão missiológica. As duas coisas têm de estar
presentes e a crença plena na absoluta soberania de Deus, na doutrina da predestinação - de que
Deus tem os seus eleitos - longe de ser uma barreira, um obstáculo para evangelização, é na
verdade a única base genuína que podemos ter para persuadir os homens. Nós sabemos que se
Deus não tivesse eleito milhares e milhares para a vida eterna os nossos esforços seriam em vão.
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Melhor seria se ficássemos “em Jerusalém”. Mais exatamente, porque Deus tem os seus eleitos é
que nós saímos em plena convicção persuadindo os homens, orando, na expectativa de que através
de nosso ministério e valores, Deus estará operando e chamando os gentios e fazendo com que sua
plenitude venha.
4. Paulo estava totalmente convencido de que é através da proclamação das boas novas e
da organização em igrejas daqueles que aceitavam as boas novas, que a edificação da Igreja, para a
qual ele havia sido chamado, haveria de ocorrer até que a plenitude dos gentios houvesse entrado.
Se alguém pergunta se Paulo tinha um alvo numérico, a resposta é: sim! O alvo de Paulo era a
plenitude dos gentios. Ele sabia que estava vivendo em uma época em que Deus estava trazendo
os gentios à Igreja. Ele disse: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais
presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude
dos gentios” (Rm. 11:25). Paulo viveu um período em que Deus fazia os gentios entrarem até que
isso alcançasse a plenitude, ou seja, aquele número que só o Senhor sabe. O alvo de Paulo,
portanto, era que essa plenitude viesse. Pensar em Paulo em termos do estabelecimento de um
número seria ignorar a grandeza de sua visão. Ele almejava a plenitude dos gentios. Por isso que
em 1 Co 9:19, Paulo diz: “... fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível”. Não
podemos falar de quantificação para a visão de Paulo em termos de números. A visão missionária
de Paulo era o mundo, os gentios, o remanescente fiel, o maior número possível de eleitos onde
pudesse encontrar. Essa visão, impossível de ser medida em números, era a grande motivação de
Paulo de sair plantando igrejas ao longo do seu ministério.
Paulo estava convencido de que a plenitude dos gentios entraria através da proclamação
das Boas Novas; e, pela mensagem do Evangelho, Deus haveria de reunir os gentios, o
remanescente fiel de Israel. No livro de Atos, freqüentemente, o crescimento da Igreja é descrito
como sendo a multiplicação da Palavra, como o crescimento da Palavra de Deus (At. 6:7; 12:24;
19:20). Para a Igreja apostólica e, em particular, para o apóstolo Paulo, as duas coisas andam juntas
e nós não podemos separá-las. Era pela Palavra de Deus que a Igreja seria edificada em ambas as
dimensões: tanto a sua expansão seria levada adiante pela proclamação, quanto o fortalecimento
da Igreja de Cristo seria igualmente feito pela Palavra. Paulo fala do seu ministério como sendo
para dar cumprimento à Palavra de Deus (Cl. 1:25). Todas as vezes que ele fala do seu chamado ao
apostolado, ocorrido na estrada de Damasco, sempre fala em termos da sua comissão como algo
para dar testemunho do Evangelho de Cristo, para anunciar diante dos reis, autoridades e diante
de todos os homens as Boas Novas da redenção em Cristo Jesus.
Estas eram as convicções que levaram Paulo a plantar igrejas. Um homem dominado por
estas convicções não pode fazer outra coisa, não tem outro método, outro anseio na vida. É
interessante ver que, nas cartas que ele escreveu para as igrejas, praticamente não há exortação a
elas para que evangelizem. Paulo não precisava “chicotear” as igrejas que ele havia fundado, para
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se engajarem no trabalho missionário porque elas não podiam fazer outra coisa senão o resultado
natural do que os crentes criam. Missão e plantação de igrejas, a obra evangelística da Igreja é o
resultado natural de suas convicções. As convicções estimulam à evangelização.
Como as convicções de Paulo determinavam sua atuação?
Paulo percorria as estradas romanas anunciando o Evangelho e organizando os discípulos
nas principais cidades das províncias romanas que eram centros estratégicos. Ele estava movido
pela urgência da convicção de que o reino de Deus havia raiado e que a vinda do Senhor Jesus era
iminente e que o Evangelho deveria ser pregado a todas as nações e que tinha pouco tempo. Então,
tinha de ser nestes pontos estratégicos do Império Romano. Tessalônica tornou-se a base para a
província da Macedônia. Corinto tornou-se a base para a província da Acaia. Éfeso, a sua base para
a Ásia pró-consular. O alvo de Paulo era atingir os centros estratégicos, promover a edificação da
Igreja de Cristo para a qual fora chamado através da plantação de igrejas. Seu objetivo era o maior
número possível; Paulo queria ver a plenitude dos gentios, o número total dos eleitos (pleroma) a
ser arrebanhado para a Igreja; se possível, no seu período de existência. Quando Paulo fala no
arrebatamento quando da vinda do Senhor Jesus, quando a Igreja vai se encontrar com Jesus nos
ares e para sempre com Ele ficar, ele fala: “nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados...” (2 Ts.
