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UNIDADE II

História Geral da Arte

Prof. Dr. Mário Caldeira


A arte na era das revoluções

 O período compreendido entre os anos de 1776 e 1848 foi marcado, tanto na Europa como
na América, por importantes movimentos que conduziram à transformação da sociedade
ocidental. Esses movimentos foram: a Primeira Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na
Inglaterra a partir de 1750; a Revolução Americana (1776), que levou à independência dos
Estados Unidos; a Revolução Francesa (1789) e as diversas revoluções que eclodiram em
diferentes regiões da Europa em 1848. A produção artística desse período de intensas
transformações também sofreu modificações importantes.
A laicização da arte e a Revolução Francesa

 Fundada nos ideais da racionalidade iluminista, a Revolução Francesa abriu as portas para
uma nova forma de arte, que não mais expressaria a vontade divina, mas os anseios,
dramas e práticas cotidianas dos próprios seres humanos. Foi na direção de sua constante
laicização que a arte começou a caminhar: os temas bíblicos foram substituídos, na pintura e
na escultura, por temas mitológicos e do cotidiano burguês. Os artistas passaram a servir
não mais à Igreja, a partir de então decadente como poder político, e sim aos novos líderes
políticos, em especial Napoleão Bonaparte, tornado imperador francês em 1799.

 Entre os pintores do período, destaca-se Jacques-Louis David,


artista oficial do Império napoleônico, cujas obras representam
momentos históricos, cenas mitológicas, paisagens, além de
retratos e nus, em geral carregados de realismo e emoção. A
pintura a seguir, chamada A morte de Marat ou Marat
assassinado, retrata o revolucionário francês Jean-Paul Marat
em sua casa, após ter sido assassinado por Charlotte Corday
em 1793. O quadro é uma homenagem de Jacques-Louis
David a ele.
A laicização da arte e a Revolução Francesa

 Essa é uma mudança radical no tema e na abordagem


espacial da pintura em relação ao que era feito
anteriormente. Marat não é um santo, clérigo ou uma
figura mitológica: é uma pessoa com ideais políticos e
o quadro o mostra sem qualquer divinização ou
tentativa de mostrá-lo imortal. É nesse sentido que a
arte irá caminhar e é o que se chama de laicização.

Jacques-Louis David. A morte


de Marat ou Marat assassinado
(Marat assassiné) (1793). Óleo
sobre tela, 165 cm x 128 cm.
Musées royaux des Beaux-Arts
de Belgique, Bruxelas, Bélgica.

Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Death_of_Marat_by_David.jpg
Acesso em 05 dez 2022.
A arte na época das revoluções: o Realismo

 No Realismo, a arte continua e acentua o seu processo de laicização. A pintura apresenta


cunho cientificista e busca representar o real com o mesmo grau de objetividade com que os
cientistas analisam fenômenos naturais. A pintura realista apresentava um caráter
documental e descritivo.

 Os artistas realistas não idealizavam a natureza, nem buscavam melhorá-la ao representá-la


em suas obras. Eles acreditavam que o belo está na própria realidade do modo como ela é,
cumprindo apenas ao artista reproduzi-la em sua verdade.

 A obra de arte começa a ser tratada como veículo de denúncia


do que se considerava injustiças sociais, e os artistas usavam
seu talento para protestar, de forma politizada, em favor dos
mais pobres.
A arte na época das revoluções: o Realismo

 O principal representante do
Realismo, na pintura, é Gustave
Courbet (1819-1877), que
retratou em suas obras,
principalmente, cenas da vida
cotidiana dos trabalhadores.
Gustave Courbet. Moças Peneirando o Trigo (1854).
Óleo sobre tela, 131 cm x 167 cm. Museu de Belas
Artes, Nantes, França.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Gustave_Courbet_014.jpg Acesso em 06 dez 2022.
A arte na época das revoluções: o Realismo

 O escultor Auguste Rodin também se afastou dos


princípios idealistas e procurou criar estátuas que
representavam a realidade no modo como ela é,
dando preferência a temáticas contemporâneas e à
busca de registrar o momento específico de uma
atitude, como na sua obra O Beijo.

