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O PÁRTENON, ACRÓPOLE, ATENAS, c. 447-432 a. C.

Após a destruição de Atenas pelos Persas, em 480 a. C., a


Acrópole permaneceu em ruínas até à sua reconstrução
implementada por Péricles.

Péricles utilizou o «Tesouro dos Deuses» e os fundos da Liga


de Delos para a reconstrução da Acrópole.

A Acrópole converteu-se num conjunto artístico


monumental, integrando os edifícios mais significativos da
Antiguidade Clássica.

O PÁRTENON é o monumento predominante da Acrópole,


refletindo o extraordinário período vivido por Atenas no
século V a. C.

O templo destinava-se a albergar a colossal estátua de Atena


Partenos, a deusa da cidade, e devia atingir os ideais de
harmonia, beleza e perfeição.
Foi projetado pelos arquitetos Ictinos e Calícrates, com os
trabalhos de escultura a serem supervisionados por Fídias.

Paulo Simões Nunes


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Nave com dupla colunata
dórica sobreposta

Frontão Oeste Frontão Este


Tímpano com Tímpano com
«Disputa da Ática» «Nascimento de Atena»

Friso jónico com 160 m


com «A Procissão das
69,50 m Panateneias»

Pórtico hexástilo
(6 colunas) como Templo octástilo
nos templos dóricos (8 colunas) como
nos templos jónicos
30,88 m

Pronaos Opistódomos Estátua Cella Pronaos Paulo Simões Nunes

4 colunas jónicas de Atena ou Naos História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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Métopa Tríglifo Tímpano

Frontão
Acrotério

Cornija
Entablamento Friso
Arquitrave
Ábaco
Equino

Coluna Fuste

Estilóbata
Embasamento
Estereóbata

Pártenon, fachada Este.

Paulo Simões Nunes


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MÓDULO 1 TEMA
A CULTURA DA ÁGORA CASO PRÁTICO AULA 13 4

O Pártenon é uma obra invulgar.


Apesar de se tratar de um templo dórico,
apresenta aspetos de um templo jónico.
• A ordem das colunas do peristilo é dórica, mas
é um templo octástilo como os templos
jónicos.
• A cella ou naos está dividida por uma colunata
Friso com tríglifos e dórica em forma de U, com colunas dóricas
métopas com baixos- duplas sobrepostas.
-relevos
• Como nos templos dóricos, o friso apresenta
Friso jónico com 160 m tríglifos e métopas com baixos-relevos com
representando
«A Procissão das motivos de Gigantomaquia, Centauromaquia,
Panateneias» Amazonomaquia e da Guerra de Tróia.
• Como nos templos jónicos, apresenta um friso
Pórtico hexástilo contínuo na parede interior da cella com «A
do Pronaos
Procissão das Panateneias».
Peristilo de • Para criar uma imagem de perfeição ótica, os
colunas dóricas arquitetos aplicaram ligeiras correções no
traçado do edifício, de modo a compensar os
«defeitos óticos» gerados pela perspetiva.
Paulo Simões Nunes
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Para corrigir os efeitos de deformação da
AS CORREÇÕES ÓTICAS perspetiva do olho humano, provocados 5
pela ilusão ótica, os arquitetos
procederam a «correções óticas».

O estilóbata, a estereóbata
e o entablamento são
ligeiramente curvos (o
centro está mais alto do
que os extremos).

A distância entre colunas


encurta nos ângulos.
As colunas estão
ligeiramente inclinadas
para o interior.
A Êntase – a cerca de 1/3
da altura, as colunas
apresentam uma ligeira
curva convexa.

Paulo Simões Nunes


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FRONTÕES

Por Stu Smith, CC BY-ND 2.0.


FRONTÃO ESTE
Os relevos do frontão este representavam o
«Nascimento de Atena» a partir da cabeça de Zeus.
As Parcas, pormenor do frontão este
do Pártenon, Fídias, c. 447-432 a. C.

