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Os musicais de Andrew Lloyd Webber

O nosso querido Andrew Lloyd Webber (ou, em bom português, André Lodi ) é um dos mais
prolíferos compositores de musicais da atualidade. Se quantidade é sinônimo de qualidade, deixarei
você decidir, mas o fato de ser dele o musical que está em cartaz na Broadway por mais tempo do
que qualquer outro sem dúvida contribui para a sua fama.

De acordo com o letrista Don Black, Andrew foi quem, sozinho, “mais ou menos reinventou o teatro
musical”. Além de mais de 20 musicais, ele compôs a trilha sonora de dois filmes, um Réquiem em
latim, a canção que representou o Reino Unido no Eurovision de 2009, a música It’s easy for you,
gravada por Elvis Presley e também o tema das Olímpiadas de verão de 1992 chamada Amigos para
Siempre que, se você não conhece, sem dúvida sua mãe sabe até cantar.

Além dos títulos de Lorde, Barão e Cavaleiro, também coleciona inúmeros prêmios. Seis Tonys, um
Oscar, três Grammys, um Emmy, quatro Oliviers (isso pra mencionar alguns) e, mesmo assim, ainda
há quem diga que seu maior triunfo é compartilhar o dia do aniversário com Stephen Sondheim.

Você pode amá-lo ou odiá-lo, mas a verdade é que você sem dúvida conhece pelo menos uma de
suas melodias e seu trabalho ainda exerce uma significativa influência na comunidade teatral
contemporânea. Vejamos uma lista dos musicais compostos por Andrew Lloyd Webber.

1. The Likes of Us (1965)


Baseado numa história real, este musical marca o início da colaboração entre Webber e o
letrista Tim Rice. Apesar de ter sido composto em 1965, os dois jovens artistas não
conseguiram chamar atenção suficiente para montarem o show, cuja primeira
apresentação aconteceu somente em 2005.

Em bom português, o título pode ser traduzido como “Semelhantes a nós” e fala sobre
a vida do filantropo Thomas Barnardo, acompanhando sua chegada em Londres em
1866, como ele conheceu sua esposa e como o primeiro Lar para Crianças de Barnardo
foi criado em 1867.

2. Joseph and the Amazing Technicolor Dreamcoat (1968)


Em sua segunda colaboração com Rice, o show “José e o Fantástico Casaco Multicolorido dos
Sonhos” foi buscar inspiração no livro de Gênesis, na Bíblia. Conta a história de José e como a inveja
de seus 11 irmãos desencadeou uma série de ações que levaram José a se tornar o braço direito do
Faraó do Egito.

Esta comédia musical foi a primeira da dupla a ser apresentada publicamente. Estreou na Broadway
em 1982 e foi nomeado a vários Prêmios Tony, incluindo o de Melhor Musical e Melhor Partitura.
Além de um revival na Broadway, o show já esteve quatro vezes no West End londrino.

Uma curiosidade é que o título do musical é baseado num erro de tradução da Bíblia. No original,
não existe menção a cores, apenas uma “veste com marcas” que podem simbolizar a posição de
Jacó, pai de Joseph, como o Sumo Sacerdote de sua tribo. Desta forma, os irmãos não
ficaram com inveja porque José ganhou do pai um bonito casaco multicolorido, mas
sim porque ele foi escolhido como sucessor de Jacó.
Em 1999 o espetáculo foi gravado para televisão, com classificação livre, o que gerou uma certa
polêmica uma vez que alguns dos personagens bíblicos aparecem bebendo e fumando.

3. Jesus Christ Superstar (1971)


Novamente a dupla foi buscar inspiração na Bíblia e é contando a história dos últimos dias de
Jesus Cristo do ponto de vista de Judas que surgiu a Ópera Rock Jesus Christ Superstar.
Sem conseguir apoio para uma apresentação, foi lançado um álbum onde toda a
história é contada através do canto, sem nenhum diálogo falado. Logo, uma série de
montagens não autorizadas se espalhou pelo globo e seu sucesso imediato levou o
musical direto para Broadway em 1971.

Na época, a escolha de um negro para interpretar o papel de Judas foi uma iniciativa
ousada e felizmente muito bem vista pela crítica, e se repetiu na escalação do elenco no
filme de 1973. Uma segunda adaptação foi filmada para a televisão em 1999, tendo recebido
o prêmio Emmy Internacional de Melhor Performance Artística em 2001. Uma outra adaptação foi
filmada em 2018, com John Legend no papel de Jesus e Sara Bairelles como Maria Madalena, e
levou 5 Prêmios Creative Arts Emmy.

A temporada londrina, que durou oito anos, se tornou na época o musical que mais tempo ficou em
cartaz no West End. Seu sucesso garantiu que o show fosse montado por todos os cantos do globo,
inclusive com diversos revivals na Broadway e no West End.