Auguste Rodin. O Beijo (Le Baiser)


(década de 1890). Escultura em mármore.
Museu Rodin, Paris, França.

Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Auguste_Rod
in-The_Kiss-Rodin_Museum,_Paris.jpg
Acesso em 06 dez 2022.
A arte na época das revoluções: o Naturalismo

 Com o uso da fotografia a partir de 1830,


os artistas perceberam que havia um
limite da arte na reprodução da realidade.
Abandonando um pouco a crítica social
do Realismo, os artistas naturalistas
buscavam a reprodução fiel da realidade,
mas sem se prender a questões
ideológicas. Sua prática ocorria ao ar
livre, também feita pelos impressionistas
para garantir o contato direto com o real.

Jean Baptiste Camille Corot. Fórum visto do Jardim Farnese (1826). Papel
montado sobre tela. Museu do Louvre, Paris, França.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Baptiste-Camille_Corot_-
_The_Forum_Seen_from_the_Farnese_Gardens.jpg Acesso em 06 dez 2022.
A arte na época das revoluções: o Romantismo

 No Romantismo, os artistas
afastaram-se da representação do
real. O interesse era mostrar valores
sociais ou políticos simbolizados nas
pinturas por figuras humanas, seus
trajes, seus gestos e objetos.

Eugène Delacroix. A
Liberdade guiando o
povo (28 de julho
1830). Óleo sobre
tela, 260 x 325 cm.
Museu do Louvre,
Paris, França.

Fonte:
https://commons.wikime
dia.org/wiki/File:Eug%C
3%A8ne_Delacroix_-
_La_libert%C3%A9_gui
dant_le_peuple.jpg
Acesso em 06 dez 2022.
A arte na segunda metade do século XIX: a obra pictórica de Paul Cézanne

 Sobre o trabalho de Paul Cézanne, o historiador de arte Ernst Gombrich tece as seguintes
considerações: “Em seu tremendo esforço para realizar uma sensação de profundidade sem
sacrificar o brilho das cores, e para construir um arranjo ordenado sem sacrificar a sensação
de profundidade – em todas as lutas e experiências havia uma única coisa que Cézanne
estava preparado para sacrificar, sempre que fosse necessário: a ‘correção’ convencional do
lineamento. Não tinha o propósito deliberado de distorcer a natureza; mas não lhe importava
muito se ela tivesse que ser distorcida em alguns detalhes de menor importância, desde que
isso o ajudasse a obter o efeito desejado” (GOMBRICH, 2013, p. 418).

 Isso significa que, na opinião de Gombrich, Cézanne distorcia,


às vezes, a natureza nos seus quadros para torná-los mais
ordenados de acordo com a sua intenção plástica.
A arte na segunda metade do século XIX: a obra pictórica de Paul Cézanne
Paul Cézanne. Monte Sainte-Victoire visto de
Bellevue. Óleo sobre tela, 73 x 92 cm. C.
1885. Barnes Foundation, Pensilvânia, EUA.

Fonte: GOMBRICH, E. H. História da Arte. Rio de


Janeiro: LTC, 2013.
A arte na segunda metade do século XIX: a obra sensitiva de Van Gogh

 Sobre a arte de Vincent Van Gogh (1853-1890), Gombrich faz as seguintes considerações,
comparando-o ao seu contemporâneo, Paul Cézanne: “Quando Cézanne pintava uma natureza-
morta, queria explorar a relação entre formas e cores, e só admitia a ‘perspectiva correta’ na
exata medida de sua necessidade para cada experimento específico. Van Gogh queria que suas
pinturas expressassem o que ele sentia – e, se a distorção o ajudasse a atingir seu objetivo, ela
seria usada. Ambos haviam chegado a esse ponto sem a intenção de derrubar os antigos
padrões de arte. Não posavam de ‘revolucionários’, nem pretendiam chocar os críticos
complacentes. Ambos, com efeito, haviam quase abdicado de toda e qualquer esperança de que
alguém prestaria atenção ao seu trabalho; seguiam trabalhando porque precisavam, apenas
isso” (GOMBRICH, 2013, p. 423).