FRONTÃO OESTE
Os relevos do frontão oeste representavam a disputa
entre Atena e Posídon pela posse da Ática.

Frontão oeste do Pártenon, Fídias, c. 447-432 a. C.

Paulo Simões Nunes


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AS 7
MÉTOPAS
São 92 placas quadradas esculpidas na
oficina de Fídias, tendo a maior parte
saído do seu cinzel.

Os temas são:
No friso norte – cenas da Queda de Tróia
No friso a este – cenas de Gigantomaquia
No friso sul – cenas de Amazonomaquia
No friso a oeste – cenas de Centauromaquia

Os temas evocam a oposição entre a


ordem e o caos, entre a civilização e a
barbárie, e ao limite, entre o Ocidente e o
Oriente, enaltecendo os princípios e os
valores que regiam a cidade de Atenas.

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O TEMPLO DE ATENA NIKE, ACRÓPOLE DE ATENAS, c. 437-425 a. C. 8

O pequeno Templo de Atena Nike encontra-se


situado sobre um promontório, à direita dos
Propileus, a entrada monumental da Acrópole.

O Templo foi dedicado a Atena Nike, a «deusa


alada» da vitória, construído para comemorar
a vitória dos Gregos sobre os Persas nas
Guerras Médicas.

Este é um sítio privilegiado, pois disfrutava de


uma vista proeminente sobre a Via Sacra e
dominava as vistas sobre toda a área de acesso
à Acrópole.

Tratando-se de um templo em honra de Atena,


a deusa da cidade, devia permitir uma boa
visibilidade sobre toda a cidade, facultando
conforto e segurança aos atenienses.

Templo de Atena Nike, Calícrates, Acrópole de Atenas, c. 437-425 a. C.


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O Templo de Atena Nike é uma construção muito


simples e de pequenas dimensões.

Trata-se de um templo jónico e tetrástilo


(4 colunas nos alçados frontais).

Apesar da sua reduzida escala e das suas pequenas


dimensões, este templo distingue-se pela
harmonia, o equilíbrio e a graciosidade das suas
proporções.

Cella ou A cella (ou naos) alojava uma estátua de Atena


Opistódomos Pronaos
Naos
Nike, a «deusa alada da vitória», protetora dos
atenienses.

Mas, para que a deusa não abandonasse a cidade,


as suas asas foram cortadas, ficando conhecida por
5,64 m

3,80 m Nike Apteros, «vitória sem asas».


4,20 m

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8,26 m © Raiz Editora, 2021. Todos os direitos reservados.
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O corpo do templo tem 8 metros de altura.

Ergue-se sobre um estereóbata de três degraus,


e um estilóbata onde assentam os muros da cella
e as colunas jónicas.

Respeitando a estrutura da ordem jónica, o


templo apresenta colunas compostas por base,
fuste e capitel jónico. O entablamento é
composto por arquitrave, friso contínuo e cornija.
Em 408 a. C. foi acrescentada
uma pequena balaustrada O friso é preenchido com decoração mitológica
para proteger os peregrinos dedicada às Guerras Médicas, exaltando as
do precipício, da qual se
conservou este fragmento.
vitórias dos Gregos sobre os Persas.

Nos frontões estavam representadas cenas de


Gigantomaquia (no frontão leste) e de
Amazonomaquia (no frontão oeste).
Nike Apertando a Sandália,
Templo de Atena Nike, Acrópole, c. 408 a. C.

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A CASA GREGA As áreas residenciais estavam organizadas em 11
quarteirões, segundo uma quadrícula ortogonal
– as ínsulas.

As casas gregas eram, geralmente, muito


simples formalmente e construídas com
materiais acessíveis: pedra, argila e madeira.

