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Jorge Coli
COLI, Jorge. O que é Arte. 15ª ed., Editora Brasiliense, São Paulo – SP, 1995
ISBN 85-11-01046-7
Em memória de meu irmão Vicente e para meu afilhado Lúcio.
INTRODUÇÃO
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A INSTAURAÇÃO DA ARTE E OS
MODOS DO DISCURSO
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Os caminhos do discurso
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para que, novamente, eles se reerguessem como faróis, embora
certamente menos incontestados do que antes.
Os casos de Guido Reni e do Corrégio são mais radicais. Foram
pintores de celebridade imensa, indiscutível, de influência decisiva
durante séculos, tão admirados quanto Michelangelo, Rafael,
Leonardo, e não se pode dizer deles que tenham conhecido apenas
fama passageira. No entanto, hoje sofrem um eclipse brutal. Nossa
época parece interessar-se tão pouco pela ternura do sublime mestre
de Parma ou pelo rigor de Guido, que quantos somos capazes de
lembrar sequer um de seus quadros? Melhor, a quantos esses nomes
dizem alguma coisa?
Poderíamos multiplicar os exemplos: sabemos que o passado que
foi tão severo com os impressionistas mostrou-se profundamente
generoso com pintores como Meissonier, Gervex, Puvis de
Chavannes, Chaplin ou Alma Tademma. A morte de Meissonier, por
exemplo, causou luto nacional na França. Com o tempo, no entanto, a
avaliação crítica inverteu-se e esses pintores, que se opunham aos
impressionistas como técnica e assunto, deixaram de ser exaltados. A
condenação da posteridade chegou a tal ponto que se tornou difícil ver
um quadro deles em museus. Estes, quando possuíam algum,
escondiam-no envergonhados nas reservas. Durante muito tempo, essa
pintura foi considerada como o próprio exemplo da não arte, como
alguma coisa. artisticamente
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