Você está na página 1de 18

Vincent van Gogh

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Vincent Willem van Gogh (holandês: [ˈvɪnsɛnt ˈʋɪləm vɑn ˈɣɔx] ( ouça (https://upload.wikimedia.org/wi
kipedia/commons/8/80/Vincent_willem_van_gogh.ogg) ); Zundert, 30 de março de 1853 – Auvers-sur-Oise, 29 de Vincent van Gogh
julho de 1890) foi um pintor holandês considerado uma das figuras mais famosas e influentes da história da
arte ocidental. Ele criou mais de dois mil trabalhos ao longo de pouco mais de uma década, incluindo uma
maioria de 860 pinturas a óleo, das quais grande parte concluídas nos seus dois últimos anos de vida. Suas
obras abrangem paisagens, natureza-morta, retratos e autorretratos caracterizados por cores dramáticas e
vibrantes, além de pinceladas impulsivas e expressivas que contribuíram para as fundações da arte moderna e
trouxeram distinção para o estilo do pintor.

Ele nasceu numa família de classe média alta e começou a desenhar ainda criança, sendo descrito como
alguém sério, quieto e pensativo. Ele trabalhou como vendedor de arte quando jovem e viajou
frequentemente, porém entrou em depressão depois de ser transferido para Londres. Van Gogh voltou-se para
a religião e passou um tempo como missionário protestante na Bélgica. Ele enfrentou problemas de saúde e
solidão até começar a pintar em 1881, mudando-se para a casa de seus pais. Seu irmão mais jovem, Theo, lhe
apoiou financeiramente e os dois mantiveram uma duradoura correspondência. Seus primeiros trabalhos
focavam no gênero de natureza-morta e retratações da vida campesina. Van Gogh mudou-se em 1886 para
Paris e se encontrou com vanguardistas como Émile Bernard e Paul Gauguin, que estavam opondo-se à
sensibilidade impressionista. Ele criou uma nova abordagem para naturezas-mortas e paisagens à medida que
produzia suas obras, com suas pinturas ficando com cores mais vivas enquanto desenvolvia um estilo que Autorretrato, 1889
estabeleceu-se por completo em 1888, na sua estadia em Arles. Durante esse período Van Gogh também
ampliou seus temas que passaram a envolver oliveiras, ciprestes, campos de trigo e girassóis. Nome Vincent Willem van Gogh
completo
Vincent sofria de episódios psicóticos e alucinações, temendo por sua estabilidade mental e frequentemente Nascimento 30 de março de 1853
negligenciando sua saúde física, não mantinha uma alimentação regular e bebia muito. Sua amizade com Zundert, Brabante do Norte,
Países Baixos
Gauguin terminou em uma briga com uma lâmina quando Van Gogh, em um ataque de raiva, cortou parte de
sua própria orelha esquerda. Ele passou um tempo internado em hospitais psiquiátricos, incluindo um período Morte 29 de julho de 1890 (37 anos)
Auvers-sur-Oise, França
no Saint-Rémy-de-Provence. Van Gogh ficou sob os cuidados do médico homeopata Paul Gachet depois de
ser liberado e mudou-se para o vilarejo de Auvers-sur-Oise. Progenitores Mãe: Anna Cornelia Carbentus
Pai: Theodorus van Gogh

Van Gogh não obteve sucesso durante sua vida, sendo considerado um louco e um fracassado, conquistando Ocupação Pintor
alguma fama após seu suicídio; ao que sua depressão se agravou, o pintor disparou com um revólver contra Treinamento Anton Mauve
seu próprio peito em 27 de julho de 1890, vindo a óbito em razão dos ferimentos apenas dois dias depois. Van
Movimento Pós-impressionismo
Gogh passou a existir na imaginação pública como a essência do gênio incompreendido, o artista no qual "os estético
[3]
discursos sobre loucura e criatividade convergem". Sua reputação começou a crescer no início do século
XX enquanto elementos de seu estilo de pintura passaram a ser incorporados pelos fauvistas e expressionistas Religião Cristão Protestante[1]
alemães. Van Gogh alcançou grande sucesso comercial, popular e de crítica nas décadas seguintes, sendo
lembrado atualmente como um pintor importante e trágico, cuja personalidade problemática tipifica os ideais
românticos do artista torturado.