O musical é alvo de muita controvérsia. Grupos religiosos discordam da abordagem mais humana
que foi dada Jesus no musical e reclamam que a ressurreição não faz parte do musical. Além disso,
Andrew é acusado de plágio por ter copiado a melodia da canção I don’t know how to love him da
composição clássica Concerto para Violino em Ré Menor de Mendelssohn. Ironicamente, a canção
de fato não é original, tendo o próprio Andrew a publicado em 1967 com outra letra sob o nome de
Kansas Morning.

Outra melodia reutilizada foi a da canção do Rei Herodes, que originalmente se chamava Try it and
see e foi composta por Webber em 1969 para representar o Reino Unido no Eurovision. A música
não foi aceita, mas acabou sendo gravada pela cantora italiana Rita Pavone.

4. By Jeeves (1975)
Com o sucesso de Jesus Christ Superstar, o produtor inglês Robert Stigwood sugeriu que a
dupla fizesse uma versão musical da clássica história de Peter Pan, mas a ideia não foi
para frente. Certa noite, em 1973, Rice ouviu um programa de rádio sobre Eva Peron
e ficou fascinado pela história da vida dela, mas Webber não gostou da ideia e o
projeto foi engavetado.

Rice então sugeriu que eles adaptassem a obra de P G. Wodehouse para um musical,
e este seria o quarto musical da dupla, mas o próprio Rice abandonou o projeto logo
no início de seu desenvolvimento. A fama de Webber ajudou com que ele atraísse o
interesse do famoso escritor britânico Alan Ayckboum, mas sua inexperiência com musicais não
contribuiu muito para a obra.

Alan escreveu um roteiro que funcionava sem música, tornando as canções desnecessárias para o
avanço da história. Além disso, as primeiras apresentações de teste de audiência tiveram a duração
de quase cinco horas! A redução do material criou uma acalorada tensão entre a equipe criativa (o
diretor foi despedido logo antes da estreia!) e o conflitoso resultado final não tinha como ter um
destino diferente: fechou as portas apenas 38 apresentações depois de estrear.

O musical gira em torno do personagem Bertie Wooster e seu fiel mordomo Jeeves que, apesar de
ser o personagem título não tem sequer um solo. Num evento beneficente, Bertie subirá no palco
para tocar banjo, mas o instrumento foi roubado. Jeeves, que pode ou não ter roubado o banjo para
fazer com que seu patrão não passe vergonha uma vez que ele toca muito mal, resolve a situação
sugerindo que Bertie conte uma de suas aventuras para entreter a plateia. Numa história repleta de
confusões, trocas de identidade e envolvimentos românticos, By Jeeves é um excelente exemplo de
farsa musical inglesa.

Originalmente chamado apenas de Jeeves, o título atual significa “Por Jeeves” no sentido de “Graças
a Jeeves”, uma vez que o mordomo faz de tudo para salvar a pele de seu patrão.

A gravação do elenco original não está mais disponível para venda. Webber recolheu todas as cópias
para poder reutilizar algumas das melodias em outros shows (ironicamente, uma das melodias já
havia sido reciclada de The likes of us). Uma versão revisada do musical estreou na Broadway em
2001, ficando em cartaz por 73 apresentações.

5. Evita (1978)
Depois do fracasso de By Jeeves, Webber pôs o rabinho entre as pernas e decidiu
acatar a ideia de Rice e compor um musical baseado na vida da primeira dama
Argentina Eva Peron. Assim como Jesus Christ Superstar, Evita foi lançado
primeiro como um álbum de ópera rock em 1976, e seu sucesso imediato fez com
que o espetáculo fosse montado em Londres, na Broadway e em várias outras
partes do globo, tendo inclusive três montagem Brasileiras, a primeira e 1983
onde a cantora Cláudya foi considerada pelos produtores ingleses como a melhor
Evita de todos os tempos.

Foi o primeiro show britânico a receber o Prêmio Tony de Melhor Musical, além de 6 outros Tonys,
dois Oliviers, 6 Drama Desks e inúmeros outros prêmios. A canção Don’t cry for me Argentina foi
gravada inúmeras vezes em diversas línguas ao redor do globo, tendo ganhado vida própria fora dos
palcos.

Planos para levar o musical para o cinema começaram a ser feitos logo que o musical estreou.
Pensava-se em Barbra Streisand ou Liza Minelli como Eva e Elton John como Che. Rice queria que a
personagem título fosse interpretada por Elaine Page, que originou o papel em Londres (talvez
motivado pelo seu envolvimento romântico com a atriz) e assim, por diferenças artísticas, o filme foi
sendo adiado até que finalmente o musical chegou às telas em 1996, com Madonna de Eva e
Antonio Banderas de Che. Indicado a cinco Oscars, levou o de Melhor Canção Original com You Must
Love Me, composta especialmente para o filme.
6. Tell Me on a Sunday / Song & Dance (1979)
O musical é baseado numa ideia originalmente concebida por Tim Rice, que pensava em
fazer um ciclo de canções para serem apresentadas na televisão. Logo no início do
projeto, Webber percebeu que Rice estava escrevendo o papel para sua amante,
Elaine Paige, e permitir que ela tomasse a frente neste monólogo musical poderia
soar como se Webber concordasse com o adultério de Rice, que era casado e pai de
dois filhos pequenos. Assim, Webber optou por compor o musical com letras de Don
Black.

