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ARTE NA GRÉCIA

ÂNGELO ROBERTO BARROS


ARTE/EDUCADOR, PSICANALISTA, ESCRITOR E
PESQUISADOR INDEPENDENTE EM ARTES E CULTURAS VISUAIS
Mapa da região da Grécia Antiga
por volta do século X a.C.
ARTE GREGA
Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à
inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos
que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo
da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e
tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da
perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que
predomina o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Ele tem como características:
o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena
criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia.
ESCULTURA ARCAICA
As figuras ganham uma maior aproximação do
real, o tratamento do corpo é muito mais realista
e denota-se uma maior expressividade nos
rostos, gestos e movimentos e uma
preocupação com as proporções, devido
à influência dos cânones. A partir do séc. IV
a.C., a escultura passa a ser marcada por um
aspecto mais gracioso, sedutor, harmonioso,
elegante e dinâmico e é introduzido o nu
feminino; as figuras ganham uma pose mais
elegante e natural, e a beleza do ser humano é
idealizada, tentando atingir a perfeição total,
com esculturas de jovens nus atléticos e belos;
ainda neste período é introduzida a verdadeira
noção de vulto redondo, que rompeu com o
rigor da frontalidade, podendo as estátuas ser
vistas de todos os ângulos; é utilizado o bronze e
o mármore branco em praticamente todas as
esculturas.
Kouros. Ática, c.525 a.C. Mármore.
Altura 194 cm. Atenas, Museu Nacional
Koré de Peplo. Ática, c.530 a.C. Hera, de Samos, c.570-560 a.C. Kouros, c.600 a.C. mármore. Altura 1,86
Mármore. Altura 118 cm. Atenas, Mármore. Altura 1,93 m. museu m. Museu Metropolitano de Arte, Nova
Museu da Acópole do Louvre, Paris. York (Fletcher Fund, 1932)
ESCULTURA CLÁSSICA
As figuras ganham uma maior aproximação do
real, o tratamento do corpo é muito mais realista
e denota-se uma maior expressividade nos
rostos, gestos e movimentos e uma
preocupação com as proporções, devido
à influência dos cânones. A partir do séc. IV
a.C., a escultura passa a ser marcada por um
aspecto mais gracioso, sedutor, harmonioso,
elegante e dinâmico e é introduzido o nu
feminino; as figuras ganham uma pose mais
elegante e natural, e a beleza do ser humano é
idealizada, tentando atingir a perfeição total,
com esculturas de jovens nus atléticos e belos;
ainda neste período é introduzida a verdadeira
noção de vulto redondo, que rompeu com o
rigor da frontalidade, podendo as estátuas ser
vistas de todos os ângulos; é utilizado o bronze e
o mármore branco em praticamente todas as
esculturas.
O Efebo de Krítios, c.480 a.C.
Museu Nacional, Atenas
Cópia romana do Doríforo, de Policleto. O original Lisipo, Atleta limpando-se com o estrígil. Altura:
grego data de aproximadamnete 440 a.C. Altura: 2m. Cidade do Vaticano. Museu Arqueológico.
1,99 m. Museu Archeologico Nazionale, N´poles.
Versão romana do iscóbolo, de Miron (c.450 Poseidon lançando o tridente, atribuído ao
a.C.). O original data de cerca de 450 a.C. escultor Cálamis, 460 a.C. (bronze original, 2,09 m
Altura 1,55 m. Museu Nacional Romano, Roma de altura, Atenas, Museu Nacional)
ESCULTURA HELENÍSTICA
O "realismo idealista" dá lugar ao
"naturalismo", seguido do "realismo
expressivo". Os grupos escultóricos
sucedem-se às estátuas individuais e
desenvolve-se o gosto pelo retrato e pelas
cenas do quotidiano que são captadas com
tal realismo que dá ênfase até às
disformidades físicas do Homem e às
representações da infância e da velhice
(que até agora não tinham sido
representadas); a serenidade típica das
esculturas gregas é substituída pelo
dramatismo e pelos efeitos teatrais
revelados nos gestos e movimentos, por
vezes exagerados, e pelos rostos
carregados de emoção. Surge um grande
gosto pelas figuras em escorço e pelas
contorções do corpo humano, que possui
agora formas musculares muito mais
acentuadas, elasticidade e grande Praxíteles. Hermes, c.330-320 a.C. (ou cópia?).
Mármore. Altura 2,16 m. Museu de Olímpia
elegância.
Laocoonte e seus filhos. Cópia romana, talvez Cópia romana de O soldado gálata e sa
baseada em Agesandro e Polidoro de Rodes mulher. O original grego data da primeira
(em seu estado atual, as restaurações foram metade do século II a.C. Altura 2,11 m.
retiradas). Século I d.C. Mármore. Altura 2,13 m. Museo Nazionale delle Terme, Roma
Museus do Vaticano, Roma
Cópia romana da Afrodite de Vênus de Milo (Afrodite de Vitória de Samotrácia (c.190 a.C.)
Cápua. O original grego data do Melos), datada da sagrada Altura 2,75 m. Museu do Louvre, Paris
século Iv a.C. Altura 2,10 m. metade do século II a.C. Altura
Museo Nazionale, Nápoles 2,04 m. Museu do Louvre, Paris
ARQUITETURA
As construções que se destacam na arquitetura grega são os templos. Hoje
em dia, os templos são construídos para reunir, dentro deles pessoas em
cultos religioso. Entre os gregos, porém, sua finalidade era proteger da
chuva e do sol excessivo as esculturas de deuses e deusas.