Índice
Cartas
Biografia
Início de vida
Etten, Drente e Haia
Artista emergente
Nuenen e Antuérpia
Paris
Avanço artístico
Arles
Visita de Gauguin Os Girassóis (F.458), repetição da 4ª
Hospital em Arles versão (fundo amarelo), agosto de
1889.[2] Museu Van Gogh, Amsterdã(o)
Saint-Rémy
Auvers-sur-Oise
Morte
Estilo e trabalho
Desenvolvimento artístico
Principais séries
Retratos
Autorretratos
Campo de Trigo com Corvos, 1890. Museu
Flores
Van Gogh, Amsterdã(o)
Ciprestes
Pomares
Campos de trigo
Reputação
Museu Van Gogh
Notas
Referências
Bibliografia
Ligações externas

Cartas

Vincent van Gogh (esquerda) em 1873, quando trabalhava na Goupil & Cie em Haia.[4] Theo van Gogh (direita, em 1878) foi um duradouro apoiador e amigo de seu
irmão.

A fonte primária mais compreensiva sobre a vida e obra de Vincent van Gogh é a correspondência trocada entre ele e seu irmão mais novo Theo van Gogh.
Estão registradas nas centenas de cartas trocadas entre os dois de 1872 a 1890 sua duradoura amizade e a maior parte do que se conhece sobre os pensamentos e
teorias de arte de Van Gogh.[5] Theo trabalhava como comerciante de arte e ofereceu suporte financeiro e emocional ao irmão, dando-lhe também acesso a
figuras influentes do mundo artístico.[6]

Theo guardou todas as correspondências que Van Gogh lhe enviou.[7] Este, por outro lado, manteve apenas algumas das cartas que recebeu. Johanna van Gogh-
Bonger, a viúva de Theo, providenciou a publicação de algumas dessas cartas após as mortes dos dois irmãos. Outras apareceram em 1906 e 1913, com a
maioria sendo publicada em 1914.[8] As cartas de Van Gogh eram eloquentes e expressivas, tendo sido descritas também como carregadas de uma "intimidade
de diário" e semelhantes a uma autobiografia.[6] Segundo o tradutor Arnold Pomerans, a publicação da correspondência acrescenta uma "nova dimensão para o
entendimento da realização artística de Van Gogh, uma compreensão concedida por praticamente nenhum outro pintor".[9]

Existem aproximadamente seiscentas cartas de Van Gogh para Theo e por volta de quarenta de Theo para Van Gogh. Há também 22 cartas para sua irmã mais
nova Wil van Gogh, 58 para o pintor Anthon van Rappard, 22 para o pintor Émile Bernard e cartas individuais para os pintores Paul Signac e Paul Gauguin e ao
crítico Albert Aurier. Algumas são ilustradas por esboços.[6] Muitas não estão datadas, porém historiadores foram capazes de colocar a maioria em ordem
cronológica. Ainda existem problemas de transcrição e datação, principalmente daquelas enviadas de Arles. Lá Van Gogh escreveu em torno de duzentas cartas
em holandês, francês e inglês.[10] Há uma lacuna nos registros quando ele viveu em Paris, já que os irmãos moravam juntos.[11]

Biografia

Início de vida

Vincent Willem van Gogh nasceu no dia 30 de março de 1853 em Zundert na província predominantemente católica de Brabante do Norte no sul dos Países
Baixos.[12] Era o filho mais velho sobrevivente de Anna Cornelia Carbentus e Theodorus van Gogh, um pastor da Igreja Reformada Neerlandesa. Van Gogh foi
nomeado em homenagem a seu avô e a um irmão natimorto que nascera exatamente um ano antes.[nota 1] Vincent era um nome comum na família Van Gogh:
seu avô Vincent teve seis filhos, três dois quais tornaram-se comerciantes de arte. Este Vincent talvez tenha sido nomeado em homenagem a seu tio-avô, um
escultor.[14]

