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O que é a arte?

À primeira vista, a pergunta pode parecer disparatada, visto que a definição de arte
consta de qualquer dicionário da língua portuguesa e, num certo sentido, todos
sabemos o que é a arte: é música, pintura, escultura, etc…
(mostrar o que diz no dicionário)
Os artistas são pessoas que dão forma a algo, utilizando a imaginação, com o objetivo
de se exprimir.

É preciso referir que a arte não é a realidade pura que aparece, mas a realidade revista
e corrigida pelo ser humano.
Afinal de contas, muitas das coisas a que hoje chamamos arte não eram assim
chamadas há uns anos.
Por exemplo, a banana madura presa com fita adesiva e a Fonte (1917).

Alguns consideram que, dada a natureza dinâmica, criativa e inovadora do fenómeno


artístico, nunca conseguiremos estabelecer de forma segura um conjunto de
propriedades intrínsecas que todas as obras de arte, e apenas, possuem em comum.
No entanto, nem todas desistem do projeto de encontrar uma definição explícita de
arte; optam simplesmente por não se focar propriedades intrínsecas comuns a todos
os objetos artísticos, mas sim em propriedades extrínsecas dos mesmos.
Ou seja, em vez de se focarem em propriedades inerentes aos próprios objetos, focam-
se antes nos seus aspetos relacionais, processuais e contextuais, por exemplo, as
relações que esses objetos estabelecem com o contexto histórica e social que os
envolve os processos por que passam. As teorias que se dedicam a encontrar uma
definição de arte nestes moldes ficam conhecidas como teorias não essencialistas da
arte (também por vezes designadas por teorias convencionalistas da arte). São estas a
teoria institucional, segundo a qual algo é uma obra de arte, no sentido classificativo,
se, e só se, for um artefacto com um conjunto de característica ao qual foi atribuído o
estatuto de candidato a apreciação por uma ou várias pessoas que atuam em nome de
determinada instituição social chamada “mundo da arte”, e a teoria histórica, que
refere que algo é obra de arte se, e só se, um dos seus proprietários tem a intenção
séria de que isso seja encarado-como-obra-de-arte, isto é, que seja encarado da
mesma forma como foram corretamente encaradas obras de arte anteriores.

Ao longo desta apresentação iremos debruçar-nos sobre 2 teorias essencialistas da


arte: a teoria formalista (a arte como forma) e a teoria expressivista (a arte como
expressão).
Teoria expressionista da Arte
Segundo esta teoria, algo é arte se, e só se, é expressão imaginativa de emoções.
Collingwood refere que a arte não é mera estimulação de emoções, mas sim uma
expressão deliberada das emoções do artista.
O seu argumento formula-se da seguinte maneira:
1- A arte é a estimulação de emoções, ou expressão de emoções
2- Mas a arte não é estimulação de emoções
3- Logo, a arte é expressão de emoções.
A premissa 1 parece presumir que a produção artística envolve sempre determinadas
emoções e que há apenas 2 coisas que os artistas podem fazer com a emoção:
estimulá-la ou expressá-la.
Em seguida, Collingwood sustenta que a arte não é estimulação de emoções (premissa
2). Para defender esta ideia, Collingwood estabelece uma distinção entre aquilo que
designa por “arte em sentido próprio” (ou “arte propriamente dita”) e aquilo que
designa por “arte em sentido imprório”.
Collingwood considera que a palavra “arte” é, muitas vezes, utilizada num sentido
impróprio porque se chama erradamente arte àquilo que, na sua opinião, não passa de
um ofício.
Segundo Collingwood:
Um ofício é uma atividade na qual uma matéria-prima é transformada num produto
previamente concebido, através de uma técnica.
Ora, para Colingwood arte, em sentido próprio, não pode nem deve considerada um
mero ofício. Se a função da arte fosse simplesmente a de encontrar os meios
adequados para estimular no auditório certas emoções específicas de acordo com
plano prévio, então a arte seria apenas um ofício. Portanto, a arte não é estimulação
de emoção.
Isto permite-lhe concluir que a arte é expressão de emoções. De facto, ao contrário do
que acontece com a estimulação, a expressão de emoções não pode ser considerada
um ofício, pois não corresponde à transformação consciente de uma matéria-prima
num produto final de acordo com plano preconcebido.
O verdadeiro artista não se limita a produzir algo preconcebido de acordo com um
plano prévio, recorrendo a determinada técnica. Em vez disso, o artista começa por
sentir uma agitação emocional vaga e confusa e recorre à expressão artística para
explorar, de forma consciente e deliberada, aquilo que sente, de maneira que só
depois desse processo é quem é capaz de compreender inteiramente os seus
sentimentos.

