A IMPORTÂNCIA DO DISCIPULADO NA

VIDA DA IGREJA

BRUNO TOMAZ DE
OLIVEIRA
DESAFIOS PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA

▪ É nítido a importância da busca por uma teologia que se busca

o diálogo com outras vertentes de outros movimentos da Igreja,
assim como um olhar específico para situação de sofrimento,
opressão do povo da América Latina e também questões de
cunho teológico específico, como a insuficiência teológica no
que tange ao preparo e embasamento científico dos ministros
da Igreja.
MAS QUAIS SÃO OS VERDADEIROS
DESAFIOS?
Os desafios do discipulado em tempos
modernos
Aspecto cultural
▪ Em cada cultura ou sociedade
nota-se suas particularidades,
como também suas influências e
organização. Portanto, a Igreja
dentro dessas sociedades deve
estar atenta às normas que regem
estes ambientes culturais, para
que a Palavra seja pregada de
modo sábio e não ofereça nem
mesmo pareça insulto ou
desrespeito para com aquela
sociedade.
Base ética da igreja
▪ A Igreja é vista como base de
valores e ao mesmo tempo
refletir o cuidado e os
propósitos de Deus para a
pessoa como um todo. Não se
deve, porém, fazer nada para
se vangloriar, mas tudo deve
ser feito para a honra e glória
de Deus; tomando iniciativas e
nos colocando no centro da
vontade de Deus.
Os desafios do discipulado em tempos
modernos
Objetivo do discipulado
▪ O discipulado enfatiza de modo
claro que a evangelização, o
crescimento espiritual e a ação
social não se separam, tornando
necessário pregar Jesus Cristo
como Senhor e Salvador de forma
verbal e prática, verbal no que diz
respeito à palavra de Deus e ao
plano salvífico de Jesus, para a
restauração, transformação,
libertação e cura do homem e da
mulher
Servir
▪ O discipulado deve ter como
objetivo atender a pessoa em
todos seus anseios, pois Cristo
em seu ministério terreno não
fez exceção de pessoas, não
discriminou ninguém nem ao
menos deixou de cumprir seu
propósito para com a
humanidade.
Os desafios do discipulado em tempos
modernos
Dificuldades
▪ Nas Igrejas perduram-se questões
teológicas, somadas com ideais,
concepções, interpretações e
correntes de pensamento que
atrapalham o desenvolvimento e
expansão do Reino, visto que
muitos dos líderes, quando não
estão seguindo seus propósitos
particulares, carecem de
preparação e direção do Espírito
Santo para condução da Obra.
Foco no objetivo
▪ A Igreja deve observar às
mudanças que ocorrem nas
sociedades e realizar uma
missão integral, que foque o
ser humano e que esteja de
acordo com a vontade do
Senhor; devendo todos lutar
para que haja conversões
genuínas, tanto nas palavras
como nas obras e testemunho
de vida.
 Comunicação e tempo integral

Segundo Zilles (2011, p. 17):

“A comunicação deve dar a conhecer ideias, O trabalho missionário e do

sentimentos, experiências ou vivências”. discipulado da Igreja precisa
ser integral, não fragmentado,
Essa comunicação deve ocorrer através de um que se alinhe ao discurso e
diálogo alicerçado nos propósitos de Deus para ideologias da modernidade.
os homens através de um olhar cristão, voltado
para as reais necessidades e preocupações do
próximo.
MATURIDADE ESPIRITUAL
O discipulado como ferramenta para
atingir a maturidade espiritual

O apóstolo Paulo assim diz em Colossenses 1.28:

“Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um

com toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo
homem perfeito em Cristo”.

Ele tinha conhecimento de sua responsabilidade como

discipulador, que se resumia em ensinar seus discipulandos
para que os mesmos tivessem um bom crescimento em
Cristo, tornando-se maduros e mais parecidos com o Senhor
Jesus.
O discipulado quando realizado na Igreja local, promove
discípulos maduros e centralizados em Cristo, indivíduos
alicerçados pela Palavra. Sem dúvidas, o discipulado gera uma
Igreja madura, que tem em mente suas responsabilidades de
serviço no Reino.