 Na obra mostrada no slide seguinte, Trigal com ciprestes,


é possível observar como Van Gogh altera a percepção da
realidade visível para mostrar o que ele sente a partir de sua
própria percepção e a coloca sobre a tela com sua pintura.
A arte na segunda metade do século XIX: a obra sensitiva de Van Gogh
Vincent Van Gogh. Trigal com ciprestes.
Óleo sobre tela, 73 x 92 cm. 1889. Galeria
Nacional, Londres, Inglaterra.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Vincent_van_Gogh_-_Wheat_Field_with_
Cypresses_(National_Gallery_version).jpg
A arte na segunda metade do século XIX: o Pontilhismo

 O Pontilhismo foi uma iniciativa


de alguns artistas europeus no
final do século XIX que se
baseava em uma propriedade
do olho e do cérebro humano
de reunir elementos visuais –
neste caso milhares de pontos
coloridos – e, a partir deles,
construir imagens.

Georges Seurat. Tarde de domingo na ilha de Grande Jatte (Un dimanche aprèsmidi à l’Île de la
Grande Jatte) (1884-1886). Óleo sobre tela, 207,6 x 308 cm. Art Institute of Chicago, Chicago, EUA.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_Sunday_on_La_Grande_Jatte,_Georges_Seurat,_1884.jpg. Acesso em 07 dez 2022.
A arte na segunda metade do século XIX: o Impressionismo

 A pintura denominada impressionista desenvolveu-se na Europa no século XIX. Essa


denominação tem a sua origem em uma famosa tela, de autoria de Claude Monet, intitulada
Impressão, nascer do Sol, de 1872. Os artistas vinculados a esse movimento desprenderam-
se da preferência por temas da mitologia greco-romana e puseram de lado a preocupação
com a reprodução fiel (mimese) da realidade. Conferiam maior relevância aos próprios
quadros, considerados importantes em si mesmos como obras de arte. O seu interesse
central era a exploração dos efeitos de movimento e de luminosidade, obtidos a partir de
pinceladas soltas, sem traço de desenho.
A arte na segunda metade do século XIX: o Impressionismo
Claude Monet. Impressão, nascer do sol (1872).
Óleo sobre tela, 48 x 63 cm.
Museu Marmottan, Paris, França.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File
:Claude_Monet,_Impression,_soleil_levant.jpg.
O Fauvismo

 O Fauvismo (também chamado de


Fovismo) nasceu em 1905, em Paris.
Naquela ocasião, certos artistas
expuseram obras em que empregavam
as cores puras de forma muito intensa,
e, por esse motivo, passaram a ser
denominados fauves (feras, em
português). As cores e a espacialidade
dos quadros não correspondiam ao
que se via no mundo real.

André Derain, Ponte sobre o Riou, 1906. Óleo sobre tela,


82,5 cm x 1021,5 cm. MoMA, Nova Iorque, EUA.

Fonte: FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.


Interatividade

Os artistas vinculados ao Impressionismo no século XIX desprenderam-se da preferência por


temas da mitologia greco-romana e puseram de lado a preocupação com a reprodução fiel da
realidade. O seu interesse central, durante a maior parte da carreira desses artistas
(principalmente Monet, Degas, Manet e Camille Pissarro), era a exploração dos efeitos de
movimento e de luminosidade observados ao ar livre. De que maneira esses artistas captavam
essas impressões em seus quadros?

