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AÇÃO
Teatro, TV e Cinema
INICIA
CURSO “INICIAÇÃO”
Linguagem técnica;
Memorização;
Postura;
Desinibição;
Dinâmicas teatrais;
Dicção e fala;
Trava-língua;
Exercícios de improvisação, tomando como base “o quê”, “quem”, “quando”, “onde”, “como”,
“ por quê” ( este tópico iremos trabalhar com jogos teatrais e será na prática).
Observação:
Todo material aplicado no curso “Politécnico para teatro, televisão e cinema”, será enviado via
e-mail do aluno ou responsável para que o aluno possa acompanhar as aulas em casa e tirar
suas dúvidas na aula seguinte.
INICIA
A ORIGEM DO TEATRO
____________________________________
Estudos Literários
Surgido nas sociedades primitivas como ritual mágico destinado a obter o favor
dos Deuses na caça ou na colheita, e logo vinculado ao desenvolvimento das
primeiras religiões, o teatro é uma das mais antigas expressões artísticas da
humanidade: em todas as épocas e entre todos os povos existe o desejo de
desempenhar temporariamente o papel de outrem, fantasiar-se e falar à maneira
dele.
Destaques
Tragédia grega
Muito se discute a origem do teatro grego e, consequentemente, das
tragédias. Aristóteles, em sua Poética, apresenta três versões para o surgimento da
tragédia. A primeira versão argumenta que a tragédia, e o teatro, nasceram das
celebrações e ritos a Dionísio, o deus campestre do vinho. Em tais festividades, as
pessoas bebiam vinho até ficarem embriagadas, o que lhes permitia entrar em
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contato com o deus homenageado. Homens fantasiados de bodes (em
grego, tragos) encenavam o mito de Dionísio e da dádiva dada por ele à
humanidade: o vinho. Esta é a concepção mais aceita atualmente, pois explica o
significado de tragédia com o bode, presente nas celebrações dionisíacas.
Como ensinou Aristóteles, a tragédia não era vista com pessimismo pelos gregos e
sim como educativa. Tinha a função de ensinar as pessoas a buscar a sua medida
ideal, não pendendo para nenhum dos extremos de sua própria personalidade. Para
o filósofo de Estagira, entretanto, a função principal da tragédia era a catarse,
descrita por ele como o processo de reconhecer a si mesmo como num espelho e
ao mesmo tempo se afastar do reflexo, como que "observando a sua vida" de fora.
Tal processo permitiria que as pessoas lidassem com problemas não resolvidos e
refletissem no seu dia-a-dia, exteriorizando suas emoções e internalizando
pensamentos racionais. A reflexão oriunda da catarse permitiria o crescimento do
indivíduo que conhecia os limites de seu métron. A catarse ocorreria quando o herói
passasse da felicidade para a infelicidade por "errar o alvo", saindo da sua medida
ideal.
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A questão da "medida de cada um" é recorrente na obra dos trágicos, mas
trabalhada de forma diferente de acordo com a concepção de destino. O objetivo de
Ésquilo era homenagear Zeus como principal deidade, prevendo o destino de cada
um. Quando alguém tentava fugir de seu destino, por sair de seu métron, acabava
cumprindo o destino escrito por Zeus. Basta ler a Oréstia para perceber a visão de
destino e o papel de Zeus.
Em compensação, Eurípedes dizia que o coração feminino era um abismo que podia
ser preenchido com o poder do amor ou o poder do ódio. É visto por muitos como o
primeiro psicólogo, pois se dedicava ao estudo das emoções na alma humana,
principalmente nas mulheres. Aristóteles o chamou de o "maior dos trágicos",
porque suas obras conduziam a uma reflexão - catarse - que os demais trágicos
não conseguiam. Numa sociedade patriarcal e machista, Eurípedes enfatizava a
mulher e como ela poderia fazer grandes coisas quando apaixonada ou tomada de
ódio. Defendia que o amor e o ódio eram os responsáveis pelo afastamento da
medida de cada um. Podemos destacar Medéia eIfigênia em Áulis como duas peças
de Eurípedes nas quais os sentimentos e emoções são levados à flor da pele.
A implantação do teatro, no Brasil, foi obra dos jesuítas, empenhados em
catequizar os índios para o catolicismo e coibir os hábitos condenáveis dos
colonizadores portugueses. O padre José de Anchieta (1534-1597), em quase uma
dezena de autos inspirados na dramaturgia religiosa medieval e sobretudo em Gil
Vicente, notabilizou-se nessa tarefa, de preocupação mais religiosa do que artística.
Produção sem continuidade, ela não foi substituída por outra que deixasse
memória, nos séculos XVII e XVIII, salvo alguns documentos esparsos. Sabe-se, de
qualquer forma, que se ergueram "casas da ópera" nesse último século, no Rio, em
Vila Rica, Diamantina, Recife, São Paulo, Porto Alegre e Salvador, atestando a
existência de uma atividade cênica regular. A sala de espetáculos de Vila Rica
(atual Ouro Preto) é considerada a mais antiga da América do Sul. Menciona-se o
Padre Ventura como o primeiro brasileiro a dedicar-se ao palco, no Rio, e seu
elenco era de mulatos.
A transferência da corte portuguesa para o Rio, em 1808, trouxe inegável
progresso para o teatro, consolidado pela Independência, em 1822, a que se ligou
logo depois o romantismo, de cunho nacionalista. O ator João Caetano (1808-1863)
formou, em 1833, uma companhia brasileira, com o propósito de "acabar assim
com a dependência de atores estrangeiros para o nosso teatro". Seu nome
vinculou-se a dois acontecimentos fundamentais da história dramatúrgica nacional:
a estréia, a 13 de março de 1838, de Antônio José ou O Poeta e a Inquisição, "a
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primeira tragédia escrita por um brasileiro, e única de assunto nacional", de autoria
de Gonçalves de Magalhães (1811-1882); e, a 4 de outubro daquele ano, de O Juiz
de Paz na Roça, em que Martins Pena (1815-1848) abriu o rico filão da comédia de
costumes, o gênero mais característico da nossa tradição cênica.
Leonor de Mendonça, de Gonçalves Dias (1823-1864), distingue-se como o melhor
drama romântico brasileiro. A trama, que poderia evocar Otelo, se constitui, na
verdade, um antecipador manifesto feminista. E a comédia de costumes marcou as
escolas sucessivas, do romantismo e até do simbolismo, passando pelo realismo e
pelo naturalismo. Filiaram-se a ela as peças mais expressivas de Joaquim Manoel
de Macedo (1820-1882), José de Alencar (1829-1877), Machado de Assis (1939-
1908), França Júnior (1838-1890) e Artur Azevedo (1855-1908), notabilizado pelas
burletas A Capital Federal e O Mambembe. Fugiu aos esquemas anteriores Qorpo-
Santo (1829-1889), julgado precursor do teatro do absurdo ou do surrealismo.
A Semana de Arte Moderna de 1922, emblema da modernidade artística, não teve
a presença do teatro. Só na década seguinte Oswald de Andrade (1890-1954), um
de seus líderes, publicou três peças, entre as quais O Rei da Vela, que se tornou em
1967 o manifesto do tropicalismo. Naqueles anos, registrava-se a hegemonia do
astro, representado por Leopoldo Fróes e depois por um Procópio Ferreira. Só em
1943, com a estréia de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues (1912-1980), sob a
direção de Ziembinski, modernizou-se o palco brasileiro. Mas a excelência do texto
não iniciou ainda a hegemonia do autor, que se transferiu para as mãos do
encenador.
