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II- A DIMENSÃO ESTÉTICA – ANÁLISE E COMPREENSÃO DA EXPERIENCIA ESTÉTICA

1- O PROBLEMA DA DEFINIÇÃO DE OBRA DE ARTE

A ESTÉTICA, ocupa-se de todos os PROBLEMAS LIGADOS, À NOSSA RELAÇÃO COM OBJETOS BELOS SEJAM
NATURAIS, ARTÍSTICOS. Distingue-se da Filosofia da Arte, sendo assim uma subdivisão da estética

A ARTE DISTINGUE-SE enquanto MODO DE PRODUÇÃO DE BELEZA, ou DE ALGO QUE POSA FIXAR A NOSSA
ATENÇÃO E A NOSSA SENSIBILIDADE ESTÉTICA, SEJA POR ISSO CONSIDERADO BELO OU NÃO.

Assim um dos PROBLEMAS CENTRAIS DA FILOSOFIA DA ARTE consiste em PROCURAR UMA TEORIA QUE DEFINA AS
CARACTERÍSTICAS QUE FORMAM A ESSÊNCIA DA ARTE QUE DEFINA AS SUAS CARACTERÍSTICAS QUE FORMAM A
ESSÊNCIA DA ARTE, sintetizando-as num conceito que explique o que faz com que algo seja arte

Por esta razão, iremos ter DOIS TIPOS DE TEORIAS:

 TEORIAS ESSENCIALISTAS
 TEORIAS NÃO ESSENCIALISTAS

As TEORIAS ESSENCIALISTAS DEFENDEM A EXISTÊNCIA DE PROPRIEDADES ESSENCIAIS ou INTRÍNSECAS COMUNS A


TODAS AS OBRAS DE ARTE.

As TEORIAS NÃO ESSENCIALISTAS DEFENDEM A IMPOSSIBILIDADE DE DEFINIR OBRA DE ARTE A PARTIR DE UM


CONJUNTO DE PROPRIEDADES ESSENCIAIS OU INTRÍNSECAS, apresentando definições que assentam em
propriedades extrínsecas e relacionais.

Dentro das TEORIAS ESSENCIALISTAS encontra-se :

 TEORIA DA ARTE COMO REPRESENTAÇÃO/IMITAÇÃO


 TEORIA EXPRESSIVISTA
 TEORIA FORMALISTA

Dentro das TEORIAS NÃO ESSENCIALISTAS temos:

 TEORIA INSTITUCIONAL
 TEORIA HISTÓRICA

1.1- A TEORIA DA ARTE COMO REPRESENTAÇÃO/IMITAÇÃO

DEFENDIDA POR PLATÃO E ARISTÓTELES.

PLATÃO considerava que o ARTISTA PRODUZ ALGO QUE COPIA E UM DETERMINADO OBJETO, no qual, é uma
aparência, visto que A VERDADEIRA ESSÊNCIA DO OBJETO ENCONTRA-SE , segundo Platão, no MUNDO INTELIGÍVEL
(mundo das ideias ou formas). Por isso ao imitar a natureza, o artista esta a imitar uma imitação

Assim segundo eles, uma condição necessária da arte é imitar e reproduzir os objetos , as pessoas e as ações tal
como elas existem. Mas será que arte é realmente uma imitação?

1.1.1- OBJEÇÕES A TEORIA DA ARTE COMO REPRESENTAÇÃO/IMITAÇÃO

 MUITOS DOS OBJETOS E DAS CRIAÇÕES HUMANAS QUE SÃO RECONHECIDAS COMO SENDO ARTE NÃO
SÃO IMITAÇÕES
Há quadros, músicas, poemas, .. que não copiam ou imitam o rela. Por isso, excluímos da arte ou, se estamos
dispostos a considera-los arte, teremos de recusar a teoria da arte como imitação. Dai que muto filósofos numa
tentativa de melhorar essa teoria, consideram que a arte, mais que imitação, é a representação. Ora se toda a
imitação é representação, nem toda a representação é imitação. Assim, o conceito de arte aplica-se a obras que a
teoria da imitação exclui.

