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Aplicar Conhecimentos/Praticar Competência

NOVO LINHAS DA HISTÓRIA 11

D4 A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade, poder e dinâmicas sociais


1. A Europa dos Estados absolutos e a Europa dos Parlamentos

APLICAR Manual | Parte 1 | p. 25


CONHECIMENTOS SABER ANALISAR FONTES DIVERSAS E INTEGRAR OS SEUS ELEMENTOS NA RESPOSTA

DOC.1 | A AUTORIDADE REAL, SEGUNDO BOSSUET (1709)

Bossuet pintado por Hyacinthe Rigaud, em


1702.
Livro III – Onde se começa a explicar a natureza e as propriedades da autoridade régia
Art.º 1.º – As quatro características essenciais da autoridade real
Única preposição – Há quatro características essenciais à autoridade real.
Primeiramente, a autoridade real é sagrada, em segundo lugar, ela é paternal, em terceiro, ela é absoluta, em quarto,
está submetida à razão. […]
Art.º 2.º – A autoridade real é sagrada.
Primeira proposição – Deus estabelece os reis como seus ministros e reina por eles sobre os povos.

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Aplicar Conhecimentos/Praticar Competência

NOVO LINHAS DA HISTÓRIA 11

Nós já vimos que todo o poder vem de Deus [...]. Os príncipes atuam como ministros de Deus e seus lugares-tenentes
na terra. [...] Por isso, o trono real não é trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. [...]
Segunda proposição – A pessoa do rei é sagrada.
A pessoa dos reis é sagrada, e atentar sobre eles é um sacrilégio. Deus unge-os pelos seus profetas de uma unção
sagrada. [...] Mas mesmo sem a aplicação exterior desta unção, eles são sagrados pelo seu cargo, como
representantes da majestade divina. [...]
Livro IV – Características da realeza
Art.º 1.º – A autoridade real é absoluta.
Para tornar este tema odioso e insuportável, muitos pretendem confundir o governo absoluto e o governo arbitrário.
Mas não há nada de mais distinto. Primeira proposição. O príncipe não dá conta a ninguém do que ordena. [...] Sem
a sua autoridade absoluta o rei não pode fazer o bem nem reprimir o mal: é preciso que a sua autoridade seja tal que
ninguém espere poder escapar-lhe. [...]
Art.º 3.º – A autoridade régia é paternal e a sua característica própria é a bondade.
Depois das coisas que foram ditas, esta verdade não precisa de provas. Vimos que os reis têm o lugar de Deus, que
é o verdadeiro pai do género humano. Vimos também que a primeira ideia de poder entre os homens é a do poder
paternal, o que fez os reis segundo o modelo dos pais. Assim, todos estão de acordo que a obediência devida à
autoridade pública encontra-se [...] no preceito que obriga a honrar os pais. [...] Por tudo isto, o nome do rei é o nome
do pai e a bondade é a característica mais natural dos reis. [...]
Livro V – Quarta e última característica da autoridade real
Art.º 1 – A autoridade real está submetida à razão.
Primeira proposição – O governo é uma obra de razão e de inteligência [...].
Todos os homens são feitos para entender, mas vós principalmente sobre quem o grande povo repousa, quem deve ser
a alma e a inteligência de um Estado, em quem se deve encontrar a razão primeira de todos os seus movimentos [...].
Tudo se faz entre os homens pela inteligência e pelo conselho.
Bossuet, A política tirada da Sagrada Escritura, livros III-IV, 1709.

1. Explicite duas características do poder régio, segundo Bossuet.


Fundamente com excertos relevantes do documento.
2. Transcreva um excerto do documento 1 que evidencie a doutrina do poder régio de direito divino.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO
1. Tópicos de resposta:
– a autoridade do rei é sagrada: “Deus estabelece os reis como seus ministros”;
– o soberano é o representante de Deus na terra: “Os príncipes atuam como ministros de Deus e seus lugares-tenentes na
terra. [...]”;
– o poder régio é de origem divina: “todo o poder vem de Deus”;
– é absoluto e não arbitrário: “o príncipe não dá conta a ninguém do que ordena”;
– o poder régio é como o de um pai: “o nome do rei é o nome do pai e a bondade é a característica mais natural dos reis”;
– todos se submetem à autoridade régia: “ninguém espere poder escapar-lhe”;
– o monarca exerce a autoridade com base na razão e na inteligência: “deve ser a alma e a inteligência de um Estado”.
2. Afirmação:
– “Deus estabelece os reis como seus ministros e reina por eles sobre os povos”;
– “O trono real não é trono de um homem, mas o trono do próprio Deus”.

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