A antiguidade Clássica
A dramatização como forma artística surgiu num estágio relativamente avançado
da evolução cultural. O Teatro grego antigo tem suas raízes em atos rituais (culto
de Dionísio). Mas as peças existentes já o mostram emancipado dessas origens,
como instituição pública organizada custeada pelo Estado, como espécie de festivais
cívicos. Só possuímos peças completas de três autores, que costuma agrupar em
ordem aproximadamente cronológica: Ésquilo, fortemente baseado em convicções
mitológicas e de um poder verbal próximo da epopéia; Sófocles, grande moralista e
grandíssimo poeta, de equilíbrio perfeito; e Eurípedes, meio descrente, psicólogo e
de grande força lírica. Essa apresentação da história da tragédia grega é
convencional e pouco exata. Na verdade, os três grandes são quase
contemporâneos, e nossa ignorância dos outros tragediógrafos não permite esboçar
linha de evolução coerente. Na verdade, em quase todos aqueles três a arte do
diálogo e dos coros é mais ou menos a mesma; as diferenças de técnica
dramatúrgica, importantíssimas para os contemporâneos, são pouco sensíveis para
nós; e ideologicamente o suposto inovador e rebelde Eurípedes esta mais perto de
Ésquilo que de Sófocles, As Bacantes mais perto do Prometeu Acorrentado do que
da humaníssima Antígona.
Convém insistir em que todas as traduções, assim como as cada vez mais
freqüentes representações modernas das tragédia gregas, modernizam esse teatro
antigo, tão remoto quanto grande. A impressão de Eurípedes ter sido meio
descrente e inovador irreverente é devida, através dos séculos, ao seu
intransigente inimigo, o aristocrático e conservador Aristófanes, criador da comédia
antiga: gênero estranho, composto de paródia mitológica, sátira política, diatribes
pessoais e poesia lírica. No teatro de tempos modernos não existe nada de
comparável à comédia aristofanesca, a não contarmos certas sátiras literárias, só
destinadas à leitura. Mas as comédias de Menandro (342 -291 A.C.), das quais
duas foram encontradas em papiros egípcios, já são reflexos de uma vida burguesa
de uma época totalmente desmitologizada e despolitizada. De aspecto ainda mais
moderno teria,m sido comédias domésticas de Filemon e Difilos, que só
sobreviveram nas versões latinas de Plauto e Terêncio; moderno, porque essas
comédias latinas foram imitadas, durante os séculos, em todos os países modernos.
A comédia romana antiga, apesar de usar largamente fontes gregas, é no entanto
de forte originalidade. Plauto é um farsista de grande força cômica, mas também
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de poder poético-lírico. Terêncio é muito menos cômico, antes um moralista sério
que prefere à representação das classes baixas e das suas diversões grosseiras a
da vida das classes abastadas e cultas. Mas os problemas são sempre os mesmos:
domésticos, eróticos e de dinheiro. Plauto e Terêncio criaram os tipos do fanfarrão,
do avarento, do criado astuto, do devasso filho de família, do parasita, que através
da Comédia dell'Arte dominam todo o teatro cômico moderno. Da tragédia romana
só sobrevivera, completas, as últimas peças: as do filósofo Sêneca, nas quais a
eloqüência (aliás admirável) e os horrores físicos substituem a poesia e a
tragicidade do teatro grego; sua influência através dos séculos também foi muito
forte.
Teatros Nacionais
O primeiro teatro nacional da Europa moderna é o espanhol, do fim do século XVI e
do século XVII. Humanismo e Renascença manifestam a influência, nesse teatro,
nos enredos, tirados da antiguidade greco-romana e da novelística italiana. Mas os
dramaturgos espanhóis não se preocupam nada com as regras ou pseudo-regras
antigas; a forma do seu teatro e medieval, ligeiramente desenvolvida e já se
aproximando das convenções cênicas do teatro moderno. Assim também usam
enredos da história espanhola e de outros países, roteiros livremente inventados, e
os da história bíblica e das vidas dos santos. Um gênero especial é o Auto,
representação alegórica de temas religiosos, especialmente para a festa de Corpus
Christi.
O Teatro Poético
Nos países e literaturas em que o Expressionismo só tarde entrou, a primeira
reação contra Realismo e Naturalismo foi o teatro poético. Só com reserva merece
esse nome o teatro de Rostand (1869-1918): "Cyrano de Bergerac" foi um fogo de
artifício verbal e um caso isolado. Em geral, vale o mesmo para as peças de
D'Annunzio, com exceção para "Figlia di Jorio", obra nutrida de raízes folclóricas,
como serão mais tarde as de Garcia Lorca. A tendência principal do Anti-Realismo
foi a poesia simbolista, e entre os grandes poetas simbolistas, vários escreveram
peças de fundo fantástico ou lendário, levando para o palco a poesia das sugestões
sutis e das "brumas nórdicas". O primeiro foi Maeterlinch, que o entusiasmo de
Mirabeau chamou de "Shakespeare Flamengo"; mais tarde, voltou, em Monna
Vanna, para o teatro dos fortes efeitos no palco. Suas peças simbolistas foram
imitadas em toda a parte: ocasionalmente por Hauptmann e Strindberg; na Irlanda,
pelo grande poeta Yeats (1865-1939); mas o maior dramaturgo do Abbey Theatre
de Dublin foi Synge (1871-1909), que sabia reunir as cores folclóricas da terra, a
poesia do enredo inventado e o espírito mordaz de sua raça, como em "The Playboy
of the Western World" (O Prodígio do mundo ocidental). Na Rússia, são
maeterlinckianas as peças simbólicas do grande poeta Block (1880-1921).
Uma grande geração do teatro poético inicia-se com Claudel, que de início
enquadrou nas suas peças a defesa da religiosidade católica; em "Le Soulier de
Satin" (O Sapato de Cetim), recriou forma e espírito do teatro barroco. Enquanto
isso, Montherlant tentou revivificar a forma e o espírito clássico francês, inclusive,
em Port-Royal, a atmosfera religiosa do Jansenismo. Também de base religiosa, na
Inglaterra, o teatro de T.S. Eliot muito contribuiu para a renascença do teatro
elizabetano; mas em suas próprias peças tentou criar uma atmosfera litúrgica:
"Murder in the Cathedral" (Assassinato na Catedral); ou então insuflar espírito
religioso à comédia de sociedade, como em "The Family Reunion" (A Reunião de
Família). O mais autêntico teatro poético do século talvez seja o espanhol Garcia
Lorca, de tragicidade sombria e forte seiva folclórica. Outro caminho para a
superação do realismo teatral foi aberto pelo método de conferir novo sentido,
superior, às coisas da própria realidade cotidiana. Ibsen tinha tentado esse caminho
em suas últimas peças, simbólicas. Ibseniano nesse sentido foi o italiano Ugo Betti
(1892-1953), que manteve a tendência ibseniana de crítica social. Mas o maior
representante de um "realismo poético" foi o russo Tchekhov: teatro de atmosfera,
de sugestões, de estilo coloquial e no entanto poético, sempre con sordina e
ausência de ação espetacular. Esse teatro realístico-poético causou funda
impressão no mundo inteiro e é dos mais representados; ms não há quase
dramaturgos que tenham tido a coragem de imitar esse estilo, intensamente
pessoal.
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Origem do Teatro
É comum ouvirmos dizer que o teatro começou na Grécia, há muitos séculos atrás.
No entanto, existem outros exemplos de manifestações teatrais anteriores aos
gregos. Por exemplo, na China antiga, o budismo usava o teatro como forma de
expressão religiosa. No Egito, um grande espetáculo popular contava a história da
ressurreição de Osíris e da morte de Hórus. Na Índia, se acredita que o teatro
tenha surgido com Brama. E nos tempos pré-helênicos, os cretenses
homenageavam seus deuses em teatros, provavelmente construídos no século
dezenove antes de Cristo. É fácil perceber através destes poucos exemplos, uma
origem religiosa para as manifestações teatrais.