A mãe de Van Gogh vinha de uma família próspera de Haia,[15] enquanto seu pai era o filho mais novo de um pastor.[16] Os dois se conheceram quando
Cornelia, a irmã mais nova de Anna, casou-se com Vincent (apelidado de Cent), o irmão mais velho de Theodorus. Os pais de Van Gogh casaram-se em maio
de 1851 e mudaram-se para Zundert.[17] Seu irmão mais novo Theodorus (apelidado de Theo) nasceu em 1 de maio de 1857. Existiam também um irmão
chamado Cor e três irmãs: Elisabeth, Anna e Willemina (apelidada de Wil). Van Gogh permaneceu em contato mais adiante na sua vida apenas com Theo e
Wil.[18] Sua mãe era uma mulher rígida e religiosa que enfatizava a importância da família ao ponto da claustrofobia daqueles ao seu redor.[19] O salário de seu
pai era modesto, porém a igreja fornecia aos Van Gogh uma casa, uma criada, dois cozinheiros, um jardineiro, uma carruagem e um cavalo, com Anna instilando
nos filhos um dever de manter a alta posição social da família.[20]

Van Gogh era uma criança séria e pensativa.[22] Foi educado em casa por sua mãe e governanta, sendo enviado em 1860 para uma escola do vilarejo e quatro
anos depois colocado em um internato de Zevenbergen,[23] onde se sentiu abandonado e fez campanha a fim de voltar para casa. Em vez disso seus pais lhe
mandaram para uma escola secundária de Tilburgo, onde foi extremamente infeliz.[24] Seu interesse por arte começou bem cedo, sendo encorajando a desenhar
ainda criança por sua mãe.[25] Seus primeiros desenhos eram expressivos,[23] porém não chegavam perto da intensidade de seus trabalhos posteriores.[26]
Constantijn C. Huysmans, que fora um artista bem-sucedido em Paris, ensinava estudantes em Tilburgo. Sua filosofia era rejeitar a técnica em favor de capturar
as impressões das coisas, particularmente a natureza e objetos comuns. A profunda infelicidade de Van Gogh parece ter ofuscado as aulas, que aparentemente
tiveram poucos efeitos;[27] ele voltou para casa repentinamente em março de 1868. Van Gogh mais tarde escreveu que sua juventude foi "austera, fria e
estéril".[28]

Seu tio Cent conseguiu em julho de 1869 um trabalho para Van Gogh na comerciante de arte Goupil & Cia. em Haia.[29] Ele completou seu treinamento em
1873 e foi transferido para a filial da empresa em Londres, passando a morar no nº 87 da Rua Hackford em Stockwell.[30] Este foi um período feliz para Van
Gogh: estava tendo sucesso no trabalho e aos vinte anos de idade ganhava mais que seu pai. Johanna van Gogh-Bonger, a esposa de Theo, posteriormente
afirmou que este foi o melhor período da vida de seu cunhado. Ele se apaixonou por Eugénie Loyer, a filha de sua senhoria,
porém foi rejeitado depois de confessar seus sentimentos; Loyer estava secretamente noiva de um ex-inquilino. Van Gogh
acabou ficando cada vez mais isolado e fervoroso religiosamente. Seu pai e tio conseguiram fazer em 1875 com que fosse
transferido para Paris, onde ficou ressentido por questões como o grau em que a firma mercantilizava arte, sendo demitido um
ano depois.[31]

Van Gogh voltou para o Reino Unido em abril de 1876 a fim de assumir um trabalho
não remunerado como professor substituto em um internato de Ramsgate. O
proprietário pouco depois mudou-se para Isleworth perto de Londres e Van Gogh foi
junto.[32] Este arranjo não funcionou e ele foi embora para se tornar o assiste de um
pastor metodista.[33] Enquanto isso seus pais mudaram-se para Etten;[34] Van Gogh
voltou para casa no natal daquele ano e permaneceu por lá durante seis meses,
trabalhando em uma livraria de Dordrecht. Ele foi infeliz no cargo e passava seu tempo
rabiscando ou traduzindo passagens da Bíblia para inglês, francês e alemão.[35] Van Theo van Gogh c. 1866, aos
Gogh mergulhou-se na religião e tornou-se cada vez mais devoto e monástico.[36] De quinze anos de idade.[21]

