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Galeria

Grécia Clássica
Parte 01 - Escultura

Prof. Fábio San Juan


Curso “História da Arte em 28 dias”
2018-2020
www.apreciandoarte.com.br
Escultura grega
A escultura entre os gregos iniciou-se com a talha em madeira. Mencionados em
algumas fontes os xoana, imagens de deuses esculpidas em troncos de árvore.

Com o aumento da prosperidade e da especialização dos serviços nas culturas


urbanas, apareceram artesãos que trabalhavam com pedra, principalmente os
mármores pentélico (do Monte Pentélico, a norte de Atenas) e o da ilha de Paros,
na costa da Ática (próximo a Atenas), e o bronze, tão utilizado quanto a pedra. A
terracota e a madeira foram utilizadas somente na Idade das Trevas e no início
da Era Arcaica.

Estilisticamente, os gregos começaram baseando-se nas proporções e posturas


egípcias. Com o tempo, os escultores adaptaram os cânones egípcios para seus
fins, principalmente incorporando a articulação e escorço em suas obras. Ambos
são resultados da observação direta como principal guia do artista, e não
esquemas pré-fixados, como na arte egípcia.
Escultura grega (cont.)
A arte arcaica grega (VIII a VI a.C.) já apresenta um alto grau de sofisticação
técnica, ultrapassando a arte egípcia e mesopotâmica do mesmo período.
Artesãos gregos foram contratados pelo imperador persa Dario I para a
decoração de seu palácio em Persépolis.

Devido à difusão da cultura grega pelo Mediterrâneo através do comércio e pelas


colônias gregas também presentes no Mar Negro, os vários períodos da arte
grega encontram-se em toda a Europa e parte da Ásia e Oriente Médio.

A arte grega encontrou maior difusão com Alexandre, o Grande (356-323 a.C.),
tendo marcado ainda mais a arte dos povos mediterrâneos, e da Pérsia até a
ìndia e alcançado ainda partes da China através da difusão do budismo, que
adotou o realismo da arte helenística.

Como toda a escultura dos povos da Antiguidade, a grega também era pintada,
prática que não teve interrupção até o Renascimento, quando as esculturas
deixaram de receber coloração pois os artistas e estudiosos dessa época
supunham que os escultores da Antiguidade não pintavam suas estátuas.
Xoanon
pl. xoana

Imagens de deuses,
esculpidas em troncos
de árvore, de pequenas
dimensões, da Idade
das Trevas.

Interior de taça da
Ática, de figuras
vermelhas,
do Pintor de Codro
440 / 430 a.C.
Paris, Museu do Louvre
O centauro de Lefkandi.
Terracota queimada.
Século X a.C.
Encontrado em Eubeia, ilhas egeias, Grécia.
Museu Arqueológico de Erétria, Grécia.
Homem e centauro. Séc. VIII a.C.
Bronze. Altura: 11cm. Museu Metropolitano de Nova Iorque.
Apolo de Mantiklos.
c. 700-675 a.C. (séc. VIII a.C.)
Bronze. Altura: 20 cm.
Museu de Belas Artes de Boston.
“Mantiklos me deu
ao que fere de
longe, ao do arco
de prata,
como dízimo;
agora tu, Febo
[Apolo], dá-me em
troca algo
prazeroso”.
Kouros e Koré
São nomes genéricos que os
estudiosos adotaram, a partir
de 1904, para designar essas
estátuas que anteriormente
acreditava-se serem de
deuses e deusas.
“kouros” significa “moço” , e
“koré” significa “moça”,
ambos do grego.

Kouros de Tebas.
Cabeça de Dypilon Cabeça de kouros do santuário do Apolo
Ptoano (do Monte Pto) da Beócia. 580 a.C.
c. 600 a.C.
Altura da cabeça: 1,03m.
Altura: 44 cm
Museu Nacional Arqueológico de Atenas.
Museu Arqueológico de Atenas
À esquerda: Hera de Samos. 570-560 a.C. Museu do Louvre.
À direita: a “Dama de Auxerre”. 75cm. 650-625 a.C. Museu do Louvre, e
reconstituição da policromia original (pintura).
Estátua egípcia do
período saíta (672
a.C. – 525 a.C.) com
as proporções as
quais teria se
baseado o escultor do O “kouros de Nova Iorque”.
“Kouros de NY”. c. 590–580 a.C. Mármore.
Altura:1,94m. Museu Metropolitano de Nova
Altura: 37 cm. Iorque, EUA.
Museu do Louvre.
Polimedes de Argos.
Cleonis e Bíton, ou Castor e Polideuces
(os Dióscuros).
c. 580 a.C.
Altura média: 1,97m.
Mármore.
Museu Arqueológico de Delfos.