Obras de arte que encaixam nesta teoria:


- Guernica (Pablo Picasso)
- O Grito (Skrik)
- A Noite Estrelada (Van Gogh)

- A Persistência da Memória (Dali)

- Medusa (Caravaggio)

- A Face da Guerra (Dali)

- Ivã o Terrível (Ilia Repin)

- O Rapto das Sabinas (Giovanni Bologna)

- La Liberté guidant le peuple (De La Croix)

- Saturn (Francisco de Goya)

- A Medusa de Rubens (Peter Paul)

- Soft Construction with Boiled Beans (Premonition of Civil War) – (Dali)

- São Jerónimo (Da Vinci)

Quais são as críticas à teoria expressivista:


- demasiado inclusiva1;
- demasiado restrita2;
- incorre na chamada “falácia intencional”3

1 É demasiado inclusiva, pois, implica, implausivelmente que a psicoterapia é


arte. Isto acontece porque, por vezes, quando consultamos um psicoterapeuta
começamos com um sentimento vago e confuso. Posteriormente, somos
desafiados a recorrer à imaginação para expressar e dar corpo através da
linguagem a esse sentimento de uma forma progressivamente mais clara e
organizada. O psicoterapeuta, por sua vez, pode fazer na sua própria mente
esse processo, tal como os espectadores fazem perante as obras de arte.
Contudo, a maioria das pessoas não considera que a psicoterapia é arte.
Portanto, parece haver algo de fundamentalmente errado com a teoria de
Collingwood.
2 A teoria expressiva de Collingwood é demasiado restrita porque exclui de
domínio da arte alguns dos seus exemplos mais paradigmáticos. ISTO acontece
porque a distinção entre arte e ofícios faz com que, por exemplo, grande parte
das encomendas de arte religiosa não sejam consideradas arte em sentido
próprio, visto que, muitas vezes, foram concebidas de acordo com plano
prévio, com objetivo de estimular uma determinada emoção específica no seu
público: a devoção religiosa. Além disso, parte do pressuposto de que a arte é
necessariamente algo a ver com a emoção. Contudo, existem vários
contraexemplos a esta tese, pois várias correntes artísticas não têm nenhum
tipo de conteúdo emocional, como, por exemplo, a arte aleatória, arte
conceptual, a arte percetiva, etc.

– QR Code – Jesus (ilusão de ótica)


- Cadeira (arte conceptual)
- Quadro de Pollock (imagem)

3 De acordo com a teoria expressiva vista de Collingwood, a questão de saber se


algo é ou não uma obra de arte não depende das propriedades da própria
obra, mas sim de considerações acerca da sua origem, mais especificamente
considerações acerca das intenções que o artista tinha quando as produziu.
No caso de o artista ter pretendido expressar as suas emoções, a obra será
uma obra de arte em sentido próprio, mas, caso a sua intenção seja apenas
despertar certas emoções no seu auditório, então a obra não passará de ofício.
Ora, um dos problemas desta abordagem é que, na melhor das hipóteses,
apenas o próprio artista sabe dizer ao certo que intenções tinha ao criar a sua
obra. Aos apreciadores da obra resta-lhes então dar os seus melhores palpites.
Mas isto não parece fornecer um critério muito claro para distinguir a arte de
não arte.

Muitos críticos e filósofos da arte consideram que apreciar uma obra em função da
intenção que o artista tinha quando a criou é cometer aquilo que apelidaram abrir a
“falácia intencional”. Para autores, a intenção original do artista é irrelevante para se
apreciar genuinamente uma obra, bem como para determinar se esta é uma obra de
arte. Na sua opinião, a partir do momento que a obra é apresentada ao público, deixa
de pertencer ao artista. Neste sentido, pode dizer-se que a arte deve ler por si mesma
e pelas interpretações que suscita, independentemente daquilo que o artista
pretendia quando a concebeu.

Teoria formalista da Arte:


A última das 3 teorias essencialistas da arte que iremos considerar é a teoria formalista
da arte.
Ao passo que quer a teoria representasionista, quer a teoria expressivista vista tinha
um encontro elementos extrínsecos à obra propriamente dita, a teoria formalista vai
focar-se exclusivamente na obra e nas suas respetivas qualidades formais.
A versão da teoria formalista que iremos considerar em seguida terá como referência a
formulação apresentada pelo crítico e filósofo da arte Clive Bell, no seu livro arte, de
1914.