A casa de Van Gogh em Cuemes,


acordo com Paulus van Görlitz, seu colega de quarto na época, ele comia frugalmente e
onde Vincent decidiu tornar-se artista evitava ingerir carne.[37]

Sua família lhe enviou em 1877 para viver em Amsterdã junto com seu tio Johannes Stricker, um respeitado teologista,
por quererem apoiar suas convicções religiosas e seu desejo de tornar-se pastor.[38] Van Gogh preparou-se para o vestibular de teologia da Universidade de
Amsterdã,[39] porém não conseguiu passar e deixou a casa de seu tio em julho do ano seguinte. Ele participou e também falhou em um curso de três meses de
uma escola missionária protestante em Laeken na Bélgica.[40]

Van Gogh assumiu em janeiro de 1879 um cargo de missionário em Petit Wasmes no distrito belga de Borinage.[41] Ele deixou que um sem teto vivesse nos seus
confortáveis aposentos em uma padaria com o objetivo de demonstrar apoio para sua congregação empobrecida, indo morar em uma pequena cabana onde
dormia na palha.[42] Suas condições de vida esquálidas não agradaram as autoridades da igreja, que o dispensaram por "minar a dignidade do sacerdócio". Van
Gogh então caminhou 75 quilômetros até Bruxelas[43] e permaneceu brevemente em Cuesmes, porém cedeu às pressões de seus pais para que voltasse para
Etten. Ele ficou lá até por volta de março de 1880,[nota 2] o que causou preocupação e frustração em seus pais. Seu pai ficou especialmente frustrado e
aconselhou que o filho deveria ser internado em um manicômio em Geel.[45]

Van Gogh retornou a Cuesmes em agosto de 1880, indo morar com um mineiro até outubro.[46] Ele ficou interessado nas pessoas e cenas ao seu redor,
registrando-as em desenhos depois de Theo lhe ter sugerido que começasse uma carreira artística rapidamente. Van Gogh viajou para Bruxelas mais tarde no
mesmo ano, seguindo a recomendação do irmão para que estudasse com o artista Willem Roelofs, que lhe persuadiu – apesar de seu desgosto por escolas de arte
formais – a ir estudar na Academia Real de Belas-Artes. Ele se matriculou em novembro, estudando anatomia e as regras padrão de sombreamento e
perspectiva.[47]

Etten, Drente e Haia

Ele retornou a Etten em abril de 1881 para uma estadia alongada com seus pais.[48] Van Gogh continuou a desenhar, frequentemente usando seus vizinhos como
temas. Sua prima recentemente viúva Cornelia Vos-Stricker (apelidada de Kee), filha de sua tia materna Willemina com Johannes Stricker, achegou para uma
visita em agosto. Ele ficou animado e fazia longas caminhadas com ela. Kee era sete anos mais velha e tinha um filho de oito anos de idade. Van Gogh
surpreendeu todos ao declarar seu amor e pedi-la em casamento.[49] Ela recusou dizendo "Não, nunca, jamais".[50] Kee voltou para Amsterdã e Van Gogh foi
para Haia tentar vender suas pinturas e se encontrar com seu primo de segundo grau Anton Mauve. Este era o artista bem sucedido que Van Gogh desejava ser.
Mauve o convidou para voltar em alguns meses e sugeriu que ele passasse esse meio tempo trabalhando com carvão e pasteis; Van Gogh voltou para Etten e
seguiu esse conselho.[51]