O musical, Conte-me em um Domingo, em tradução literal, conta a história de uma garota


inglesa que se muda para os Estados Unidos para ficar perto do seu amor, que ela logo descobre que
é platônico. Tentando alavancar sua carreira, ela acaba se envolvendo com outros homens, tendo
que repensar seus valores uma vez que ela havia prometido que jamais se tornaria alguém que usa
das pessoas para conseguir o que quer.

A primeira apresentação aconteceu no Festival de Sydmonton em 1979, seguido de uma transmissão


na televisão pela BBC em 1980. Muito curta para ser apresentada como um musical na Broadway,
Webber começou a planejar formas de estender o show, acrescentando um segundo ato sem
necessariamente ter relação com o primeiro. Ele considerou escrever uma opereta contando a
amizade entre Giacomo Puccini e Ruggiero Leoncavallo, chegando inclusive a compor uma melodia
que anos depois se tornaria a famosa canção Memory do musical Cats, mas ele acabou
abandonando esta ideia.

Ao ser levado para o West End (1982) e para a Broadway (1985), Tell me on a Sunday se tornou o
primeiro ato do musical intitulado Song & Dance, seguido de um balé coreografado ao som
da obra Variations, que Webber havia composto 1977. Como o nome diz, Variations é
composto de 23 variações sobre o Capricho nº 24 do compositor clássico Niccolò
Paganini (desta vez Webber admitiu que estava copiando a melodia de outro lugar).

O musical recebeu 8 nomeações ao Prêmio Tony, com Bernadette Peters levando o


medalhão de Melhor Atriz de Musical por dar vida a Emma, a única personagem que
aparece fisicamente no espetáculo.

7. Cats (1981)
Desde 1977 Webber começou um “exercício de composição”, criando melodias para
poemas que já existiam, do Livro de Gatos Práticos do Velho Possum, de T. S. Eliot
(Possum, que pode ser traduzido literalmente como “gambá”, era como Eliot assinava
as cartas que mandava para seus afilhados).

Em 1980 o musical foi apresentado como um ciclo de canções chamado Pratical Cats,
na tentativa de atrair a atenção para o projeto, e a viúva de Eliot ficou tão tocada pela
obra que ofereceu a Webber vários poemas não publicados no livro, pois seu marido
achava alguns deles muito tristes para crianças, como foi o caso do poema de “Grizabela, a
gata do glamour”, justamente a personagem que canta a canção mais conhecida do espetáculo.

Em Cats, cada um dos Jellicle gatos se apresenta, tentando justificar porque eles devem ser
escolhidos para passar para a Camada do Lado Pesado para poder retornar numa nova vida. “Jellicle
Cat” é uma contração das palavras “Dear little cat” ou, em bom português, “Querido gatinho”.
O musical passou por algumas dificuldades para conseguir ficar de pé. Os ensaios começaram sem
que houvesse um roteiro definido, e muito do que hoje vemos no palco foi criado nos ensaios pelos
atores que criaram os papéis. O letrista Richard Stilgoe foi convidado para os ensaios por sua
habilidade de escrever letras muito rapidamente, e assim, de improviso, surgiu o número de
abertura. O diretor Trevor Nunn queria uma música imponente e dramática para o final do primeiro
ato, e a melodia que Webber havia composto ainda estava sem letra. Don Black e Tim Rice chegaram
a escrever duas letras para a canção, mas Nunn as achou depressivas demais. A letra que
conhecemos hoje foi adaptada pelo próprio diretor poucos dias antes da estreia.

Nunn queria uma atriz de peso interpretando Grizabella e assim Judi Dench foi escalada. Vale a pena
mencionar que uma então jovem e quase desconhecida Sarah Brightman entrou para o coro num
papel que inicialmente nem nome possuía. Quis o destino que Judi rompesse o tendão de Aquiles
poucos dias antes da estreia e sua substituta entrou no lugar, e o diretor musical precisou deixar o
projeto por motivos de saúde e a estreia precisou ser adiada.

Essa confusão não contribuía para o fato de que poucos investidores acreditavam que um musical
sobre gatos pudesse dar certo e Webber precisou dar sua casa como garantia para conseguir
reservar o teatro. O restante do dinheiro foi conseguido através de pequenos investidores, que
foram encontrados através de anúncios em jornais. O sucesso estrondoso do musical fez com que
cada um deles recebesse de volta uma estimativa de 3.500 vezes o valor investido.

