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Sumário…………………………………………………………………………

1. Nota introdutória

2. “Os erros centrais do Sedevacantismo” por Carlos Nougué

3. Resposta a luz da doutrina

4. FINALIZAÇÃO E A OBSERVAÇÃO DO CSCJ

Para meus caros amigos: Sr. Valdeci, Sr. Charles Batista e Rev. Padre Wagner Silva
Instaurare omnia in Christo, ad maiorem Dei gloriam
…………………………………………………………………………………
1. Nova introdutória

"A religião do Deus que se fez homem se encontrou com a religião, porque ela é tal,
do homem que se faz Deus"; "Sabei reconhecer nosso novo humanismo: nós
também, nós, mais que quem quer que seja, nós temos o culto do homem". Estas
são falas do papa Paulo VI no encerramento do Concílio Vaticano II, onde, o que era
para ser uma prometida primavera acabou por se tornar tempos de trevas
(“Rezemos nesta época de trevas. Façamos penitência pelos eleitos.” - Padre Pio).
Com a sucessiva quantidade padres que abandonaram o sacerdócio (entre 1962 e
1972, 2130 padres foram reduzidos ao estado leigo; entre 1967 e 1974, trinta a
quarenta mil padres teriam abandonado sua vocação), com o desastre análogo nas
congregações religiosas (segundo o Cardeal Ratzinger: entre 1961 e 1981, o
número de religiosos passou de 46.933 para 26.294, ou seja, uma queda de 44%),
com a queda das novas vocações e entre outros estragos causados pelo Concílio, a
Igreja docente e a Igreja discente, os membros do Corpo Místico de Cristo teriam
suspeitado de que a causa daquela tão cruel crise tenha vindo do XXI Concílio
Ecumênico da Igreja Católica. Logo, surgem três posições teológicas que fazem
uma análise crítica desse concílio: os continuístas, aqueles que aceitam o CVII; os
que reconhecem e resistem, aqueles que rejeitam os ensinamentos do CVII; e os
católicos refratários, ou sedevacantistas, aqueles que dizem que o CVII não é um
concílio Católico.

A cada uma dessas posições há uma peculiaridade, os continuístas aceitam o


missal de Paulo VI; os R&R rejeitam-o celebrando o Missal de São Pio V, porém,
rezando pelo papa para que saia de seu estado de erro privado e volte a Tradição; e
por fim, os sedevacantistas também celebram o missal de São Pio V, mas não
rezam pelo papa, pois, depois da morte de Sua Santidade Pio XII, a Sé estaria
vacante; e os papas que supostamente estariam a ocupando durante esse longo
período de tempo, em verdade, não seriam papas, pois se um Papa antes de ser
eleito se mostrar herege, sua eleição já é inválida como nos diz o Papa Paulo IV em
sua constituição apostólica Cum ex Apostolatus Officio. Há quem diga que essa
parte jurisdicional da Bula do Papa Paulo IV bula de jurisdição que foi parcialmente
revogada no CDC de 1917; mas isso é falso, já que dentro dela o Sumo Pontífice
nos diz:

“10. Ilicitude das ações contrárias e sanção divina


Portanto, a homem algum seja lícito infringir esta página de Nossa Aprovação, Inovação, Sanção,
Estatuto, Derrogação, Vontade, Decreto, ou por temerária ousadia contradizer-lhes. Porém se
alguém pretender atentar, saiba que haverá de incorrer na indignação do Deus Onipotente e de seus
Santos Apóstolos Pedro e Paulo.
– Dado em Roma, junto a São Pedro, aos 15 de fevereiro do ano da Encarnação do Senhor de 1559,
4º ano de nosso Pontificado.” - Cum ex Apostolatus Officio, Paulo IV
“4. Pronta solução das vacâncias dos ofícios eclesiásticos.
Aqueles que pretendem ter um direito de patronato, ou de nomear pessoas idôneas para as Sedes
Eclesiásticas vacantes por estarem vazias, a fim de que tais cargos, depois de haver sido livrados da
servidão dos heréticos, não estão expostos aos inconvenientes de uma longa vacância mas sejam
outorgados a pessoas capazes de dirigir os povos pelas vias da justiça, estão obrigados a apresentar
ao Romano Pontífice os nomes de tais pessoas idôneas, dentro do tempo fixado por direito, de outra
maneira, transcorrido o tempo previsto, a disponibilidade de tais Sedes retorna ao Pontífice Romano”.
- Cum ex Apostolatus Officio, Paulo IV

“6. Nulidade de todas as promoções ou elevações dos desviados na Fé.