Van Gogh escreveu uma carta a Stricker em novembro, que ele descreveu a Theo como um ataque.[52] Dias depois partiu para Amsterdã.[53] Kee não queria vê-
lo e os pais desta escreveram que a "persistência [dele] é repugnante".[54] Van Gogh ficou desesperado e colocou sua mão esquerda sobre o fogo de uma
lamparina, dizendo: "Deixem me vê-la pelo tempo que eu puder manter minha mão na chama".[54][55] Ele posteriormente não se lembraria bem do incidente,
porém presumiu que seu tio tenha apagado o fogo. Stricker deixou claro que a recusa da filha deveria ser respeitada e que os dois não se casariam,
principalmente por causa da incapacidade de Van Gogh de se sustentar.[56]

Mauve aceitou Van Gogh como aluno e lhe apresentou à aquarela, em que trabalhou pelo mês seguinte até voltar
para casa devido o natal.[57] Ele brigou com seu pai e recusou-se a comparecer à igreja, indo embora para
Haia.[58][nota 3] Van Gogh e Mauve brigaram em um mês, possivelmente por causa da viabilidade de se desenhar a
partir de moldes de gesso.[61] Van Gogh só era capaz de contratar pessoas nas ruas para servirem de modelos, uma
prática que Mauve aparentemente desaprovava.[62] Van Gogh sofreu um ataque de gonorreia em junho e precisou
passar três semanas em um hospital.[63] Ele pintou suas primeiras telas a óleo depois disso,[64] compradas com
dinheiro emprestado de Theo. Van Gogh gostou do método e espalhou a tinta liberalmente, raspando-a da tela e
trabalhando em seguida com o pincel. Ele escreveu que ficou surpreso sobre como os resultados ficaram bons.[65]

Mauve aparentemente ficou frio com Van Gogh por volta de março de 1882, parando de responder suas cartas.[66]
Ele descobriu que o novo arranjo doméstico de seu aluno era com a prostitua católica Clasina Maria Hoornik Telhados, Vista do Ateliê em Haia, 1882
(apelidada de Sien) e sua filha pequena.[67] Van Gogh conheceu Sien perto do final de janeiro de 1882, quando ela
tinha uma filha de cinco anos de idade e estava grávida de outra criança. Ela anteriormente tinha tido dois filhos que morreram, porém Van Gogh não sabia
disso;[68] ela deu à luz em 2 de julho para um menino chamado Willem.[69] O pai de Van Gogh colocou pressão sobre o filho para que abandonasse Sien e as
crianças ao saber sobre os detalhes do relacionamento. Van Gogh inicialmente tentou desafiar o pai,[70] considerando mudar-se com a família para fora da
cidade, porém acabou deixando Sien e as crianças no final de 1883.[71]

A pobreza talvez tenha forçado Sien a retornar para a prostituição; a casa ficou cada vez menos feliz e Van Gogh talvez tenha achado que a vida familiar era
irreconciliável com seu desenvolvimento artístico. Sien deixou a filha aos cuidados de sua mãe e William aos de seu irmão.[72] Willem se lembrava de ter
visitado Roterdã quando tinha doze anos de idade e de seu tio ter tentado fazer com que Sien se casasse a fim de legitimá-lo.[73] Ele acreditava que Van Gogh
era seu pai, porém o cronograma dos acontecimentos torna isso improvável.[74] Sien se matou em 1904 ao jogar-se no rio Escalda.[75]
Van Gogh mudou-se para a província de Drente no norte dos Países Baixos em setembro de 1883. Ele foi para Nuenen em Brabante do Norte no mês de
dezembro a fim de morar com seus pais porque estava se sentindo solitário.[75]

Artista emergente

Nuenen e Antuérpia

Ele focou-se no desenho e pintura em Nuenen. Van Gogh trabalhava ao ar livre e rapidamente, completando
esboços e pinturas de tecelões e suas cabanas.[76] Margot Begemann, a filha dez anos mais nova de um vizinho,
juntou-se a ele nessas incursões em agosto de 1884; ela se apaixonou e ele retribuiu, mas de forma menos
entusiasmada. Eles queriam se casar, entretanto ambas as famílias não eram a favor. Margot ficou perturbada e teve
uma overdose de estricnina, sobrevivendo apenas porque Van Gogh foi capaz de levá-la para um hospital local.[69]
O pai dela morreu de um ataque do coração em 26 de março de 1885.[77]