 REDUZIDO VALOR NA MELHOR IMITAÇÃO

Se a arte é a imitação, então a melhor será aquela que leva a tal nível a limitação e consegue fazer. Nos acreditar
que a obra é a realidade (por exemplo: o trompe oeil); mas muita arte plástica é representativa, mas não realista, e a
literatura, teatro fogem a imitação

 PROBLEMAS DE NOÇÃO DE REPRESENTAÇÃO:

Mesmo n arte representativa, o realismo não pode consistir numa simples correspondência bruta de propriedades
entre o original e a obra, senão todos os pares de coisas idênticas se imitavam e representavam mutuamente

1.2- TEORIA DA ARTE COMO EXPRESSÃO/ TEORIA EXPRESSIVISTA

Muitas OBRAS DE ARTE DESENCADEIAM em nós “EMOÇÃO ESTÉTICA”. Isto pode parecer SUFICIENTE PARA
ADMITIR QUE A ARTE ESTÁ LIGADA À EXPRESSÃO DE EMOÇÕES – se por um lado , a criação traduz o sentimento do
artista, a contemplação da obra desencadeia emoção no espectador

Assim, o VALOR DA ARTE RESIDE NO PRAZER QUE ELA PROPORCIONA E A SUA NATUREZA RESIDE NA EXPRESSÃO
DA EMOÇÃO, No entanto, é óbvio que o facto de uma obra provocar emoção não é prova que ela exprima a emoção
do artista – EXPRESSIVÍSSIMO

LEV TOLSTOI , defendia que a ARTE REPRESENTA UMA ATIVIDADE EM QUE SE EXPRIMEM
SENTIMENTOS/EMOÇÕES. Segundo ele, a arte:

 É UM MEIO DE TRANSMITIR EMOÇÕES, pelo o que pressupões que elas estejam presentes no artista: o
artista tem de sentir algo
 É UM MEIO DAS PESSOAS COMUNICAREM E SE RELACIONAREM UMAS COM AS OUTRAS, é um MEIO DE
COMUNHÃO ENTRE AS PESSOAS, levando o espectador a experimentar sentimos e emoções idênticos
àqueles que o artista experimentou e transmite na sua obra
 EXIGE QUE O ARTISTA APRESENTE CLAREZA DE EXPRESSÃO NA TRANSMISSÃO DE SENTIMENTOS E
EMOÇÕES, transmitindo-os de forma adequada e não aleatório
 TRANSMITE A SINGULARIDADE DO SENTIMENTOS DO ARTISTA . Assim o artista tem que ter a intenção de
transmitir e provocar sentimentos, exigindo-lhe sinceridade

1.1.1- OBJEÇÕES A TEORIA EXPRESSIVISTA

 PROPRIEDADES NÃO INTENCIONAIS:

Estas podem ser consideradas fundamentais para o valor artístico da obra, mas isso é incompatível coma tese de que
a obra é que esteve na mente do artista.

 INACSSIBILIDADE DOS ESTADOS EMOCIONAIS DO ARTISTA

Pode não ser possível, e nem sequer desejável, recriar apenas o que o artista exprimiu

 O ARTISTA TEM DE SENTIR SEMPRE O QUE A OBRA EXPRIME?


É uma exigência injusta e irrealista, ´verdade muitos casos, mas não em outros, e a maior parte dos artistas tem uma
rotina de trabalho, com esta tese

 ARTE INEXPRESSIVA:

Nem todas as obras são apreciadas da maneira, por exemplo, há arte que é apreciada por outras qualidades esticas
que não são expressivas

1.3- TEORIA DA ARTE COMO FORMA / TEORIA FORMALISTA

Para BELL, a EMOÇÃO ESTÉTICA DESENCADEADA PELO O EXPECTADOR pelas verdadeiras obras de arte DECORRE
DE UMA QUALIDADE QUE TAIS OBRAS POSSUEM: Uma FORMA SIGNIFICANTE – é nesta que ASSENTA A TEORIA
FORMALISTA DA ARTE

A FORMA SIGNIFICANTE é a RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE AS PARTES O QUE SOBRETUDO VISÍVEL NAS ARTE VISUAIS

Nas artes visuais, A FORMA SIGNIFICANTE CONSISTE NA RELAÇÃO E COMBINAÇÃO DE LINHAS, FORMAS E CORES.
Isto significa que aquilo que é representado e o seu objetivo/função com que a obra que foi feita é irrelevante para a
apreciação da obra de arte

1.1.1- OBJEÇÕES A TEORIA FORMALISTA

 TEORIA MUITO CIRCULAR

Visto que refere que a emoção estética resulta de uma propriedade (forma significante) destinada a desencadear
emoções no espectador. Aquilo que se pretende explicar – a emoção estética sentida pelo o espectador- faz parte da
própria explicação , ou seja, a emoção estética resulta de algo que produz emoção estética e do qual nada mais se
pode afirmar.

