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NOVO LINHAS DA HISTÓRIA 11

TESTE 1 DE HISTÓRIA A – 11.º ANO

GRUPO I – A ORGANIZAÇÃO SOCIAL DO ANTIGO REGIME

DOC. 1 | A SOCIEDADE DO ANTIGO REGIME (1756)


Todos sabemos que a sociedade forma um corpo em que cada
indivíduo é um membro; esta verdade, que a Escritura nos ensina e que
a razão torna clara, é a fundação de todos os deveres relacionados
com a conduta de cada pessoa relativamente aos outros e
relativamente à sociedade enquanto um todo. 5
Por esta ordem de razões, cada um deve desempenhar uma função de
acordo com o seu lugar na sociedade. [...] É de acordo com este
princípio que devemos procurar a origem das leis que regem a nossa
sociedade, tanto para aqueles que governam como para os que são
governados. [...] A primeira distinção entre os homens é feita pelo 10
nascimento [...]. A segunda distinção ocorre da diversidade de
ocupações exigida pela sociedade e que unem as pessoas todas num
só corpo do qual cada um faz parte. Assim como Deus fez, tornou cada
um dependente dos outros, também Ele diferenciou o seu estatuto e
ocupação para a satisfação das diferentes necessidades, determinando 15
o lugar de cada um na sociedade [...]. A necessidade de governar os
povos iguais por natureza, distinguindo-se cada um de acordo com as
diferenças estabelecidas por Deus de acordo com a sua posição e
profissão, torna claro que o governo se eleva da sua vontade [...]. Uma
vez que o governo é necessário ao bem comum e que este foi 20
estabelecido por Deus, é consequentemente necessário a todos os que
Cardeal Mazarin. Foi primeiro-ministro da França entre governam e que são governados sejam submissos e obedientes [...]. A
1642 e 1661, durante a menoridade de Luís XIV obediência àquele que governa deve ser considerada como uma
obediência ao poder do próprio Deus [...].
Jean Domat, Le droit public, suite des lois civiles dans leur ordre naturel, 1756
[tradução adaptada].

DOC. 2 | O ANTIGO REGIME: UMA SOCIEDADE ASSENTE EM PRIVILÉGIOS

A - O interior de uma casa nobre visto pelo pintor B - O interior de uma casa camponesa visto pelo pintor
François Boucher na obra O Almoço, 1739. Louis Le Nain na obra Família de Camponeses, 1640. 1
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1. Nomeie o tipo de sociedade do Antigo Regime.

2. O cardeal Mazarin, que ocupou o cargo de primeiro-ministro, pertencia ao…


(A) baixo clero regular.
(B) alto clero secular.
(C) alto clero regular.
(D) baixo clero secular.

3. A ordem social que tinha como “[...] ocupação [a] satisfação das diferentes necessidades [...]” (Doc. 1,
ll. 10-11) era…
(A) o clero.
(B) a nobreza.
(C) a burguesia.
(D) o Terceiro Estado.

4. Explicite dois princípios que fundamentavam a organização social no Antigo Regime.


Os dois princípios devem conter excertos relevantes do documento 1.

5. Compare as duas ordens sociais, representadas nos documentos 2A e 2B, quanto a dois aspetos em que se
opõem nos respetivos estatutos e funções.
Fundamente a sua resposta com elementos relevantes dos dois documentos.

6. Transcreva um excerto do documento 1 que evidencie a fundamentação da origem divina do poder.

GRUPO II – O EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO EM FRANÇA


DOC. 1 | LUÍS XIV, VISTO POR VOLTAIRE (1739)
[Após a morte do cardeal Mazarino] Os jovens cortesãos acreditavam que renasceria o reinado dos favoritos. Cada
ministro esperava ocupar o primeiro lugar. Ninguém pensava que um rei [Luís XIV], que tinha sido criado longe dos
assuntos do Estado, se atreveria a tomar para si o fardo do governo [...]. Ninguém esperava ser governado pelo
soberano, pelo que nenhum dos que havia trabalhado com o primeiro-ministro [Mazarino] perguntou ao rei [Luís XIV]
quando seria ouvido. Todos lhe perguntaram: “A quem nos dirigimos?”. Luís XIV afirmou: “a mim”. 5
Mais surpreendente foi vê-lo perseverar*. Desde há algum tempo mostrava a sua força e demonstrava o seu génio
para reinar. Uma vez tomada esta resolução, manteve-a até ao último momento da sua vida. Fixou a cada um dos
seus ministros os limites do seu poder, tomou sempre conhecimento de tudo, deu-lhes a confiança necessária para
acreditarem no seu ministério e impediu que abusassem demasiado. [...] Para Luís XIV não havia perigo em tomar ou
não primeiro-ministro [...]. Em França não existia mais do que um soberano e os seus súbditos. Desde o início 10
demonstrou que nenhuma glória lhe era alheia e que desejava ser considerado rei absoluto, tanto no exterior como
internamente.
Voltaire, Le Siècle de Louis XIV, 1739 [tradução adaptada].