Van Gogh pintou em 1885 vários grupos naturezas-mortas.[78] Ele completou diversos desenhos e aquarelas
durante sua estadia de dois anos em Nuenen, além de quase duzentas pinturas. Sua paleta de cores consistia
Os Comedores de Batata, 1885 principalmente de tons terrosos sombrios, especialmente marrom escuro, mostrando nenhum indício das cores
vívidas que distinguem seus trabalhos posteriores.[79]

Houve o interesse de um comerciante de Paris no início de 1885.[80] Theo perguntou ao irmão se ele tinha pinturas prontas para serem exibidas.[81] Van Gogh
respondeu em maio com seu primeiro grande trabalho, Os Comedores de Batata, e uma série de "estudos de personagens camponeses" que eram a culminação
de vários anos de trabalho.[82] Ele depois reclamou que Theo não estava se esforçando o bastante para vender suas pinturas em Paris, com o irmão respondendo
que as pinturas eram muito sombrias e não se encaixavam com o estilo vivo do impressionismo.[79] Seu trabalho foi exposto pela primeira vez em agosto nas
vitrines do comerciante de arte Leurs em Haia. Uma de suas jovens modelos camponesas engravidou em setembro de 1885 e Van Gogh foi acusado de se forçar
para cima dela, com o padre do vilarejo proibindo seus paroquianos de posarem para ele.[83]

Natureza-Morta com Bíblia Caveira de um Esqueleto Mulher Camponesa


Esgotado, lápis em
Aberta, Vela Apagada e com Cigarro Aceso, 1885– Cavando ou Mulher com
papel de aquarela, 1882
Romance, 1885 86 uma Pá, Vista de Trás, 1885

Ele mudou-se para Antuérpia em novembro e alugou um quarto sobre uma loja de artigos de pintura na Rua das Imagens.[84] Van Gogh viveu na pobreza e
comia pouco, preferindo gastar o dinheiro enviado por Theo em materiais e modelos. Pão, café e tabaco tornaram-se sua dieta padrão. Ele escreveu ao irmão em
fevereiro de 1886 que se lembrava de ter comido apenas seis refeições quentes desde maio do ano anterior. Seus dentes ficaram soltos e doloridos.[85] Ele
dedicou-se na Antuérpia ao estudo da teoria das cores e passava tempo dentro de museus, particularmente estudando as obras de Peter Paul Rubens, ampliando
sua paleta para incluir carmim, azul-cobalto e verde-esmeralda. Van Gogh comprou xilogravuras ukiyo-e japonesas nas docas, posteriormente incorporando
elementos desse estilo no fundo de algumas de suas pinturas.[86] Ele passou a beber muito outra vez[87] e foi hospitalizado entre fevereiro e março de 1886,[88]
possivelmente também tendo sido tratado por sífilis.[89][nota 4]

Apesar de sua antipatia com estudos acadêmicos, Van Gogh fez o difícil vestibular de admissão na Academia Real de Belas-Artes da Antuérpia após se
recuperar, matriculando-se em janeiro de 1886 nos cursos de pintura e desenho. Ele acabou ficando doente e exausto por tanto trabalho, dieta ruim e fumo
excessivo.[91] Van Gogh logo brigou com o diretor da academia e professor Charles Verlat por causa de seu estilo não-convencional de pintura. Ele também teve
confrontos com seus instrutores de desenho Frans Vinck e Eugène Siberdt, com este último porque Van Gogh não seguiu o requerimento de Siberdt de que os
desenhos precisavam expressar o contorno e concentrar-se nas linhas. Van Gogh deixou a academia e foi para Paris após mais uma briga com Siberdt por causa
de um desenho da Vênus de Milo.[92]