Cats se tornou o musical que mais tempo ficou em cartaz em Londres (21 anos) e na Broadway (18
anos) e esse sucesso comercial chamou a atenção de produtores e criativos do Teatro Musical, que
buscaram imitar a fórmula e criar o próximo Mega Musical de sucesso.

Outro grande trunfo do musical foi a venda de praticamente todo o tipo de souvenir no teatro, o que
na época era uma raridade. Reza a lenda que várias camisetas com a logo do musical, dois olhos de
gato com dançarinos no lugar das pupilas, haviam sido fabricadas para o elenco e equipe, mas
muitas haviam sobrado. Para não as desperdiçar, um pequeno stand foi montado no lobby e as
camisetas venderam como água. Somente as camisetas do Hard Rock Cafe superaram as vendas de
Cats na década de 1980. Logo, todo tipo de produto que você pode imaginar estava disponível para
venda.

Com todo esse sucesso era de se esperar que a montagem cinematográfica do musical batesse
também todos os recordes de bilheteria, certo? O antigo estúdio de Steven Spielberg, Amblimation,
planejava fazer uma animação do musical na década de 1990, mas o projeto foi abandonado com o
fechamento do estúdio em 1997. No ano seguinte, uma gravação para TV bastante fiel ao original foi
lançada, mas o pior ainda estava por vir. Em 2019 Cats chegou nos cinemas de uma forma tão
catastrófica que só assistindo para acreditar em tudo que deu errado naquele filme. Nem mesmo a
canção escrita por Webber e Taylor Swift especialmente para o filme ajudou.

8. Starlight Express (1984)


Se você acha que um musical sobre gatos é uma ideia absurda, você ainda não viu nada.
Em Starlight Express, o Expresso da Luz das Estrelas, os personagens são vagões de
trem, interpretados por atores usando patins.

O musical foi criado a partir de três projetos fracassados de Webber. Uma série de
televisão com trens como protagonistas que, após a criação do piloto, não obteve
aprovação da emissora. Uma canção chamada “Motor do Amor” composta para Earl
Jordan, que era capaz de cantar três notas ao mesmo tempo, como o apito de uma
locomotiva, mas a canção não obteve sucesso comercial. E, enfim, Webber foi convidado para
compor canções para uma animação de Cinderella onde o Príncipe queria encontrar sua princesa
através de uma corrida de trens, onde Cinderella seria uma locomotiva a vapor e suas meias irmãs
malvadas seriam uma locomotiva a diesel e outra elétrica, mas o projeto não foi para frente.

Webber juntou os cacos desses três fracassos e assim surgiu Starlight Express, que conta a história
de Rusty, uma locomotiva a vapor antiga e obsoleta que entra numa corrida competindo com trens
modernos para chamar atenção de Pearl, um vagão de passageiros da primeira classe.

Voltado para um publico mais jovem, Webber explica que o musical “por sua própria natureza,
precisa sempre mudar”, e assim números musicais são sempre re-inventados, re-escritos, re-
arranjados e re-encenados para deixa-los mais atuais para o público atual. Por conta disso, o show
que vemos hoje é substancialmente diferente do que estreou em 1984 no West End, com letras de
Richard Stilgoe. De lá para cá, novas canções com letras de diversos letristas foram adicionadas,
algumas com melodias escritas por Alistair, o filho de Webber.

Em determinado momento, Starlight Express se tornou o segundo musical a mais tempo em cartaz
em Londres (o primeiro ainda era Cats) e é extremamente popular na Alemanha, onde ele é
apresentado num teatro construído especificamente para ele desde 1998, e detém o Guinness
World Record de espetáculo mais assistido num mesmo teatro.

9. Cricket (1986)
Por “diferenças artísticas”, Rice e Webber haviam dado uma pausa em suas
colaborações, mas um pedido do Príncipe Edward para compor um musical para
comemorar o aniversário de 60 anos da Rainha Elizabeth, e assim a dupla se reuniu
novamente para criar um musical divertido e leve de 30 minutos de duração.

Teve apenas três apresentações, todas em 1986: Sua estreia no Castelo de Windsor,
uma segunda no Festival de Sydmonton e a terceira e última no Baile do Lorde
Taverner, num evento de caridade. O enredo segue a estrela do críquete Donald que
está divido entre seu time e sua namorada Emma, que se interessou pelo convite de Vincent
e decide trocar as partidas de críquete pelas corridas de cavalo.

Mesmo tendo sido muito bem recebido, ao invés de expandir o material para se tornar um musical
completo, Webber acabou reutilizando várias das canções com novas letras em seus próximos
projetos: Aspects of Love e Sunset Boulevard. Para que as pessoas não reconhecessem essas
melodias, nenhuma gravação do musical foi feita, para a tristeza de Rice, que nunca mais verá seu
trabalho apresentado em qualquer lugar.

