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ARTE GREGA

Principais períodos

- Arte Geométrica: cerâmica pintada (séc. VIII a.C.);


- Arte Arcaica: a pintura e a cerâmica pintada, a escultura e a
arquitetura (séc. VII e VI a.C.);
- Arte Clássica: a arquitetura clássica, a escultura clássica, a
pintura, a cerâmica pintada e o mosaico (séc. V e IV a.C.);
- Arte Helenística: a arquitetura helenística, a escultura
helenística e a pintura helenistica (séc. III e II a.C.).
Localização de Grécia Antiga -
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga#/media/Ficheiro:Greek_Colonization_Archaic_Period-es.svg
Arte Geométrica – cerâmica pintada
• Pintura em vasos;
• Inicialmente motivos abstratos;
• Aos motivos abstratos são agregados
representações figurativas (800 a.C.)

• Vaso de Dipylon - decoração de sepulturas;


• Usados para conter as oferendas aos mortos;
• Cerca de 50 exemplares são atribuídos ao
Mestre de Dipylon
Vaso de Dipilon. Séc. VII a.C. Altura 108
cm. Metropolitan Museum, Nova York.
Meio caminho entre o abstrato e
o representacional;
Elementos orgânicos e
geométricos coexistem no mesmo
espaço;
Objetivo das figuras está mais
para o ornamento do que para a
representação humana;
A pintura em cerâmica parece
uma abreviatura de símbolos.

Detalhe do Vaso de Dypilon. O torso das figuras humanas é representado por triângulos.
A lamentação pelo morto, c. 700 a.C.

Vaso grego no estilo Geométrico; altura 155


cm; Museu Arqueológico Nacional, Atenas.
- O estilo geométrico que ainda era enraizado em formas
pré-históricas se desfaz para dar lugar ao estilo
orientalizante (725-650 a.C.);
- A narrativa torna-se dominante.

Ânfora de Eleusis
• Na ânfora de Eleusis a diferença é notável do vaso de Dipylon,
cem anos mais antigo.
• Influências do Egito e do Oriente Próximo.
• O ornamento geométrico não desaparece mas se mostra
confinado à zonas periféricas como, por exemplo, no pé, nas asas
e na boca.
• Novos motivos curvilíneos: espirais, faixas entrelaçadas, rosetas e
palmetas.
• No ombro do vaso, há uma luta entre animais. Entretanto, a
narrativa já se torna o motivo dominante das peças .
Arte Arcaica: a pintura e a cerâmica pintada, a
escultura e a arquitetura (séc. VII e VI a.C.);

Até 475 a.C. pintores de vasos possuíam tanto prestígio quanto


outros artistas.
Com o desenvolvimento da pintura mural e de suas técnicas
(modelagem e profundidade espacial, por exemplo), a pintura de
vasos começa a ser considerada como uma arte menor.
Pintura em Vasos/Ânfora
Ânfora datada de 525 a.C.
Héracles matando o Leão da Neméia, pintado por
Psiax

Psiax, para facilitar o desenho das


silhuetas, inverte o processo de pintura,
representando a silhueta em vermelho com
o negro no fundo

Narrativa (MItologia):
O Leão da Neméia aterrorizava toda a região e
devorava todos aqueles que tentassem matá-lo.
Seu couro dourado era impenetrável e suas garras
podiam perfurar qualquer armadura.
Matá-lo foi o primeiro dos 12 trabalhos de Héracles.
Qualidade tridimensional da figura é notável.
Detalhe de uma
ânfora datada de 525
a.C. mostra semideus
Hércules matando o
Leão de Neméia.

Vigor e violência
impressionantes:
ambos estão de tal
forma engajados em
combate que formam
uma única e
compacta unidade.
Lápita e o entauro | Kylix |
Pintor da Fundição

Uso do máximo de espaço


possível para sua
ilustração.
O nível de detalhes das
vestes do personagem.
A tridimensionalidade,
atribuída à técnica do
estilo de figuras
vermelhas.
Ângulo de visão não é reto
(nem totalmente de perfil,
nem totalmente frontal).
Escultura Arcaica
Da rigidez ao movimento.

Influências egípcia de talha em


pedra.
- Caráter reto (“cúbico”);
- Posição rígida e imóvel dos
braços;
- Mãos cerradas e pé esquerdo
à frente;
- Artificialidade do cabelo e
vestes no corpo, feminino.

Kouros, 600 a.C. Mármore. 1,9m. Metropolitan Museum of Art, NY


/ Kore, 650 a.C. Calcário. 62 cm. Musée du Louvre, Paris
Kroisos, Kouros de
Anavysos, 525 a.C.
Mármore. 1,9m.
Museu
Arqueológico
Nacional de
Atenas.
Mais detalhada do
que a sua
predecessora, o
Kroisos
corresponde à
transição do estilo
negro para o estilo
vermelho nos vasos
de Psiax.
Exemplo de escultura que marca a
evolução gradual da escultura grega.

