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1. Nota introdutória
Para meus caros amigos: Sr. Valdeci, Sr. Charles Batista e Rev. Padre Wagner Silva
Instaurare omnia in Christo, ad maiorem Dei gloriam
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1. Nova introdutória
"A religião do Deus que se fez homem se encontrou com a religião, porque ela é tal,
do homem que se faz Deus"; "Sabei reconhecer nosso novo humanismo: nós
também, nós, mais que quem quer que seja, nós temos o culto do homem". Estas
são falas do papa Paulo VI no encerramento do Concílio Vaticano II, onde, o que era
para ser uma prometida primavera acabou por se tornar tempos de trevas
(“Rezemos nesta época de trevas. Façamos penitência pelos eleitos.” - Padre Pio).
Com a sucessiva quantidade padres que abandonaram o sacerdócio (entre 1962 e
1972, 2130 padres foram reduzidos ao estado leigo; entre 1967 e 1974, trinta a
quarenta mil padres teriam abandonado sua vocação), com o desastre análogo nas
congregações religiosas (segundo o Cardeal Ratzinger: entre 1961 e 1981, o
número de religiosos passou de 46.933 para 26.294, ou seja, uma queda de 44%),
com a queda das novas vocações e entre outros estragos causados pelo Concílio, a
Igreja docente e a Igreja discente, os membros do Corpo Místico de Cristo teriam
suspeitado de que a causa daquela tão cruel crise tenha vindo do XXI Concílio
Ecumênico da Igreja Católica. Logo, surgem três posições teológicas que fazem
uma análise crítica desse concílio: os continuístas, aqueles que aceitam o CVII; os
que reconhecem e resistem, aqueles que rejeitam os ensinamentos do CVII; e os
católicos refratários, ou sedevacantistas, aqueles que dizem que o CVII não é um
concílio Católico.
Logo, a tese de que atualmente a Sé Romana não pode estar ocupada por um
herege, é ainda (e perpetuamente) válida; tal como a Bula Quo primum tempore de
São Pio V.
Para dar fim a essa introdução, peço encarecidamente que levem em consideração
que a exposição dessa tese não é uma manifestação de cisma ou calúnia ao
Romano Pontífice; não, é o exato contrário; por devoção a Palavra do Cristo dita a
São Pedro: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te
converteres, fortalece os teus irmãos.” (Lucas 22:32), que concluo sobre a luz do Magistério
Infalível da Igreja que um papa não pode cair em heresia, como nos diz Santo Afonso:
- "Se um papa, como pessoa privada, jamais caísse em heresia, ele cairia de seu
pontificado de uma só vez." [Oeuvres Completés. 9:232]
- “Se Deus permitisse que um papa fosse notoriamente herético e costumaz, ele
cessaria de ser Papa, e a Sé ficaria vacante
Uma boa leitura, para que a ortodoxia católica reine até a consumação dos séculos.
2.“Os erros centrais do Sedevacantismo” por Carlos
Nougué
2) Mas o sedevacantismo diz que a Igreja (que é uma sociedade perfeita) ficou sem
sua autoridade já desde há 50 anos.
4) Mas Cristo disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja.
2) Mas ser dirigido de todo invisivelmente é próprio do anjo e não condiz com a
natureza também carnal do homem.
3) Foi exatamente porque o homem não é um anjo e é também de carne que Deus
mesmo se encarnou.
4) E é também por isso que Pio XII em sua encíclica “Mystici Corporis” diz que a
Igreja não é nem nunca será pneumática, ou seja, de puros laços espirituais e sem
hierarquia visível.
5) Vê-se assim que o sedevacantismo infringe uma vez mais algo afirmado pelo
magistério, além de sustentar algo muito inconveniente do próprio ângulo puramente
racional.
2) Mas Deus se encarnou justamente porque era conveniente ao gênero humano ter
um chefe visível que o conduzisse à salvação; e Cristo foi a luz do mundo e o chefe
visível da Igreja enquanto esteve entre nós.
3) Mas Cristo teve de ir-se para que o Espírito Paráclito viesse sobre seus apóstolos
e discípulos, e por isso fez de Pedro o chefe visível da Igreja que ficaria em seu
lugar, que seria seu vigário.
OBSERVAÇÃO. Nada disso, porém, implica sustentar que um papa não possa
incorrer em desvio da fé. Pode fazê-lo, sim, ainda que não como pastor universal da
Igreja, ou seja, quando fala "in persona Christi" (na pessoa de Cristo); pode fazê-lo
somente como doutor privado ou, em geral, quando não fala "in persona Christi". E
que o possa fazer vê-se pelo caso do Papa Honório I (585-638), excomungado após
a morte por três concílios ecumênicos sucessivos com confirmação dos respectivos
papas; foi acusado de heresia monotelita. Mas atenção: nunca se disse que por
herege ele deixara de ser papa (ainda que já não merecesse sê-lo), o que mostra
uma vez mais quão novidadeiro é o sedevacantismo.