De acordo com Phillips:

“o discipulado é a única maneira de se evitar a má nutrição

espiritual e a fraqueza dos filhos espirituais pelos quais sou
responsável. É o único método que produzirá crentes
maduros que poderão inverter a deterioração física e
espiritual do gueto.” (PHILLIPS, 1995)
O discipulado quando feito com bastante dedicação, reduz em
grande escala os casos de imaturidade que se vêem hoje nas Igrejas.
Cristãos bem discipulados podem fazer uma tremenda diferença
para o Reino de Deus na terra, como no empenho na evangelização,
no ensino, no serviço, na submissão e no amor.

Tom Ascol declara que:

“Por que instruir outros homens? Em primeiro lugar, algumas

necessidades das Igrejas cristãs só podem ser supridas
quando instruímos outros homens. A necessidade urgente,
em todas as gerações, é que sejam levantados homens
piedosos para servirem em suas casas, na Igreja local e no
amplo trabalho do reino de Deus.” (ASCOL, 2011)
 Conhecimento genuíno da palavra

▪ Portanto, é de grande importância

O que é capaz alimentar
um discípulo de Jesus do
que a própria palavra
viva e eficaz de Deus?
Pois se torna impossível
obedecer à vontade de
Deus sem conhecer a Sua
Palavra.
que a palavra seja ministrada aos que
desejam ser discípulos de Cristo.
Entretanto, observa-se que existem
muitos que permanecem na Igreja
sendo analfabetos na Palavra por não
terem alguém que os instrua no
estudo da mesma e na alimentação
espiritual.
 Desenvolvimento da santificação
Jesus mesmo citou em João
17.17: “Santifica-os na
verdade; a tua palavra é a
verdade”.
Pois o conhecimento da palavra
é o mecanismo para alcançar a
santificação. Assim observamos
que o conhecimento da verdade
impulsiona o indivíduo a um agir
santo em suas atitudes.
▪ É impossível ser discípulo de Cristo sem
passar por uma transformação na vida do
indivíduo. Após a conversão, o discípulo
de Cristo tem uma mudança em sua
forma de pensar, passando a não se
conformar mais com o mundo, mas com
Cristo.
▪ O conhecimento da vontade de Deus leva
o indivíduo a se posicionar de uma forma
diferente diante da vida e se submeter a
uma renovação de sua mente.
 Experiência de vida compartilhada
Em todo o processo, o
testemunho do discipulador é
de grande importância. Pois
as experiências já vividas por
este serão de grande valor
para o recém-convertido.
Por isso também é necessário
que o discipulador tenha uma
conduta exemplar e um bom
testemunho.
▪ Já o Senhor Jesus, na Grande Comissão,
ordena aos seus primeiros discípulos a não
apenas pregar o Evangelho, mas dar
prosseguimento no processo do
discipulado.
▪ Eles deveriam ensinar tudo o que tinham
ouvido e aprendido do Mestre. Assim
podemos entender que todo discípulo de
Jesus deve transmitir aos novos
convertidos aquilo que ele mesmo
conquistou em Cristo.
 A importância da comunhão da igreja
É impossível crescer e até
permanecer na fé sozinho.
Pois é indispensável que os
discípulos de Cristo
estejam vivendo em
comunhão.
O discipulado traz essa
comunhão entre o
discípulo e o discipulador.
▪ O discipulado é muito além do que um
encontro para realizar lições de um livro.
É uma relação entre discipulador e
discípulo, onde o discipulador empenha
sua vida para preparar outra que venha
se parecer com Cristo. Discipulado é
relacionamento, é comunhão.
▪ O sucesso do processo de discipulado
está fortemente conectado com a força
da relação entre os indivíduos (discípulo
e discipulador).
MULTIPLICANDO A IGREJA
 Discipulado como forma de multiplicação

Na atualidade existe uma confusão quanto ao plano de Jesus a respeito da

evangelização do mundo. Há muitos que olham para a quantidade de
pessoas perdidas e vêem o resgatar do mundo como algo impossível.

Mas o problema está em não compreender que o plano de Jesus não é de

adição, mas de multiplicação.