* Persistir ou manter a opinião.

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DOC. 2 | UM DIA NA CORTE DE VERSALHES (1676)


Em primeiro lugar, fui a Versalhes, onde estivemos ocupados todo o dia. De manhã até às três horas da tarde, fomos à
caça; quando voltámos da caça, mudámos de roupa e subimos para o jogo, onde estivemos até às sete da tarde; de
seguida, fomos ver uma comédia que só terminou às dez e meia da noite; depois da representação, jantámos; depois
do jantar, veio o baile que durou até às três horas da manhã e, só então, nos fomos deitar.
Carta da princesa Palatina à sua tia Sofia, 1676.

1. Explicite duas características do exercício do poder por Luís XIV.


Uma das características deve ser articulada com excertos relevantes do documento 1 e a outra característica deve
conter informações relevantes do documento 2.

2. Associe os elementos relacionados com a encenação do poder, presentes na coluna A, às características


respetivas que constam na coluna B. Todas as afirmações da coluna B devem ser utilizadas. Cada elemento da
coluna A pode ser associado a mais do que uma afirmação da coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(1) centro do exercício do poder, tornou-se o modelo das cortes europeias.
(2) Luís XIV aplicou o seu principal atributo de grandeza e de magnificência associado à luz
e esplendor do astro-rei.
(3) designação do tipo de organização e de convívio dos cortesãos que rodeavam o rei e
(a) Rei-Sol que tinha uma função social e política.
(4) designação atribuída ao monarca devido ao emblema simbólico que adotou para si.
(b) Versalhes
(5) de pavilhão de caça tornou-se na sede grandiosa e magnificente do absolutismo
(c) Sociedade de corte francês a partir de Luís XIV.
(6) o seu funcionamento de acordo com regras de protocolo e etiqueta destinava-se a
submeter e a controlar os privilegiados.
(7) o símbolo associado a Luís XIV tinha um significado político intencional, colocando-o no
centro de tudo e de todo o poder.

GRUPO III – O ANTIGO REGIME EM PORTUGAL

DOC. 1 | D. JOÃO V, A MAGNIFICÊNCIA E OSTENTAÇÃO – O TESTEMUNHO DE UM CONTEMPORÂNEO (1730)


D. João V, que hoje ocupa o trono de Portugal, é neto de D. João IV, duque de Bragança, que subtraiu o país ao domínio
de Filipe IV, rei de Espanha, e subiu ao trono de seus avós. Este príncipe andará pelos quarenta anos. Tem boa figura,
rosto comprido e é moreno como a maioria dos portugueses. Usa grande cabeleira negra, empoada, e veste
habitualmente com grande magnificência. Tive ensejo* de o ver quatro ou cinco vezes, uma das quais em dia de festa, na
capela real. Nessa ocasião cobria-lhe as vestes um longo manto de seda preta semeada de estrelas bordadas a ouro. [...] 5
O rei é tido por pessoa espirituosa e de engenho, mas é completamente destituído de cultura. Dizem-no
extraordinariamente mordaz** e assomadiço***, o que explica o chegar por vezes a tais extremos com os seus ministros
e com os que de perto o tratam que não parece ser um príncipe e muito menos um rei. Ama excessivamente a
magnificência e a ostentação.
Presentemente, está construindo numa alta e árida montanha chamada Mafra um palácio, uma igreja e um
convento que ficarão soberbos e custarão quantias fabulosas. [...]
César de Saussure, “Cartas escritas de Lisboa no ano de 1730” in José Brandão, Este é o reino de Portugal, Porto Salvo, Edições Saída de Emergência,
2013, p. 116.
* Oportunidade ** Satírico *** Irritadiço, que se irrita facilmente.