• Não se trata de um retrato, assim como


Kroisos não é.
• Originalmente possuía a mesma postura
de Kouros.
• Corpo se iguala ao ideal de perfeição
física presente no Kouros.
• Vigor do corpo é enfatizado, não
escondido, pelo manto fino que o veste. O
manto somente se destaca da pele na
altura do cotovelo.
• O rosto não tem a forma de máscara do
Kouros mais antigo, mas começa a
esboçar expressão. Os lábios desenham
um sorriso.

Moscophoros, 165 cm. 570 a. C.


Museu da Acrópole, Atenas
Arquitetura Arcaica
- Abandona os métodos construtivos de argila e madeira para tornar-se a
arquitetura de pedra;
- Construções religiosas e publicas;
- Começa-se a delinear a ordem dórica e a jônica;
Templo de Hera II.
Fonte: https://www.khanacademy.org/humanities/ancient-art-civilizations/greek-art/beginners-guide-greece/a/introduction-to-greek-architecture
Arte Clássica: a escultura (séc. V e IV a.C.);

Escultura Clássica - Kritios (calculada assimetria):

- joelho direito abaixo do esquerdo;


- quadril tá levemente inclinado; eixo do corpo em “S”;
- maior parte do peso do corpo apoiado na perna
esquerda;
- a invenção/descoberta do contraposto.

KRITIOS BOY 480 B.C.


Marmore 86.3 cm.
Acropolis Museum. Athens
Doríforo – Escultor Policleto
- Contraposto muito mais enfático;
- Doryphoros torna-se um cânone da
escultura;
- Só conhecemos dele uma cópia em
mármore, que no seu processo de
reprodução provavelmente põe a perder
alguns detalhes que fariam o original em
bronze ainda mais imponente;
- Originalmente segurava uma lança no
ombro esquerdo.

DORYPHORUS (SPEAR BEARER) Roman copy after an original of


450-440 B.C. by POLYCLITUS. Marble height 6'6" (2 m).
Museo Archeologico Nazionale. Napoli
Auriga de Delfos

- Original grego em bronze;


- Há um leve contrapposto apesar das vestes;
- Apesar das vestes simples, o tecido comporta-
se de maneira bem natural, fazendo os vincos
certos de acordo com o corpo ou a pressão da
faixa amarrada um pouco abaixo do tórax.
- O rosto pensativo, presente nos exemplos
anteriores, permanece.
- Detalhe para a pintura dos olhos e lábios que
se conservou.

CHARIOTEER, from the Sanctuary of Apollo at Delphi, c. 470


B.C Bronze, height 1.8m. Archeological Museum. Delphi
A Conquista do Movimento
Encontra-se movimento desde o período
arcaico tardio.
Entretanto, uma coisa é a liberdade de
movimento que um relevo apoiado na
pedra possibilita.
Outra coisa é representar movimento
em uma escultura que esteja de pé, pois
envolve muito mais cuidado com o
equilíbrio, e nesse caso fugia a tradição
milenar de representação, que era
imóvel.
O contraposto ajudou em muito a
solucionar esse problema.
Poseidon ou Zeus. 480 a.C. 2,1 m.

Note que não há apoio nos pés.


Discóbolo por Myron. 450 a.C. Cópia romana em
mármore. 2,1 m. Roma
A conquista do movimento e a representação
do corpo feminino (440 a.C.)

Dying Niobid como exemplo


Até então o nu na escultura era restrito ao corpo
masculino.
Movimento e emoção: ao receber a flechada, Níobe
perde a força na perna esquerda e, em um movimento
reflexo, levanta violentamente os braços em direção à
flecha. Pela agressividade do movimento brusco, sua
vestimenta escorrega pelo corpo.
Pela primeira vez, o sentimento é expresso de maneira
eloquente tanto no corpo quanto na face.
Pathos grego: um sofrimento expresso com nobreza e
contenção para que sensibilize o espectador, não o
horrorize.

Dying Niobid (440 a.C.) Pertecente a um frontão de um


templo dórico - National Museum of Rome
Vênus Génitrix (Afrodite)
esculpida por um escultor
desconhecido (século I e
início do II d.C.)

É uma das melhores


cópias em mármore
realizada durante o
Império romano.

O original grego era em


bronze de autoria de
Calímaco (400 a.C.) e está
desaparecido.

Vênus Genetrix Cópia Romana– Museu do Louvre, Paris.


A tendência em mostrar
todas as articulações do
corpo;

Esculturas representam
uma beleza ideal,
genérica;

Não são retratos ou cópias


de modelos reais;

Expressão facial ainda


bastante contida.

Hermes. Praxíteles. 300 - 320 a.C.