Melhor do que conquistar alguém para Cristo é ver um filho

na fé se desenvolvendo e produzindo novos discípulos em
Cristo. Pois assim, é necessário que se veja além dos
“convertidos imediatos”: sendo importante ver que um
discípulo pode se multiplicar, gerando outros discípulos de
Jesus, que geram outros.
 Discipulado como forma de multiplicação

Ao ler as escrituras que fala sobre a vida de Jesus (Mt 4.19; Mt 28.19-20),
nota-se que Ele defendia a estratégia de progressão geométrica como
meio de alcançar os perdidos. Pois os seus discípulos deveriam fazer
discípulos, que fariam discípulos, que fariam discípulos, etc. Os discípulos
deveriam se multiplicar, para assim cumprir a Grande Comissão dada pelo
Mestre a todos.

Observa-se que o discipulado foi a maior ferramenta

apontada pelo Senhor, pelo qual a sua Igreja poderia alcançar
o mundo. “Fazer discípulos” foi a única ordem dada por Ele
na questão da expansão do Evangelho. Porque esse modelo
leva o indivíduo a conhecer o Senhor, firmar-se na verdade e
proclamar a salvação em Jesus Cristo. (ARAUJO, 1990)
Jesus discipulou!
Os 12 apóstolos
▪ Em seu tempo de vida na terra,
Jesus deixava claro que em
breve partiria aos céus. Mas
nestes poucos anos que esteve
na terra preparou homens que
pudessem dar continuidade à
expansão do seu Reino ao
mundo.
A responsabilidade dos 12
▪ Jesus instruiu doze, pois o tempo
era curto. Durante os seus três
anos de ministério ensinou-lhes e
instruiu-os para que pudessem se
tornar como Ele. Mesmo que um
tenha caído da fé, estes se
tornaram os seus apóstolos, os
quais lideraram a Sua Igreja e
discipularam outros.
Todos os apóstolos discipularam!
O ide
▪ Os discípulos deveriam ir ao
encontro dos homens, para
apresentar-lhes o Evangelho da
salvação. Jesus não estava
apenas interessado em
“borrifar” o Evangelho, mas
criar discípulos bíblicos. E o que
se nota é que seus discípulos
assim o fizeram.
João como exemplo
▪ Como um verdadeiro discípulo de
Jesus Cristo, o apóstolo João gerou
outros discípulos. Isso se mostra pelo
fato de escrever três cartas a líderes
eclesiásticos, apontando o seu
cuidado e responsabilidade como pai
espiritual destes.
Os discípulos dos apóstolos
discipularam!

O ide de Barnabé Áquila e Priscila

▪ O discipulado não foi algo praticado ▪ Outros discípulos que reconheceram

apenas por Jesus e os seus apóstolos, a importância do discipulado e o
mas outros discípulos também
praticaram. Um grande exemplo foi
Barnabé, o encorajador.
▪ Barnabé se mostra com um dom
especial para ver irmãos novos na fé
e discipulá-los. Barnabé foi quem
discipulou e acompanhou Saulo de
Tarso (Paulo), quando todos
desconfiavam deste.
colocaram em prática foram Áquila e
Priscila. Estes eram filhos na fé de
Paulo. Este casal discipulou um
homem chamado Apolo (At 18.24-
28), o qual se tornou um grande
instrumento de Deus entre os judeus
através do ensino.
 O discipulado resulta em discípulos que
dão frutos

O apóstolo Paulo, antes da conversão, provou da grande

oportunidade de ser acompanhado e discipulado por
Barnabé. Isso ficou marcante na vida do apóstolo, que
este se sentiu motivado a investir em outros novos A lição aprendida com Barnabé
discípulos de Cristo: Timóteo e Tito. impactou a vida de Paulo e as
gerações futuras. Isso demonstra que
discípulos bem acompanhados
geram novos discípulos de Cristo.
O discípulo que gera frutos é o mesmo que
conquista novos discípulos. Ele não se contenta
apenas em produzir um fruto, mas visa até a
terceira geração de discípulos de Cristo.
 O discipulado resulta em discípulos que
dão frutos