a) Usando desenhos rigorosos feitos no local, terminando o quadro depois usando tinta
a óleo.
b) Com fotografias no local e depois passando a limpo em quadros desenhados com nanquim.
c) Pintavam um esboço geral da imagem que viam no local e
depois retocavam no estúdio.
d) Usando pinceladas soltas e rápidas, com intenção plástica e
sem traço de desenho.
e) Usando técnicas de pintura muito detalhadas e grande
precisão de detalhes.
Resposta

Os artistas vinculados ao Impressionismo no século XIX desprenderam-se da preferência por


temas da mitologia greco-romana e puseram de lado a preocupação com a reprodução fiel da
realidade. O seu interesse central, durante a maior parte da carreira desses artistas
(principalmente Monet, Degas, Manet e Camille Pissarro), era a exploração dos efeitos de
movimento e de luminosidade observados ao ar livre. De que maneira esses artistas captavam
essas impressões em seus quadros?

a) Usando desenhos rigorosos feitos no local, terminando o quadro depois usando tinta
a óleo.
b) Com fotografias no local e depois passando a limpo em quadros desenhados com nanquim.
c) Pintavam um esboço geral da imagem que viam no local e
depois retocavam no estúdio.
d) Usando pinceladas soltas e rápidas, com intenção plástica e
sem traço de desenho.
e) Usando técnicas de pintura muito detalhadas e grande
precisão de detalhes.
A era da máquina e as vanguardas artísticas

 Vanguardas artísticas é o nome que alguns historiadores dão a um conjunto de movimentos


na arte que acontecem nas primeiras décadas do século XX. A denominação de vanguarda
serve tanto para demonstrar que esses movimentos estavam à frente do seu tempo, quanto
para comparar com movimentos militares da época, referindo-se a possíveis lutas que a arte
poderia abraçar. Muitos artistas pretendiam e entendiam que as transformações sociais
seriam possíveis a partir da arte que, nesse sentido, deteria função civilizatória, mas que isso
aconteceria por meio de conflitos. O caráter urbano e industrial da vida cotidiana alimentou
os temas abordados pelos artistas: a velocidade, a energia, a reprodução em série dos
objetos do cotidiano e a própria guerra eram assuntos recorrentes nas obras. A natureza,
entendida agora como artificial, é o novo mundo no qual a arte caminha rumo à abstração.
O Expressionismo

 O Expressionismo desenvolveu-se na Europa


entre o final do século XIX e o início do século
XX. Os artistas desse movimento deformam o
real a fim de explicitar a subjetividade do
artista e da própria natureza, privilegiando a
manifestação dos sentimentos e não a
descrição objetiva da realidade.

Edvard Munch. O grito da natureza


(popularmente conhecido como O Grito)
(1893). Óleo sobre tela, têmpera e pastel
sobre cartão. Galeria Nacional,
Oslo, Noruega.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Edvard-Munch-The-Scream.jpg.
O Cubismo

 A arte cubista teve início em 1907 e influenciou diferentes gerações de artistas no transcorrer
das primeiras décadas do século XX. Inspirados, entre outros fatores, pela obra de Paul
Cézanne, os iniciadores do Cubismo, Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-
1963) contribuíram de forma decisiva para essa forma de fazer arte. O Cubismo rompeu com
os padrões de representação artística do real ao empregar, predominantemente, sugestões
formais de figuras geométricas que representavam seres e objetos em todas as suas partes
em um único plano, sem preocupação com perspectiva ou tridimensionalidade.

 Curiosamente, não há cubos no Cubismo, no sentido geométrico estrito da palavra e da


forma, mas esse termo serve para demonstrar a simplificação geométrica do mundo real.
O Cubismo

Pablo Picasso. Les


demoiselles d’Avignon (1907).
Óleo sobre tela, 244 x 234 cm.
The Museum of Modern Art,
Nova Iorque, EUA.

Fonte:
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Le
s_Demoiselles_d%27Avignon.jpg.
O Futurismo

 Contrários a toda tendência moralista e passadista, os


futuristas foram artistas que enalteceram, em suas
obras, as conquistas tecnológicas do início do século
XX e as mudanças velozes que estas imprimiam na
sociedade europeia da época, tendo também exaltado,
no início do movimento, a própria guerra e a violência.
Em decorrência de seu apreço pela novidade,
propunham inclusive a destruição dos museus e das
antigas cidades.