Agregamos que se em algum tempo acontecesse que um Bispo, incluso na função de Arcebispo, ou
de Patriarca, ou Primado; ou um Cardeal, incluso na função de Legado, ou eleito Pontífice Romano
que antes de sua promoção ao Cardinalato ou assunção ao Pontificado, se houvesse desviado da Fé
Católica, ou houvesse caído em heresia, ou incorrido em cisma, ou o houvesse suscitado ou
cometido, a promoção ou a assunção, incluso se esta houvera ocorrido com o acordo unânime de
todos os Cardeais, é nula, inválida e sem nenhum efeito; e de nenhum modo pode considerar-se
que tal assunção tenha adquirido validez, por aceitação do cargo e por sua consagração, ou pela
subseqüente possessão ou quase possessão de governo e administração, ou pela mesma
entronização ou adoração do Pontífice Romano, ou pela obediência que todos lhe haviam prestado,
qualquer seja o tempo transcorrido depois dos supostos ante ditos. Tal assunção não será tida por
legítima em nenhuma de suas partes, e não será possível considerar que se há outorgado ou se
outorga alguma faculdade de administrar nas coisas temporais ou espirituais aos que são
promovidos, em tais circunstâncias, à dignidade de bispo, arcebispo, patriarca ou primado, ou aos
que tem assumido a função de Cardeais, ou de Pontífice Romano, senão que pelo contrário todos e
cada um dos pronunciamentos, feitos, atos e resoluções e seus conseqüentes efeitos carecem de
força, e não outorgam nenhuma validez, e nenhum direito a ninguém.”
- Cum ex Apostolatus Officio, Paulo IV

Logo, a tese de que atualmente a Sé Romana não pode estar ocupada por um
herege, é ainda (e perpetuamente) válida; tal como a Bula Quo primum tempore de
São Pio V.
Para dar fim a essa introdução, peço encarecidamente que levem em consideração
que a exposição dessa tese não é uma manifestação de cisma ou calúnia ao
Romano Pontífice; não, é o exato contrário; por devoção a Palavra do Cristo dita a
São Pedro: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te
converteres, fortalece os teus irmãos.” (Lucas 22:32), que concluo sobre a luz do Magistério
Infalível da Igreja que um papa não pode cair em heresia, como nos diz Santo Afonso:
- "Se um papa, como pessoa privada, jamais caísse em heresia, ele cairia de seu
pontificado de uma só vez." [Oeuvres Completés. 9:232]
- “Se Deus permitisse que um papa fosse notoriamente herético e costumaz, ele
cessaria de ser Papa, e a Sé ficaria vacante

Uma boa leitura, para que a ortodoxia católica reine até a consumação dos séculos.
2.“Os erros centrais do Sedevacantismo” por Carlos
Nougué

O sedevacantismo é a doutrina segundo a qual, se um papa incorre em desvio da fé


ou heresia, deixa automaticamente de ser papa. Por isso, segundo os
sedevacantistas, estamos sem papa desde pelo menos Paulo VI.

Primeiro erro central


1) A perenidade do Primado petrino é definida explicitamente e diretamente, e
infalivelmente, pelo Concílio Vaticano I (D 1824). Cf. D 1825: “Cânon. Se alguém,
pois, disser que não é de instituição de Cristo mesmo, isto é, de direito divino, que o
bem-aventurado Pedro tenha PERPÉTUOS sucessores no primado sobre a Igreja
universal […], seja anátema”.

2) Mas o sedevacantismo diz que se interrompeu a sucessão de Pedro a partir de


certa altura da história da Igreja.

3) Logo, o sedevacantismo incorre em infração de doutrina definida infalivelmente


pelo magistério da Igreja.