A tese central da teoria de Bell pode ser sintetizada na seguinte afirmação:

Algo é uma obra de arte se, e só se, tem forma significante. Bell não pode dizer
simplesmente que a arte é forma porque, de certa maneira, tudo o que nos rodeia -
seja uma mesa, uma cadeira, um sapato, etc. - tem forma. Daí Bell ter recorrido à
expressão “forma significante”. Mas o que é isso que Bell chama “forma significante”?
Segundo Bell, não podemos compreender a noção de forma significante sem
entendermos primeiro aquilo que designa por “emoção estética”. Bell parece
pressupor que existe um tipo particular de emoção que todas as pessoas sensíveis
experienciam quando estão perante obras de arte. A esse tipo particular de emoções
que Bell designa por “emoção estética”.

Com base nesse pressuposto, Bell sugere que, se encontrarmos aquilo que está na
origem desta emoção, teremos encontrado a característica distinta da arte, a sua
essência, aquela propriedade que todas as obras de arte, e só elas, têm em comum.
Mas que propriedade pode ser essa?

Eis a resposta de Bell a esta questão:


A única propriedade comum a todas as obras de arte é a forma significante.
Assim sendo, emoção estética é uma emoção provocada por certas configurações de
linhas, cores, formas e espaços, e não pela compreensão do conteúdo, do tema ou da
narrativa da obra. Bell dá o nome de forma significante a esse tipo de configurações
formais e considera que é precisamente isso que todas as obras de arte, e só as obras
de arte, tem em comum. Neste sentido, dizer que algo é uma obra de arte é afirmar
que as suas linhas, cores, formas e espaços têm a capacidade de gerar uma emoção
estética nos seus espectadores, que é o mesmo que afirmar que esse objeto tem
forma significante.
Segundo Bell, embora a beleza natural também tenha a capacidade de nos emocionar,
essa emoção não é uma emoção estética. Esta última apenas pode ser provocada por
produções humanas ou artefactos.
Podemos sintetizar a argumentação dele conforme se segue:

1. Todas as obras de arte visual têm alguma propriedade em comum, ou quando


falamos de “arte” dizemos coisas sem sentido.

2. É falso que quando falamos de “arte” dizemos coisas sem sentido.

3. A propriedade comum a todas as obras de arte é forma significante, ou


representação, ou expressão, de emoções.

4. Nem a representação nem a expressão de emoções são propriedades comuns a


todas as obras de arte.

5. Logo, a propriedade comum a todas as obras de arte é a forma significante.

A premissa 1 coloca-nos perante um dilema: é uma propriedade comum a todas as


obras de arte - a essência da arte - ou essa propriedade comum não existe e, portanto,
o termo arte não designa coisa alguma, é um termo vazio e sem sentido.
A premissa 2 estabelece que o termo arte não termo vazio e sem sentido. Por exemplo
utilizamos corretamente esse termo para distinguir uma determinada classe de
objetos: as obras de arte.
De 1 e 2 segue-se, por silogismo disjuntivo, que existe uma propriedade comum a
todas as obras de arte.
A premissa 3 procura elencar as principais alternativas ao nosso dispor quando
pretendemos estabelecer qual possa ser essa propriedade. Embora Bell não apresente
claramente essas candidatas nesse excerto, podemos inferir de outros pontos da sua
obra que, além de forma significante, a representação e expressão são as únicas
alternativas que ele considera dignas de ser mencionadas.
Na premissa 4 afirma-se que a propriedade comum a todas as obras de arte não é
representação, nem a expressão de emoções, pois estas não passam de propriedades
acidentais de algumas obras de arte, não sendo, por isso, propriedades essenciais,
comuns a todas elas.
Deste modo, excluídas as principais alternativas dignas de consideração, Bell julga
poder concluir com segurança que a única propriedade simultaneamente necessária e
suficiente para arte é forma significante.
Obras de arte que encaixam nesta teoria:
- Quadros de Monet:

Quais são as críticas à teoria formalista:


- assenta num falso dilema1;
- é viciosamente circular2;
- há obras de arte com formas de objetos comuns3
- o conteúdo pode ser relevante4

1 Assenta num falso dilema:

Um dos pressupostos centrais da argumentação de Bell é o de que tem de haver uma


propriedade comum a todas as obras de arte, ou, quando falamos de arte, não
estamos a fazer sentido.
Contudo, conforme vimos anteriormente, mesmo que não seja possível encontrar uma
propriedade intrínseca comum a todas as obras de arte, isso não significa que quando
falamos de arte não fazemos qualquer tipo de sentido. Isto porque o conceito de arte
pode ser o conceito aberto e, nesse caso, pode fazer sentido falar de arte mesmo que
não exista uma propriedade comum a todas as obras de arte - tal como faz sentido
falar de jogo ainda que não haja uma propriedade comum a todos os jogos. Assim
sendo, parece que a argumentação de Bell assenta num falso dilema.

