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Personagens
Miguel
Amélia
Hector
Mama Inês
Ernesto de La Cruz
CENA 1 PRÓLOGO
(Diante das cortinas fechadas, Miguel se apresenta).
MÚSICA 1 ABERTURA
Miguel (Falando com a plateia). Olá... Tudo bem? O meu nome é Miguel. Miguel Rivera, e eu vim
aqui contar a minha história para vocês. Às vezes, eu me sinto castigado por algo que
aconteceu antes mesmo de eu ter nascido. Eu vou explicar. Há muito tempo, existia uma
família...
(As cortinas se abrem o suficiente apenas para mostrar Hector e Amélia Rivera, de costas. É
importante que os atores estejam de costas para não mostrarem a maquiagem pois, a este
ponto, eles já estarão maquiados de caveira. Hector deve vestir as roupas com as quais
conheceremos Ernesto de la Cruz, pois a plateia não deve saber que ele é Hector. Amélia
deverá estar com um bebê no colo).
Miguel O Papá era músico. Ele e a família cantavam e dançavam e eram muito felizes. Mas o Papá
tinha um sonho: Tocar para o mundo. E um dia ele partiu com seu violão e nunca voltou.
(Hector sai de cena. Amélia parece ficar triste.) E a Mamá... Não podia ficar chorando pelo
músico que se mandou. (Amélia se recupera e sai de cena.) Depois de eliminar toda a música
de sua vida arranjou um jeito de criar sua família. Arregaçou as mangas e aprendeu a fazer
sapatos. (Amélia retorna, sem o bebê, ainda de costas, trazendo um sapato em suas mãos,
que ela exibe com muito orgulho.) Podia ter feito docinhos, fogos de artifício, ou calções
brilhantes para lutadores, mas, não, (chateado.) ela escolheu sapatos. E ensinou sua filha a
fazer sapatos. E depois, o resto da família... (Mamá Inez – jovem – e Tia Rosita entram em
cena segurando sapatos.) e aí os netos também aprenderam. O negócio foi crescendo junto
com a família. (Mamá Inez sai de cena.) A música destruiu sua família, mas os sapatos
reconstruíram. (Tia Rosita sai de cena.) E essa mulher foi minha tataravó, Mamá Amélia. Ela
morreu muito antes de eu nascer, (a cortina se fecha.) mas ainda me contam a sua história.
Todos os anos no “Día de los Muertos”, o Dia dos Mortos. E a filha dela é a minha bisavó, a
Mamá Inez...
(A cortina se abre novamente, apenas o suficiente para mostrar a Mamá Inez, bem velhinha,
sentada em uma cadeira.)
Miguel (Para Mamá Inez.) Olá, Mamá Inez!
Mamá Inez Olá, Julinho.
Miguel (Para a plateia.) É... Vocês lembram que o meu nome é Miguel, não lembram? Bem, a Mamá
Inez não. A Mamá Inez... Tem dificuldade de lembrar das coisas. Mas é muito legal conversar
com ela. Eu conto para ela quase tudo. (A cortina se fecha novamente.) Eu digo quase
porque tem uma coisa que eu não contei... Sabe... A música lá em casa é proibida. Acho que
é a única família no México que detesta música. Mas eu... Não sou como o resto da família.
Eu sei que eu não devia amar música, mas não é culpa minha. A culpa é de Ernesto de La
Cruz! O maior músico de todos os tempos!
CENA 2 O ROUBO DO VIOLÃO
(A cortina se abre e, de costas, temos Ernesto de la Cruz, segurando seu violão.)
Miguel Ele começou como um Zé Ninguém aqui mesmo na minha cidade, em Santa Cecília! Como
eu! Mas quando ele tocava, as pessoas caiam de amores por ele. E o De La Cruz começou a
sua carreira cantando na praça. E é por isso que hoje eu vou até a praça da minha cidade e
me apresentar no show de talentos do “Día de Los Muertos”. Eu só tenho um probleminha...