Segundo erro central


1) A autoridade é o princípio formal de toda e qualquer sociedade; sem autoridade,
não pode haver sociedade. E isso seria assim, como diz S. Tomás de Aquino, ainda
que não tivesse havido o pecado original.

2) Mas o sedevacantismo diz que a Igreja (que é uma sociedade perfeita) ficou sem
sua autoridade já desde há 50 anos.

3) Logo, segundo o que afirma o sedevacantismo, a Igreja acabou.

4) Mas Cristo disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja.

5) Portanto, o sedevacantismo afirma algo contrário ao dito por Cristo.


Terceiro erro central
1) Os sedevacantistas dizem que os verdadeiros católicos podem ser dirigidos, em
caso de sedevacância, pelo próprio Espírito Santo, ou seja, invisivelmente.

2) Mas ser dirigido de todo invisivelmente é próprio do anjo e não condiz com a
natureza também carnal do homem.

3) Foi exatamente porque o homem não é um anjo e é também de carne que Deus
mesmo se encarnou.

4) E é também por isso que Pio XII em sua encíclica “Mystici Corporis” diz que a
Igreja não é nem nunca será pneumática, ou seja, de puros laços espirituais e sem
hierarquia visível.

5) Vê-se assim que o sedevacantismo infringe uma vez mais algo afirmado pelo
magistério, além de sustentar algo muito inconveniente do próprio ângulo puramente
racional.

Quarto erro central


1) Os sedevacantistas afirmam que a Igreja está sem papa desde há cerca de 50
anos.

2) Mas Deus se encarnou justamente porque era conveniente ao gênero humano ter
um chefe visível que o conduzisse à salvação; e Cristo foi a luz do mundo e o chefe
visível da Igreja enquanto esteve entre nós.

3) Mas Cristo teve de ir-se para que o Espírito Paráclito viesse sobre seus apóstolos
e discípulos, e por isso fez de Pedro o chefe visível da Igreja que ficaria em seu
lugar, que seria seu vigário.

4) Não o teria feito, porém, se um dia pudesse interromper-se a sucessão de Pedro


e, portanto, a própria missão salvífica de Cristo. Por isso disse que as portas do
inferno não prevaleceriam contra a Igreja.

5) Vê-se assim a que ponto o sedevacantismo despreza não só o sentido da mesma


Igreja, mas os mesmos princípios elementares da Teologia Sagrada.

OBSERVAÇÃO. Nada disso, porém, implica sustentar que um papa não possa
incorrer em desvio da fé. Pode fazê-lo, sim, ainda que não como pastor universal da
Igreja, ou seja, quando fala "in persona Christi" (na pessoa de Cristo); pode fazê-lo
somente como doutor privado ou, em geral, quando não fala "in persona Christi". E
que o possa fazer vê-se pelo caso do Papa Honório I (585-638), excomungado após
a morte por três concílios ecumênicos sucessivos com confirmação dos respectivos
papas; foi acusado de heresia monotelita. Mas atenção: nunca se disse que por
herege ele deixara de ser papa (ainda que já não merecesse sê-lo), o que mostra
uma vez mais quão novidadeiro é o sedevacantismo.