HOMO CURIOSIS...
Ninguém sabe ao certo como e quando surgiu o teatro. Provavelmente nasceu junto
com a curiosidade do homem, que desde o tempo das cavernas já devia imaginar
como seria ser um pássaro, ou outro bicho qualquer. De tanto observar, ele acabou
conseguindo imitar esses bichos, para se aproximar deles sem ser visto numa
caçada, por exemplo.
Depois, o homem primitivo deve ter encenado toda essa caçada para seus
companheiros das cavernas só para contar a eles como foi, já que não existia ainda
linguagem como a gente conhece hoje. Isso tudo era teatro, mas ainda não era um
espetáculo.
Muito provavelmente, o espetáculo de teatro só foi aparecer quando os rituais
entraram em cena!
Ritual em cena
SANTO TEATRO!
Quem vai assistir a essas peças engraçadas e debochadas hoje em dia talvez nem
imagine que o teatro, há muito tempo, era sagrado. É isso mesmo! As pessoas
acreditavam que por meio de rituais (encenações) era possível invocar deuses e
forças da natureza para fazer chover, tornar a terra mais fértil e as caças mais
fáceis, ou deixar os desastres naturais bem longe de sua comunidade.
Estes rituais envolviam cantos, danças e encenações de histórias dos deuses, que
assim deveriam ficar felizes com a homenagem e ser bonzinhos com os homens.
Ainda hoje, muitas espécies de teatro, especialmente no Oriente, ainda são ligados
ao sagrado, e encenam histórias de deuses há milênios...
Mas aqui no Ocidente, um tipo bem especial de teatro surgiu a partir destes rituais:
o Teatro Grego.
Teatro Mambembe
OS SALTIMBANCOS
Muitos anos depois, na Idade Média, lá por volta do século 12, apareceram na
Europa companhias de teatro que ia de cidade em cidade. Este teatro já não tinha
nada de religioso, e seus atores e atrizes, chamados de saltimbancos, literalmente
carregavam a casa nas costas. E não só a casa: os cenários das peças, seus
figurinos (as roupas usadas), maquiagem, etc. Eles andavam em carroças, sempre
em bandos, chamados trupes, e não tinham morada certa. Eles também
representavam peças engraçadas ou dramáticas, como os gregos. Hoje, esse teatro
itinerante também é conhecido como teatro mambembe.
Mas não pense que ficar "de galho em galho" era o sonho da vida dos saltimbancos!
É que na época em que eles viviam, a Igreja era muito poderosa e implicante, e
escolhia o que as pessoas podiam representar, de preferência textos cristãos. E os
saltimbancos não queriam saber dessa prisão, pois o negócio deles era usar a
criatividade e representar o que bem quisessem.
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Perseguidos pela Igreja e sendo tratados como foras-da-lei, os saltimbancos
começaram a usar máscaras, para não serem reconhecidos. Uma tradição que
descende diretamente dos saltimbancos é o circo, que até hoje anda de cidade em
cidade apresentando seus números.
O TEATRO HOJE
Dá para perceber que, com tantas influências, o teatro de hoje é uma arte muito
rica, muito misturada. Existe a ópera, o teatro de bonecos, o teatro-dança, os
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musicais, o teatro de rua, o teatro feito em espaços alternativos (como hospitais,
presídios), enfim, uma mistura daquelas!
Quando apareceu o cinema, há mais de cem anos, muita gente previu o fim do
teatro. Falavam que o cinema iria substituí-lo, porque podia criar histórias com
muito mais semelhança com a realidade. Mas isso não aconteceu.
Quem pensava assim não percebeu que o grande barato do teatro é o fato de ele
ser uma obra de arte viva, ou seja, depende da presença de quem atua e de quem
assiste. O teatro é fascinante pois é um jogo da imaginação. Todo mundo está
cansado de saber que aquele cenário lá no fundo não é uma floresta... e daí?
Naquele momento e naquele lugar, ele vai ser uma floresta para aquelas pessoas
que estão participando. Quando a gente vai ao teatro, não quer ver a cena
"certinha" e que nunca muda. A gente quer ver o improviso, o novo, o diferente
que vive nos atores e nos olhos de cada platéia.
As Sombras Falantes
No Oriente, é muito antiga a arte do teatro de sombras. Ela aparece em países
como Egito, Turquia, China e Indonésia.
As sombras são feitas com a mão ou mesmo com papéis. Numa sala escura, à luz
de uma vela, de uma lanterna ou de uma lâmpada, os contadores de história fazem
aparecer numa parede uma pessoa, um cachorro, um lobo.
Como? Dependendo da posição da mão, a sombra do polegar faz a orelha do lobo,
por exemplo. Um buraco entre os dedos faz passar um facho redondinho de luz,
criando um olho. E o movimento dos dedos faz a boca do lobo se mexer, para uivar
ou mesmo para falar - afinal, como é teatro, o lobo pode falar...
Se a representação for feita com papéis, é só fazer recortes na forma dos bichos ou
dos personagens humanos. Existe até o teatrinho com sombras feitas a partir de
bonecos de couro!
E os atores fazem as sombras falar, dançar, cantar!
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NOS BASTIDORES
Uma peça de teatro não é feita apenas pelos atores que aparecem no palco,
representando os personagens. Outras pessoas também participam de uma peça e
mesmo que não apareçam são fundamentais para que o público se divirta e se
encante.
Antes de tudo, alguém precisa escrever o texto da peça, ou seja: inventar a
história, os personagens e o que eles vão falar. Quem faz isso é o autor.
Quando as peças são feitas no teatro mesmo, e não num parque ou numa sala de
aula, existem várias luzes de cores diferentes. Elas são usadas para ajudar a criar
"o clima" de uma cena - uma luz amarela no palco, por exemplo, serve para imitar
um sol forte. É preciso uma pessoa para controlar as luzes: o iluminador.
Teatro infantil
Existem escritores que inventam histórias especialmente para serem representadas
nos palcos. Só que, principalmente na área infantil, há muitas histórias que não
foram escritas diretamente para o teatro, mas que são adaptadas da literatura.
As peças mais famosas estão sempre ganhando novas montagens. Quem sabe um
dia desses alguma seja representada na sua cidade? Aqui você vai conhecer alguns
personagens que foram parar atrás das cortinas e outras histórias que se tornaram
sucesso nos palcos. Escolha sua peça favorita: Alice no País das Maravilhas, Castelo
Rá-Tim-Bum, Cinderela ou Os Saltimbancos.
ORIGEM DO TEATRO
INICIA
A palavra "teatro" deriva dos verbos gregos "ver, enxergar" (theastai). Na Grécia
antiga, os festivais anuais em homenagem ao deus Dionísio incluíam a
representação de tragédias e comédias. A seguir, todos os papéis eram
representados por homens, pois não era permitida a participação de mulheres. O
espaço utilizado para as apresentações, em Atenas, era somente um grande
círculo. Com o passar do tempo, o teatro grego se profissionalizou e surgiram os
primeiros palcos elevados. Os escritores cuidavam de todas as etapas de produção
de uma peça.
TEATRO ROMANO
O teatro romano, influenciado pelos gregos, também ia se desenvolvendo, na
mesma época, através de nomes como Plauto e Terêncio. Enormes tendas, com
capacidade de abrigar quarenta mil pessoas, eram erguidas em Roma para as
encenações. E foram os romanos que criaram a pantomima, que, por meio de
música, era realizada por um ator mascarado que representava todos os papéis.