4:16). Paulo “trai” sua esperança de que ainda durante os dias da sua existência ele veria a
plenitude dos gentios entrada e absorvida na Igreja como os ramos enxertados na oliveira. Ele
almejava por isso; era esse seu alvo. Como fica difícil quantificar a visão numérica de Paulo! É
muito grande para ser medida, ele queria ver exatamente a consumação de todas as coisas ainda
durante o tempo da sua existência.
Quando alguém pergunta pelo método - e hoje todo mundo fala do método, a pergunta do
dia não é “por quê?”, mas é: “como?” Vamos ver o “como” -, o método de Paulo era simples e não
poderia ser outro. Uma pessoa que é movida por este tipo de convicção só tem uma estratégia:
proclamar as boas novas dos cumprimentos das promessas de Deus em Cristo Jesus e isso no
poder do Espírito Santo. Era pela Palavra que Deus haveria de reunir a plenitude dos gentios.
Paulo, escrevendo aos crentes de Roma - dos quais pretendia receber apoio para seus planos de ir
até a Espanha -, ele faz, no fim do capítulo 10, uma relação entre a salvação e a entrada dos gentios
na Igreja. Ele diz: “Porventura não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as
suas palavras, até aos confins do mundo”. Mas Paulo afirma no v.13 que: “Todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de
quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?
Aqui, Paulo faz uma relação entre a fé salvadora, a entrada dos gentios e a pregação da Palavra de
Deus. Paulo foi perfeitamente consistente com sua convicção de que aprouve a Deus salvar os que
crêem pela “loucura da pregação”. Escrevendo aos coríntios (1 Co. 2:1-5), ele diz: “...irmãos, quando
fui ter convosco...decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado...A minha palavra e a
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minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e
de poder”. Se Paulo quisesse, poderia falar de outras coisas. Ele era um dos homens mais cultos da
sua época, mas ele, conscientemente, rejeitou qualquer outra coisa que não fosse Cristo crucificado
como tema da sua proclamação e da sua mensagem. Era esse o método de Paulo, invariavelmente,
quer seja num ambiente onde houvesse os pressupostos do conhecimento da Palavra (nas
sinagogas), ou quando era convidado para estar no meio de filósofos gregos, os quais não tinham
qualquer pré-conhecimento das Escrituras. O seu método era sempre anunciar a Cristo.
Neste sentido, Paulo se via como pregador e mestre. Ao escrever a Timóteo na sua segunda
carta, cap. 1:10-11, ele diz que Deus o chamou para ser “pregador, apóstolo e mestre”. O conhecido
teólogo reformado J.I. Packer, comentado sobre a teologia missionária de Paulo e o método de
Paulo, diz que não podemos separar o Paulo na sua obra missionária de sua “função” como
evangelista e mestre, pois para Paulo uma coisa é igual à outra. Ele não podia evangelizar sem
ensinar e não podia ensinar sem mostrar as implicações do seu ensino para as pessoas que o
ouviam no sentido de desafiá-las a se comprometerem com Deus. A isso Packer chama de
pregação educativa. Durante alguns anos o mundo acadêmico evangélico ficou dominado por uma
separação que foi feita no início do século, por alguns estudiosos, entre o kerigma e o didaque.
Kerigma seria a proclamação evangelística da Igreja e o didaque seria o conjunto de doutrinas e
verdades ensinadas aos novos convertidos. Isso, durante alguns tempos, dominou os estudos de
tal maneira que na prática da Igreja se fala em uma separação tão radical ao ponto de você ter
pregações chamadas evangelísticas, pregações doutrinárias, etc. É claro que nós temos de dar
diferentes ênfases, mas este tipo de separação não encontramos no Novo Testamento. Paulo era
evangelista e mestre e ele sempre era as duas coisas ao mesmo tempo. Hoje em dia esta divisão já
está grandemente abandonada porque não se pode provar, pelas cartas de Paulo, e pelos relatos de
suas pregações em campo missionário, que ele fosse algumas vezes evangelista e outras vezes
mestre. Ele sempre era as duas coisas.