DOC. 2 | O COCHE DA
EMBAIXADA AO PAPA

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CLEMENTE XI, ENVIADA


POR D. JOÃO V (1716)

DOC. 3 | D. JOÃO V E A SUBORDINAÇÃO DO POVO E DA NOBREZA À SUA AUTORIDADE (C. 1730)


O Rei só tem um ministro, Diogo de Mendonça Corte Real [...]. É universalmente estimado. Geralmente é designado
por Secretário de Estado e, embora na realidade desempenhe cabalmente essas funções há mais de 25 anos,
oficialmente não passa de um simples Secretário do Conselho de Estado; e embora todos os negócios lhe passem
pelas mãos, ele nada pode resolver por decisão própria, pois até nas mais pequenas coisas só intervém como
executor da vontade régia, pois o Rei deseja estar sempre informado de tudo. [...] 5
O Rei dá audiência três vezes por semana a qualquer dos seus súbditos, não sendo excluídos desta prerrogativa
nem os escravos negros nem as negras escravas. As duas primeiras audiências da semana são para o povo e a
última para a nobreza.
O Rei é tão temido como amado pelo povo e os grandes temem-no mais do que o amam. Atribui-se ao Rei este dito
acerca da Nobreza do Reino – que o seu avô apenas a temia, seu pai temia-a e amava-a e ele nem a ama nem a 10
teme. [...] O Rei é muito justiceiro; aboliu o direito de asilo que possuíam os conventos e as casas dos grandes
fidalgos, que agora já não servem de couto aos malfeitores ou aos que andem fugidos à justiça. Tem firmeza e sabe
melhor do que souberam os seus antecessores manter nos justos limites a subordinação do povo e da nobreza, que
outrora foi muito absoluta e quase independente. [...]
O Portugal de D. João V visto por três forasteiros, Biblioteca Nacional, Lisboa, 1989, pp. 68-69.

1. Nomeie o acontecimento histórico a que se refere a informação “D. João IV, duque de Bragança, que subtraiu o
país ao domínio de Filipe IV, rei de Espanha, e subiu ao trono de seus avós.” (Doc. 1, ll. 1-2))

2. Transcreva um excerto do documento 3 que evidencie a burocratização do exercício do poder absolutista.

3. Desenvolva o tema O sucesso do absolutismo joanino, articulando os dois tópicos de orientação seguintes:
– estratégias de afirmação do poder, a nível interno e externo;
– manifestações de subordinação da sociedade ao poder absoluto.
Na sua resposta:
– apresente três elementos para cada tópico de orientação, evidenciando a relação entre os elementos dos dois
tópicos;
– integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos 1 a 3.

GRUPO IV – A RECUSA DO ABSOLUTISMO EM INGLATERRA


DOC. 1 | A PETIÇÃO DOS DIREITOS (1628)
1. Os Lordes espirituais e temporais e os Comuns, reunidos em Parlamento, apresentam muito humildemente ao
nosso soberano, o senhor Rei [...] que [os vossos súbditos] não poderiam ser obrigados a participar em nenhuma
taxa, talha* ou subsídio nem em nenhum outro encargo [...] sem o comum consentimento da Nação, expresso em
Parlamento. [...].
3. Considerando que está também decidido e estabelecido pelo estatuto intitulado Magna Carta das Liberdades de 5
Inglaterra que nenhum homem livre poderá ser preso nem posto numa prisão, nem desapossado das suas liberdades
[...], nem posto fora da lei ou exilado ou molestado de qualquer modo se não for em virtude de uma sentença legal dos
seus pares ou das leis do país. [...]
5. Considerando, todavia, que, não obstante estes estatutos e outras regras e boas leis do vosso reino com o mesmo fim,
vários dos vossos súbditos têm recentemente sido presos sem que se tenha indicado a causa [...]. 10
6. Considerando que numerosos destacamentos de soldados e marinheiros têm recentemente sido dispersos em muitos
condados do reino, e que os habitantes foram obrigados a recebê-los e a albergá-los contra sua vontade, contrariamente
às leis e aos costumes deste reino, para grande opressão do povo [...].
10. Por estas causas, suplicam humildemente a V. muito excelente Majestade que, no futuro, ninguém seja obrigado a
fazer qualquer doação [...], nem a pagar qualquer taxa ou qualquer outro imposto sem [...] consentimento votado pelo 15

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Parlamento [...] que nenhum homem livre seja preso ou detido da maneira supra indicada; que praza** a V.M. mandar
retirar os soldados e marinheiros de que supra se falou [...].
Petição dos Direitos, 1628.