Inscrição na base de uma das estátuas:


FΑΝΑΚΩΝ (wanakōn): “príncipes”, título
normalmente encontrado em
representações de Castor e Polideuces
em Argos.
Kouros de
Anavisos
525 a.C.
mármore com
restos de
policromia.
1,94m Museu
Arqueológico de
Atenas.
A “Koré de Peplo”. 530 a.C. Museu da Acrópole de Atenas.
À direita: reconstituição da pintura da estátua na Gliptoteca de Munique.
Górgona em terracota e pintada, séc. VI ou VII a.C., encontrada
na ilha de Fasos. Museu Pushkin, Moscou, Rússia.
Medusa. Detalhe de frontão do templo de Ártemis em Corcira (Corfu).
3,15m de altura.
Início do século VI a.C.
Foto de 1864, mostrando os
achados das escavações na
Acrópole de Atenas.

Atena. Escultura do antigo Partenon, batalha


contra os gigantes (gigantomaquia). Mármore.
Séc. VI a.C. Museu da Acrópole, Atenas.
Mulher correndo,
provavelmente espartana.
c. 500 a.C.
Bronze.
Altura: 11,4 cm.
Hoplita com capacete de Esparta, Museu Britânico, Londres.
talvez Leônidas. Século V a.C. Mármore.
Museu Arqueológico de Esparta
O Moscóforo (“portador de bezerro”).
c. 570 a.C.
Mármore.
Altura: 1,65 m.
Museu da Acrópole, Atenas.

A estátua foi uma oferenda à deusa Atena por


um certo Rhonbos (informações esculpidas na
base da estátua).
Guerreiro do frontão do Templo de Afaia, Jônia (hoje Turquia).
510-505 a.C. Restaurado.
Mármore.
Gliptoteca de Munique, Alemanha.
Zeus κεραύνειος,
“o que brande o trovão”
Bronze.
Santuário de Zeus em Dodona,
Épiro.
470-460 a.C.
Museu Arqueológico Nacional de
Atenas.
Apolo do Pireu
530-520 a.C.
Altura: 1,92m
Museu Arqueologico do Pireu, Atenas
Atribuida a Crítios.
O “kouros de Crítios”.
c. 480 a.C. Mármore.
Altura: 1,16 m
Museu da Acrópole de Atenas.
Escultura
Escultores gregos mais famosos

Fídias. O escultor grego mais famoso da Antiguidade. As esculturas em baixo relevo do Partenon são de sua
oficina. Também são obras suas as estátuas criselefantinas (marfim e ouro) de Atena Partenos e de Zeus
Olímpico (destruídas). São atribuídas a ele os bronzes “Cavaleiros de Riace” (Museu Arqueológico de Nápoles).

Policleto. Estabeleceu o cânone (sistema de proporções do ser humano) mais utilizado e famoso da
Antiguidade, chamado “Cânone de Policleto”. Suas obras mais famosas são o “Doríforo (lanceiro)” e o
“Diadomeno”.

Míron. Conhecido principalmente pelo bronze “Discóbulo”. É um dos principais representantes do “Estilo
Severo”, ao lado de Fídias.

Praxíteles. O escultor mais apreciado e imitado na era helenística. Retratava mais realisticamente o ser humano,
além de lhe imprimir mais emoções. Seus trabalhos mais conhecidos são “Hermes e Dioniso menino” e a
“Afrodite de Cnido”, a primeira figura feminina inteiramente nua da arte grega.

Lisipo. Criou um cânone próprio, que deixava a figura humana mais alongada e pretendia substituir o de
Polícleto. Sua obra mais conhecida é o “Apoxiômenos” (jovem atleta raspando os pelos do braço com um
estrigil). Provavelmente o “Hércules Farnese” é inspirado em um Hércules colossal que executou para sua
cidade natal, Sicyon.

Escopas. Atribui-se a ele trabalhos no Mausoléu de Halicarnasso, no templo de Ártemis em Éfeso e no templo
de Atena Alea em Tegea.