Umberto Boccioni (1882-1916). Forme


uniche della continuità nello spazio
(1913, fundido em 1931 ou 1934).
Escultura em bronze, 111,2 x 88,5 x 40
cm. The Museum of Modern Art,
Nova Iorque, EUA.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:
%27Unique_Forms_of_Continuity_in_Space%27,
_1913_bronze_by_Umberto_Boccioni.jpg.
O Dadaísmo
Marcel Duchamp. Fonte (réplica) (1917).
Mictório em porcelana branca com tinta.

Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Marcel_
Duchamp.jpg

 O nome desse movimento, iniciado em 1916, serve para


indicar tanto o caráter antirracionalista dele (uma vez que o
termo não tem significado), quanto evidenciar que a linguagem
pode não fazer sentido ou mesmo remeter a múltiplos
sentidos. Os dadaístas eram contrários à Primeira Grande
Guerra, ao conflito armado e às inovações tecnológicas. Os
dadaístas enfatizavam o não lógico e o não racional, usavam a
ironia em suas obras e valorizavam aquilo que era
considerado absurdo. Por esse motivo, recorreram ao poema
aleatório e aos ready-mades, e suas propostas influenciaram
diversos movimentos, como o Expressionismo Abstrato, o
Surrealismo, a Pop Art e a Arte Conceitual.
O Suprematismo

 A denominação de arte construtivista foi elaborada pelo artista plástico russo Kazimir
Malevich (1878-1935), referindo-se à obra do seu compatriota, o pintor e fotógrafo Alexander
Rodchenko (1891-1956). Estendendo-se até meados da década de 1930, o Construtivismo
Russo, caracterizado sobretudo pelo recurso à abstração
geométrica, influenciou importantes movimentos das artes
plásticas e do design moderno, como o De Stijl, a Bauhaus
e o Suprematismo. Apesar de sua forte tendência ideológica
comunista e das representações figurativistas, foram as
criações geométricas e abstratas que tornaram o movimento
mais conhecido fora da antiga URSS.

Kazimir Malevitch (1879-1935). Composição


suprematista (1915). Óleo sobre tela. Stedelijk
Museum, Amsterdã, Holanda.

Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Suprematist_Composit
ion_-_Kazimir_Malevich.jpg
O Neoplasticismo

 O movimento denominado De Stijl ou Neoplasticismo


teve origem na Holanda em 1917 e contou, entre
seus participantes, com o artista plástico, designer,
poeta e arquiteto Theo Van Doesburg (1883-1931),
o pintor Piet Mondrian (1872- 1944) e o designer de
produtos e arquiteto Gerrit Rietveld (1888-1964).
O movimento buscava a supervalorização das cores
primárias e das formas geométricas, conduzindo ao
abandono de toda representação figurativa, por meio
da adoção do completo abstracionismo.

Piet Mondrian. Tableau I, 1921. Óleo sobre tela,


103 x 100 cm. Gemeentemuseum Den Haag, Haia, Holanda.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/
O Surrealismo

 O movimento surrealista abrangeu a literatura, as artes plásticas, o teatro e o cinema e teve


sua origem em Paris na década de 1920, a partir da publicação, em 1924, do Manifesto
Surrealista, da autoria do poeta André Breton (1896-1966). Essa vanguarda artística foi
bastante influenciada pelas teorias do pai da Psicanálise moderna, o austríaco Sigmund
Freud (1856-1939). Decorre daí a ênfase conferida pelos artistas surrealistas ao papel do
inconsciente na representação da realidade. Por esse motivo, os surrealistas buscavam
apresentar em suas obras o real de maneira não racionalista, ao qual se podia captar,
principalmente, nos sonhos, quando o inconsciente se encontra liberado da repressão
racionalista do consciente.
O Surrealismo
Salvador Dali. Aparição de rosto e fruteira numa praia
(1938). Óleo sobre tela, 114,2 x 143,7 cm. Wadsworth
Atheneum, Hartford, Connecticut. EUA.

