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OS FRESCOS DE Pompeia foi uma antiga cidade helenística que foi 1

POMPEIA integrada no Império Romano em 80 a. C.


A cidade tinha uma intensa vida
urbana, possuindo boas
infraestruturas e os principais
equipamentos – fórum, termas,
teatro, basílica, templos, palestra,
mercado, etc.
Era procurada pelos patrícios como
estância de férias que ali construíam
CARDO DECUMANO POMPEIA
as suas villae de campo.
ANFITEATRO Em 79 d. C. a cidade ficou submersa em
lava e cinzas pela erupção do vulcão
Vesúvio, vindo a ser descoberta por
arqueólogos em 1748.
FÓRUM
As escavações deram a conhecer não só o
melhor testemunho acerca da civilização e da
cultura romana, como também o mais
Paulo Simões Nunes
completo espólio de pintura romana
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OS FRESCOS Tanto na arquitetura das villae como na decoração interior foi
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DE POMPEIA possível perceber o conforto, o luxo e o requinte de que os
Romanos disfrutavam na sua vida privada.
Grande parte da urbe de Pompeia era
formada por villae (casas de férias) dos
patrícios que para aqui vinham fruir os
seus tempos de ócio e de lazer.
O bom estado em que as moradias se
encontravam permitiu conhecer o
modo de vida dos Romanos, as
Fórum de Pompeia, século I. comodidades e a sumptuosidade da
sua vida privada.
Do mesmo modo, permitiu efetuar
pesquisas muito aprofundadas sobre a
pintura a fresco e estabelecer quatro
períodos de desenvolvimento, os
«quatro estilos» da pintura romana.

Paulo Simões Nunes


Casa de Marcus Lucrecius, Pompeia, século I. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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A PINTURA: A VIDA A pintura e o mosaico são as expressões artísticas que 3
ENQUANTO FORMA melhor refletem os padrões de vida e o quotidiano dos
DE ARTE Romanos.
A pintura e o mosaico exprimem o
PERÍODOS DA PINTURA ROMANA conforto, o luxo e o requinte da vida
REPÚBLICA BAIXO IMPÉRIO ALTO IMPÉRIO
pública e doméstica.
c. 250-27 a. C. 27 a. C.-c. 180 d. C. c. 180-476
A pintura e o mosaico têm um papel
1.o ESTILO 2.o ESTILO 4.o ESTILO determinante na caracterização dos
2.o ESTILO 3.o ESTILO
espaços seguintes:
RETRATO
• edifícios públicos (termas, basílicas,
palácios);
• edifícios religiosos (templos, túmulos);
• edifícios privados (domus, villae).
A preservação em Pompeia do mais
importante conjunto de pintura de
toda a Antiguidade permitiu estudar a
evolução da pintura romana,
Villa de Livia, Roma, 30-20 a. C.
organizando--a em quatro estilos, da Paulo Simões Nunes
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Época Republicana à Época Imperial.
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Os principais temas tratados foram:
A PINTURA ROMANA: 4
TÉCNICAS E TEMAS • cenas mitológicas (mitos e vida dos deuses);
• temas históricos (episódios épicos e façanhas militares);
• paisagens e naturezas-mortas;
• retratos.
Técnica da encáustica:
• consiste na diluição dos pigmentos em cera
derretida;
• utilizada principalmente em suportes de madeira;
• garante maior conservação da pintura.
Técnica da pintura a fresco:
• os pigmentos (cores/tons) são diluídos em água;
• as cores/tons são aplicados sobre a parede com
revestimento de gesso ainda húmido;
• após a secagem, as cores/tons fixam-se no gesso
produzindo os efeitos plásticos e expressivos
Eneias e Dido, Villa do Citarista, Pompeia, séc. I a. C. pretendidos pelo artista. Paulo Simões Nunes
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OS ESTILOS: O 5
PRIMEIRO ESTILO O «primeiro estilo» consistiu em
painéis de estuque pintado com
imitações de revestimentos em
mármore colorido.

Produção de composições
Villa de Fannius Sinistor, geométricas cromáticas imitando
Boscoreale, Pompeia, 40-30 a. C.
revestimentos de pedra mármore.