10. The Phantom of the Opera (1986)


Provavelmente o mais famoso musical de Webber, O Fantasma da Ópera é baseado no
romance francês de 1910 de Gaston Leroux, e a história nos conta sobre Christine
Daaé, uma bailarina que, com ajuda de um misterioso fantasma, se torna a principal
cantora de Ópera. Ela acreditava que o fantasma era um “anjo da música”, enviado
pelo seu falecido pai, mas ela percebe que algo está errado quando ele a leva para um
labirinto subterrâneo nas profundezas da Ópera de Paris.

A princípio, Webber convidou Jim Steinman para escrever as letras, mas ele recusou.
Alan Jay Lerner foi chamado, mas por motivos de saúde foi forçado a abandonar o projeto
(fragmentos de suas letras ainda estão no espetáculo, sem o devido crédito). Assim Richard Stilgoe,
o letrista de Starlight Express foi recrutado, mas suas letras foram consideradas muito duras e pouco
românticas e foi assim que um jovem letrista desconhecido chamado Charles Hart acabou
escrevendo as letras de um dos espetáculos mais famosos da história do teatro musical.

A montagem de Londres de 1986 ficou em cartaz por 34 anos, e a montagem da Broadway de 1988 é
o espetáculo que está a mais tempo em cartaz. A produção recebeu 7 prêmios Tony, incluindo o de
melhor musical, e já foi montado inúmeras vezes ao redor do globo. O musical se passa na França e,
ironicamente, a primeira montagem francesa que estava programada para estrear em Setembro de
2016, precisou ser cancelada dias antes da estreia, pois o teatro Mogador, onde ele seria
apresentado, pegou fogo. Será maldição do fantasma?

Assim como Cats, toda a publicidade do show gira em torno de uma imagem. Normalmente não se
divulga o nome dos atores e nem trechos de críticas, para que o musical seja considerado “bom por
si só”. Curiosamente, a máscara que até hoje é utilizada na divulgação não aparece no espetáculo.
Como esta máscara tapava toda a expressão do ator e também atrapalhava na microfonação, a meia
máscara foi criada antes da estreia, mas toda a divulgação já havia sido feita no formato anterior, e
por isso se manteve.

A versão cinematográfica começou a ser planejada desde 1989, com Sarah Brightman e Michael
Crawford interpretando os papeis que eles originaram em Londres e na Broadway. Mas o divórcio
entre Webber e Brightman acabou afetando a produção, que acabou sendo adiada. Em 1997 foi
feita uma segunda tentativa, que teria John Travolta ou Antonio Banderas no papel título, mas,
novamente o projeto foi adiado. Somente em 2019 o filme chegaria às telas. Inicialmente os papeis
principais seriam interpretados por Hugh Jackman e Anne Hathaway, mas ambos tiveram que
recusar por conflito de agenda com os filmes Van Helsing e Os Diários da Princesa 2,
respectivamente.

E, claro, a estrela principal do espetáculo, pesava 2,2 toneladas e custou 1,3 milhões de dólares. O
lustre foi fabricado com cristais Swarovski e tinha dois dublês: um para ser utilizado nas cenas mais
perigosas e outro equipado com eletricidade para a cena da abertura.

O estrondoso sucesso do musical fez com que vários compositores acusassem Webber de plágio. Os
herdeiros de Giacomo Puccini processaram Webber por ter copiado uma melodia da ópera La
Fanciulla del West em Music of the Night. Um acordo foi feito fora dos tribunais e o caso foi
encerrado. Em 1990 Ray Repp entrou com um processo alegando que a canção título era baseada
numa canção dele chamada Till You. Webber contra atacou, acusando Repp de que a canção dele
era, na verdade, um plágio de Close Every Door. O júri decidiu que ambas as acusações eram
infundadas. Roger Waters, ex-vocalista da banda Pink Floyd, apontou semelhanças entre o tema do
Fantasma e a faixa Echoes, por ele composta, mas ele nunca abriu um processo. Até o famoso dueto
All I Ask of You não é original. A melodia foi extraída de um solo que Webber havia escrito para
Plácido Domingo chamado I Don’t Talk to Strangers.
11. Aspects of Love (1989)
O que você faz quando você fracassa? Andrew Lloyd Webber continua tentando até
conseguir fazer com que qualquer projeto rejeitado ganhe vida num musical. Em 1989,
Webber e Rice haviam sido convidados para escreverem as canções para um filme em
desenvolvimento, baseado no livro Aspectos do Amor de David Garnett mas o projeto
acabou não evoluindo.

Durante os ensaios de Cats, Andrew mostrou o material para o diretor Trevor Nunn,
que acabou fazendo uma montagem improvisada em 1983 mas não evoluiu. Webber
acabou utilizando as melodias criadas nessa época em O Fantasma da Ópera. Foi somente 5
anos depois que o musical recebeu a atenção de ambos e conseguiu chegar aos palcos.