- Consideração Inicial:
R: Nessa parte, temos que levar em consideração que esse texto traz uma falsa
definição da posição sedevacantista. O sedevacantismo é a posição teológica em
que, mediante a Doutrina Católica sobre o Papado, os papas pós-conciliares seriam,
na verdade, antipapas, por consequência iniciaria-se um período de vacância na Sé,
logo, estaríamos sem papas legítimos desde de 1958, sendo o último Romano
Pontífice sua santidade Pio XII. Na definição apresentada pelo autor do texto
existem os respectivos erros:
- "Se um papa incorre em desvio da fé ou heresia, deixa automaticamente de ser
papa."; porém , segundo escreve o Papa Paulo IV na bula Cum ex Apostolatus
Officio: "Declaramos e definimos (...) ou mesmo o Romano Pontífice, antes de sua
promoção ou elevação como Cardeal ou Romano Pontífice, desviou-se da fé
católica ou caiu em alguma heresia: que tal promoção ou elevação seja tida como
nula, inválida e sem efeito". Também, no concílio Vaticano I, que teve como objetivo
manter a pureza da fé e conservar toda potência da Igreja e, em sua quarta sessão,
com o objetivo de expor uma doutrina acerca da instituição do primado apostólico do
bem-aventurado Pedro, cuja autoridade deve estender-se a todos os tempos, a
todos os lugares, a todas as coisas relacionadas a religião, a todos cristãos leigos,
sacerdotes e bispos da terra, passou-se, afinal, à grande questão do magistério
infalível do Romano Pontífice. Neste Concílio, na constituição dogmática Pastor
Aeternus, foi dito: "Esta doutrina dos Apóstolos abraçaram-na todos os veneráveis
Santos Padres, veneraram-na e seguiram-na todos os santos doutores ortodoxos,
firmemente convencidos de que esta cátedra de S. Pedro sempre permaneceu
imune de todo erro, segundo a promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo feita ao
príncipe dos Apóstolos: "Eu roguei por ti , para que a tua fé não desfaleça (...) [Lc
22, 32]..."
- 1ª objeção ao suposto erro central do sedevacantismo
R: De antemão, há uma incorreta interpretação do que foi dito no Concílio Vaticano
I, pois, de fato, na visão sedevacantista a Santa Sé cobiçava um sucessor pós a
morte de Pio XII; porém, isso de forma alguma condiz com o a 3ª premissa, já que o
primado petrino se mantém mesmo com a Sé vacante. Pedro terá perpétuos
sucessores no seu primado, mas é possível que a Sé fique vacante (por um breve
ou longo período de tempo) sem que a primazia cesse, na medida em que ela é
garantida ao seus sucessores, que exercerão por influência do Espírito Santo,
infalibilidade em matéria de fé e moral. A sucessão de Pedro não é ininterrupta,
apenas o seu primado, que se estende aos seus sucessores.;
A Doutrina diz que um herege não pode não pode ser papa:
- No Concílio Vaticano I, a seguinte questão foi proposta: Pode o Romano Pontífice
como pessoa privada cair em heresia manifesta?” “A resposta então foi:
‘Firmemente acreditando na providência sobrenatural, nós pensamos que tais
coisas muito provavelmente nunca ocorrerão. Mas Deus não falha em tempo de
necessidade. Donde, se Ele permitisse um mal assim, não faltariam os meios para
lidar com ele.’[Mansi 52:1109]”
-> Os teólogos respondem do mesmo modo. Não podemos provar a absoluta
improbabilidade de um evento dessa natureza [absolutam repugnantiam facti]. Por
essa razão, os teólogos comumente concedem que o Romano Pontífice, se caisse
em heresia manifesta, não seria mais membro da Igreja, e, portanto, não poderia ser
chamado sua cabeça visível. Manuale Theologiae Dogmaticae. Madrid: Ediciones
Studium 1959. 371.
- São Tomás de Aquino: “Considerando-se a providência divina que dirige Sua Igreja
pelo Espírito Santo para que ela não erre, como Ele mesmo prometeu — João 10,
26 — que, o Espírito sobrevindo, Ele ensinaria toda a verdade, entenda-se, sobre as
coisas necessárias à salvação; é impossível que o juízo da Igreja universal erre
sobre as coisas que toquem à fé, isso é uma certeza.” (Quod. IX, q. 8, a. 1)
“Os apóstolos e seus sucessores são vigários de Deus no governo da Igreja, que é
construída sobre a fé e os sacramentos da fé. Portanto, da mesma forma que ela
não pode instituir uma outra Igreja, ela não pode oferecer uma outra fé, nem instituir
outros sacramentos “. -St. Tomás de Aquino, Summa Theologica, III, q. 64, art. 2,
ad. 3
- Papa Gregório XVI: "Agora, como é possível para um homem estar unido com o
Vigário de Cristo, se ele rejeita sua autoridade sagrada, se ele viola os direitos em
virtude daquilo que o Vigário assegura ser, na cabeça da Igreja, no centro da
unidade, possuidor da primazia da ordem e jurisdição, e do divino poder transmitido
para ele em toda plenitude de pastorear, reger e governar a Igreja Universal?"