O discípulo que dá muitos frutos se importa com que seu

filho espiritual se multiplique como ele. Este se torna um
multiplicador de discípulos! Este deve ser o objetivo de
todo crente em Jesus, pois o discipulado multiplicador O discipulado é a maneira mais
não se contenta em estancar a geração espiritual. rápida e mais segura de mobilizar
todo o corpo de Cristo para
evangelizar. Portanto, o discipulado é
tanto um resultado da evangelização
Pois o discipulado facilita o crescimento do como uma forma de realizá-lá.
indivíduo, e este crescimento o impulsiona a
ser produtivo. O discipulado leva o novo
convertido a criar raízes em Cristo. Essa
conexão com o mestre impede que este se
torne improdutivo.
O discipulado resulta em discípulos que
dão frutos

O próprio discipulado de Paulo resultou em uma das

Igrejas mais importantes do Novo Testamento. O texto de
1 Coríntios 1.14 mostra que Paulo batizou apenas Crispo e
Gaio na cidade de Corinto.

Certamente Paulo tenha investido nesses discipulando-os

e acompanhando-os e a partir deles outros puderam
conhecer do mesmo Evangelho, sendo então batizados
por eles. Foi o discipulado de Paulo com Crispo e Gaio que
resultou na Igreja de Corinto.
O discipulado resulta em discípulos que
dão frutos

Uma outra grande Igreja que foi gerada pelo discipulado de Paulo
e seus companheiros Timóteo e Silas foi a Igreja de Tessalônica.

Isso se mostra no texto de 1 Tessalonicensses 1.6a: “De fato, vocês

se tornaram nossos imitadores e do Senhor.”.

O apóstolo Paulo e seus companheiros pregaram aos moradores

daquela cidade, e estes se tornaram seus imitadores, imitando
aquele a quem eles três imitavam – o Senhor Jesus.
 O maior propósito do discípulo

▪ O maior proposito do discípulo é ▪ O chamado à multiplicação de

criar outros discípulos. O livro de
João 15.5 aponta que, se o discípulo
permanece firmado com o Senhor,
este produzirá muitos frutos.
discípulos é “muito alto” no Novo
Testamento. Pois aquele que já
conheceu a Cristo deve reproduzir
em outro aquilo que Cristo gerou em
si.

O apóstolo Paulo dá grande ênfase no fato de que os cristãos

maduros deveriam ser produtivos. Se não fossem produtivos, não
atingiram a maturidade, pois nenhum discípulo maduro se
contenta com a esterilidade espiritual.
 O maior propósito do discípulo

▪ Dessa forma, entende-se que os

discípulos de Cristo devem gerar outros ▪ Cristo, além de dar a obrigação,
discípulos, e isso não é uma opção, mas exemplificou com a sua vida,
uma verdadeira obrigação dada pelo investindo em doze homens durante
Senhor Jesus. três anos de seu ministério.

A Palavra aponta que foi Cristo quem escolheu os seus discípulos

(Jo 15.16), com uma finalidade: que vão e dêem frutos. Os frutos
aqui mencionados são almas salvas.
 Conclusão

▪ Por fim, o discipulado que gera discípulos frutíferos, acabam levando

outros a se parecerem com o Mestre. Jones afirma: “À medida que se
assemelha a Ele, eles irão viver para reproduzi-lo em outros.” (JONES,
1986)
▪ A reprodução espiritual é onde se encontra o amor dos discípulos para
com Cristo, e também do reconhecimento do sacríficio na cruz. Como
forma de agradecer esse presente, o discípulo frutífero busca glorificar a
Deus gerando muitos frutos, ou seja, muitos outros discípulos.
(PHILLIPS, 1995)
 Conclusão

▪ A Igreja deve acordar e superar as quatro paredes do templo e os

dogmas, os cultos, doutrinas e trabalhar entre os fiéis para buscar o
perdido no mundo, levar o Reino para todos e, assim como Cristo
fez, agir com compaixãoo, misericórdia, bondade e amor ao
próximo. E mais do que isso, ensinar seus discípulos a serem
imitadores de Cristo.
▪ Assim, conclui-se que o discipulado é ensinar o discípulo a ser
parecido com Cristo, e sua importância para a igreja se reflete na
multiplicação e crescimento da própria igreja. Pois para cumprir a
vontade de Deus, é necessário praticar o discipulado.
OBRIGADO POR ASSISTIR!