Fonte: GOMBRICH, E. H. História da Arte. Rio de Janeiro: LTC,


2013.
A Bauhaus

 A Bauhaus (1919-1933) foi a mais conhecida escola alemã de formação de arquitetos,


técnicos e artífices especializados da primeira metade do século XX. Ela começou com uma
definição utópica: a construção do futuro deveria combinar todas as artes em um ideal único.

 A realidade da civilização tecnicista no início do século XX gerou solicitações para a Bauhaus


que não poderiam ser preenchidas apenas pela revalorização do artesanato, que era a ideia
inicial. Em 1923, a escola reagiu com um programa modificado, o qual marcaria sua futura
imagem sob um novo lema: arte e tecnologia – uma nova unidade. O potencial da indústria
seria aplicado para satisfazer padrões de design, abrangendo tanto aspectos funcionais
quanto estéticos. As oficinas da Bauhaus produziram protótipos
para produção em massa: desde uma simples lâmpada até uma
habitação completa.
A Bauhaus

Marcel Breuer (1902-1981).


Cadeira Cesca (1928).

Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bre
uer_chair_2008.jpg
O Expressionismo Abstrato

 O Expressionismo Abstrato, ou Action Painting, foi um movimento artístico de grande


originalidade e forte repercussão que modificou a cena artística norte-americana no final dos
anos 1940. Sua principal característica era o emprego de largas massas coloridas, com o
predomínio de manchas, não de traços. Ao contrário do Expressionismo europeu,
diretamente envolvido em debates ideológicos, os expressionistas norte-americanos
excluíam totalmente os temas políticos e sociais de suas obras, privilegiando questões
existencialistas, buscando expressar emoções de forma intensa e espontânea.
O Expressionismo Abstrato

Jackson Pollock (1912-1956). Um (número 31, 1950) (1950). Óleo sobre tela.

Fonte: GOMBRICH, E. H. História da Arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.


Pop Art (arte popular)

 A Pop Art foi um movimento artístico que


ocorreu predominantemente nos Estados
Unidos e na Inglaterra, entre a segunda
metade dos anos 1950 e 1960. Apoiando-se
em fontes como o Dadaísmo, a Pop Art
contribuiu também para revolucionar o
próprio conceito de obra de arte, uma vez
que incluía em seus temas objetos
tipicamente comerciais e de consumo de
massa, contrariando a ideia de que a arte é
Roy Lichtenstein. Whaam! alheia aos interesses do mercado.
1963. Óleo e magna sobre tela,
172,7 cm x 406,4 cm. Tate
Gallery, Londres (Inglaterra).
Fonte: https://live
.staticflickr.com/6094/6345534927
_3117e718be_4k.jpg
Op Art (arte óptica)

 A Op Art ou Optical Art foi um movimento


artístico caracterizado pelo emprego de
formas geométricas que induzem o olhar
do espectador a uma espécie de ilusão
de ótica, gerando sensações de
movimento, de tridimensionalidade, de
vibração e de mudança de sentido.

Victor Vasarely. Gyemant-33


(1973). 100 x 100 cm.

Fonte: adaptado de: ARGAN, G.


C. D. Arte moderna: do iluminismo
aos movimentos contemporâneos.
São Paulo: Companhia das
Letras, 1992, p. 563.
O Minimalismo

 Como características principais do Minimalismo temos: a rejeição da objetividade, da


subjetividade e do figurativismo na produção artística; reducionismo formal das obras de arte,
em busca de sua expressão mais pura possível; emprego sobretudo de formas geométricas
simples, como cubos, paralelepípedos, cilindros etc. de modo repetitivo, para conferir ritmo
às obras de arte; emprego de figuras geométricas simples e materiais diferenciados, como,
por exemplo, fibra de vidro, metais e plásticos.

