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MÓDULO 2 TEMA

A CULTURA DO SENADO A PINTURA E A ARTE DO MOSAICO AULA 31 1

A PINTURA: A VIDA ENQUANTO FORMA DE ARTE

PERÍODOS DA PINTURA ROMANA A pintura e o mosaico são as expressões artísticas


que melhor refletem os padrões de vida e o
REPÚBLICA BAIXO IMPÉRIO ALTO IMPÉRIO
c. 250-27 a. C. 27 a. C.-c. 180 d. C. c. 180-476
quotidiano dos Romanos.

1.o ESTILO 2.o ESTILO 4.o ESTILO


A pintura e o mosaico exprimem o conforto, o luxo
2.o ESTILO 3.o ESTILO e o requinte da vida pública e doméstica.
RETRATO A pintura e o mosaico têm um papel determinante
na caracterização dos espaços seguintes:
• edifícios públicos (termas, basílicas, palácios);
• edifícios religiosos (templos, túmulos);
• edifícios privados (domus, villae).
A preservação em Pompeia do mais importante
conjunto de pintura de toda a Antiguidade permitiu
estudar a evolução da pintura romana,
organizando--a em quatro estilos, da Época
Republicana à Época Imperial.

Villa de Livia, Roma, 30-20 a. C.


Paulo Simões Nunes
História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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A REPRESENTAÇÃO PERSPETIVADA DO ESPAÇO

A pintura e o mosaico complementavam os espaços


arquitetónicos do seguinte modo:
• enriqueciam cenograficamente os ambientes
interiores;
• ampliavam os espaços através de efeitos
ilusionistas de perspetiva;
• animavam a arquitetura de composições
fantasistas, expressivas e plasticamente criativas.
As pesquisas em torno da representação pictórica
permitiram a construção da ilusão arquitetónica, ou
seja, permitiram a criação da perspetiva.
A perspetiva permitia criar a perceção de um espaço
tridimensional sobre a superfície das paredes.

Villa de Fannius Sinistor, Pompeia, 40-30 a. C. Paulo Simões Nunes


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A PINTURA ROMANA: TÉCNICAS E TEMAS

Técnica da pintura a fresco:


• os pigmentos (cores/tons) são diluídos em água;
• as cores/tons são aplicados sobre a parede com
revestimento de gesso ainda húmido;
• após a secagem, as cores/tons fixam-se no gesso
produzindo os efeitos plásticos e expressivos
pretendidos pelo artista.
Técnica da encáustica:
• consiste na diluição dos pigmentos em cera derretida;
• utilizada principalmente em suportes de madeira;
• garante maior conservação da pintura.

Os principais temas tratados foram:


• cenas mitológicas (mitos e vida dos deuses);
• temas históricos (episódios épicos e façanhas militares);
• paisagens e naturezas-mortas;
• retratos. Paulo Simões Nunes
Eneias e Dido, Villa do Citarista, Pompeia, séc. I a. C.
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OS ESTILOS: O PRIMEIRO ESTILO

O «primeiro estilo» consistiu em painéis de


estuque pintado com imitações de
revestimentos em mármore colorido.
Produção de composições geométricas
cromáticas imitando revestimentos de pedra
Villa de Fannius Sinistor,
Boscoreale, Pompeia, 40-30 a. C. mármore.
Tratava-se de uma fórmula económica de criar
ambientes requintados através de
composições dinâmicas e com um cromatismo
muito rico.

Paulo Simões Nunes


Casa dos Griffins, Roma, 200-60 a. C. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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OS ESTILOS: O SEGUNDO ESTILO

O «segundo estilo» também foi designado o


«estilo da perspetiva arquitetónica».

Caracteriza-se pela representação de


cenografias arquitetónicas designadas por
«efeitos de janela» com paisagens e outras
representações simulando a profundidade do
espaço.
Manifesta-se através da criação de efeitos
ilusórios nas paredes através da representação
de elementos arquitetónicos.

Evidencia a tentativa de «rasgar» a superfície


Villa de Fannius Sinistor, Pompeia, 40-30 a. C. da parede criando a perceção de
profundidade.

Paulo Simões Nunes


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OS ESTILOS: O TERCEIRO ESTILO

O «terceiro estilo» também é designado por


«estilo ornamental». Os artistas deram
preferência à conceção, à composição e ao
tratamento da superfície da parede, em
detrimento dos efeitos ilusionistas.

O vocabulário ornamental adquire maior


Domus Farnesina, Pompeia, c. 20 a. C.
protagonismo e maior sentido decorativo.

Os elementos arquitetónicos servem apenas


para estruturar a parede, combinando com
grinaldas, sanefas e outros ornamentos
vegetalistas.
As cenas figurativas são representadas como
quadros pendurados nas paredes.

Villa Lucretius Fronto, Pompeia, c. 50-65 Paulo Simões Nunes


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OS ESTILOS: O QUARTO ESTILO

O «quarto estilo» também é designado por


«estilo compósito». Foi o mais complexo,
cenográfico e plástico, traduzindo uma síntese
dos estilos anteriores.

Utilizou as imitações de mármore, perspetivas


arquitetónicas, cenas mitológicas e paisagens
Casa dos Vetti, Pompeia, 60 d. C.
ilusionísticas, numa fusão de técnicas e modos
de representação.

Neste estilo foram criados ambientes de


profunda exuberância, fantasia e requinte,
com elevado realismo e um apurado
tratamento plástico.
Foi o estilo mais fantasioso, complexo e
artificioso.

Casa dos Vetti, Pompeia, 60 d. C.


Paulo Simões Nunes
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A ARTE DO MOSAICO

A arte do mosaico atingiu o seu apogeu


durante o Império Romano.

A técnica consiste na colocação de tesselas


embutidas nas paredes ou pavimentos.

As tesselas são pequenos fragmentos de


Mosaicos romanos de padrões geométricos, séculos II e I a. C.
pedras, vidros, cerâmica esmaltada usadas
para decorar as superfícies.
A par da pintura de frescos, a arte do mosaico
contribuiu para enriquecer os ambientes
interiores das habitações ou de espaços
públicos como termas, basílicas, etc.
Foram criadas composições formalmente
muito complexas e de uma grande riqueza
plástica.

Mosaicos romanos com motivos vegetalistas, séculos II e I a. C. Paulo Simões Nunes


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A ARTE DO MOSAICO

O mosaico teve os mesmos objetivos que a pintura:


• enriquecer cenograficamente os ambientes
interiores;
• animar a arquitetura através de composições
fantasistas, expressivas e plasticamente criativas.
Mosaicos romanos de motivos figurativos, século I a. C.
Principais temáticas desenvolvidas no mosaico:
• representações figurativas (temas mitológicos,
históricos e do quotidiano);
• composições geométricas;
• composições com motivos vegetalistas.

A arte do mosaico desenvolveu uma vasta temática


de padrões ornamentais que constituem autênticos
«tapetes» de revestimentos de pavimentos.

Paulo Simões Nunes


Mosaico de Centocelle, Cena de Amor, Roma, século I. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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