Paris

Van Gogh mudou-se em março de 1886 para Paris onde dividiu um apartamento com Theo na Rua Laval em Montmartre, indo estudar no estúdio de Fernand
Cormon. Os irmãos foram viver em junho em um apartamento maior no nº 54 da Rua Lepic.[93] Van Gogh pintou em Paris vários retratos de amigos e
conhecidos, pinturas de natureza-morta, vistas do Moinho da Galette e cenas de Montmartre, Asnières e ao longo do Rio Sena. Ele usou as xilogravuras ukiyo-e
japonesas que comprara na Antuérpia para decorar as paredes de seu estúdio, colecionando outras centenas durante seu tempo em Paris. Van Gogh tentou fazer
japonismos, desenhando a figura da Cortesã, obra de Keisai Eisen, a partir de uma reprodução vista na capa da revista Paris Illustre que depois ampliou
graficamente em uma pintura.[94]

Ele adotou uma paleta mais brilhante e pinceladas mais fortes, particularmente em pinturas como Paisagem Marinha em Saintes-Maries, depois de ver um
retrato de Adolphe Monticelli na Galeria Delareybarette.[95] Van Gogh e Theo dois anos depois pagaram para a publicação de um livro com as pinturas de
Monticelli, com Van Gogh comprando alguns dos trabalhos dele para sua coleção.[96]

Van Gogh soube do ateliê de Cormon por Theo[97] e lá trabalhou entre abril e maio de 1886,[98] onde frequentou o círculo do artista australiano John Peter
Russell[99] e conheceu os colegas alunos Émile Bernard, Louis Anquetin e Henri de Toulouse-Lautrec, este último lhe pintando um retrato em pastel. Eles se
encontravam na loja de pintura de Julien Tanguy,[98] na época o único lugar onde as obras de Paul Cézanne eram exibidas. Duas grandes exibições foram
realizadas lá em 1886, mostrando pontilhismo e neo-impressionismo pela primeira vez, dando destaque para Georges
Seurat e Paul Signac. Theo mantinha um estoque de pinturas impressionistas em sua galeria de Montmartre, porém
Van Gogh foi lento em reconhecer os novos desenvolvimentos da arte.[100]

Houve conflitos entre os irmãos; Theo afirmou no final de 1886 que viver junto com Van Gogh era "quase
insuportável".[98] Os dois fizeram as pazes no início de 1887 e Van Gogh mudou-se para o subúrbio de Asnières no
norte de Paris, onde conheceu Signac. Ele adotou elementos do pontilhismo, técnica em que vários pontos coloridos
são aplicados na tela para criar uma mistura ótica de tons quando vista à distância. O estilo salienta a habilidade das
cores complementares a fim de criar contrastes vibrantes.[81][98]

Retrato de Vincent van Gogh, 1887,


por Henri de Toulouse-Lautrec

Natureza-Morta com
A Cortesã (após Keisai Retrato de Père Tanguy, Floração de um Pomar de
Garrafa de Absinto e um
Eisen), 1886 1887 Ameixa, 1887
Jarro, 1887

Van Gogh pintou parques, restaurantes e o Sena durante seu tempo em Asnières, incluindo Pontes através do Sena em Asnières. Os irmãos Van Gogh ficaram
amigos em novembro de 1887 de Paul Gauguin, que tinha acabado de chegar em Paris.[101] Van Gogh conseguiu uma exibição no final do ano ao lado de
Bernard, Anquetin e Toulouse-Lautrec no Grand-Bouillon Restaurant du Chalet no nº 43 da Avenida Clichy em Montmartre. Bernard escreveu em um relato
contemporâneo que a exibição estava na vanguarda de qualquer outra coisa na capital francesa.[102] Foi lá que Bernard e Anquetin venderam seus primeiros
quadros, enquanto Van Gogh trocou trabalhos com Gauguin. Discussões sobre arte, artistas e suas situações sociais ocorreram nesta exibição, que continuou e
expandiu-se para incluir visitantes como Signac, Seurat e Camille Pissarro com seu filho Lucien Pissarro. Van Gogh deixou Paris em fevereiro de 1888 por estar
se sentindo cansado, tendo pintado mais de duzentos quadros nos dois anos que passou lá. Ele fez junto com Theo sua primeira e única visita ao estúdio de
Seurat pouco antes de partir.[103]