3. Resposta a luz da doutrina

- Consideração Inicial:
R: Nessa parte, temos que levar em consideração que esse texto traz uma falsa
definição da posição sedevacantista. O sedevacantismo é a posição teológica em
que, mediante a Doutrina Católica sobre o Papado, os papas pós-conciliares seriam,
na verdade, antipapas, por consequência iniciaria-se um período de vacância na Sé,
logo, estaríamos sem papas legítimos desde de 1958, sendo o último Romano
Pontífice sua santidade Pio XII. Na definição apresentada pelo autor do texto
existem os respectivos erros:
- "Se um papa incorre em desvio da fé ou heresia, deixa automaticamente de ser
papa."; porém , segundo escreve o Papa Paulo IV na bula Cum ex Apostolatus
Officio: "Declaramos e definimos (...) ou mesmo o Romano Pontífice, antes de sua
promoção ou elevação como Cardeal ou Romano Pontífice, desviou-se da fé
católica ou caiu em alguma heresia: que tal promoção ou elevação seja tida como
nula, inválida e sem efeito". Também, no concílio Vaticano I, que teve como objetivo
manter a pureza da fé e conservar toda potência da Igreja e, em sua quarta sessão,
com o objetivo de expor uma doutrina acerca da instituição do primado apostólico do
bem-aventurado Pedro, cuja autoridade deve estender-se a todos os tempos, a
todos os lugares, a todas as coisas relacionadas a religião, a todos cristãos leigos,
sacerdotes e bispos da terra, passou-se, afinal, à grande questão do magistério
infalível do Romano Pontífice. Neste Concílio, na constituição dogmática Pastor
Aeternus, foi dito: "Esta doutrina dos Apóstolos abraçaram-na todos os veneráveis
Santos Padres, veneraram-na e seguiram-na todos os santos doutores ortodoxos,
firmemente convencidos de que esta cátedra de S. Pedro sempre permaneceu
imune de todo erro, segundo a promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo feita ao
príncipe dos Apóstolos: "Eu roguei por ti , para que a tua fé não desfaleça (...) [Lc
22, 32]..."
- 1ª objeção ao suposto erro central do sedevacantismo
R: De antemão, há uma incorreta interpretação do que foi dito no Concílio Vaticano
I, pois, de fato, na visão sedevacantista a Santa Sé cobiçava um sucessor pós a
morte de Pio XII; porém, isso de forma alguma condiz com o a 3ª premissa, já que o
primado petrino se mantém mesmo com a Sé vacante. Pedro terá perpétuos
sucessores no seu primado, mas é possível que a Sé fique vacante (por um breve
ou longo período de tempo) sem que a primazia cesse, na medida em que ela é
garantida ao seus sucessores, que exercerão por influência do Espírito Santo,
infalibilidade em matéria de fé e moral. A sucessão de Pedro não é ininterrupta,
apenas o seu primado, que se estende aos seus sucessores.;

- 2ª objeção ao suposto terceiro erro central do sedevacantismo


R: A tese de que sem a autoridade visível a Igreja "acaba" é errônea pois leva
apenas em consideração somente a vacância da Sé contemporânea, e a suposta
consequência que ela teria da "Igreja acabar" somente nela. Se a falta de uma
autoridade daria como consequência a "finalização da Igreja", a Igreja teria acabado
nos 16 meses após a morte de São Fabiano. Como nos assegura São Cipriano, a
ferocidade da perseguição de Décio foi o doloroso motivo de não se poder eleger
um novo papa. Indo ainda mais além, a Igreja teria acabado pela segunda vez na
eleição papal ocorrida entre 29 de novembro de 1268 a 1 de setembro de 1271?
Pois nesse período, a Sé ficou vacante durante 34 meses. É claro que a qualquer
homem de fé isso não pode ser validado, pois mesmo sem sua cabeça visível (o
Romano Pontífice) a Igreja continuará a existir graças a sua cabeça invisível, Cristo;

- 3ª objeção ao suposto terceiro erro central do sedevacantismo


R: Falso, afirma-se que a Igreja, nos períodos de Sé Vacante é guiada pelo
magistério dos papas anteriores (de Pio XII em diante) e por sua cabeça invisível,
que é Cristo, assegurando que o erro não venha ser ensinado por Ela e nem que
torne-se defectível. A unidade se garante ao todo Magistério que nós católicos
possuímos. A unidade continua existindo, mas não temos um pastor para confirmar
isso, ela é compreendida pelo magistério papal;

- 4ª objeção ao suposto quarto erro central do sedevacantismo


R: Sim, a Igreja nunca será pneumática, porém, ao estar com a Sé vacante, estará
alicerçada na rocha invisível, que é Cristo, o qual mantém a Igreja viva e
indefectível.
FINALIZAÇÃO E A OBSERVAÇÃO DO CSCJ
- Um herege não pode ser Papa