[Encíclica Commissum divinitus 1835]
- Papa Inocêncio III: ““O Pontífice pode ser julgado pelos homens, ou antes seu
julgamento já efetuado pode ser manifestado por eles, caso ele se esvaia em
heresia, pois quem não crê já está julgado.” (Serm. IV, In Consecratione Pontificis)"
“Muito menos poderia o Pontífice Romano se gabar por ele não poder ser julgado
por nenhum homem, pois ele pode ser mostrado ter sido julgado pela Igreja, caso
ele tenha manifestamente perdido o sabor/sal na heresia, pois aquele que não crê já
se encontra julgado.” [Sermo 4: In Consecratione PL 218:670]ois quem não crê já
está julgado.” (Serm. IV, In Consecratione Pontificis)
- Canon 188.4, do Código de Direito Canônico de 1917: “Há certas causas as quais
efetuam a tácita (silenciosa) demissão de um posto, cuja demissão é aceita
antecipadamente pela operação da lei, e, por conseguinte, são efetivas sem
qualquer declaração. Essas causas são:
(4) se ele publicamente deserdou da fé.”
Canon 1325.2 -Depois da recepção do batismo, se alguém, retendo o nome de
cristão, nega ou duvida pertinazmente algo a ser crido a partir da verdade da fé
divina e Católica, tal indivíduo é um herege, (…)
- Pio XII: “Encontram-se em perigoso erro, portanto, aqueles que pensam poder
estar com Cristo, cabeça da Igreja, sem aderir fielmente ao seu Vigário na terra.
[Encíclica Mystici Corporis 1943]
- São Gregório Magno: “A Igreja nos últimos dias será privada de seus poderes. O
espírito profético se esconderá dela, ela perderá as graças necessárias para
desempenhar seu cargo público, a graça da abstinência será diminuída, seus
poderes de ensino desaparecerão, ainda que não completamente, assim também
será com seu poder de milagres e prodígios. Um exército de sacerdotes apóstatas
estará preparado para o Anticristo. No fim dos tempos haverá uma perfeita unidade
do mal, enquanto entre os justos haverá divisão e discórdia. “(Livro XXXV sobre Jó
c.1. Epístolas 1 v, 1, XVIII).
“A Igreja ensinante (docente) é sempre infalível; Ela não pode se enganar nem nos
enganar; ela é imediatamente assistida por Deus. Ao definir, como foi feito, o que o
Chefe da Igreja é infalível em seu ensinamento, o Concílio falou em nome do próprio
Deus; e é o Espírito Santo que, para o bem de nossas almas e para a salvação do
mundo, falou através da grande voz desse concílio, e nos disse, entre outras
verdades salutares que: O PAPA, CHEFE DA IGREJA INFALÍVEL, É ELE MESMO
SEMPRE INFALÍVEL: E JAMAIS OS BISPOS, SACERDOTES E FIÉIS PODEM SE
ENGANA QUANDO OUVEM SUA PALAVRA”
L' infaillibilité Pontificale - Mons. De Segur
Essa objeção não serve apenas como objeção às pessoas que não querem ver
infalibilidade em um Concílio infalível da Igreja, mas também como questionamento
levando a definição que São João Bosco nos apresentou: como um Concílio
Ecumênico não pode ser infalível?
(Uma breve resposta à fala de que o Papa só é infalível
quando fala ex cathedra) [por João Victor do apostolado São Bernardo de Claraval]
O único erro do autor foi ao dizer que o "Ex Cathedra" se manifesta apenas no
Magistério Extraordinário do Papa, no mais, até os modernistas confirmam a
Infalibilidade do Papa em seu Magistério Ordinário.
Aos que objetam quanto à Infalibilidade do Papa no seu Magistério Ordinário e que
ele goza de infalibilidade nas questões de disciplina e em seu governo da Igreja, ou
até mesmo que em definições de quaisquer doutrinas, seja dogmática ou não, é
conferida a infalibilidade na declaração, três coisas devem ser ressaltadas:
"Se, pois alguém disser que ao Romano Pontífice cabe apenas o ofício de inspeção ou
direção, mas não o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda a Igreja, não só
nas coisas referentes à fé e aos costumes, mas também nas que se referem à
disciplina e ao governo da Igreja, espalhada por todo o mundo; ou disser que ele só
goza da parte principal deste supremo poder, e não de toda a sua plenitude;ou disser
que este seu poder não é ordinário e imediato, quer sobre todas e cada uma das
igrejas quer sobre todos e cada um dos pastores e fiéis - seja excomungado"
Pastor Aeternus - Vaticano I
"A salvação consiste antes de tudo em guardar a regra da fé verdadeira [...]. E como a
palavra de nosso Senhor Jesus Cristo, que disse: 'Tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja' [Mt 16,18], não pode ser preterida, o que foi dito é
comprovado pelo efeito, pois na Sé Apostólica sempre se conservou imaculada a
religião católica e foi celebrada santa a doutrina."
Pastor Aeternus