Eu não tenho um violão... E foi justamente quando eu estava procurando por um que eu
reparei numa coisa! (Miguel tira uma foto do bolso.) Esta foto estava na sala de oferenda lá
em casa. Aqui está a Mamá Amélia, a Mamá Inez ainda criança e o meu tataravô, só que a
Mamá Amélia rasgou a cabeça dele da foto. Mas o que eu nunca tinha reparado era no
violão que ele carrega! É igualzinho ao violão do De La Cruz! Então eu acho que eu sou da
família do De La Cruz! E é por isso que eu resolvi fazer uma coisa muito... ousada...
(A cortina se abre. Num pedestal está um violão.)
MÚSICA 2 O TÚMULO DE ERNESTO DE LA CRUZ
Miguel Eu estou aqui, no túmulo do De La Cruz, onde está guardado o violão dele. Bem, se ele é
mesmo da minha família eu tenho certeza que ele não iria se incomodar se eu pegasse o
violão emprestado para tocar na praça. Nos filmes dele ele sempre dizia que nós devemos
“Agarrar nosso momento” e é justamente isso que eu vou fazer!
(Miguel vai até o violão e o tira do pedestal.)
(Tia Rosita entra em cena.)
Tia Rosita (Falando com si mesma.) Eu não entendo porque é que Amélia pediu que eu descobrisse o
que aconteceu...
Miguel (Ao ver tia Rosita, grita) Um esqueleto!
Tia Rosita (Ao ver Miguel, grita.) Um menino vivo!
MÚSICA 3 CORRERIA
(Eles correm de um lado para o outro, gritando, até que Tia Rosita para.)
Tia Rosita Espere um momento, eu conheço você... Miguel?
Miguel Como você sabe o meu nome?
Tia Rosita (Abraçando-o com muita felicidade.) Miguelito! Como você está grande! Que coisa mais fofa
você se tornou!
Miguel Eu por acaso te conheço?
Tia Rosita Eu sou sua Tia Rosita, você não me reconhece?
Miguel Espere... Acho que todo ano vejo sua foto na sala de oferendas...
Tia Rosita Sim! E é justamente porque nossa família coloca minha foto lá que eu consigo visita-los
todos os anos no Dia dos Mortos.
Miguel Mas... Você não está... Morta? Você morreu faz quantos anos?
Tia Rosita Não é educado perguntar a idade de uma dama, viu? Mesmo depois dela ter morrido!
Miguel O que está acontecendo comigo? Eu vejo gente morta?
Tia Rosita Bem... Você não me parece morto... Mas se você consegue me ver, você também não está
completamente vivo...
Miguel E o que vamos fazer?
Tia Rosita Eu já sei! Vamos falar com a Mamá Amélia, ela sempre resolve tudo!
Miguel E onde ela está?
Tia Rosita Então... Esse é o problema! Ela não conseguiu atravessar. Ela ainda está do outro lado. Mas
se ela não pode vir até nós, nós vamos até ela! Vamos, eu te mostro o caminho...
(Tia Rosita e Miguel saem de cena.)
CENA 3 NO MUNDO DOS MORTOS
(Mamá Amélia entra em cena, enfurecida.)
MÚSICA 4 ENTRADA DE MAMÁ AMÉLIA
Mamá Amélia (Enfurecida.) Que absurdo! Eu não acredito numa coisa dessas! Minha família nunca, nunca
esqueceria da minha foto na oferenda! Eu vou descobrir o que aconteceu ou eu não me
chamo Amélia Rivera!
(Tia Rosita entra em cena com Miguel escondido atrás.)
Tia Rosita Mama Amélia?
Mama Amélia Rosita! Você descobriu o que aconteceu na oferenda?
Tia Rosita Bom... Eu não consegui chegar na oferenda...
Mama Amélia O quê?