O TEATRO E O CRISTIANISMO
O teatro chegou a ser considerado uma atividade pagã por força do Cristianismo, o
que prejudicou muito o seu desenvolvimento. Paradoxalmente, foi a própria Igreja
que "ressuscitou" o teatro, na era da Idade Média, através de representações da
história de Cristo. Enquanto isso, atores espanhóis profissionais trabalhavam por
conta própria e recebiam patrocínio dos autores de comédia, através de festivais
religiosos que eram realizados nas cortes da Espanha, com alta influência herdada
das encenações italianas.
MAIS ITÁLIA
Foi no país "da bota" que surgiu o inovador teatro renascentista, provocando a
bancarrota do teatro medieval. Este teatro dito humanista desenvolvido pelos
italianos, influenciou decisivamente outras nações européias, por meio de
caravanas realizadas por companhias de Commedia Dell'Arte. Outra novidade
italiana foi a participação de atrizes, além das evoluções cênicas, com o advento da
infra-estrutura interna de palco. Inglaterra e França "importaram" as mudanças
italianas e incorporaram-nas em seus intrínsecos estilos teatrais, com destaque
para Shakespeare e Molière, respectivamente.
A EVOLUÇÃO TEATRAL
A partir do século XVIII, acontecimentos como as Revoluções Francesa e Industrial,
mudaram a estrutura de muitas peças, popularizando-as através de formas como o
melodrama. Nessa época, em todo o mundo, surgiram inovações estruturais, como
o elevador hidráulico, a iluminação a gás e elétrica (1881). Os cenários e os
figurinos começaram a ser melhor elaborados, visando transmitir maior realismo, e
as sessões teatrais passaram a comportar somente uma peça. Diante de tal
evolução e complexidade estrutural, foi inevitável o surgimento da figura do diretor.
SÉCULO XX
INICIA
O teatro do século XX se caracteriza pelo ecletismo e quebra de tradições, tanto no
"design" cênico e na direção teatral, quanto na infra-estrutura e nos estilos de
interpretação. Podemos dizer, sob esse prisma, que o dramaturgo alemão Bertolt
Brecht foi o maior inovador do chamado teatro moderno. Hoje, o teatro
contemporâneo abriga, sem preconceitos, tanto as tradições realistas como as não-
realistas.
A origem do teatro
Iniciemos dizendo que o teatro sempre esteve presente no contexto das
representações religiosas das mais antigas civilizações, quer ocidentais, quer
orientais.
Na Índia, desde o século XVI a.C., atribuía-se a paternidade do teatro litúrgico a
Brama. O budismo instituiu, na China antiga, um verdadeiro teatro religioso. O
Egito realizava um teatro cujos temas centrais eram a ressurreição de Osíris e a
morte de Hórus.
Nos tempos pré-helênicos, os cretenses já celebravam seus mitos em teatros, dos
quais as escavações em Knossos dão testemunho, remontando ao século XIX a.C.
Até os fins do século VI e início do V a.C., historicamente, temos o teatro litúrgico,
cujo escopo era atestar a imortalidade da alma; isto inclusive, na própria Grécia.
Este teatro litúrgico era praticado na Hélade como principal elemento da religião
dos mistérios, da crença esotérica na imortalidade da alma e na existência de uma
vida pós-tumular. Ligava-se ao culto de Perséfone, a filha de Deméter, que,
raptada pelo Deus infernal, Hades, lançou a mãe em desespero absoluto. A paixão
de Deméter, senhora dos campos, causou esterilidade das sementes, desastres nas
colheitas, os animais morriam de peste, as mulheres abortavam. Deméter,
alucinada de dor pelo desaparecimento de sua filha adolescente, convidada para
um banquete sacrílego, não se apercebe da afronta que Tântalo propõe aos
Imortais, e pratica, inadvertidamente, uma das raras ações antropofágicas da
mitologia grega. Por este insulto, estaria condenado o clã dos Atridas às ações
trágicas, que culminariam no ódio aberrante de Electra por sua mãe.
Pois bem, para que céus e terra, olímpicos e etonianos pudessem voltar a uma
convivência equilibrada, negociaram a mãe e o raptor, que a jovem deusa
Perséfone passaria seis meses do ano nas profundezas infernais, reinando como
soberana ao lado de Hades, seu marido. Nos outros seis meses, retornaria à
companhia de sua mãe. O primeiro período corresponderia aos meses de outono e
inverno, em que a natureza fenece e não há colheita. O segundo, quando os
campos florescem e a natureza festeja a sua pujança, seria o período de
primavera-verão, destinado, todavia, ao ciclo intermitente das estações, como que
lembrando que todo retorno é já uma nova partida. A Perséfone que vem de
encontro à mãe já não é a adolescente púbere que Deméter conhecia, mas a
mulher transformada pelo encontro com Eros, nos braços de Tânatos, outro nome
do próprio Hades.
Esse enredo mítico era celebrado, anualmente, como o ‘drama do retorno’,
realizado em três partes: rapto de Perséfone, paixão de Deméter; e retorno de
Perséfone. Realizado em locais de culto, por iniciados e postulantes, e em
consonância ao que determinavam os rituais mistéricos e seus sacerdotes, tratava-
se de dramaturgia eminentemente religiosa.
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O teatro surge como novidade artística, na Grécia do século V a.C., trazendo
normas estéticas, temas e convenções próprias. Segundo Aristóteles (384-322 a.
C.), as principais formas dramáticas então conhecidas, a tragédia e a comédia ,
evoluíram, respectivamente, do ditirambo e das canções fálicas. O passo decisivo
para a fixação e evolução desse teatro foi, sem dúvida, a instituição do Estado dos
concursos públicos, em 534 a. C. , o que coincide com a estabilização do governo
democrático em Atenas. A regulamentação dos concursos exigia a inscrição, por
candidato, de três tragédias e um drama satírico. As cerca de trinta peças que
sobreviveram de mais de mil escritas só no século V, são, ao lado da obra teórica
de Aristóteles, infelizmente fragmentada, os principais documentos que temos para
embasar nosso conhecimento do que foi o tetro grego. Essas peças pertencem a
três tragediógrafos, Ésquilo (525-456 a. C.), Sófocles (496-406 a. C.) e Eurípedes
(484-406 a. C.), e a um comediógrafo, Aristófanes (448?-380? a. C.).
Os concursos dramáticos aconteciam durante três festivais que eram organizados
anualmente em honra ao deus Dionísio. Eram eles o de Lenaia, a dionísia rural e a
dionísia urbana. A administração desses festivais ficava a cargo de um arconte, o
principal magistrado civil de Atenas. O custo da produção era dividido entre o
Estado, responsável pela manutenção do teatro, pelo pagamento do coro e dos
prêmios, e os coregos, espécie de mecenas da época, escolhidos entre os
poderosos da cidade, que subvencionavam os atores, os cenários e os figurinos.
Cada concurso comportava três concorrentes trágicos e cinco cômicos. Os prêmios
eram destinados aos poetas e, mais tarde, também aos atores e coregos. Não é
conhecido, porém critério que estabelecia quem concorria a premiação.
A presença de um coro, dominante na obra de Ésquilo e substancialmente reduzido
na de Eurípedes, foi contudo, uma constante no teatro grego. As funções do coro
foram muitas, desde agente da ação, em Ésquilo, a modelo ético e padrão social.
Chamado de o espectador ideal pela crítica do século XX, o coro permite, ainda, a
criação de atmosferas, acrescenta música e movimento ao espetáculo, além de
possibilitar convencionais passagens de tempo.
Os efeitos visuais de espetáculo grego ficavam por conta da indumentária e do uso
da máscara. Um sapato de solado exageradamente alto, chamado coturno, era
supostamente usado. Tal tipo de calçado elevaria a estatura do ator e ajudaria
projetar a figura.