Vejamos Paulo em ação, em Tessalônica. Em Atos 17 temos o relato de como Paulo chega a
Tessalônica para pregar o Evangelho. “Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados,
arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e
ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio” (v.2). Segundo os
estudiosos, Paulo passou entre 3 a 5 meses em Tessalônica, fugindo de lá por causa da perseguição,
deixando atrás de si uma igreja de novos convertidos que foram também perseguidos. Algum
tempo depois, Paulo recebe notícias de que os convertidos estão firmes, fundamentados, e que não
abandonaram a verdade do Evangelho. O apóstolo escreve a sua primeira carta aos
tessalonicenses, e chama aquela comunidade de igreja modelo. É a única igreja do Novo
Testamento que recebe de Paulo esta recomendação: “...vós vos tornastes o modelo para todos os
crentes na Macedônia e na Acaia” (1 Ts. 1:7). Mas, o que aconteceu em Tessalônica e o que Paulo fez
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para que durante três meses a igreja ficasse em um ambiente hostil, sem pastor, e ver depois os
crentes firmes perguntando a Paulo sobre escatologia, sobre amor fraternal? Eram convertidos de
tal forma que Paulo ao começar sua carta, começa logo falando de predestinação. Parece
totalmente anti-didático. Ele diz: “Irmãos eu sei que vocês são eleitos”. E na segunda carta, escrita
logo após, ele fala da eleição de Deus em termos muito mais claros. Que tipo de pregação produz
convertidos dessa qualidade? A resposta está em Atos 17. Paulo vai à sinagoga e “por três sábados,
arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo
padecesse e ressurgisse dentre os mortos... ” (v.3). Estas três palavras usadas por Lucas (arrazoar, expor
e demonstrar) para demonstrar a pregação de Paulo sugerem o método de como Paulo anunciava o
Evangelho, onde já havia o pressuposto do conhecimento da Escritura (nas sinagogas). Arrazoar,
significa argumentar. Expor, significa abrir alguma coisa e revelar o seu conteúdo. Era isso que ele
fazia com a Escritura. Ele expunha a Escritura e demonstrava, que significa colocar algo ao lado da
outra. O que Paulo fazia era: “Aqui estão as promessas do V.T. que vocês conhecem e aqui está
Jesus de Nazaré. Comparem as duas coisas!”. Assim ele demonstrava que Jesus era o Cristo.
O labor de Paulo, sua evangelização, era igual ao seu ensino. O evangelista Paulo era o
mesmo mestre Paulo. Paulo tinha questões para resolver: “Se Jesus era o Messias, qual o lugar da
Lei?”; “Se a salvação é pela graça, porque Deus mandou os dez mandamentos?”; “Se Jesus é o
Messias, por que a nação de Israel rejeitou-o?”; “O que será da circuncisão? “; “O que será das leis
do Antigo Testamento?”. Todas estas questões Paulo tinha de resolver no seu labor missionário. O
que quero dizer é que Paulo, o plantador de igrejas era, na verdade, o Paulo expositor. Não
podemos separar as duas coisas, especialmente numa época como a nossa, em que vivemos num
país ignorante das Escrituras, um povo que não conhece a história da Bíblia, um povo que,
segundo uma pesquisa feita na revista Veja, 98% diz acreditar em Deus, mas se formos perguntar a
este povo quem é Deus você verá as respostas as mais estranhas possíveis. Vivemos num ambiente
de total ignorância bíblica e por isso não podemos apelar para as pessoas para que façam “decisões
imediatas”, plantar igrejas às pressas e querer resultados profundos. Não podemos fazer isso. Há
de ser um trabalho de ensino, de doutrinação, de preparação. Não precisamos apenas de
plantadores e evangelistas, precisamos deles sim, mas que sejam capazes de explicar, ensinar e
instruir com paciência para colher o fruto na hora certa. Caso contrário irá acontecer o mesmo que
aconteceu na África há pouco tempo. Certo missionário ali chegou, em certa tribo, anunciou a
Cristo, o chefe gostou muito da idéia e determinou que todos os ídolos da tribo fossem queimados
e, então, os que faziam parte da tribo fizeram a decisão e queimaram os ídolos todos. Um dos
missionários, menos experiente, disse: “Vamos logo batizar esta turma!”. Um missionário mais
experiente disse: “Vamos esperar mais um pouco”. Havia milhares deles. “Vamos ensiná-los antes
e fazer a coisa correta.” Um ano depois, apenas 9 foram batizados. Temos de lembrar do labor do
apóstolo Paulo de expor, de demonstrar, de argumentar, de explicar. Era assim que ele plantava
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igrejas e os seus convertidos foram aqueles que agüentaram as perseguições; um tipo de


convertido como os de Tessalônica, que agüentaram graves perseguições, e sem pastor para dar-
lhes apoio. Talvez até por causa disso mesmo.