PARTHENON” (447 a.C. – 432 a.C.), ACRÓPOLE DE ATENAS, GRÉCIA


Templo de Atena Afaia, na ilha de
Egina, século VI a.C., ordem dórica.

1. Fachada
2. Planta
3. Corte´perspectiva
O templo era construído sobre uma base com três degraus: as
colunas e as paredes do templo eram erguidas sobre o mais
elevado deles. O conjunto formado pelas colunas e pela
estrutura a eles ligadas obedeciam a três modelos: dórica,
jônica e coríntia.

COLUNA DÓRICA COLUNA JÔNICA COLUNA CORINTIA


A cobertura dos templos era
constituída de dois telhados altos
no centro e inclinados para os
lados. Essa posição do telhado,
tanto na entrada do templo como
no fundo, criava um espaço em
forma de triângulo – o frontão –,
que era ornamentado com
esculturas.
Frontão do Templo de Zeus, em Olímpia (465-457 a.C.)

Visão geral do Templo de


Hefaísto na ágora grega. No
detalhe, as métopas e os tríglifos
O TEATRO GREGO

O teatro, como conhecemos hoje, é uma invenção grega. Era um ritual de


homenagem a Dionísio, deus do vinho e da alegria. Os gregos consideravam o
teatro uma forma de corrigir os defeitos do ser humano e purificá-lo. Todas as
personagens do teatro eram representadas por atores masculinos. As mulheres
não podiam atuar. Os atores usavam máscaras nas peças, para representar
diferentes papéis. Todas as pessoas podiam assistir aos espetáculos teatrais,
menos os escravos, mas os espectadores pagavam pelo direito à entrada. Os
principais lugares do teatro estavam reservados aos sacerdotes e autoridades
da polis. Durante o espetáculo, vendedores ambulantes ofereciam comida e
bebida ao público.
Durante as dionisíacas, tornaram-se comuns as representações teatrais.
Em Atenas, as sessões se estendiam da manhã à noite, durante vários
dias, quando eram apresentadas peças de Ésquilo, Sófocles, Eurípedes,
Aristófanes e outros teatrólogos gregos. Havia dois tipos de espetáculo: a
tragédia e a comédia. A tragédia provocava pavor e pena no
espectador, com o objetivo de corrigir seus defeitos e formá-lo como
cidadão justo e correto. A comédia procurava o riso. Por meio do riso, era
feita uma dura crítica aos aspectos da sociedade que eram considerados
negativos. Em síntese, a tragédia levava o espectador a tomar
consciência dos grandes problemas da vida através do medo, e a
comédia o fazia por meio do riso.

Teatro de Epidauro (século Iv a.C.). Composto de 55 degraus divididos em


duas ordens e calculados de acordo com uam inclinação perfeita
A PINTURA EM CERÂMICA
Na Grécia, a pintura em cerâmica tornou-se uma forma especial de
manifestação artística. Os vasos gregos são famosos pela beleza da forma
e pela harmonia entre desenho, cores e espaços utilizados para a
ornamentação. Eram usados em rituais religiosos e também para armazenar
água, vinho, azeite e outros alimentos. À medida que passaram a
apresentar uma forma equilibrada e um trabalho harmonioso de pintura,
tornaram-se também objetos de decoração.
As pinturas em cerâmica representavam
cenas da mitologia grega e de pessoas em
suas atividades diárias.
Inicialmente, o artista pintava, em
negro, a silhueta das figuras. Depois,
fazia os detalhes dos desenho
retirando a tinta preta. O maior
pintor de figuras negras foi Exéquias.

Aquiles e Ajax jogando damas (c. 540 a.C.),


pintura em vaso assinado por Exéquias. Altura: 61 cm.
Museu Etrusco, Vaticano
Por volta de 530 a.C., Eutímedes, seu
discípulo de Exéquias, introduziu
uma grande modificação na arte
de pintar vasos: inverteu o esquema
de cores, isto é deixou o fundo de
negro, dando início à série de
figuras vermelhas.

A despedida do guerreiro (c. 530 a.C.), pintura em


vaso assinado por Eutímedes. Altura: 60 cm. Staatliche
Antikensammlungen und Glypyothek, Munique

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