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Arte do Realismo e Impressionismo

As vanguardas são apresentadas sob o panorama do


Realismo embate entre dois importantes paradigmas artísticos: o
- Gustave Courbet que se baseia na imitação e representação da natureza
- François Millet e o que busca novas formas inexistentes na realidade
- Édouard Manet sensível. Trata-se do duelo entre Teoria da Imitação* e
Teoria da Realidade**, nas palavras de Arthur Danto.
Impressionismo
* Paradigma estético baseado na mímesis da natureza,
- A poética do
presente do renascimento (XIV) ao impressionismo
impressionismo
(XIX).
- Claude Monet
** Paradigma estético baseado na invenção de uma
- Auguste Renoir
realidade, presente nas vanguardas após o
- Edgar Degas
impressionismo.
Características do Realismo

Valorização da objetividade e dos fatos.


Descrições de tipos sociais ou situações típicas.
Fim das idealizações: retratos de adultério, miséria e fracasso social.
Rejeição a temas metafísicos (como mitologia e religiosidade);
Politização: caráter de denúncia das desigualdades.

Características do Impressionismo
Temas da natureza: especialmente paisagens com luz natural, pintada ao ar
livre;
Uso de sombras coloridas e luminosas;
Preferência pela mistura de cores através da ilusão de ótica e não pela técnica
(mesclagens), ou seja, não há a mistura de cores para criar novas tonalidades,
mas apenas o uso de pigmentos primários justapostos;
Aplicação da lei das cores complementares;
REALISMO 1850 1900

Ao artista não cabe melhorar artisticamente a natureza


As visões subjetivas e emotivas do real são descartadas
O pintor Gustave Courbet (1819-1877) é considerado o mais importante artista
dessa vertente e criador da estética realista na pintura social.

Courbet demonstrava interesse e empatia pela parcela mais pobre da


população do século XIX, e isso transparece em suas telas.
A preocupação do artista era também com a superação das tradições clássica
e romântica, além dos temas que essa sugeria, como a mitologia, religião e
fatos históricos.
Courbet - O Ateliê do Artista, Museu d'Orsay, Paris
COURBET

Na arte realista
predominam temas do
cotidiano. Os artistas se
ocupam em retratar as
pessoas como
aparentam, sem
idealizações.

Dessa forma, por conta


do amadurecimento da
industrialização e da
crescente desigualdade
e pobreza, os
trabalhadores serão
assunto de destaque.
GUSTAVE COURBET

Não queria beleza, mas


verdade e honestidade.
Não há poses graciosas ou
cores impressionantes.
Composição é
completamente casual.
Contra a manipulação fácil
de clichês tradicionais.

Gustave Courbet - O encontro, ou “Bonjour Monsieur Courbet”, 1854. Óleo sobre tela, 129 × 149
cm; Musée Fabre, Montpellier
FRANÇOIS MILLET

Cenas da vida
camponesa tal como
realmente era. Até então,
os camponeses eram
vistos como motivos
cômicos.
Não há drama, as figuras
não são belas ou
graciosas.
Não há qualquer menção
a um idílio campestre.

Jean-François Millet - As respigadeiras, 1857. Óleo sobre tela, 83,8 × 111 cm; Musée d’Orsay, Paris
Almeida Júnior - O violeiro.
Óleo sobre tela,1899.

José Ferraz de Almeida Júnior.


Precursor do regionalismo
retratou personagens simples e
anônimos da cultura brasileira.
Estabeleceu uma ponte entre o
Realismo dos salões de Paris
com o academicismo no Brasil.

O Dia do Artista Plástico no


Brasil é comemorado em 8 de
maio, data de seu nascimento.
Abigail Andrade - A Hora do
Pão. Óleo sobre tela,1889.

A primeira pintora mulher


brasileira a ser premiada com a
Grande Medalha de Ouro (1884)
da ENBA-RJ.

“A Hora do Pão” é uma pintura de


gênero na qual o meio se
sobrepõe aos personagens –
aspecto realista – mas sem
deixar de nos chamar a pensar
sobre as figuras humanas em
suas atividades domésticas, de
recreação (crianças) e de
trabalho.
A transição para o Impressionismo
ÉDOUARD MANET
O Balcão, Édouard Manet, 1869

O uso da luz na arte tradicional era demasiado


artificial
Ao ar livre, as formas tridimensionais parecem
planas.
Ao explorar esse efeito plano, a pintura de
Manet cria uma sensação de ilusão e
profundidade até mais realística
A impressão propiciada pelo todo não é plana,
como se poderia pensar, mas de real
profundidade
Édouard Manet - O Almoço
na relva, 1863. Óleo sobre
tela, 2,13x2,69m. Museu
d’Orsay, Paris.