2 É viciosamente circular:

Ele define a noção de forma significante como a configuração de linhas, flores, formas
e espaços que têm a capacidade de provocar uma emoção estética no espectador;
mas, simultaneamente, define emoção estética como o tipo de emoção que sentimos
quando estamos perante certas configurações de linhas, cores e formas, ou seja,
quando estamos perante uma forma significante. Ora, como se pode perceber, esta
definição é viciosamente circular e pouco informativa.
3 Há obras de arte com formas de objetos comuns:

Existem muitas obras de arte que têm exatamente as mesmas propriedades formais de
certos objetos aos quais não é reconhecido esse estatuto, como acontece, por
exemplo, com os ready-made e outros exemplos da chamada Found Art, ou com obra
genuína e uma falsificação muito bem executada.
Se a única coisa relevante para o estatuto de um objeto enquanto obra de arte fossem,
efetivamente, estas propriedades formais, então não poderia haver obras de arte com
as mesmas propriedades formais que certos objetos comuns, aos quais não é
reconhecido esse estatuto. O que significa que, de acordo com a teoria de Bell, quer
objetos comuns, quer falsificações muito bem executadas seriam consideradas obras
de arte, o que é altamente implausível. Portanto, as propriedades formais de um
objeto não são a única coisa relevante para o estatuto de um objeto enquanto obra de
arte. (Dar exemplos de réplicas de obras originais)

4 O conteúdo pode ser relevante:

Ao contrário do que é definido por Bell, é muitas vezes impossível apreciar o valor de
uma obra de arte concentrando-nos apenas nas suas propriedades formais ignorando
inteiramente o seu conteúdo representativo ou expressivo. O que há de apelativo em
muitas formas é justamente o modo inteligente e cativante como dão corpo a
determinados conteúdos.
É como se, quando estamos a apreciar essas obras, nos perguntássemos: “será que o
artista escolheu uma forma apropriada para manifestar um determinado conteúdo?”
Ora, isso mostra que, em muitos casos, a forma e o conteúdo são, de certa maneira,
inseparáveis, a ponto de ser impossível sustentar que o conteúdo é irrelevante para a
apreciação da obra.

O RENASCIMENTO

No século XV, triunfou na Europa uma nova conceção do homem, baseada na imitação
dos heróis e artistas da Antiguidade clássica e na fé ilimitada na capacidade humana
para dominar a natureza.
Renascimento é o termo usado para identificar o período da história da Europa
aproximadamente entre meados do século XIV e o fim do século XVI. Os estudiosos,
contudo, não chegaram a um consenso sobre essa cronologia, havendo variações
consideráveis nas datas conforme o autor.
O artista toscano Giorgio Vasari, no seu livro Vidas dos mais Notáveis Pintores,
Escultores e Arquitetos (1550), foi o primeiro a usar a palavra italiana rinascita,
«renascimento», para se referir à renovação nas artes e nas letras que estava em curso
no seu tempo.
Apesar das transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia,
política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e
significando uma evolução em relação às estruturas medievais, o termo é mais comum
para descrever os seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.

O movimento manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como


principais centros as cidades de Florença e Siena.

Em Florença existem algumas obras de arte do tempo do renascimento, por exemplo:


A Estátua de Hercules e Caco, O quadro de nascimento de Vênus e a Estátua de Brutos
e a Estátua de David.

Vamos analisar melhor esta obra!

Estátua de David
( https://sketchfab.com/3d-models/michelangelo-david-
e5150a0f052447e0bff1fc588af6b6da )

David é uma das esculturas mais famosas do artista renascentista Michelangelo. O


trabalho retrata o herói bíblico com realismo anatômico impressionante, sendo
considerada uma das mais importantes obras do Renascimento. Esta escultura possui
5,17 metros de altura e é uma das personagens mais frequentes na arte florentina.