Os compartimentos dispunham-se em torno de


um pequeno pátio e destinavam-se às funções
básicas: uma cozinha, uma sala para refeições,
quartos de dormir e quartos para os criados.
A iluminação e ventilação dos compartimentos
processava-se através do pátio interior, já que
as paredes exteriores eram totalmente
fechadas.
SALA DE ESTAR PÁTIO CORREDOR
A casa tinha duas zonas distintas:
ARRUMOS ENTRADA • O ANDROCEU, espaços reservados aos
homens (salas de estar, de banquetes e
SALA DE reuniões).
REUNIÕES
COZINHA
• O GINECEU, espaços reservados às
QUARTO DESPENSA mulheres e aos escravos (tarefas
domésticas, cozinha, despensa, arrumos).
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REFEIÇÕES QUARTO DE CRIADOS História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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O IMPÉRIO DE 12
ALEXANDRE Em 333 a. C., após o assassínio de Filipe II, rei da
MAGNO Macedónia, ALEXANDRE MAGNO sucedeu a seu
pai e, dois anos depois, já dominava todo o
território grego.

Busto de Alexandre A partir de 336 a. C. Alexandre desencadeou


Magno, Lisipo, uma série de batalhas contra os Persas,
século IV a. C.
vencendo o rei Dario III e destronando o
poderio persa sobre o mundo grego.

Entre 336 e 323 a. C., Alexandre empreendeu


sucessivas campanhas militares para o Médio
Oriente, construindo um dos maiores Impérios
de toda a História, naquele que foi
considerado o primeiro Império Universal.

Campanhas militares de
Alexandre Magno, 336-323 a. C.

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O IMPÉRIO DE ALEXANDRE MAGNO

Com as suas campanhas, Alexandre aumentou


os contactos comerciais e culturais entre o
Ocidente e o Oriente.
O império de Alexandre favoreceu a expansão do
Alexandre Magno luta contra os
Classicismo e da cultura grega por todo o Médio
Persas na Batalha de Issus (333 Oriente, numa histórica interpenetração das
a. C.), Sarcófago de Alexandre
Magno, Lisipo, século IV a. C.
culturas helénica e asiática.
Alexandre tornou-se um herói clássico e lendário,
semelhante ao deus Aquiles, destacando-se na
história da mitologia grega.

Algumas cidades tornaram-se importantes centros


políticos e culturais.

Estátua de Alexandre Magno,


século III a. C.

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O HELENISMO (SÉCULO IV a. C.)

O aparecimento de várias fortunas nestas cortes


helenísticas foi um fator determinante para o
desenvolvimento da produção artística com
uma dimensão propagandística.

A arte é dirigida à fruição dos membros mais


ricos da sociedade helenística.

As fortunas pessoais favorecem o investimento


na produção artística como forma de prestigiar
o poder político e a sua condição social.
Os soberanos destes reinos apoiam o
desenvolvimento intelectual e artístico, criando
estruturas de saber coletivo – bibliotecas e
museus, escolas e centros académicos de
investigação.

Vénus de Milo, cópia Devemos entender a cultura, a arte e a


romana a partir de Lisipo, arquitetura helénicas como uma renovação e
c. 250 a. C.
um enriquecimento do Classicismo.
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A ARQUITETURA HELENÍSTICA

Influenciadas pelo luxo das monarquias orientais,


as cortes helenísticas apreciam o luxo, o conforto
e o requinte dos palácios, investindo na arte e na
cultura como forma de poder e prestígio social.

O interesse erudito pela cultura grega levou os


monarcas helenísticos a rivalizarem no apoio aos
artistas e na construção de templos, teatros e
bibliotecas com centenas de milhares de livros.

A arte e a arquitetura manifestam novas


preferências e orientações estilísticas:
• monumentalidade dos edifícios;
• arquitetura mais ornamental e expressiva;
Templo de Zeus Olímpico, Atenas, 174 a. C.
• preferência pelo faustoso e eloquente;
• arquitetura assume um caráter
propagandístico;
• é criada a ordem coríntia.
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