Leocares. Trabalho para Filipe da Macedônia e Alexandre o Grande. Atribui-se a ele o “Apolo do Belvedere” e a
“Deméter de Cnido”.
Cópias de Miron. Discóbolo. Original c. 455 a.C.
Palazzo Massimo das Termas, Roma.
O “Auriga de Delfos”.
Estátua erigida em honra a Polizalo, tirano de Gelas, nos
Jogos Píticos.
474 a.C. Bronze.
Museu Arqueológico de Delfos.
Estilo severo.
Lapide de Hegeso.
420 a.C.
Museu Arqueológico de Atenas
Estilo severo.
Athena Olimpeion. Séc. V a.C.
Templo de Zeus em Atenas.
Estilo severo. Atena de luto.
Mármore. 0,5m de altura.
470 a.C. Museu da Acrópole de Atenas.
Reconstituição feita por Alan
LeQuire para o Partenon de
Nashville, EUA, da estátua de
ouro e marfim (criselefantina),
original de autoria de Fídias,
outrora no interior do Partenon.
Atena Varvakeion, tida como a cópia da Atena
Partenos mais próxima do original.Séc. II a.C. Detalhe.
Museu Arqueológico de Atenas
Fídias.
Cópia romana da Atena Promacos
(“a que luta à frente”) do original de bronze
do século V a.C. Mármore.
Museu Arqueológico Nacional de Nápoles.
À esquerda:
Atena Mattei
cópia romana de
Cefisodoto ou
Eufranor
séc. VI a.C.
Museu do Louvre.

À direita:
Atena Farnese.
Cópia de escultor
da escola
de Fídias (430 a.C.)
Museu
Arqueológico de
Nápoles.
Cavaleiro de Riace.
Século V a.C.
Bronze.
Museu Arqueológico de Nápoles.
Cavaleiro de Riace.
Século V a.C.
Bronze.
Museu Arqueológico de Nápoles.
Escola de Praxiteles. Do grupo chamado de “Bronzes do Pireu”. Duas estátuas de Ártemis.
Séc. IV aC - Museu Arqueológico do Pireu, Atenas.
Escola de Praxiteles.
A Atena do Pireu.
Do grupo chamado de “Bronzes do
Pireu”. Séc. IV aC.
Museu Arqueológico do Pireu, Atenas.
Zeus ou Poseidon, chamado
“O bronze do Cabo Artemision” ou “O
deus do mar”.
460 a.C. Bronze.
Altura: 2,09m.
Museu Arqueológico de Atenas.
O “Doríforo” foi, muito provavelmente, a estátua
referida por Galeno como o “Cânone”, que
demonstraria o cânone criado por Policleto.

O Doríforo (“portador de lança”).


Cópia romana encontrada em Pompeia,
do original de Policleto, século V a.C.
Altura: 2,00m.
Museu Arqueológico de Nápoles.
O Diadoumenos
(“o que usa uma tiara na cabeça”).
Cópia romana do original de
Policleto, século V a.C.
Altura: 1,85m.
Museu Metropolitano
de Nova Iorque.
Amazona ferida.
Cópia romana
do século I d.C. do original em bronze
de Polícleto. Mármore. Altura: 2,03 m.
Museu Metropolitano de Nova Iorque,
EUA.
Atribuída a Policleto.
Atena Promaco. Original do séc. V a.C.
Cópia helenística. Museu Nacional Arqueológico de Nápoles.
Nascimento da Vênus. Do “Trono Ludovisi”.
Séc. V a.C. Mármore. Assento do trono.
Altura: 1,04 m, largura 1,44 m.
Museu Nacional de Roma, Palazzo Altemps, Itália.

Afrodite apoiada (Afrodite appoggiata)


Copia helenística do original grego do século V a.C.
Mármore.
Museu Nacional Arqueológico de Nápoles.
A Afrodite de Cnido foi a
primeira estátua feminina
totalmente nua da arte
grega.

Cópias de Praxíteles.
Afrodite de Cnido.
Original: séc. IV a.C.

À esquerda: cópia Ludovisi


do Museu Nacional de
Roma-Palazzo Altemps

À direita: cópia da
Gliptoteca de Munique.
Cópia romana de Leocares.
Apolo Belvedere.
Original: c. 350-325 a.C.
Cópia: 125-140 a.C.
Altura: 2,24m
Museus do Vaticano.
Cópia de Lisipo
Hércules Farnese
Original: séc. IV a.C.
Museu Arqueológico de Nápoles

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