Como Rice não estava mais trabalhando com Webber, Black e Hart foram chamados para compor as
letras e assim, finalmente, o musical estreou em 1989 em Londres e em 1990 na Broadway, com
várias melodias “emprestadas” do musical Cricket. O enredo foca nas aventuras românticas da atriz
Rose Vibert, que é convidada pelo seu grande fã Alex a passar um tempo em sua charmosa vila numa
cidadezinha da França. Chegando lá, Rose descobre que a vila, na verdade, é de George, tio de Alex,
que vive com sua amante, a escultura Giulietta Trapani. Os “aspectos” do título se referem às várias
formas que o amor é apresentado no espetáculo: platônico, adúltero, entre pais e filhos e também
flerta com uma atração lésbica entre Giulietta e Rose.

12. Sunset Boulevard (1993)


Com o estrondoso sucesso do filme Sunset Boulevard de 1950, considerado um dos
melhores filmes já criados, a atriz Gloria Swanson que interpretou o papel de Norma
Desmond nos cinemas pediu autorização à Paramount Pictures para transformar o
filme num musical. A princípio ela havia recebido sinal verde mas quando o projeto
começou a deslanchar, a Paramount voltou atrás, pedindo que Swanson não levasse o
projeto à frente.

Na década de 1960 ninguém menos que Stephen Sondheim tinha planos de transformar
o filme num musical, chegando a compor a música de abertura, mas depois de uma
conversa com Billy Wilder, diretor do filme, Sondheim abandonou o projeto depois de ouvi-lo dizer
“Você não pode escrever um musical sobre Sunset Boulevard. Precisa ser uma ópera. Afinal de
contas, essa é a história de uma rainha destronada”. Nem mesmo um convite de Hal Prince para
compor a trilha de um remake estrelando Angela Lansbury fez Sondheim mudar de ideia.

Mas, quis o destino que Prince, que detinha os direitos para a montagem teatral, levasse a ideia até
Webber, que já havia brincado de compor material inspirado no material (que ele acabou usando na
trilha sonora que compôs para o filme Gumshoe, detetive particular de 1976). Somente em 1991,
Webber retomou o projeto, convidando Amy Powers, uma advogada sem muita experiência no
teatro musical para escrever as letras de Sunset Boulevard. Não deu outra, Webber acabou trazendo
o veterano Don Black para o projeto e juntos eles escreveram o roteiro e letras da primeira
montagem do espetáculo no Festival de Sydmonton, em 1991.

Com a ajuda do lestrista Christopher Hampton, Black revisou todo o roteiro e uma nova
apresentação foi feita no ano seguinte, com Patti LuPone no papel de Norma. Em 1993 o musical
estreou em Londres e em 1994 na Broadway, com Glen Close no papel principal. Nomeado para 11
Prêmios Tony, o msuical levou 7, incluindo o de Melhor Musical.
Conta a história de Norma Desmond, a esquecida estrela do cinema mudo que procura o roteirista
Joe Gillis para ajuda-la a escrever o roteiro do que seria o seu grande retorno às telas do cinema.
Mesmo sabendo que o roteiro de Norma jamais funcionará para as plateias do cinema falado, ele
decide ajuda-la em troca de dinheiro e hospedagem em sua grande mansão, localizada na Sunset
Boulevard.

13. Whistle Down the Wind (1996)


Além de compor as canções deste musical, Webber também co-escreveu o roteiro com
Patricia Knop e Gale Edwards. A parceria de Webber com o famoso letrista Jim
Steinman gerou bastante publicidade positiva para o musical e, aproveitando-se
disso, uma montagem para a Broadway começou a ser negociada antes mesmo do
musical ter sido apresentado.

Baseado no filme O Vento Também tem Segredos de 1961, o musical conta a história
de três crianças que encontram um homem escondido no celeiro da fazenda onde vivem
e, logicamente, assumem que ele é Jesus Cristo. Mas ele, na verdade, é um assassino que
acabou de fugir da prisão.

O show estreou em Washington no National Theatre em 1996, mas as duras críticas negativas fez
com que a montagem da Broadway, prevista para 1997, fosse cancelada. Uma versão revisada
estreou em Londres em 1998 e conseguiu ficar em cartaz por pelo menos três anos.

A reworked, and more successful, production opened in the West End at the Aldwych Theatre on 1
July 1998, starring Marcus Lovett as The Man and Lottie Mayor as Swallow. It ran for 1,044
performances and closed in January 2001.[4] This production was darker than the Washington, D.C.
production and was revised and directed by Gale Edwards, who had previously collaborated with
Lloyd Webber on an updated production of Jesus Christ Superstar.[5]

14. The Beautiful Game (2000)


Em 1998, Webber convidou o letrista Ben Elton para trabalhar numa readaptação do
musical Starlight Express. Elton não demonstrou interesse em adaptar o que já estava
pronto, mas colocou-se disponível para criar um musical novo.