A arquitetura do teatro grego era estruturada em dois segmentos separados, o "
théatron" e a " skené" , ligados pela " orchéstra" . A lotação completa de um
auditório era cerca de 20 mil pessoas, mais ou menos 10% da população da Ática
no século V.
A vitalidade do teatro grego decaiu após o século I d. C. . Com a supremacia de
Roma em toda a parte oriental do Mediterrâneo, os modelos da cultura grega
foram, gradativamente, sendo substituídos. As marcas do teatro grego, contudo, se
fazem sentir hoje no melhor do teatro do Ocidente.
Vocabulário
Osíris
É o único entre os deuses egípcios que tem um "destino", núcleo do seu ser e em cujo centro
está a morte.
Hórus: "criança divina"
Hórus é também o "herói" divino como guerreiro e caçador crescido
INICIA
Perséfone
Deusa dos infernos e companheira de Hades
Deméter
Pertence à segunda geração divina, a dos Olímpicos. É filha de Crono e Réia. Divindade da
terra cultivada, ensinou aos homens a arte de semear e colher o trigo, de fabricar o pão. É
chamada a deusa mãe, ou a Grande Mãe
Hades
Deus dos mortos, filho de Crono e Réia, teve o mundo subterrâneo. Tinha sido engolido por
Crono, seu pai, e depois rejeitado.
Tântalo
Filho de Zeus, reinava na Lídia, sobre o Monte Sípilo. Rico e amado pelos deuses, que o
admitiam em seus festins, era amado também pelos mortais.
Electra
Filha de Oceano e de Tétis, foi casada com Taumas e mãe de Íris, a mensageira dos deuses,
e de duas Harpias.
Tragédia
A tradição atribui a Téspis a criação da primeira tragédia. Quanto a sua origem, aceitemos a
opinião de Aristóteles de que a tragédia provém do ditirambo. Os conceitos de Aristóteles
sobre o fenômeno trágico, a despeito de terem sido os primeiros, permanecem íntegros até
hoje, ponto de referência obrigatório, aliás, para qualquer discussão sobre a matéria. Entre
esses conceitos, destaque-se o de ação*, o de imitação* e o de catarsis*. Aristóteles diz que
" a tragédia é a imitação de uma ação importante e completa, de certa extensão; num estilo
tornado agradável pelo emprego separado de cada uma de suas formas, segundo as partes;
ação apresentada, não com a ajuda de uma narrativa, mas por atores, e que suscitando a
compaixão e o terror, tem por efeito obter a purgação dessas emoções" (Poética cap.VI).
A base sobre a qual evoluiu o sentido do trágico, em qualquer época ou cultura, pode,
finalmente, ser definida como a consciência da atitude íntegra e corajosa do homem
Face à derrota causada pela sua própria limitação diante de forças que lhe são superiores.
Imitação
Para Aristóteles, a imitação é algo instintivo ao homem. Assim sendo, este se expressa
artisticamente reproduzindo a realidade que o cerca, ou seja, "imitando" essa realidade
através de um processo de representação. A imitação, segundo Aristóteles, é um princípio
comum a todas as artes, poesia, música, dança, pintura ou escultura. As diferenças que
essas artes apresentam são, pois, de natureza formal, e podem ser quanto ao meio
empregado para imitar, quanto ao objeto imitado ou ao modo de imitação.
Ação
Por ação, consideremos, como Hegel (1770-1831), " a vontade humana que persegue seus
objetivos " (parafraseado por Renata Pallottini em Introdução à Dramaturgia, p. 16)
Catarsis
Termo empregado por Aristóteles para definir a finalidade última da tragédia como sendo a
purgação ou purificação das emoções de terror e compaixão. A complexidade de determinar
um significado preciso para tal conceito está relacionada tanto a problemas de tradução
quanto a problemas de interpretação. Catársis, em grego, na verdade pode significar tanto "
purgação" , no sentido médico de limpeza do corpo, como " purificação", no sentido religioso
de limpeza de espírito.
Comédia
Uma das formas principais do drama, que enfatiza a crítica e a correção através da
deformação e do ridículo. O efeito principal é provocar o riso. Historicamente, as raízes da
comédia se perdem em períodos pré-documentados. A indicação mais precisa é dada por
INICIA
Aristóteles, de que a comédia resulta de cantos fálicos entoados em honra ao deus Dionísio
(cap. IV da Poética)
Ditirambo
Forma pré-dramática pertencente ao teatro grego. Consistia em poesia lírica escrita para ser
cantada por um coro de cinqüenta membros em cerimônias em homenagem ao deus
Dionísio. O líder desse coro, ou corifeu, com a evolução do gênero, transformou-se num
solista, ou, mais especificamente, no protagonista, e o diálogo que se estabeleceu entre ele e
os demais membros do coro parece Ter sido, segundo diversos teóricos, entre os quais
Aristóteles, uma das fontes da tragédia.
Drama Satírico
No teatro grego, tipo de peça burlesca que era apresentada após a trilogia trágica. Nos
dramas satíricos, um personagem central, geralmente um dos heróis trágicos vistos na
trilogia precedente, era caricaturado numa situação ridícula qualquer. O comentário crítico
era feito por um coro vestido de sátiros, os personagens mitológicos meio-homem, meio-
cavalo que formavam a corte de Dionísio. Os dramas satíricos eram escritos pelo mesmo
autor da trilogia, como parte integrante do concurso trágico. A linguagem verbal desses
dramas era, em geral, licenciosa, e a gestual, verdadeiramente indecente.
Arconte
No teatro grego, o principal magistrado civil de Atenas, responsável pela administração dos
festivais dos festivais em que eram realizados anualmente os concursos dramáticos.
Coro
A principal característica do coro é falar ou cantar em uníssono. O coro aparece pela primeira
vez no teatro grego, originário das festividades comunais, báquicas ou dionisíacas. O coro no
teatro representa, em suas origens esse sentimento do coletivo que deu início à
manifestação teatral na Grécia.
Corego
As despesas com a produção de um espetáculo no teatro grego eram divididas entre o
Estado, responsável pela manutenção dos teatros, premiação e pagamento dos atores, e o
corego, responsável pelas despesas relativas ao coro, músicos, figurinos e adereços. O
corego era um dos cidadãos de posses da comunidade.
Indumentária
Em termos gerais, a arte do vestuário em relação a épocas e povos. Em teatro, os trajes
usados pelos pelos personagens das peças.
Máscara
Possivelmente , o mais simbólico elemento de linguagem cênica através de toda história do
teatro. Seu uso, provavelmente, remonta à representação de cabeça de animais em rituais
primitivos, quando ou o objeto em si ou o personagem que o usava representavam algum
misterioso poder. No teatro grego a máscara foi utilizada tanto na tragédia como na
comédia, atendendo a várias funções: diferenciar sexo e idade; permitir a execução de mais
de um papel pelo mesmo ator; e segundo alguns teóricos, ampliar o som da voz humana
numa espécie de caixa acústica.
Coturno
Calçado de solado alto, de aproximadamente 20 a 30 centímetros de altura, supostamente
usado pelo ator trágico no teatro grego. A função desse tipo de calçado era elevar a estatura
do ator, projetando-lhe a figura, o que se fazia necessário diante das enormes dimensões
dos teatros.
Théatron
Palavra grega para denominar o auditório dos antigos teatros. Literalmente significa " lugar
de onde se vê" .
INICIA
Skéne
O antigo teatro grego era constituído por duas unidades arquitetônicas separadas, o
"théatron" e a "skené", ligadas pela "orchéstra". Literalmente, do grego, skené significa
"tenda, barraca", e originalmente o termo referia-se ao local onde os atores se vestiam.