Tia Rosita É que no caminho eu achei... (Mostra Miguel.)
Mama Amélia Oh! Miguel?
Miguel Olá, Mamá Amélia...
Mama Amélia (Ameaçadora.) Você tem muito o que me explicar, Miguel. Você sabe o que estavam me
explicando por aqui? Que no dia dos mortos presenteamos os mortos, e você roubou de um
deles!
Miguel “Roubar” é uma palavra muito forte...
Tia Rosita Eu de fato te vi roubando um violão de um túmulo.
Miguel Eu só estava “pegando emprestado”.
Mamá Amélia E ainda mais roubando um instrumento musical! Você está vendo como a música sempre
arruína com a nossa família? E isso explica porque você está aqui, do outro lado. Mas não
explica porque eu não consegui atravessar. Miguel, você viu se a nossa família colocou a
minha foto na oferenda?
Miguel Bem... Na verdade, colocaram sim...
Mamá Amélia Eu sabia! Venha comigo agora mesmo! Vamos mostrar a eles que estão errados! (Começa a
sair. Miguel fica imóvel. Ela volta.) Você não vem?
Miguel É... Bem... (Ele tira a foto do bolso.)
Tia Rosita Você tirou a foto da Amélia que estava na oferenda?
Miguel Eu não sabia que a oferenda era real...
Mamá Amélia Mas agora você sabe. Bem, como você ofendeu um morto ao roubar de seu túmulo, a única
forma de retornar é com a bênção de um membro da sua família.
Miguel Só isso? Simples assim?
Tia Rosita Se eu conheço bem sua Tataravó Amélia, com ela nada é tão simples...
Mamá Amélia Eu te dou a minha benção se...
Miguel e Rosita Se...
Mamá Amélia Eu te dou a minha benção com a condição de por a minha foto de volta na oferenda e... De
nunca tocar música outra vez!
Miguel O quê? Isso não pode estar certo!
Tia Rosita Olha... Ela pode acrescentar quantas condições quiser!
Miguel Mas eu não vou aceitar essa condição!
Mamá Amélia Então você não vai voltar para casa.
Miguel Tia Rosita, você também é da minha família! Você não pode me dar a sua bênção?
Tia Rosita Eu?
Mamá Amélia Não se atreva!
Tia Rosita Se eu te der a benção, a Amélia me mata!
Miguel Mas você já está morta!
Mamá Amélia Ela não vai dar e pronto! Você vai ter que desistir da música!
Miguel Isso não é justo! Você já viveu a sua vida, me deixe viver a minha!
Mamá Amélia Eu vou é te deixar sozinho aqui para você refletir na sua “vida”. Quando você resolver
aceitar as minhas condições, você me procura. (Sai de cena.)
(Tia Rosita fica, tenta consolar Miguel, mas Mamá Amélia grita.)
Mamá Amélia Rosita!
Tia Rosita (Para Miguel.) Boa sorte... (Sai de cena.)
CENA 4 CONHECENDO HECTOR
Miguel E agora? O que é que eu vou fazer? Mamá Amélia nunca vai me dar a bênção sem condição
nenhuma... Eu teria que encontrar alguém que me entendesse. Eu já sei! Ernesto! Ernesto
de La Cruz! Ele é músico e é da minha família! Ele vai me entender! Mas como eu vou fazer
para encontra-lo?
(Miguel se senta na rente do palco e fica pensativo. Hector entra em cena, cruzando o palco.
Ele passa por Miguel. Para, volta, olha para ele novamente.)
MÚSICA 5 ENTRADA DE HECTOR
Hector Estranho...
Miguel Tá, eu sei, um menino vivo, no mundo dos mortos, é muito estranho mesmo...
Hector Não é isso... Você me parece familiar, será que eu te conheço de algum lugar.
Miguel (Esperançoso.) Será que você reconhece o meu rosto o de Ernesto de La Cruz?
