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O TEATRO A criação do teatro deve-se a Thepis, em1

GREGO c. 536 a. C. Ao entoar o ditirambo,


durante a celebração das Dionisíacas,
destacou-se do coro e dialogou com ele,
assumindo o papel de herói ou do deus
cujas façanhas se celebravam.
Ditirambo – composição de versos
cantados em honra de Dioníso, à volta
do altar, por um coro de 50 homens, 5
Teatro de Epidauro, Grécia, c. 350 a. C.
de cada uma das 10 tribos da Ática.
Estas festividades em honra de Dioníso
(Dionisíacas) ocorriam por altura das
colheitas e da abertura do vinho novo,
sendo marcadas por grande diversão e
excentricidade.
Nestes versos cantados enalteciam-se as
façanhas dos deuses e heróis, das suas
Teatro de Mileto, Grécia, século V a. C.
guerras, casamentos e adultérios, Paulo Simões Nunes

episódios das suas vidas, etc.


História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
© Raiz Editora, 2021. Todos os direitos reservados.
O TEATRO Teatro (théatron – local onde se vê algo): 2
GREGO • atores cantando ou falando, independentes de um coro;
• um elemento de conflito traduzido em diálogo;
• uma audiência emocionalmente envolvida na ação.
As personagens eram interpretadas por homens
(até três), sendo acompanhadas por um coro que
comentava a ação e comunicava com o público, e
por uma orquestra que fazia o acompanhamento
musical.
Os atores representavam com máscaras que
mudavam conforme as expressões adequadas à
Teatro de Dioniso, Atenas, c. 325 a. C. (reconstituição).
ação.
Tragédia: forma de drama envolvendo
um conflito entre duas personagens, ou
entre uma personagem e a lei, os deuses,
a sociedade, o destino, etc.
Comédia: forma de drama assente no
ridículo, na sátira, no grotesco e na
Máscaras de tragédia e comédia.
diversão. Paulo Simões Nunes
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O TEATRO DE Inicialmente, as representações teatrais terão sido 3
PRIENE, JÓNIA, realizadas na ágora.
C. 332-330 a.
A necessidade de conceder boas condições de
C.
visibilidade e acústica ao público originou a
construção de anfiteatros a partir de meados
do século VI a. C.
A partir do século IV a. C. os anfiteatros
estabilizaram a sua configuração e
aperfeiçoaram a sua estrutura, como é
exemplo o Teatro de Priene.
O anfiteatro de Priene foi executado pelo
arquiteto Pytheos de Priene, esteve ativo
mais de 500 anos e serviu de modelo a
outros equipamentos de espetáculo noutras
cidades gregas.
Admite-se que, além de representações teatrais,
terá servido para outro tipo de funções como
Teatro de Priene, Jónia, Grécia, c. 332-330 a. C.
debates, reuniões públicas ou discursos políticos.
Paulo Simões Nunes
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O TEATRO DE O anfiteatro, em forma de ferradura, está escavado no declive de
4
PRIENE, um monte. Uma estrutura de dois pisos criava o pano de fundo
JÓNIA, C. para a atuação dos atores.
332-330 a. C.
Estima-se que o anfiteatro podia receber uma
lotação de 6000 pessoas, nas cerca de 47 filas
de que dispunha.
A bancada estava dividida em dois níveis:
• o primeiro nível, com 25 filas, destinava-se a
figuras ilustres, convidados e espetadores
mais distintos da cidade;
• o segundo nível, com 22 filas, destinava-se ao
público em geral.
Buracos existentes junto aos assentos sugerem
a existência de toldos para proteger os
espetadores do sol ou da chuva.

Teatro de Priene, Jónia, Grécia, c. 332-330 a. C.


Paulo Simões Nunes
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O TEATRO DE 1. Bancada: anfiteatro para os espetadores 5
PRIENE, JÓNIA,
C. 332-330 a. C. 2. Palco: espaço onde os atores desempenham os seus papéis
3. Cenário: estrutura
CENÁRIO PÁRODO arquitetónica que serve de
enquadramento à
representação

4. Orquestra: espaço
circular destinado ao coro
e aos atos rituais das
celebrações dionisíacas
5. Párodo: portas laterais
que servem de entrada e
saída para o coro

PALCO ORQUESTRA BANCADA


Paulo Simões Nunes
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OS PERSAS, de Ésquilo foi um dos maiores poetas líricos da Antiguidade, 6
ÉSQUILO, encenada tendo sido o criador da tragédia.
a 472 a. C.
Escreveu cerca de 90 peças, das quais apenas 7 chegaram
até aos nossos dias.
Participou regularmente no concurso de tragédias das
Dionisíacas, tendo vencido 13 vezes.

Participou nas Guerras Pérsicas, tendo combatido nas célebres


batalhas da Maratona, Salamina e Plateia.
Ésquilo (525-456 a. C.),

Características das suas peças:


• simplicidade dos argumentos;
• ação enérgica e emotiva;
• forte exploração do sentido trágico do
destino;
• acentuação da fatalidade da história das
personagens.
Teatro de Dioníso, Atenas, século V a. C., local de encenação
Paulo Simões Nunes
da maioria das peças de Ésquilo.
https://www.youtube.com/watch?v=keabtxTkz58&authuser=0 História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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OS PERSAS, de Os Persas é a única tragédia cujo tema se baseia em factos
7
ÉSQUILO, contemporâneos do autor e não em assuntos mitológicos.
encenada a 472
A ação decorre em Susa, capital da Pérsia na época
a. C.
da Batalha de Salamina, na qual Ésquilo participou
como soldado.
A peça, que constitui um longo lamento dos Persas
pela humilhante derrota sofrida, é representada
apenas pelo coro e por dois atores:
• o ator principal representa a Rainha e o rei Xerxes;
• o ator secundário representa o Mensageiro, o
espetro de Dario I e, também, o rei Xerxes.
Objetivos desta tragédia:
• enaltecer a vitória dos Gregos e o seu orgulho;
• mostrar compaixão pelos vencidos;
• levar o público a questionar o sentido da
existência;
• transmitir valores como a ética, o civismo, o
humanismo e o respeito pela pólis. Paulo Simões Nunes
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