Bibliografia
1 - Teatro Grego: Tragédia & Comédia Junito Brandão de Souza Editora Vozes,1985
2 - O Teatro Através da História - volume I Carlinda Fragale Pate Nuñez CCBB, 1994
3 - Dicionário de Teatro Luiz Paulo Vasconcellos L & PM Editores, 1987
4 - Dicionário de Mitologia Grega Ruth Guimarães Editora Cultrix, 1998
5 - Dicionário de Simbologia Manfred Lurker Editora Martins Fontes, 1997
Teatro Europeu
Itália
Em reação ao teatro acadêmico surgem, no século XVI, as encenações da
commedia dell'arte, baseadas na criação coletiva e no uso de máscaras. Os diálogos
eram improvisados pelos atores, que se especializavam em personagens fixos como
a Colombina, o Polichinelo, o Arlequim, o capitão Matamoros e o Pantalone. Nesta
época surgem atrizes representando personagens femininos, porque até então os
papéis eram representados por homens. Os grupos apresentavam-se pela Europa
com uma carroça e um tablado. Os cenários eram muito simples: um telão pintado
com a perspectiva de uma rua. Mais tarde, comediógrafos como Molière, inspiram-
se nestes grupos.
Inglaterra
Desde o século XV, trupes teatrais agregavam-se aos domínios de senhores nobres
e reis, constituindo o chamado teatro elizabetano. Os atores - ainda com a
participação exclusiva homens - eram empregados pela nobreza e por membros da
realeza, assim como William Shakespeare.
O teatro elizabetano tem seu auge entre 1.562 e 1.642. As peças caracterizavam-
se pela mistura sistemática do sério e do cômico; pela variedade dos temas
mitológicos, da literatura medieval e renascentista e da história. A linguagem
misturava o verso mais refinado à prosa mais descontraída.
Outra característica do espaço cênico elizabetano era a forma arredondada
poligonal das construções. O palco era dividido em até três níveis para que várias
cenas fossem representadas simultaneamente. Circundando o interior do edifício,
em um nível mais elevado, ficavam as galerias para os espectadores mais ricos. Os
mais simples ficam em pé, quase se misturando aos atores, abaixo do nível do
palco. Uma cortina ao fundo modificava o ambiente.
O Globe Theatre foi construído em 1599, à margem sul do rio Tâmisa, em Londres
e comportava até três mil espectadores. Os mais abastados sentavam-se em
bancos nas galerias de madeira protegidas por tetos de sapê. Os pobres ficavam de
pé na platéia central, a céu aberto. Todos podiam comprar bebidas e comidas
durante as representações, que começavam por volta das duas da tarde e
terminavam com um número de canto e dança cerca de três horas depois. O palco
INICIA
elevado ficava de costas para o sol da tarde, de tal forma que os atores
representavam na sombra.
Entre os séculos XVI e XVII o teatro espanhol chegou ao seu apogeu. As regras
eruditas foram desprezadas e as formas originárias das apresentações populares
foram incorporadas em peças de ritmo rápido, com ações que se cruzavam. Os
temas mitológicos, misturados a elementos locais estavam impregnados de
sentimento religioso.
Atores profissionais trabalhavam por conta própria e eram empresariados pelos
chamados autores de comédia.
Os nomes mais proeminentes deste período (a chamada idade de ouro do teatro
espanhol) foram Calderón de La Barca e Lope de Vega. O espetáculo teatral
espanhol surgiu em espaços improvisados - os corrales- pátios ou áreas nos fundos
das casas onde se erguia um tablado. Os espectadores ficavam nas janelas das
casas vizinhas ou em pé em volta do tablado. O cenário era apenas uma cortina.
França
O primeiro teatro público francês surgiu em 1.548, mas apenas no século XVII
apareceram os mais célebres autores franceses dos tempos modernos como
Corneille e Racine, que escreveram tragédias. Molière, também dessa época, se
dedicou às comédias. Como a platéia francesa era barulhenta e agitada, a primeira
parte da cena continha situações que acalmavam o público. Só assim se conseguia
o silêncio. Com o mesmo objetivo, Molière criou três pancadas ou sinais, usados até
hoje para avisar à platéia que o espetáculo ia começar.
Foi a partir do século XVII que as mulheres passaram a fazer parte das atuações
teatrais na Inglaterra e na França. Na Inglaterra, os papéis femininos eram antes
representados por jovens atores aprendizes.
O Palco Italiano
O teatro italiano experimentou grandes evoluções cênicas, muitas das quais são
atualmente utilizadas. Muitos mecanismos foram adicionados à infra-estrutura
interna do palco, o que permitiu a mobilidade de cenários e maior versatilidade nas
apresentações.
Espaço cênico italiano
Troca-se a cena greco-romana pelo palco italiano, com boca de cena arredondada e
luzes na ribalta, escondidas do público por anteparos. Pela primeira vez é usada
uma cortina para esconder o cenário. As três portas da cena grega são substituídas
por telões pintados que permitem efeitos especiais de perspectiva, conseguidos
através de maquinaria própria. Apagam-se as luzes da sala durante o espetáculo,
para concentrar a atenção do público no palco. Há platéia e camarotes, dispostos
em formato de ferradura.
A ópera torna-se tão popular que, só em Veneza no século XVII, funcionam
regularmente 14 casas de espetáculos.
No século XVIII a difusão dos teatros públicos e o declínio do teatro ambulante
levaram à fabricação de máquinas que criavam efeitos mágicos e ilusões visuais na
platéia, como por exemplo, pessoas voando.
LINGUAGEM TÉCNICA
Cenário
Lugar onde decorre a ação. O cenário pode ser construído em tela ou em outros
materiais e situa o espectador na época e no lugar em que a história se passa.
Comédia
Peça de teatro de crítica social. O seu objetivo é fazer rir o espectador.
Peça
Texto que serve de base à representação.
Teatro
Lugar onde se representam peças de teatro; conjunto das obras dramáticas de um
autor ou de um país; arte de representar; profissão de ator ou de atriz; fingimento.
Ação
Assunto, enredo, intriga, história(s) de uma peça e teatro.
Ato
Cada uma das divisões de uma peça de teatro, que exige mudança de cenário. Um
intervalo marca a passagem de um ato a outro.
Ator
Aquele que representa uma ou mais personagens numa peça de teatro.
Cena
Subdivisão de um ato. Em cada cena, sai uma personagem ou entra outra.
Cenógrafo
Responsável pela criação/execução dos cenários.
INICIA
Didascália
Indicação cénica que se refere à caracterização (atitudes) das personagens em
vários momentos da peça, à sua movimentação em cena (entrada, saída, etc.), aos
lugares em que se passa a história e ao tempo em que ela decorre.
Guarda-roupa
Conjunto de trajes que são pertença de uma companhia de teatro para
desempenho dos atores em diferentes peças.
Papel
Parte da peça teatral que compete a cada ator desempenhar.
Contra-regra
Aquele que marca a entrada dos atores em cena.
Deixa
Palavra ou palavras do fim da fala de uma personagem, que determinam quando a
outra personagem deve iniciar o seu discurso/a sua fala.
Aparte
Falas de uma personagem que, segundo as convenções (regras) teatrais, se
destinam a ser ouvidas pelo público e não pelas outras personagens.
Bastidores
Espaços por detrás e ao lado do palco, fora da vista dos espectadores, onde os
atores esperam pela sua entrada e onde se guardam os adereços e outros
materiais.
Contracenar
Representar em contracena. Contracena significa estar fora da cena principal.
Enquanto algumas personagens dialogam realmente, outras, em contracena,
fingem dialogar para atingir determinado objetivo.
Palco
Parte do teatro onde os atores representam.