Tratava-se de uma fórmula


económica de criar ambientes
requintados através de
composições dinâmicas e com um
cromatismo muito rico.
Paulo Simões Nunes
Casa dos Griffins, Roma, 200-60 a. C. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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OS ESTILOS: O O «segundo estilo» também foi designado o «estilo 6
SEGUNDO ESTILO da perspetiva arquitetónica».
Caracteriza-se pela representação
de cenografias arquitetónicas
designadas por «efeitos de janela»
com paisagens e outras
representações simulando a
profundidade do espaço.
Manifesta-se através da criação de
efeitos ilusórios nas paredes
através da representação de
elementos arquitetónicos.

Villa de Fannius Sinistor, Pompeia, 40-30 a. C.


Evidencia a tentativa de «rasgar» a
superfície da parede criando a
perceção de profundidade.

Paulo Simões Nunes


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OS FRESCOS 7
DE POMPEIA Um dos conjuntos mais importantes
representativos do «segundo estilo»
encontra--se na Villa dos Mistérios, num
conjunto de painéis que representam várias
cenas rituais e místicas de uma religião
mistérica de culto a Dionísio.

Villa dos Mistérios, Pompeia, c. 50 a. C. Paulo Simões Nunes


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OS ESTILOS: O O «terceiro estilo» também é designado por 8
TERCEIRO ESTILO «estilo ornamental». Os artistas deram
preferência à conceção, à composição e ao
tratamento da superfície da parede, em
detrimento dos efeitos ilusionistas.

O vocabulário ornamental adquire maior


protagonismo e maior sentido decorativo.
Os elementos arquitetónicos servem
Domus Farnesina, Pompeia, c. 20 a. C. apenas para estruturar a parede,
combinando com grinaldas, sanefas e
outros ornamentos vegetalistas.

As cenas figurativas são


representadas como quadros
pendurados nas paredes.

Villa Lucretius Fronto, Pompeia, c. 50-65 Paulo Simões Nunes


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OS ESTILOS: O O «quarto estilo» também é designado por9
QUARTO ESTILO «estilo compósito». Foi o mais complexo,
cenográfico e plástico, traduzindo uma
síntese dos estilos anteriores.
Utilizou as imitações de mármore,
perspetivas arquitetónicas, cenas
mitológicas e paisagens
ilusionísticas, numa fusão de
técnicas e modos de
Casa dos Vetti, Pompeia, 60 d. C. representação.
Neste estilo foram criados ambientes de
profunda exuberância, fantasia e
requinte, com elevado realismo e um
apurado tratamento plástico.

Foi o estilo mais fantasioso,


complexo e artificioso.
Casa dos Vetti, Pompeia, 60 d. C.
Paulo Simões Nunes
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A ARTE DO A arte do mosaico atingiu o seu apogeu durante o 10
MOSAICO Império Romano.
A técnica consiste na colocação de
tesselas embutidas nas paredes ou
pavimentos.
As tesselas são pequenos fragmentos de
pedras, vidros, cerâmica esmaltada usadas
para decorar as superfícies.
Mosaicos romanos de padrões geométricos, séculos II e I a. C.

A par da pintura de frescos, a arte do


mosaico contribuiu para enriquecer os
ambientes interiores das habitações ou de
espaços públicos como termas, basílicas,
etc.
Foram criadas composições formalmente
muito complexas e de uma grande
riqueza plástica. Paulo Simões Nunes
Mosaicos romanos com motivos vegetalistas, séculos II e I a. C.
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A ARTE DO O mosaico teve os mesmos objetivos que a11
MOSAICO pintura:
• enriquecer cenograficamente os ambientes
interiores;
• animar a arquitetura através de
composições fantasistas, expressivas e
plasticamente criativas.
Principais temáticas desenvolvidas no
Mosaicos romanos de motivos figurativos, século I a. C. mosaico:
• representações figurativas (temas
mitológicos, históricos e do quotidiano);
• composições geométricas;
• composições com motivos vegetalistas.
A arte do mosaico desenvolveu uma vasta
temática de padrões ornamentais que
constituem autênticos «tapetes» de
revestimentos de pavimentos.
Paulo Simões Nunes
Mosaico de Centocelle, Cena de Amor, Roma, século I. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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