Hector Hum... Sinceramente? Não muito. E olha que eu o conheço pessoalmente!
Miguel Você o conhece mesmo? A única maneira de eu voltar par ao mundo dos vivos é com o De
La Cruz me abençoando.
Hector É estranho e específico.
Miguel É que ele é meu tataravô.
Hector Ele é seu tatarao-quê? Não, pera... Você pode voltar para o mundo dos vivos! Escuta, eu te
ajudo. Se você me ajudar, ajudamos um ao outro, mas o mais importante, você me ajuda! Eu
sou o Hector.
Miguel Eu sou o Miguel. Muito prazer!
Hector Escuta, Miguel. Todo mundo vive de memórias. Quando é lembrando, pessoas põem sua
foto e você atravessa a ponte e visita os vivos no “Día de los Muertos”. Exceto por mim.
Miguel Você não consegue atravessar?
Hector Ninguém nunca pôs a minha foto. Mas com a sua ajuda! (Ele tira uma foto e mostra para
Miguel.)
Miguel Esse é você?
Hector É! Muy Guapo, hein?
Miguel Tá, você encontra meu tataravô para mim e eu ponho a sua foto quando eu chegar em casa.
Hector Exato, meu amigo! É! Grande ideia! Só temos um detalhe, o De La Cruz é um cara difícil, e eu
tenho que atravessar a ponte logo. Tipo hoje! Não tem outra pessoa da sua família aqui?
Alguém um pouco mais... acessível?
Miguel Não! Precisa ser o De La Cruz! Eu sou músico, que nem ele, e como ele é um músico também
eu sei que ele vai querer me ajudar. E se você não vai me levar até ele, eu vou procurar.
(Miguel se levanta para sair.)
Hector Não, espera! Eu vou te ajudar! Tem um jeito, mas não vai ser nada fácil. Ele está dando uma
festa, mas sem nome na lista ninguém consegue entrar.
Miguel Então como vamos fazer?
Hector Tem uma competição musical, na Praça de La Cruz. E conhecer o Ernesto pessoalmente é o
primeiro prêmio!
Miguel Eu poderia tocar! Você tem um violão?
Hector Eu arranjo um. Vamos. Eu não tenho muito tempo.
(Hector e Miguel saem de cena.)
CENA 5 A COMPETIÇÃO MUSICAL
(A Mestre de Cerimônias da competição entra em cena, super animada.)
MÚSICA 6 ENTRADA DA MESTRE DE CERIMÔNIAS
Mestra (Para a plateia.) Sejam bem-vindos à praça De La Cruz! Bienvenidos a Todos! Quem está a
fim de música? Será uma batalha de bandas, amigos. Quem vencer, vai poder conhecer
pessoalmente o famoso músico Ernesto de La Cruz em sua festa hoje! Au au au! Eu estou à
procura de alguma inscrição de última hora... Vocês por acaso conhecem alguém que
gostaria de se inscrever na competição de hoje? Quem não se inscrever agora, não poderá
mais participar! (A Mestra de Cerimônias interage com a plateia até que Miguel entra em
cena, carregando um violão)
Miguel Ei, senhorita, eu gostaria de me inscrever!
Mestra Ora, ora, ora. Que rapazinho mais... Cheio de vida... Bem, eu acho que não existe nenhuma
regra específica que impeça você de participar. Sendo assim, se prepare, você é o próximo!
(A Mestra de Cerimônias sai de cena.)
Hector E aí, rapazinho, o que você vai cantar?
Miguel Eu vou cantar “Lembre de mim”
Hector Não, não, essa não!
Miguel Por que não? É a música mais popular do De La Cruz.
Hector É muito popular! Popular demais! Todo mundo vai cantar essa música.
Miguel Ah! E que tal, “Un Poco Loco”?
Hector Isso sim é uma boa escolha! Você sabe decorada?
Miguel Sim... Se eu não estiver nervoso...