Por conta da natureza heroica representada, a estátua simbolizou o sentimento de


liberdades civis que dominava a República de Florença…
Em 1873, a escultura foi transferida para o interior da Galeria da Academia de Belas
Artes enquanto a praça pública recebeu uma réplica em seu lugar. (Quando formos a
Florença veremos esta réplica.)
A obra parece demonstrar David após a decisão de confrontar Golias, mas antes da
batalha propriamente dita, um momento oscilante entre escolha e atitude.
Esta escultura é conhecida mundialmente como uma das mais realistas ao ser humano.
O que faz desta obra de arte são os detalhes. Vamos mostrar os mais relevantes:

Falar do QRCode – Ver a imagem em 3 dimensões

Olhos: Os olhos de David, com semblante sério e cauteloso, estavam posicionados


em direção a Roma. Olhar penetrante. Para além disso, David está pronto para entrar
em combate. De frente, os olhos parecem desviados, já que o artista os adequou
tendo em conta que a escultura foi pensada para ser contemplada de baixo.

Mão direita: Estendida a meio caminho entre o quadril e o joelho, segura o


extremo da funda que David moverá para lançar a pedra. Vêem-se claramente as veias
marcadas em tensão.

Mão esquerda e braços: Segura o recetáculo com a pedra sobre o seu ombro.
O braço esquerdo, que foi amputado em 1527 durante uma rebelião popular, foi
reconstruído em 1543 e fixado com parafusos metálicos.

Pés e equilíbrio: Algumas rachas no tornozelo direito e no tronco da árvore


ameaçavam a sua estabilidade. Em 1991, um doente mental atacou à martelada o pé
esquerdo.

Pescoço e rosto: O pescoço gira bruscamente para a esquerda, ressaltando a


tensão dos tendões. Por seu lado, o tórax, com a musculatura não muito marcada,
mostra um corpo ainda adolescente.

Costas: A correia da funda percorre as costas de David. Os músculos estão


perfeitamente definidos, à exceção da omoplata direita, onde um espaço côncavo
revela a falta de mármore nesse ponto.
Baixo-ventre: Os genitais estão emoldurados sob uma propositada penugem
exagerada. Miguel Ângelo acreditava que os órgãos destinados à reprodução eram
dignos de ser mostrados e vistos.

Testa: A testa franzida entre as sobrancelhas, as narinas expandidas.

Estas são algumas das características que tornam o trabalho "quase humano" e
realmente impressionante.

Para além disso, a maneira como o seu corpo está posicionado transmite ao
espectador a sensação de que a personagem está em movimento, o que foi obtido
através da técnica do contraposto.

A estátua é uma reinterpretação renascentista da temática heroica grega do nu


masculino. No Alto Renascimento, as posições em contraposto eram interpretadas
como um traço distintivo da escultura clássica. Este conceito ganha vida em David,
uma vez que a figura parece sobrepor todo o seu peso sobre uma das pernas,
enquanto a outra somente lhe fornece sustentação.

Esta postura clássica faz com que o quadril e os ombros da estátua repousem em
ângulos opostos, causando uma breve curvatura em 'S' no perfil geral da obra. (Lado
direito – dá para ver um S)
O contraposto é enfatizado pela direção da cabeça à esquerda e pelas posições
contrastantes dos braços.

David é representado preparando-se para enfrentar o enorme desafio, levando


somente uma arma utilizada para arremessar pequenas rochas. A sua atitude
demostra uma espécie de "ação em pausa". Há também uma atitude ousada e que
denota pensamento estrategista e cauteloso.

Conclusão:
Ao longo desta apresentação estudamos e vimos os vários pontos de vista de cada
teoria essencialista da arte e, no final, concluímos que a que melhor define obra de
arte é a Teoria Formalista, isto porque:
- A Teoria Expressivista é demasiado restrita, isto porque basta uma obra não
expressar nenhum sentimento no espetador que já não é considerada uma obra de
arte. Para além disso, a Teoria Formalista é mais abrangente do que a Teoria
Expressivista, por exemplo, para os defensores da arte como expressão, existem
muitas obras que para eles não são obras de arte, já para a Teoria Formalista existem
mais obras de arte a ser exploradas, não é tão restritiva.

- A Teoria Representacionista, devido ao facto de considerar uma obra de arte uma


imitação/representação de algo real, é mais restritiva do que a Teoria Expressivista,
isto porque algo que não é imitação da realidade, para a Teoria Representacionista já
não é obra de arte. Já para as outras duas teorias já é. Conclui-se que a teoria da arte
como representação não é a ideal para se definir uma obra de arte.

Obrigado pela vossa atenção! Espero que tenham gostado!!!

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que-e-a-arte-quiz

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