*Imposto **Agrade
DOC. 2 | A EXECUÇÃO DE CARLOS I (1649)

A 30 de janeiro de 1649, Carlos Stuart foi decapitado em frente ao palácio de Whitehall. O rei (1) durante o seu processo:
Carlos I a ser levado para o cadafalso (2) onde veio a morrer (3), depois de ter sido condenado como traidor. Perante a
DOC. 3 | CONJUNTO DOCUMENTAL
execução, uns desmaiam (4), enquanto outros molham os seus lenços no sangue real (5).

A. Oliver Cromwell dissolve o Parlamento. B. Restauração da monarquia com Carlos II.

C. Guilherme de Orange e Maria Stuart recebem a coroa do Parlamento. D. Guerra civil entre realistas e “cabeças redondas”.

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1. A afirmação “Os Lordes espirituais e temporais e os Comuns, reunidos em Parlamento” (Doc. 1, l. 1) refere-se ao…
(A) exercício do poder judicial.
(B) exercício do poder executivo.
(C) exercício do poder militar.
(D) exercício do poder legislativo.

2. A afirmação “Considerando, todavia, que, não obstante estes estatutos […], vários dos vossos súbditos têm
recentemente sido presos sem que se tenha indicado a causa [...].” (Doc. 1, ll. 9-10) refere-se ao não cumprimento do
direito de…
(A) liberdade de reunião e de expressão de todos os súbditos do rei.
(B) igualdade perante a lei de todos os súbditos do rei.
(C) habeas corpus pelo qual ninguém podia ser preso sem culpa formada.
(D) liberdade política de escolher os seus representantes no Parlamento.

3. O documento que consagrou o cumprimento, por parte dos reis ingleses, da obrigação de não lançar impostos
“sem [...]. consentimento votado pelo Parlamento” (Doc. 1, ll. 15-16) foi…
(A) a Magna Carta.
(B) a Declaração dos Direitos.
(C) a Petição dos Direitos.
(D) a lei de Habeas Corpus.

4. Explicite dois aspetos que evidenciam a recusa do absolutismo na sociedade inglesa.


Um dos aspetos deve conter excertos relevantes do documento 1 e o outro deve ser articulado com informações do
documento 2.

5. Ordene cronologicamente as imagens A, B, C e D (Doc. 3) que se reportam à recusa do absolutismo na sociedade


inglesa.

6. Complete o texto seguinte, selecionando a opção adequada para cada espaço.


Em 1679, na sequência da ação de Carlos II, o Parlamento fez aprovar a lei …a)…. Jaime II subiu ao trono depois
da morte do seu irmão e entrou em conflito com o Parlamento. Foi solicitada a intervenção de Guilherme III de
Orange e Nassau que, em 1688, invadiu a Inglaterra. A …b)… foi o culminar do processo de recusa do …c)… e
significou a afirmação da monarquia parlamentar, regulada …d)…, que limitava o poder régio, agora partilhado com
o Parlamento.

a) b) c) d)
1. Petição dos Direitos 1. Revolução Parlamentar 1. absolutismo 1. pela Magna Carta
2. Habeas Corpus 2. Revolução Triunfante 2. parlamentarismo 2. pelo Act of Settlement
3. Magna Carta 3. Revolução Gloriosa 3. oligarquismo 3. pela Petição dos Direitos
4. Bill of Rights 4. Gloriosa Revolução 4. republicanismo 4. pelo Bill of Rights

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FIM

ÍTENS
GRUPO
COTAÇÃO (em pontos)
1 2 3 4 5 6
I
10 10 10 15 15 10 70
1 2
II
10 15 25
1 2 3
III
10 10 20 40
1 2 3 4 5 6
IV
10 10 10 15 10 10 65
TOTAL 200

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