A Doutrina diz que um herege não pode não pode ser papa:
- No Concílio Vaticano I, a seguinte questão foi proposta: Pode o Romano Pontífice
como pessoa privada cair em heresia manifesta?” “A resposta então foi:
‘Firmemente acreditando na providência sobrenatural, nós pensamos que tais
coisas muito provavelmente nunca ocorrerão. Mas Deus não falha em tempo de
necessidade. Donde, se Ele permitisse um mal assim, não faltariam os meios para
lidar com ele.’[Mansi 52:1109]”
-> Os teólogos respondem do mesmo modo. Não podemos provar a absoluta
improbabilidade de um evento dessa natureza [absolutam repugnantiam facti]. Por
essa razão, os teólogos comumente concedem que o Romano Pontífice, se caisse
em heresia manifesta, não seria mais membro da Igreja, e, portanto, não poderia ser
chamado sua cabeça visível. Manuale Theologiae Dogmaticae. Madrid: Ediciones
Studium 1959. 371.

- São Tomás de Aquino: “Considerando-se a providência divina que dirige Sua Igreja
pelo Espírito Santo para que ela não erre, como Ele mesmo prometeu — João 10,
26 — que, o Espírito sobrevindo, Ele ensinaria toda a verdade, entenda-se, sobre as
coisas necessárias à salvação; é impossível que o juízo da Igreja universal erre
sobre as coisas que toquem à fé, isso é uma certeza.” (Quod. IX, q. 8, a. 1)
“Os apóstolos e seus sucessores são vigários de Deus no governo da Igreja, que é
construída sobre a fé e os sacramentos da fé. Portanto, da mesma forma que ela
não pode instituir uma outra Igreja, ela não pode oferecer uma outra fé, nem instituir
outros sacramentos “. -St. Tomás de Aquino, Summa Theologica, III, q. 64, art. 2,
ad. 3

- São Roberto Belarmino: “Esse princípio é certíssimo. O não-cristão não pode, de


maneira alguma, ser Papa, coisa que o próprio Caetano admite (lib. c. 26). A razão
disso é que um indivíduo não tem como ser cabeça daquilo de que ele não é
membro; ora, quem não é cristão não é membro da Igreja, e um herege manifesto
não é cristão, tal como foi ensinado claramente por São Cipriano (lib. 4, epist. 2),
Santo Atanásio (Scr. 2 cont. Arian.), Santo Agostinho (lib. de great. Christ. cap. 20),
São Jerônimo (contra Lucifer) e outros; consequentemente, o herege manifesto não
pode ser Papa.” (De Romano Pontifice, lib. II, cap. xxx)"

- Papa Gregório XVI: "Agora, como é possível para um homem estar unido com o
Vigário de Cristo, se ele rejeita sua autoridade sagrada, se ele viola os direitos em
virtude daquilo que o Vigário assegura ser, na cabeça da Igreja, no centro da
unidade, possuidor da primazia da ordem e jurisdição, e do divino poder transmitido
para ele em toda plenitude de pastorear, reger e governar a Igreja Universal?"
[Encíclica Commissum divinitus 1835]
- Papa Inocêncio III: ““O Pontífice pode ser julgado pelos homens, ou antes seu
julgamento já efetuado pode ser manifestado por eles, caso ele se esvaia em
heresia, pois quem não crê já está julgado.” (Serm. IV, In Consecratione Pontificis)"
“Muito menos poderia o Pontífice Romano se gabar por ele não poder ser julgado
por nenhum homem, pois ele pode ser mostrado ter sido julgado pela Igreja, caso
ele tenha manifestamente perdido o sabor/sal na heresia, pois aquele que não crê já
se encontra julgado.” [Sermo 4: In Consecratione PL 218:670]ois quem não crê já
está julgado.” (Serm. IV, In Consecratione Pontificis)

- Canon 188.4, do Código de Direito Canônico de 1917: “Há certas causas as quais
efetuam a tácita (silenciosa) demissão de um posto, cuja demissão é aceita
antecipadamente pela operação da lei, e, por conseguinte, são efetivas sem
qualquer declaração. Essas causas são:
(4) se ele publicamente deserdou da fé.”
Canon 1325.2 -Depois da recepção do batismo, se alguém, retendo o nome de
cristão, nega ou duvida pertinazmente algo a ser crido a partir da verdade da fé
divina e Católica, tal indivíduo é um herege, (…)