 POE EM CAUSA OS OBJETOS QUE SÃO CONSIDERADOS ARTE ( exposto num museu) e que não se
distinguem visualmente de outras que não são (por exemplo, uma escova que usamos no dia a dia)

Não sendo distintos pela a forma, então conseguimos perceber o que é arte e o que não é , tal como não se percebe
se é um arte genuína ou uma falsificação

 A OBRA DE ARTE É ESTETICAMENTE IRRELEVANTE, SEGUNDO ESTA TEORIA

No entanto, há muitos casos em que a apreciação artistica da obra depende do conteúdo e não apenas da forma

2- TEORIAS NÃO ESSENCIALISTA

2.1- TEORIA INSTITUCIONAL DA ARTE

Defendida por GEORGE DICKIE , este considera que existem dois aspetos comuns a todas as obras de arte, no
sentido classificatório e não valorativo:

 TODAS AS ARTES SÃO ARTEFACTOS

Um artefacto é um objeto que tenha sido trabalhado ou modificado através da intervenção humana. No entanto,
para esse a artefactualidade constitui algo que pode ser atribuído a objetos naturais, sem que estes tenham sido
modificados

Assim a simples exposição de um objeto numa galeria para ele já é um passo para que esse o objeto tenha tido um
artefacto e venha a ser considerado obra de arte
 TODA A OBRA DE ARTE POSSUI UM ESTATUTO DE OBRA DE ARTE OU ESTATUO CANDIDATO À
APRECIAÇÃO

Visto que este é conferido por varias pessoas, estando ligadas a uma certa instituição social, que é o mundo da arte,
detêm autoridade suficiente para o fazer

Assim um ARTEFACTO É UMA CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA QUE ALGO SEJA CONSIDERADO ARTE, a teoria
institucional para que algo seja considerado arte .

1.1.1- OBJEÇÕES A TEORIA INSTITUCIONAL DA ARTE

 ACUSADO DE ELITISMO

Visto que considera que apenas um grupo de privilegiados, formados por membros do mundo da arte é que têm o
poder de conferir o estatuto da obra de arte aos artefactos

 NÃO PERMITE DISTINGUIR A BOA DA MÁ OBRA DE ARTE

Tudo se pode transformar numa teoria de obra de arte, para isso basta que as pessoas têm voto na matéria

 INVIABILIZA A POSSIBILIDADE DE SE FALAR NUMA ARTE PRIMITIVA

2.2- TEORIA HISTÓRICA DA ARTE

A arte é um fenómeno inteiramente depende da sua história, foi apresentada pelo o filósofo JERROLD LEVINSON.

Ele pretendeu dar uma definição de arte ampla para englobar tudo o que seja considerado obra de arte. ESTA
DEFINIÇÃO É FEITA COM BASE NAS PROPRIEDADES NÃO VISÍVEIS QUE TODAS AS OBRA DE ARTE PARTILHAM

Quais são CONDIÇÕES PARA SER CONSIDERADO arte?

 O DIREITO A PROPRIEDADE SOBRE O OBJETO - se o objeto é nosso ou temos o direto de o usar como tal.
Assim o artista não pode transformar a arte em qualquer coisa que queira

 A INTENÇÃO SÉRIA OU NÃO PASSAGEIRA DE QUE OBJETO SEJA VISTA OU RESPEITADO COMO UMA OBRA
DE ARTE, isto é, que seja vista ou vistas as obras de arte do passado. Assim, as obras de arte têm que ter
uma relação com as praticas do presente e do passado

1.1.1 – CRITICAS A TEORIA HISTÓRICA DA ARTE

 DISCUTÍVEL A CONDIÇÃO DO DIREITO DA PROPRIEDADE SEJA UMA CONDIÇÃO NECESSÁRIA

Por exemplo: um artista que pinto um quadro sem ter pago as tintas. Será que podemos considerar que estamos
perante uma obra de arte?

 A CONDIÇÃO RELATIVA À INTENÇÃO PODE NÃO SER NECESSÁRIA

Por exemplo: um artista que não teve a intenção de que as suas obras de arte seja vistas como tal, sendo que só
após da sua morte é que elas foram publicadas e consideradas como tal

 LEVANTA-SE UM PROBLEMA SE CONSIDERAMOS A PRIMEIRA OBRA DE ARTE QUE SURGIU

Visto que o que faz algo de boa de até é a sua relação com a arte anterior. Então não pode ser arte por não haver
arte anterior. Neste caso, as obras seguintes também não podem ser

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