Hector Como assim? Você fica nervoso quando sobe no palco.
Miguel Eu não sei... É que eu nunca cantei num palco antes.
Hector O quê? Você disse que era músico!
Miguel Eu sou. Bom... Eu vou ser... Quando eu ganhar a competição.
Hector Ah! Esse é o plano? Não, não, não, você tem que ganhar, Miguel! A sua vida e a minha
sobrevivência dependem disso! Deixa para lá! Eu vou cantar.
Miguel Não! Eu tenho que fazer isso! Se eu não consigo nem ir lá para cantar, como eu posso dizer
que sou um músico?
Hector Por que isso importa?
Miguel Porque eu não quero que ele só me dê a bênção. Eu quero provar que eu sou digno disso.
Hector (Amável.) Ah. É lindo esse seu sentimento. (Furioso.) Só que em péssima hora! Ok, ok, ok.
Quer se apresentar? Então vai se apresentar! Primeiro, relaxe o corpo. Solte seu nervos.
(Hector se balança todo. Miguel copia.)
Hector Agora vai, dá o seu melhor grito.
Miguel Meu melhor grito?
Hector Vamos, é isso mesmo! Manda lá! (Hector dá um grito animado.) Ah... Isso foi legal. Ok.
Agora você.
(Miguel solta um grito muito sofrido.)
Hector Ai... Que gralha...
Mestra (Entrando em cena.) Ei, garoto vivo, é a sua vez.
Miguel Já?
Hector Miguel, olha para mim. Você consegue. É só prender a atenção deles. Vai fundo!
Mestra Como você quer ser apresentado?
Miguel (Pensando.) Hum... De La Cruz Júnior.
Mestra É pra já! (Para a plateia.) Damas e cavalheiros! Agora, com vocês, De La Cruz Júnior!
Hector Vai lá! Arrebenta!
(Miguel vai tímido até o centro do palco e fica imóvel por um momento.)
Hector Ele travou!
(Miguel olha para Hector, ele se balança todo e sinaliza para ele fazer o mesmo, e gritar no
final. Miguel respira fundo, faz como Hector mandou e se sente melhor, ele começa a
cantar.)
MÚSICA 7 UN POCO LOCO
Miguel QUAL É A COR DO CÉU? AY MI AMOR! AY MI AMOR!
VOCÊ DIZ QUE É LILÁS. AY MI AMOR! AY MI AMOR!
DIZ QUE EU DEVO ME VESTIR. AY MI AMOR! AY MI AMOR!
COM A FRENTE PARA TRÁS. AY MI AMOR! AY MI AMOR!
E EU FICO UN POCO LOCO. UN POQUI-TI-TI-TI-TO LOCO
EU FICO TÃO CONFUSO. EU ENTRO EM PARAFUSO
ME ALEGRO E DEDUZO. QUE SOU MESMO UN POCO LOCO
Mestra (Puxando Hector para o centro do palco.) E você, bonitão, não vai cantar não?
Hector Não, não, não... O garoto está indo bem.
Mestra Não seja tímido, anda, cante com ele!
(Hector, um pouco envergonhado mas sabendo o que fazer, começa a dançar.)
Miguel Nada mal para um esqueleto!
Hector Nada mal você, gordito!
TÔ LOCO E NÃO ME ENGANO E ME SINTO UM POCO INSANO
SE TUDO FAZ SENTIDO
Miguel DE NADA MAIS DUVIDO
Os Dois E NA CABEÇA UM GIRO
SOMOS SÓ UN POCO LOCO
Hector Vai com tudo, Miguelito!
Mestra ELE É UM POUCO INSANO, E NA CABEÇA UM GIRO
ELE É UM POUCO INSANO, E NA CABEÇA UM GIRO
ELE É UM POUCO INSANO, E NA CABEÇA UM GIRO
Rafael Oliveira
São Paulo – 14 de Janeiro de 2019