Principais mestres da escultura grega período clássico:
- Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida
pose em “S” (Hermes com Dionísio menino), foi o primeiro artista que
esculpiu o nu feminino.
- Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões de
beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete
vezes e meia o tamanho da cabeça.
- Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua
obra-prima, e Atenéia. Realizou toda a decoração em baixos-relevos do
templo Partenon: as esculturas dos frontões, métopas e frisos.
- Lisipo, representava os homens “tal como se veem” e “não como são”
(verdadeiros retratos). Foi Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo
humano com a medida de oito vezes a a medida da cabeça.
A Arquitetura do período
clássico

- Desenvolvimento de arquitetura pública


de caráter profano;
- Arquitetura militar – construção de
fortalezas;
- Arquitetura funerária – túmulos
ornamentados (dórico e jônico;
- Senso de organização do espaço na
cidade – Arquiteto Hipódamo de
Mileto;
Elementos da arquitetura das três ordens: dórica, jônica e coríntia.
Templo construído
para a deusa Athena é
um exemplo do
tamanho e do tipo de
arquitetura grega que
permanece até os dias
atuais, construído em
mármore tem traços
da ordem Dórica e
Jônica o que é
incomum.

Acrópole, Atenas, 447-


432 a.C) - Dórico

Parthenon.
Fonte: https://www.ruebarue.com/athens/attraction/parthenon/4805657966411776
Os refinamentos do Parthenon e a correção da
geometria

• Colunas inclinam para dentro


• A plataforma de degraus e o entablamento são ligeiramente curvados,
para que o centro seja mais alto que as extremidades.
• O intervalo entre a coluna do canto e as suas vizinhas é menor do que o
intervalo padrão adotado pela colunata como um todo.
• Cada capitel é ligeiramente distorcido para caber na arquitrave curvada.
• A interpretação tradicional é a de que essas correções faziam com que
a vista a olho nu percebesse como exatamente geométrica a estrutura
do Parthenon. Entretanto, os templos anteriores não parecem
deformados em nosso campo de visão, por usarem medidas
matematicamente retas. Por isso, essa tese é alvo de críticas.
Erecteion - templo consagrado a Atena e a Poseidon. (421 a 406 a.C.) – Atenas
O pórtico Norte distingue-se pela altura das suas colunas e delicadeza dos capitéis; o pórtico
Sul é o mais famoso por ter seis cariátides, ou korai, fazendo as vezes de colunas.
Arte Helenística:
a arquitetura, a escultura e a pintura (séc. III e II a.C.)

- Na arquitetura aparece primeiro a fecundidade do período helenístico;


- A arquitetura religiosa permanece viva com vários templos dóricos e a as obras primas do
estilo jônico;
- Hermógenes de Alambanda define diferentes tipos de movimentos pelo espaçamento das
colunas do peristilo (cf. Vitrúvio);
- Realizações mais significativas na arquitetura civil, através da criação de cidades novas;
Acrópole de Pérgamo
Teatro de Pérgamo
O Teatro de Delfos é um
anfiteatro da antiga Delfos, na
Grécia.

A configuração atual se deve a


remodelações no século IV
a.C., seguidas de outras em
períodos subsequentes,
recebendo sua forma definitiva
em uma restauração ocorrida
entre 160 e 159 a.C.,
patrocinada por Eumenes II de
Pérgamo, com ligeiros
acréscimos romanos.
Arte Helenística: escultura e pintura
(séc. III e II a.C.).

- Características:
- ângulos, movimento, mobilidade, realismo e
dramaticidade;
- Inícios do retrato;
- No temor de distorcer a harmonia do rosto,
apenas o corpo expressava a atividade da
alma;
- Além de animar as feições sem prejudicar
sua harmonia, começa-se a retratar
fisionomias particulares. Rugas, por
exemplo.

Vitoria de Samotrácia - 200-190 a.C. Museu do Louvre, Paris.


Vênus de Milo
uma das mais
célebres
esculturas de
todos os tempos,
obra de
Alexandros de
Antióquia,
atualmente no
Louvre
Laoconte e seus filhos são atacados pelas
serpentes mandadas pelo Olimpo. 175 - 150 a.C.
Museu do Vaticano, Roma.
O retrato na escultura

A técnica do retrato helenístico é atribuído


a Lisístrato de Sícion, que o teria feito pela
primeira a partir de um molde de gesso de
seu próprio rosto.

As obras assim criadas eram formalmente


consideradas corretas de acordo com o
gosto helenístico, fora do padrão da
"beleza ideal“.

Alexandre, o Grande "tipo Schwarzenberg"


(Gliptoteca de Munique).
Boxeador do Quirinal, século I a.C., original grego
Pintura helenística
Temáticas frequentemente eram cotidianas.
Encontradas em murais de Pompéia e em cidades próximas como Herculano e Estabia.
Temas: naturezas-mortas, retratos de animais e mesmo paisagens.
Desconheciam as regras da perspectiva.

O Mosaico de Alexandre é um piso mosaico romano originário da Casa do Fauno (150 a.C.)
É detalhe de decoração de casas aristocráticas da República Romana em Pompeia, na Itália
Talvez a maior contribuição
dos pintores helenistas tenha
sido na arte de retratos,
conhecidos como “Retratos de
Faium”, que datam do século I
a.C. em diante.

Retrato de uma menina (século II a.C.), Louvre

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