Quando Paulo chega em Atenas, ao sair de Tessalônica, ele está em outro ambiente. Ele não
começa das Escrituras, mas começa do monoteísmo, quando no Areópago ele é convidado a falar
de Jesus e Sua ressurreição. Não começa das Escrituras porque ninguém conhece as Escrituras, mas
começa ensinando sobre quem é Deus, o que Ele faz e como podemos servi-Lo. Dessa forma, Paulo
argumenta logicamente e chega a Cristo e Sua ressurreição. Era esse o seu método invariável. Era
um evangelista-mestre! Não podemos separar estas duas coisas. Em seguida, Paulo organizava
seus convertidos em comunidades, em igrejas. O objetivo de organizar igrejas era para que, pela
comunhão, eles fossem edificados, instruídos, celebrassem a Ceia, cultuassem a Deus e se
envolvessem num projeto de expansão do cristianismo. Paulo os batizava, elegia presbíteros (At.
14:21-23), aos quais encarregava o rebanho e depois de algum tempo voltava para supervisioná-los
(At. 15:36; 16:4-5; 18:23). Paulo estava freqüentemente dizendo para voltar e ver os irmãos que
foram deixados em várias regiões “para ver como passam”.
Aqui temos um ponto muito importante, o objetivo de Paulo não era apenas declarar ou
anunciar o Evangelho, ele queria fundar igrejas. Paulo não queria apenas anunciar o Evangelho
como quem diz: “Eu vou proclamar as Boas Novas e ficar por isso mesmo”. Não, ele queria
persuadir as pessoas, queria convencê-las, queria ganhá-las e para isso ele se fazia de tudo para
com todos a fim de, com todos os meios (bíblicos), ganhar alguns. Nós temos de, por um lado,
evitar a tentação da missiologia que apenas proclama e no fim torna-se estéril; mas por outro lado,
também evitar a missiologia do ativismo. Paulo sabia que sua comissão era anunciar o Evangelho
de Cristo, mas também edificar a Igreja universal de Cristo pela fundação de comunidades locais
onde os cristãos pudessem receber instrução, edificação, celebrar os sacramentos e cultuar a Deus.
Vamos fazer algumas aplicações para os nossos dias:
O que podemos aprender com o apóstolo Paulo, o que ele nos ensina nesta época, neste
momento em que a Igreja procura descobrir o seu caminho com relação à sua tarefa missionária?
1. Creio que a lição mais importante que podemos aprender com Paulo é que não podemos
separar teologia de missões. Não podemos fazer isto! O contrário também é verdadeiro. Portanto, é
prioritário para a Igreja hoje que ela estude e defina com clareza uma filosofia missionária que
parta das Escrituras, que esteja comprometida com a doutrina reformada, com as doutrinas da
graça e estejam atentas para a realidade brasileira. Creio que este é o ponto de partida, pois não
estou certo de que hoje, no Brasil, tenhamos uma filosofia, uma teologia missionária. Não está bem
clara a visão. Precisamos trabalhar nisso em primeiro lugar, pelos fundamentos teóricos. Isso não
quer dizer que vamos parar o que estamos fazendo para primeiro ver a base teórica. Não. Podemos
ir trabalhando mas deve ser dada atenção, ênfase, aos fundamentos teológicos, pois sem esta
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fundamentação conceitual nós cairemos num mero ativismo ou num “frenesi” de aplicação de
métodos sem saber exatamente por que estamos aplicando estes métodos. Partindo destas bases
podemos refinar nossa metodologia e aplicá-la ao crescimento da Igreja. A Igreja não pode se
deixar seduzir por propostas de crescimento fácil que se baseiam no pragmatismo, muito mais do
que no ensino das Escrituras.
2. Podemos aprender com o apóstolo Paulo que é através da Palavra de Deus que Ele
edifica a Sua Igreja e que ênfase redobrada deveria ser dada à educação teológica nas nossas
igrejas. Nós não podemos separar a questão teológica da nossa igreja da questão missionária. Não
são dois departamentos, mas um só (que é a mesma coisa). Precisamos dar atenção aos institutos
bíblicos que formam nossos evangelistas; precisamos rapidamente trabalhar nesta questão com
seriedade para que tenhamos pessoas que sejam capazes de ensinar o Evangelho e plantar igrejas
sólidas em solo brasileiro. Precisamos restaurar na igreja a pregação bíblica séria. Quero ilustrar
isso com uma citação de um livro que tem trazido uma revolução dentro da missiologia de hoje. É
o livro de Thom Rainer, cujo título é: “Igrejas que Evangelizam Eficazmente”. Nele temos uma
pesquisa que a equipe do autor fez nas quinhentas e quarenta e seis igrejas que mais crescem nos
Estados Unidos. Em um dos capítulos do livro, cujo título é “Dez Surpresas”, vemos dez achados
que ele obteve com as pesquisas e que são surpreendentes porque vão de encontro ao que tem sido
ensinado nos Estados Unidos em termos de crescimento de igreja. Vejamos algumas:
A - Das igrejas que mais crescem nos Estados Unidos, poucas usam eventos evangelísticos.