 A obra em Chiesa Rossa foi o último projeto concebido e projetado por Dan Flavin, um dos
mais importantes artistas do Minimalismo, antes de sua morte, e consiste em uma
intervenção permanente para local específico. Esse sistema de lâmpadas fluorescentes de
cores e comprimentos diferentes foi especialmente projetado
pelo artista para a nave central e para os transeptos da igreja.
O Minimalismo
Dan Flavin. Sem título (1996). Intervenção em
Milão na Igreja de Santa Maria Annunciata in
Chiesa Rossa (1987). Luzes fluorescentes
rosa, vermelha, amarela, azul. Milão, Itália.

Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:%22_14_-
_ITALY_-_Dan_Flavin_in_Milan_-_Chiesa_di_Santa_
Maria_Annunciata_in_Chiesa_Rossa_church_-
_LED_lightning_-_color_emotion_-_colorful.jpg
A Arte Conceitual

 A obra One and Three Chairs, do norte-americano Joseph Kosuth (1945), ilustra bem as
principais características da Arte Conceitual. Nessa obra, Kosuth expõe, conjuntamente, uma
cadeira real, uma foto dessa mesma cadeira e um texto contendo a definição do que seja
uma cadeira. Ao proceder assim, o artista pretende provocar a reflexão sobre a própria
realidade do objeto, ou seja, uma discussão sobre o próprio ser das coisas.

 Na arte conceitual, o artista torna as suas obras veículos de pensamentos e teorias, ou seja,
busca demonstrar que a arte se origina das ideias, e o planejamento da produção artística é
mais importante do que a própria execução das obras. Noutros termos, na Arte Conceitual,
as ideias são mais relevantes que os próprios objetos artísticos.
A Arte Conceitual
Joseph Kosuth. One and Three Chairs (Uma e três
cadeiras) (1965). Madeira e fotografia em prata
coloidal, 82 cm x 38 cm x 53 cm (cadeira), 91,5 cm
x 61 cm (fotografia), 61 cm x 61 cm (painel com
texto). MoMA, Nova Iorque (Estados Unidos).

Fonte: FARTHING, S. Tudo sobre arte: os movimentos e as


obras mais importantes de todos os tempos. Rio de Janeiro:
Sextante, 2011, p. 502-503.
Interatividade

Na arte conceitual, o artista torna as suas obras veículos de pensamentos e teorias, ou seja,
busca demonstrar que a arte se origina das ideias e o planejamento da produção artística é
mais importante do que a própria execução das obras. Nesse sentido, é correto afirmar que na
arte conceitual:

a) Não há diferença de valor entre a ideia que origina a obra e sua execução.
b) As ideias são mais importantes do que os próprios objetos artísticos.
c) A execução técnica da obra é mais importante do que a ideia que a originou.
d) A técnica empregada para executar a obra é o aspecto mais importante.
e) As ideias só são importantes por conta da execução dos projetos.
Resposta

Na arte conceitual, o artista torna as suas obras veículos de pensamentos e teorias, ou seja,
busca demonstrar que a arte se origina das ideias e o planejamento da produção artística é
mais importante do que a própria execução das obras. Nesse sentido, é correto afirmar que na
arte conceitual:

a) Não há diferença de valor entre a ideia que origina a obra e sua execução.
b) As ideias são mais importantes do que os próprios objetos artísticos.
c) A execução técnica da obra é mais importante do que a ideia que a originou.
d) A técnica empregada para executar a obra é o aspecto mais importante.
e) As ideias só são importantes por conta da execução dos projetos.
Referências

 ARGAN, G. C. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo:


Companhia das Letras, 1992.

 FARTHING, S. Tudo sobre arte: os movimentos e as obras mais importantes de todos os


tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

 GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

 JANSON, A. F.; JANSON, H. W. Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
ATÉ A PRÓXIMA!

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