Ponto
Pessoa que, durante na peça e escondida do público, lê o texto, em voz baixa, aos
atores quando eles se esquecem das suas falas.
Público
Pessoas que assistem à representação de uma peça de teatro.
Autor/Dramaturgo
Autor de peças.
Caracterizador(a)
Pessoa que caracteriza, que cria no ator uma face consentânea ao papel que ele vai
desempenhar. Vários recursos/materiais são utilizados para alterar uma face.
INICIA
Diretor(a)
Responsável máximo por uma companhia de teatro.
Encenador (encenação)
Aquele que idealiza o espetáculo teatral, dirigindo os atores nos seus papeis,
levando à cena um texto original ou adaptação de um original.
Figurinista
Técnico de teatro que se ocupa dos modelos, dos figurinos (vestuário,
maquilhagem, penteado e outros complementos).
Fotógrafo (fotografia)
Técnico especializado que regista os momentos, as cenas de uma peça de teatro.
Pode acumular com as funções de operador de vídeo.
Luminotécnico
O responsável pela iluminação, pelo efeito das luzes em cena.
Produtor (produção)
Cargo que tem como objetivo organizar, coordenar a realização de uma obra
artística.
Sonoplasta (sonoplastia)
Pessoa responsável pela seleção e execução dos efeitos acústicos que constituem o
fundo sonoro de uma peça de teatro.
CONTRA-REGRA – aquele que tem por função marcar a entrada dos atores em
cena.
TRAGICOMÉDIA – Nome que designa, entre os séculos XVI e XVIII, a peça híbrida
que combina elementos da tragédia, como o tema e as personagens, e da comédia,
como os incidentes e o desfecho.
MEMORIZAÇÃO
O ato de memorizar não necessita ser tão penoso, como faz a maioria das pessoas.
o maior problema da grande massa é que só sabem memorizar algo lendo a
mesma coisa vária vezes.
neste post veremos como nosso cérebro se recorda e como utilizar esse
conhecimento para alcançarmos um método para memória , vale a pena.
Existem infinitas maneiras. Uma delas pode ser criar familiaridade com o texto,
INICIA
com a peça. necessitamos chegar a um método para dar ao nosso cérebro apenas o
que ele precisa pra se lembrar o texto. informações que faça-o recordar do texto
original , sem precisar ler.
hoje há em mim
algo transparente ,
algo envolvente
que me faz flutuar
Hyxy Hx Ex Mxy
Axyx Txyxyxyxyx,
Axyx Exyxyxyxyx
Qxy Mx Fxy Fxyxyxy
Esse método ajudar a melhorar sua memória, fazendo-a exercitar. mas ele não
deixa de ser apenas um método , um facilitador. Quando precisar memorizar algo ,
pense em como você pode ajudar o seu cérebro a se recordar das informações e
não apenas ficar repetindo várias vezes a mesma coisa .
POSTURA
A exemplo disso, está uma pessoa que vai a uma roda de samba, e pula, grita,
dança, canta, bata palmas, etc. Isto seria uma postura comum a uma pessoa que
vai a um lugar destes.
Mas será que esta postura combinaria e ficaria bem em uma ópera? Ou assistindo
um filme num cinema? Claro que não. Pois em um cinema, ópera ou teatro, uma
pessoa deve permanecer calada, desligar os aparelhos telefônicos, que possam
emitir ruídos, e evitar ao máximo fazer barulho para não atrapalhar os demais
espectadores do espetáculo ou filme.
INICIA
A vergonha em demasia também não é boa para ninguém. Pois o convívio social é
muito importante a qualquer um. Através dele, temos novas concepções de vida,
pensamentos e até mesmo ideias, para utilizarmos na nossa arte. Como exemplo,
usar a personalidade de uma pessoa conhecida em uma peça.
DESINIBIÇÃO
DINÂMICAS TEATRAIS
DICÇÃO E FALA
O QUE É DICÇÃO
Em sentido lato, Dicção é apenas dizer, de forma escrita ou falada. De modo estrito, é f a l a r d e
modo a ser entendido, com perfeita pronúncia das palavras, de
f o r m a agradável e com ritmo apropriado, com altura de voz e ressonância
adequadas. Ter dicção é ler pelo menos uma página de livro ou revista, de forma clara, sem
tropeços e com musicalidade na voz.
TRAVA-LÍNGUA
Não confunda
Ornitorrinco com
Otorrinolaringologista,
Ornitorrinco com ornitologista,
Ornitologista com
Otorrinolaringologista,
Porque ornitorrinco
É ornitorrinco,
Ornitologista é ornitologista
E otorrinolaringologista é
Otorrinolaringologista.
O que é que Cacá quer? Cacá quer caqui. Qual caqui que Cacá quer? Cacá quer
qualquer caqui.
Para ouvir o tique-taque, Tique-taque, tique-taque, Depois que um tique toca E que
se toca um taque.
Sabia que a mãe do sabiá não sabia que o sabiá sabia assobiar?
O rato roeu a roupa do Rei da Rússia que a Rainha, com raiva, resolveu remendar.
A pia perto do pinto, o pinto perto da pia, tanto mais a pia pinga, mais o pio pinta.
Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, apara o prato, pia o
pinto e mia o gato
Paulo Pereira Pinto Peixoto, pobre pintor português, pinta perfeitamente, portas,
paredes e pias, por parco preço, patrão.
Se vaivém fosse e viesse, vaivém ia, mas como vaivém vai e não vem, vaivém não
vai.
Uma aranha dentro da jarra. Nem a jarra arranha a aranha nem a aranha arranha a
jarra.
Chupa cana chupador de cana na cama chupa cana chuta cama cai no chão.
Se o papa papasse papa, Se o papa papasse pão, Se o papa tudo papasse, Seria
um papa -papão
Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.
IMAGINAÇÃO
A imaginação cria coisas que podem existir ou acontecer, ao passo que a
fantasia inventa coisas que não existem, nunca existiram nem existirão. E, no
entanto, quem sabe, talvez um dia elas passem a existir. Quando a fantasia criou o
tapete mágico, quem iria pensar que nós um dia estaríamos voando através do
espaço? Tanto a fantasia quanto a imaginação são indispensáveis para o pintor.
E para o ator?
O dramaturgo acaso fornece tudo que os atores têm de saber sobre a peça? Pode-
se, acaso, em cem páginas, relatar inteiramente a vida da lista de personagens? O
autor, por exemplo, fornece pormenores suficientes daquilo que aconteceu antes do
início da peça? E faz-nos, acaso, saber o que acontecerá depois de terminada ou o
que se passa por trás das cenas? O dramaturgo, frequentemente, é avaro nos
comentários. É possível que, no texto, achemos apenas: "os mesmos e Pedro" ou
"sai Pedro". Mas a gente não pode surgir do ar de repente ou nele desaparecer. Nós
nunca acreditamos em uma ação praticada "em geral": "ele se levanta", "anda de
um lado para outro, agitado", "ri", "morre". Até as características pessoais são
fornecidas laconicamente, como: "é um jovem de aspecto agradável, fuma muito".
Não é precisamente uma base bastante ampla para a criação de todo o seu aspecto
exterior, seus modos, seu andar.
"E as falas? Será bastante decorá-las? Será que os dados fornecidos descrevem o
caráter dos personagens e nos indicam todos os matizes dos seus pensamentos,
sentimentos, impulsos e atos?
"A tudo isso o ator deve dar maior amplitude e profundidade. Nesse processo
criador a imaginação o conduz.
A esta altura nossa aula foi interrompida pela visita inesperada : um célebre ator
trágico estrangeiro. Disse-nos tudo sobre os seus triunfos e depois que se foi o
diretor declarou com um sorriso:
INICIA
"Devo confessar que eu mesmo sou, muitas vezes, forçado a mentir quando, como
artista ou diretor, vejo-me às voltas com um papel ou uma peça que não me atrai.