- Pio XII: “Encontram-se em perigoso erro, portanto, aqueles que pensam poder
estar com Cristo, cabeça da Igreja, sem aderir fielmente ao seu Vigário na terra.
[Encíclica Mystici Corporis 1943]

- São Gregório Magno: “A Igreja nos últimos dias será privada de seus poderes. O
espírito profético se esconderá dela, ela perderá as graças necessárias para
desempenhar seu cargo público, a graça da abstinência será diminuída, seus
poderes de ensino desaparecerão, ainda que não completamente, assim também
será com seu poder de milagres e prodígios. Um exército de sacerdotes apóstatas
estará preparado para o Anticristo. No fim dos tempos haverá uma perfeita unidade
do mal, enquanto entre os justos haverá divisão e discórdia. “(Livro XXXV sobre Jó
c.1. Epístolas 1 v, 1, XVIII).

Sobre o papa Honório I, as cartas disputadas não eram públicas ; e somente é a


heresia PÚBLICA que impede o herege de obter ou reter o ofício ou autoridade
papal.
O teólogo Hurter e outros dizem que é certo que: “as cartas de Honório eram
desconhecidas [ignotae] até a morte do Pontífice, bem como aquela do [Patriarca]
Sérgio.” (Medulla Theologiae Dogmaticae, 360.)
Esse fato sozinho destrói o caso Honório como um argumento tanto contra os
teólogos depois de Belarmino quanto contra o sedevacantismo, ainda que se
concedesse que os conteúdos das cartas de Honório fossem heréticos. Pois é
somente a heresia pública que tira alguém do corpo da Igreja, e no caso do papado,
é a pública heresia que impede o herege de obter ou reter a autoridade papal. A
heresia privada em um papa, por outro lado, não surte tal efeito.
EIS a resposta para nossa questão: Não, o caso Honório não refuta nem (1) a
obrigação geral que os católicos têm de aderir ao magistério papal autêntico, nem o
princípio que está na base do sedevacantismo de que um herege público não pode
obter ou reter a autoridade papal.

(Uma breve resposta à fala de que o CVII não foi infalível)

“Não há, portanto, nenhuma solenidade ou fórmula que seja requerida em si


mesma para garantir a infalibilidade do Sumo Pontífice. Apenas uma coisa é
requerida: que ele fale como o chefe da Igreja. Contanto que seja constatado que
ele falou como chefe da Igreja, de qualquer maneira que o tenha feito e a quem quer
que seja sua palavra tenha sido imediatamente dirigída, seja à Igreja Inteira, seja a
um grupo, seja a um único indivíduo, essa palavra é infalível e indistintamente
obrigatória para todos os fiéis”
L' autorité des encycliques pontificales d' après Saint Thomas (Revista tomista de
1904)

“A Igreja ensinante (docente) é sempre infalível; Ela não pode se enganar nem nos
enganar; ela é imediatamente assistida por Deus. Ao definir, como foi feito, o que o
Chefe da Igreja é infalível em seu ensinamento, o Concílio falou em nome do próprio
Deus; e é o Espírito Santo que, para o bem de nossas almas e para a salvação do
mundo, falou através da grande voz desse concílio, e nos disse, entre outras
verdades salutares que: O PAPA, CHEFE DA IGREJA INFALÍVEL, É ELE MESMO
SEMPRE INFALÍVEL: E JAMAIS OS BISPOS, SACERDOTES E FIÉIS PODEM SE
ENGANA QUANDO OUVEM SUA PALAVRA”
L' infaillibilité Pontificale - Mons. De Segur

“um concílio há de, visando a definitiva sentença sobre as controvérsias de religião,


definir leis para toda a Igreja (…)
“Assim sendo, o concílio legitimamente reunido representa toda a Igreja, e quando é
confirmado pelo Papa, é infalível…” São João Bosco

Essa objeção não serve apenas como objeção às pessoas que não querem ver
infalibilidade em um Concílio infalível da Igreja, mas também como questionamento
levando a definição que São João Bosco nos apresentou: como um Concílio
Ecumênico não pode ser infalível?
(Uma breve resposta à fala de que o Papa só é infalível
quando fala ex cathedra) [por João Victor do apostolado São Bernardo de Claraval]