O Belo Jogo conta a história de um grupo de adolescentes, membros de um time de


futebol local, que crescem durante o turbulento período dos conflitos em Belfast, na
Irlanda do Norte. Dois dos atletas, John e Del, são incentivados pelo seu treinador, o
Padre O’Donnell a buscarem a carreira profissional de jogador. Tudo parece correr bem
até que eles começam a namorar Mary e Christine, tendo que dividir sua atenção entre o
amor e o futebol, e logo todos são envolvidos nos conflitos que afligem sua comunidade.

Webber já havia começado a compor para uma continuação do seu maior sucesso comercial, O
Fantasma da Ópera, e assim nasceu The Heart is Slow to Learn. Mas, como você já deve prever, ele
não resistiu e acabou colocando a canção em The Beautiful Game com o nome de Our Kind of Love.
A música acabou se tornando a mais famosa da obra, mas foi cortada em montagens subsequentes
do show porque Webber quis usar a canção no musical Love Never Dies.

O musical estreou em Londres em 2000, ficando em cartaz por menos de um ano. Apesar dos críticos
serem favoráveis às composições de Webber, as letras de Elton foram criticadas por serem
previsíveis, grosseiras e vulgares.
O musical foi reescrito, com um final mais inspirador, e renomeado para The Boys in the Photograph
(Os garotos na fotografia), tendo sido montado de forma amadora em 2008 em Liverpool e
profissionalmente em 2009, no Canadá.

15. The Woman in White (2004)


A Mulher de Branco tem letras de David Zippel e roteiro de Charlotte Jones, que
escreveu o livro no qual o musical foi baseado. Conta sobre o professor de desenho
Walter Hartright e como sua vida mudou para sempre depois que encontrou uma
misteriosa mulher vestida de branco, que parece desesperada para revelar um
segredo. Ele reconhece no rosto de sua nova aluna Laura traços da estranha aparição
e começa a se apaixonar por ela, que está noiva do sinistro Percival Glyde.

Estreou em Londres em 2004, onde ficou em cartaz por apenas dois anos. Uma versão
editada e revisada abriu na Broadway em 2005, mas fechou depois de apenas três meses.

16. Love Never Dies (2010)


Em 1999 o escritor Frederick Forsyth publicou o livro O Fantasma de Manhattan,
contando o que aconteceu com os personagens de O Fantasma da Ópera. Ao invés de
se basear no livro original, Forsyth se inspirou no musical de Webber, e assim surgiu a
base da continuação de O Fantasma da Ópera: Love Never Dies.

Com letras de Glenn Slater e roteiro de Webber, Slater, Forsyth e Bem Elton, o
espetáculo se passa em Nova Iorque, onde a soprano Christine Daaé foi convidada
para cantar por Oscar Hammerstein. Ao desembarcar com seu marido Raul e seu filho
Gustave, eles descobrem que o convite era falso, quem a chamou foi um misterioso
empresário que a leva para Phantasma, uma nova atração em Coney Island.

O show estreou em Londres em 2010 e, devido às críticas negativas, fechou as portas durante quatro
dias para sofrer alterações e uma nova direção. O excesso de publicidade negativa fez com que a
temporada da Broadway, planejada para o mesmo ano, fosse cancelada. Uma produção australiana
totalmente repensada foi recebida muito melhor pela crítica, tendo essa versão sido gravada e
lançada em DVD.

17. The Wizard of Oz (2011)


Webber e Jeremy Sams adaptaram o filme de 1939 para os palcos, mantendo algumas das
canções que ficaram famosas no cinema e acrescentando novas canções com letras de
Tim Rice. Para trazer mais publicidade para o projeto, o papel de Dorothy foi escalado
através de um programa de televisão chamado Over the Rainbow. O mesmo formato
foi repetido no Canadá e no ano seguinte uma nova produção abriu em Toronto.

O musical conta a conhecida história de uma garotinha do interior do Kansas que tem
sua casa levada por um furacão e é levada para o mágico mundo de Oz, onde, com a
ajuda de seus novos amigos, ela precisa enfrentar a Bruxa Má do Oeste e encontrar o Grande
Mágico de Oz para conseguir retornar para casa.
18. Stephen Ward (2013)
Quando você acha que já viu de tudo, Webber se juntou aos letristas Don Black e
Christopher Hamilton para escrever um musical sobre o envolvimento adúltero de
1963 entre o político britânico John Profumo e a modelo de 18 anos Christine Keeler,
que tinha envolvimento com um espião russo.

O show ficou em cartaz por apenas quatro meses, parte de seu insucesso pode ser
atribuído a um trágico acidente que ocorreu há menos de 2km de distância, no Teatro
Apollo no dia da estreia. O teto do teatro desabou durante a apresentação de um outro
espetáculo, e os repórteres que vieram cobrir a estreia de Stephen Ward acabaram se
dividindo para fazer a cobertura do desabamento.