Nesse caso as minhas faculdades criadoras paralisam-se. Preciso de um
estimulante qualquer e, assim, começo a dizer a todo mundo como estou
entusiasmado com o meu trabalho. Sou forçado a caçar o que quer que ele tenha
de interessante e vangloriar-me disso. Assim, a minha imaginação é espicaçada. Se
eu estivesse sozinho não faria esse esforço, mas quando trabalhamos com outras
pessoas temos de documentar solidamente as nossas mentiras. E acontece,
frequentemente, que essas mentiras podem ser utilizadas como material para um
papel ou uma direção.
Já que a imaginação tem papel tão importante no trabalho do ator, o que é que ele
pode fazer quando carece dela?
Terá de desenvolvê-la, ou então desistir do teatro. De outro modo, cairá nas mãos
de diretores que compensarão a sua deficiência com as próprias imaginações,
fazendo dele um joguete. Não seria melhor desenvolver uma imaginação sua
mesmo?
A imaginação dotada de iniciativa própria pode desenvolver-se sem qualquer
esforço especial e trabalha, constante e incansável, quer você esteja dormindo,
quer acordado. Depois há aquela que não tem iniciativa, mas é fácil de despertar e
continua agindo logo que lhe sugerem alguma coisa. A imaginação que não reage
às sugestões cria um problema mais difícil. Com ela o ator recebe as sugestões de
um modo apenas exterior e formal. Assim equipado, o seu desenvolvimento está
crivado de dificuldades e há pouquíssima esperança de êxito, a não ser que ele faça
um esforço enorme.
Hoje Tortsov começou suas observações dizendo-nos o que temos de fazer sempre
que o autor, o diretor e outros colaboradores do espetáculo omitirem coisas que
precisamos saber.
Necessitados, antes de mais nada, de uma série ininterrupta de supostas
circunstâncias, no meio das quais se desenvolve o nosso exercício. Segundo, temos
de contar com uma linha sólida de visões interiores, ligadas a essas circunstâncias,
de modo que elas sejam ilustradas para nós. Durante cada segundo que
estivermos no palco, a cada momento do desenrolar da ação da peça,
temos de estar cônscios das circunstâncias externas que nos cercam (toda
disposição material do espetáculo) ou de uma cadeia interior de
circunstâncias que foram imaginadas por nós mesmos, a fim de
ilustrarmos nossos papéis.
Com esses momentos formar-se-á uma série ininterrupta de imagens, parecida
com um filme cinematográfico. Enquanto a nossa atuação for criadora, essa fita
desenrolar-se-á e projetar-se-á na tela da nossa visão interior, tornando vívidas as
circunstâncias por entre as quais nos movemos. Além disso, essas imagens
interiores criam um estado de espírito correspondente e despertam emoções, ao
mesmo tempo que nos mantêm dentro dos limites da peça.
INICIA
— No meu processo para pôr em atividade a imaginação do aluno — explicou, há
certos pontos que convém notar. Quando a sua imaginação está inerte, faço-lhe
uma pergunta simples. Como foi interrogado, tem de responder. Se responde sem
pensar, rejeito a resposta. Então, para encontrar uma resposta mais satisfatória, o
aluno terá de despertar a imaginação, ou, caso não o faça, terá de atacar o issunto
com o cérebro, por meio do raciocínio lógico. Muitas vezes trabalho da imaginação
é preparado e dirigido dessa forma consciente, intelectual. O aluno, então, vê
alguma coisa, quer na memória, quer na imaginação: há, diante dele, certas
imagens visuais definidas. Por um breve instante, ele vive num sonho. Depois
disso, nova pergunta e o processo repete-se. E mesmo com a terceira e a quarta,
até que sustentei e alonguei aquele breve instante, fazendo dele algo de parecido
com um quadro completo. Pode ser que, a princípio, isto não seja interessante. Mas
seu valor é que a ilusão foi tecida com imagens interiores do próprio estudante.
Obtido isto, ele a poderá repetir uma, duas, ou muitas vezes. Quanto mais a
recordar, mais fundamente a terá impressa na memória e cada vez passará a viver
Mais profundamente nela.
TEXTO
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e
transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo,
uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme,
uma novela de televisão também são formas textuais.
INTERLOCUTOR
É a pessoa a quem o texto se dirige.
TEXTO-MODELO
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, uma pessoa amada e
uma intrusa. Por isso todo mundo sente. Se sua amiga disser que não, está
mentindo ou se enganando. Quem aguenta ver o namorado conversando todo
animado com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…)
É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado, das suas amigas,
dos seus pais. Eles são a parte mais importante da sua vida.”
MODELO DE PERGUNTAS
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem é o seu interlocutor
preferencial?
Um leitor jovem.
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem a você identificar o
interlocutor preferencial do texto?
INICIA
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor preferencial do texto: uma
jovem adolescente, que pode ser acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a
revista Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas adolescentes.
A linguagem informal típica dos adolescentes.
CORPORAL
Reserve 15 minutos por dia para estudar e aprender a interpretar os gestos das
pessoas e adquirir uma percepção consciente dos seus próprios gestos. Os
melhores locais para o aprendizado são aqueles em que as pessoas se
encontram interagem. Um aeroporto é um lugar muito bom para observar toda a
variedade de gestos humanos, como manifestações de ansiedade, raiva, tristeza,
felicidade, impaciência e diversos outros sentimentos. Eventos sociais, reuniões
de negócios e festas são terrenos férteis para estudos, e assistir a televisão
também é uma excelente forma de aprimoramento. Abaixe o som e tente
compreender o que está acontecendo apenas pelas imagens. Se você aumentar
o som após alguns minutos, poderá verificar se sua interpretação não verbal foi
correta. Em pouco tempo você será capaz de assistir a um programa inteiro sem
nenhum som e, assim com os deficientes auditivos, compreender o que está
acontecendo. Outra dica é usar uma câmera para filmar a si mesmo fazendo
uma apresentação, mostrar o vídeo a seus amigos e colegas com o som
desligado e pedir a eles que avaliem o seu desempenho.
Aqui está um guia de referência para alguns dos sinais mais comuns da linguagem
corporal, provavelmente você vai se identificar com alguns deles.
Braços cruzados
Algumas observações e origens
INICIA
Cruzar os braços na frente do corpo indica uma atitude distante e não receptiva. É
um gesto natural e 70% das pessoas cruzam o braço esquerdo sobre o direito. É
praticamente impossível aprender a cruzá-los do outro jeito. Ao que tudo indica,
esse gesto visa proteger o coração e os pulmões de ataques. A maioria dos
primatas também o faz por esse motivo.
Pesquisas revelam que as pessoas da plateia que adotam essa postura durante
uma palestra conseguem lembrar 38% menos do que é dito do que aqueles que se
sentam de forma mais descontraída. Ao serem indagados sobre a atuação do
apresentador, os que cruzaram os braços usaram mais frases mais curtas,
desviaram mais os olhos, recostaram-se com mais frequência na cadeira e foram
mais críticos com o desempenho do apresentador do que os demais ouvintes.
Esse gesto também tem diversas variações sutis, como cruzar um só braço (1);
segurar a própria mão (2), o que parece ser um vestígio da época em que seus pais
seguravam a sua mão quando você ficava nervoso; e segurar um objeto com as
INICIA
duas mãos (3). O objetivo de segurar uma bolsa, um copo ou uma pasta com as
duas mãos é obter uma sensação de segurança ao ter os braços na frente do corpo.
Mexer o anel, no relógio ou na abotoadura com a outra mão produz o mesmo
efeito.