São igrejas que simplesmente têm sua vida e desempenho normais.
B - Ministérios durante a semana não são eficazes para o crescimento da igreja. A maioria
das igrejas que estão crescendo tem sua atividade principal nos cultos regulares.
C - Evangelização tradicional está viva e “passando bem”. Ou seja, o movimento de
crescimento de igreja veio dizer que a evangelização de porta em porta, e os métodos antigos, eram
ineficazes. Mas é exatamente este um dos métodos mais eficazes e ainda hoje usados pelas igrejas
que mais crescem.
D - A localização da igreja não influencia, em nenhum sentido, o crescimento delas. Nós
temos ouvido o contrário. Dizem que, se quisermos plantar uma igreja que cresça, teremos de
escolher na cidade um local bem visível. Mas isso não faz a menor diferença. Igrejas que foram
plantadas numa rua sem expressão pode crescer muito mais que outras que estão na avenida
principal da cidade. A localização não faz diferença.
E - Poucas dessas igrejas fazem cultos evangelísticos. Têm vida normal.
F - Uma multiplicidade de escolha não melhora necessariamente a eficácia da Igreja. Se
pensa que para fazer uma igreja crescer tem-se de oferecer muitas opções no culto (tradicional,
liturgia mais aberta, programação especial para jovens, etc.); seria a igreja uma agenciadora de
várias opções de atuação. Isso não faz, na pesquisa, a menor diferença. Pelo contrário, só aquelas
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igrejas que têm seus cultos regulares e normais têm crescido nos Estados Unidos. Há uma
estatística interessante que mostra que em setenta e oito principais denominações nos Estados
Unidos verificou-se que mais de 80% das igrejas têm menos de cem membros. As grandes igrejas
citadas pelo movimento de crescimento de igreja representam apenas 1- 2% das igrejas dos Estados
Unidos e a média de crescimento destas igrejas é de 2 novos convertidos a cada cinco igrejas por
ano (esta é uma estatística recente). É bom lembrar que são os Estados Unidos que têm difundido o
movimento de crescimento de igrejas. Se não está funcionando por lá, vamos ter cuidado e ver se
vai funcionar aqui.
Esta pesquisa tem revolucionado esta questão. A pergunta é: está funcionando? então
vamos para as estatísticas. E não vamos apenas fazer estatísticas com experiências selecionadas,
não, vamos ter o quadro todo. Não apenas contar experiências selecionadas que deram certo em
algumas igrejas, mas vamos contar também as experiências que não deram certo em outras igrejas.
Vamos ter o quadro geral. E o resultado não é muito bonito.
O autor conclui no seu ponto dizendo assim: “O que estão fazendo estas igrejas que estão
crescendo? Pregação bíblica regular, oração, testemunho de vida cristã por parte dos seus
membros, envolvimento com missões e treinamento bíblico extensivo nas Escolas Dominicais e
pequenos grupos”. Diz mais: “De todos estes elementos, os pastores apontavam a pregação bíblica
e expositiva como sendo o elemento número um responsável pelo crescimento de suas igrejas”.
Esta foi em pesquisa feita nas quinhentas e quarenta e sete igrejas que mais crescem nos Estados
Unidos. Acho que os números não dizem tudo, mais dizem alguma coisa e podemos aprender
deste tipo de estatística, já que estatística está na moda e sendo usada com freqüência. Mas de
Paulo podemos entender que é através da Palavra que Deus deseja edificar a Sua Igreja, tanto na
extensão, como no aprofundamento.
3. Nosso alvo em tudo isso é o maior número possível. Se tivermos de colocar um alvo,
deve ser este: até que a plenitude dos brasileiros haja entrado! É este o nosso alvo!
4. Aprendamos com o apóstolo Paulo que plantação de igreja é obra de Deus. Dependamos
dEle, submissos a Ele, orando e suplicando e fazendo tudo que estiver a nosso alcance para
persuadir os homens a entrarem no reino de Deus.
Deus nos ajude e nos abençoe.

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