Uma mulher nua fazendo um


piquenique com dois rapazes
galantes, vestidos com trajes
da época.

Manet queria se libertar das


doutrinas do academicismo e
dos temas literários.
Desenvolveu uma técnica
brilhante, utilizando muito preto.
Mais tarde foi influenciado
pelas cores mais claras dos
impressionistas.
Impressionismo
Claude MONET

Em 1874 foi organizado


uma exposição no estúdio
de um fotógrafo, na qual
havia uma tela de Monet
denominada “Impressão:
nascer do sol”. Trata-se
de uma pintura de um
porto visto através das
névoas matinais. Para
ridicularizar a exposição
um critico chamou o
grupo de artistas de
“impressionistas”.
“(...) a ideia de Monet de que toda pintura da natureza deve
realmente ser terminada in loco não só exigia uma substancial
mudança de hábitos e certa renúncia ao confronto, mas ia resultar
forçosamente em novos métodos técnicos.
A ‘natureza’ ou o ‘motivo’ muda de minuto a minuto, quando corre
uma nuvem sob o sol ou o vento quebra o reflexo na água.
O pintor que espera captar um aspecto característico não dispõe
de tempo para misturar e combinar suas cores, muito menos para
aplicá-las em camadas sobre uma base castanha, como tinham
feito os velhos mestres. Ele tem que fixá-las imediatamente na sua
tela, em pinceladas rápidas, cuidando menos dos detalhes e mais
do efeito geral produzido pelo todo”. (Gombrich, 1999)
Édouard Manet
Monet trabalhando
em seu barco, 1874

Óleo sobre tela, 82,7


× 105 cm; Neue
Pinakothek, Munique
Não era apenas a técnica
pictórica que enfurecia tanto os
críticos, mas também os
motivos escolhidos por esses
pintores.
No passado, esperava-se que
os pintores observassem um
recanto da natureza que, por
consenso geral, fosse
“pitoresco”.

Claude Monet - Estação de St-Lazare, 1877. Óleo sobre tela, 75,5 × 104 cm; Musée d’Orsay,
Paris
AUGUSTE RENOIR
Baile no Moulin de la
Galette, 1876.
Óleo sobre tela, 131 × 175
cm; Musée d’Orsay, Paris

Renoir quis estudar o efeito


da luz do sol sobre a
Multidão.
Os olhos e a testa da
jovem sentada ficam na
sombra, enquanto o sol
reflete em torno da boca e
do queixo.
“Se Renoir tivesse pintado com todos os detalhes, o quadro teria
um aspecto enfadonho e sem vida” (Gombrich, 1999)
EDGAR DEGAS

Busca flagrar o instante


fugidio das pessoas
Ângulos inesperados.
Não há história nos
quadros de Degas.
Ele não estava
interessado na beleza das
bailarinas, nem com o seu
estado de espírito.
Se interessa pelo jogo de
luz e sombra sobre a
forma
humana.
Auguste RODIN

O enorme realismo
do trabalho chegou a
gerar dúvidas quanto
à sua produção, se
teria sido feita a
partir de moldes de
modelos vivos.
Muitos estudiosos
classificam Rodin
como um precursor
da escultura
moderna.
A idade do Bronze (1877), de Rodin. À direita, detalhe da escultura
Auguste RODIN
A mão de Deus, c. 1898. Mármore, altura 92,9
cm; Museu Rodin, Paris

Busca a fixação de um momento significativo do gesto


humano
Desprezava a aparência externa de “ acabamento
Tal como os impressionistas, preferia deixar algo para
a imaginação do espectador.
Para o público em geral, perfeição artística ainda
significava
que tudo devia ser bem feito, bem acabado e polido.

“Por vezes, deixava até parte da pedra em bruto para


dar a impressão de que a sua figura estava emergindo
e ganhando forma nesse preciso momento”.
Auguste RODIN
O Beijo, Mármore, 1889. 1,82 m x 1,12 m x
1,17 m, 1889. Museu Rodin, Paris.

Inspirou-se nos delírios amorosos vividos com


Camille Claudel, sua assistente.
Morro de São Bento – Eliseu Visconti, óleo sobre tele, 37,4 54 cm, 1887.
IMPRESSIONISMO (Síntese didática)
A pintura deve registrar as constantes alterações que a luz provoca nas cores da natureza.

A linha não existe


As figuras não devem ter contornos nítidos pois a linha é uma abstração do ser humano
para representar as imagens.

Sombras coloridas
Sombras devem ser luminosas e coloridas, assim como é a impressão que nos causam.

Cores complementares
“Um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito
mais real do que o claro escuro barroco”.

Mistura óptica
É o observador que, ao admirar a pintura, combina as cores e obtém o resultado final.

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