Após fechar as portas o show nunca mais teve uma nova montagem (mas talvez veremos em breve
suas músicas sendo recicladas num novo espetáculo de Webber, quem sabe?)

19. School of Rock (2015)


Depois do sucesso do filme A Escola do Rock de 2003, Webber decidiu adaptar o musical
para os palcos, com letras de Glenn Slater e roteiro de Julian Fellowes. Conta sobre
Dewey Finn, um guitarrista frustrado que na tentativa desesperada de conseguir um
emprego finge ser um professor substituto numa escola de alto padrão. Nomeado a
quatro prêmios Tony, foi a primeira vez desde 1971 que um musical de Webber
estreou na Broadway antes de Londres (principalmente devido ao fato de que as leis
trabalhistas para crianças nos EUA são mais flexíveis que no Reino Unido), ficando em
cartaz por quatro anos em ambos os continentes.

Claro que na melhor tradição Webberiana, o musical possui canções reutilizadas de antigos
trabalhos do compositor. I’m too Hot for You vem de uma canção escrita por Webber em 1981
chamada I’ve Been in Love Too Long. Do seu álbum Variations de 1978, que já havia sido reciclado
em Song & Dance, saíram elementos utilizados em Stick it to the Man e em outros números
musicais.

20. Cinderella (2021)


Com letras de David Zippel, roteiro de Emerald Fennell, e melodia roubada do musical
homônimo de Rodgers & Hammerstein, Cinderella reconta a clássica história da Gata
Borralheira de uma forma mais moderna, questionando os rígidos padrões de beleza
que a sociedade nos impõe. Nela, Cinderella é gótica e rebelde, e tem como Fada
Madrinha uma cirurgiã plástica. O Príncipe Encantado, que é dado como morto logo
no início do musical, é representado pelo seu irmão mais novo, tímido e desajeitado.

O musical ficou em cartaz no West End por apenas um ano, tendo sido fortemente
prejudicado pela pandemia do COVID-19. Webber foi um dos defensores de que os teatros
precisavam reabrir o quanto antes, investindo grandes somas de sua fortuna pessoal para manter o
espetáculo de pé e colocar comida na mesa dos atores impedidos de trabalhar. Ter aberto “muito
cedo” causou grandes perdas para a produção. A estreia original foi adiada por conta da pandemia e
a segunda data escolhida também precisou ser adiada porque, dois dias antes, uma pessoa do
elenco testou positivo. O espetáculo acabou fechando as portas depois de ficar apenas um ano em
cartaz.
21. Menções honrosas
Requiem é uma missa fúnebre composta por Webber em memória de seu pai, William
Lloyd Webber, que faleceu em 1982. Composta numa estrutura semelhante às missas
escritas pelos grandes compositores clássicos da antiguidade, a partitura mistura o
estilo melódico e pop de Webber com formas mais complexas e sofisticadas.

Uma versão preliminar foi ouvida durante o Festival de Sydmonton de 1984 e, depois
de polir o trabalho por meio ano, a estreia aconteceu em Fevereiro de 1985, na Igreja
de São Tomás em Nova Iorque, tendo como solistas Plácido Domingo, Sarah Brightman
e Paul Miles-Kingston. A missa recebeu o prêmio Grammy de Melhor Composição Clássica
Contemporânea e sua canção mais famosa, chamada Pie Jesu, ganhou vida fora da obra e já foi
regravada por vários artistas.

Em 2002, Andrew Lloyd Webber produziu o musical bollywoodiano Bombay Dreams. Para
trazer um som mais autêntico, Webber contratou o músico indiado A. R. Rahman para
compor as canções. As letras ficaram a cargo de Don Black e o roteiro é de Meera Syal
e Thomans Meehan. Ficou em cartaz em Londres por dois anos e posteriormente
estreou na Broadway, em 2004.

A história gira em torno de Akaash, um jovem das favelas de Bombay que sonha em se
tornar a próxima estrela de Bollywood. O destino quis que ele encontrasse um rico
advogado e sua noiva, uma cineasta de documentários chamada Priya, que chegam para
evitar que sua casa seja derrubada. Akaash logo se apaixona por Priya, que por acaso é filha de um
famoso diretor de Bollywood.

Em 2006, uma montagem produzida por Webber do clássico musical A Noviça Rebelde
estreou em Londres em 2006, onde ficou em cartaz por mais de dois anos. As músicas e
roteiro continuaram os mesmos do original, de Rodgers & Hammerstein. O plano era
trazer Scarlett Johansson ou outra atriz internacionalmente famosa para interpretar o
papel principal, mas as dificuldades de negociação acabaram levando Webber a criar
um Reality Show que tornaria uma desconhecida em celebridade. E assim surgiu o
programa de TV Como Resolver um Problema chamado Maria?, cuja vencedora foi
Connie Fisher. Esta fórmula seria repetida anos depois na escalação da Dorothy no
musical O Mágico de Oz, também produzido por Webber.

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