A Infabilidade se dá através do Magistério extraordinário e também do Magistério


ordinário. O Magistério extraordinário é caracterizado pelos atos solenes e
definitivos do Papa ou dos Bispos em comunhão com ele. Como exemplos destes
pronunciamentos extraordinários, podemos citar as declarações solenes chamadas
“ex-cathedra” (de cadeira) do Papa e também as proclamações definitivas dos
Bispos em comunhão com o Papa num Concílio Ecumênico. Quanto ao Magistério
ordinário, a infalibilidade é exercida quando o Papa ou os Bispos em comunhão com
ele, concordam em propor uma doutrina como definitiva. Como exemplo de
pronunciamento infalível do Magistério ordinário, pode-se recordar aqui a questão
da impossibilidade de ordenação de mulheres. Neste caso, o Papa pronunciou-se
definitivamente de maneira ordinária e sem recurso solene. A intenção do Magistério
ordinário de propor uma doutrina como definitiva geralmente não é ligada a
formulações técnicas de particular solenidade; basta que resulte claramente do teor
das palavras utilizadas e seus contextos. "

O único erro do autor foi ao dizer que o "Ex Cathedra" se manifesta apenas no
Magistério Extraordinário do Papa, no mais, até os modernistas confirmam a
Infalibilidade do Papa em seu Magistério Ordinário.
Aos que objetam quanto à Infalibilidade do Papa no seu Magistério Ordinário e que
ele goza de infalibilidade nas questões de disciplina e em seu governo da Igreja, ou
até mesmo que em definições de quaisquer doutrinas, seja dogmática ou não, é
conferida a infalibilidade na declaração, três coisas devem ser ressaltadas:

1. Na mesma constituição dogmática Pastor Aeternus, defini-se explicitamente tal


questão.
2. O própio Vaticano apóstata, por assim dizer, reconhece a Infabilidade do Papa em
seu Magistério Ordinário e imediato.
3. Não existem documentos que provam que o Papa é infalível apenas em
definições dogmáticas, como alguns colocam ao falar do
"Ex Cathedra", ou [apenas] em declarações solenes em seu Magistério
Extraordinário.
Constituição Dogmática do Concílio Vaticano I, Pastor Aeternus quanto a
isenção de máculas sobre a Cátedra de Pedro – e de seus sucessores.

"Se, pois alguém disser que ao Romano Pontífice cabe apenas o ofício de inspeção ou
direção, mas não o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda a Igreja, não só
nas coisas referentes à fé e aos costumes, mas também nas que se referem à
disciplina e ao governo da Igreja, espalhada por todo o mundo; ou disser que ele só
goza da parte principal deste supremo poder, e não de toda a sua plenitude;ou disser
que este seu poder não é ordinário e imediato, quer sobre todas e cada uma das
igrejas quer sobre todos e cada um dos pastores e fiéis - seja excomungado"
Pastor Aeternus - Vaticano I

"A salvação consiste antes de tudo em guardar a regra da fé verdadeira [...]. E como a
palavra de nosso Senhor Jesus Cristo, que disse: 'Tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja' [Mt 16,18], não pode ser preterida, o que foi dito é
comprovado pelo efeito, pois na Sé Apostólica sempre se conservou imaculada a
religião católica e foi celebrada santa a doutrina."
Pastor Aeternus

Maxence Hecquard sobre os requisitos da infalibilidade do Sumo Pontífice:

"Não há nenhuma solenidade ou fórmula que seja requerida em si mesma para


garantir a Infalibilidade do Sumo Pontífice. Apenas uma coisa é requerida: que ele
fale como o chefe da Igreja. Contanto que seja constatado que ele falou como chefe da
Igreja, de qualquer maneira que o tenha feito e a quem quer que sua palavra tenha
sido dirigida, seja à Igreja inteira, seja a um grupo, seja a um único indivíduo, essa
palavra é infalível e indistintamente obrigatória para todos os fiéis."
(Maxence Hecquard: Controverses)
Non Habemus Papam

Non Habemus Papam

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