Avanço artístico

Arles

Van Gogh procurou em fevereiro de 1888 um refúgio em Arles por estar doente devido bebedeiras e tosse de
cigarro.[10] Ele aparentemente mudou-se com a intenção de fundar uma colônia de artistas. O pintor dinamarquês
Christian Mourier-Petersen tornou-se seu companheiro por dois meses e inicialmente a cidade lhe parecia exótica.
Ele descreveu o local em uma carta como um país estrangeiro: "Os zuavos, os bordéis, a adorável pequena
Arlesiana indo para sua Primeira Comunhão, o padre em seu sobrepeliz, que parece um rinoceronte perigoso, as
pessoas bebendo absinto, todas me parecem criaturas de outro mundo".[104]

O tempo passado em Arles foi um dos períodos mais prolíficos da carreira de Van Gogh: ele completou duzentas
pinturas e mais de cem desenhos e aquarelas.[105] Ele ficou encantado pela paisagem local e a luz; seus trabalhos
nesse período são ricos em amarelo, azul ultramarino e malva. Seus quadros incluem colheitas, campos de trigo e
marcos rurais gerais da área, como por exemplo O Velho Moinho, uma estrutura pitoresca acima dos campos de
A Casa Amarela, 1888.
trigo. Esta foi uma de sete telas enviadas para Pont-Aven em troca de obras de Gauguin, Bernard, Charles Laval e
outros.[106]

As representações das paisagens de Arles são informadas pelo crescimento holandês de Van Gogh; os detalhes dos campos e avenidas parecem achatados e sem
perspectiva, porém excedem no uso das cores.[107] Sua recém encontrada apreciação é vista no escopo abrangente de seu trabalho. Ele pintou paisagens em
março de 1888 utilizando um "quadro perspectiva" gradeado; três obras foram mostradas na exibição anual da Sociedade dos Artistas Independentes. Ele foi
visitado em abril pelo artista norte-americano Dodge MacKnight, que estava vivendo na vizinha Fontvieille.[108] Van Gogh alugou a ala leste da Casa Amarela
em 1 de maio de 1888 pelo valor de quinze francos por mês. Os aposentos não estavam mobiliados e estavam desocupados havia meses.[109]

Van Gogh mudou-se do Hotel Carrel para o Café da Gare em 7 de maio,[110] tendo ficado amigo dos proprietários Joseph e Marie Ginoux. A Casa Amarela
precisava ser mobiliada antes que ele pudesse mudar-se por completo, porém mesmo assim ele conseguia usar o estúdio.[111] Van Gogh queria uma galeria onde
pudesse exibir seus trabalhos, começando uma série de pinturas que eventualmente levaram a Cadeira de Van Gogh, Quarto em Arles, O Café à Noite, Terraço
do Café à Noite, Noite Estrelada Sobre o Ródano e Natureza-Morta: Vaso com Doze Girassóis, todos feitos em 1888 com a intenção de servirem de decoração
para a Casa Amarela.[112]
Ele escreveu que desejava "expressar a ideia que o café é um lugar onde alguém pode arruinar-se, ficar louco ou cometer um crime" com o quadro O Café à
Noite.[113] Van Gogh visitou Saintes-Maries-de-la-Mer em junho e deu aulas para o segundo-tenente zuavo Paul-Eugène Milliet, também pintando os barcos do
vilarejo. MacKnight lhe apresentou a Eugène Boch, um pintor belga que às vezes ficava em Fontvieille, com os dois trocando visitas em julho.[114]

Ponte de Langlois em Arles, Barcos Pesqueiros na Praia Terraço do Café à Noite,


Quarto em Arles, 1888 O Velho Moinho, 1888
1888 em Saintes-Maries, 1888 1888

Visita de Gauguin

Gauguin concordou em visitar Arles em 1888, com Van Gogh esperando alcançar uma amizade e a realização da
sua ideia de um coletivo de artistas. Enquanto esperava, ele pintou Girassóis em agosto. Boch visitou novamente e
Van Gogh lhe pintou um retrato, além do estudo O Poeta Contra um Céu Estrelado.[115][nota 5]

Van Gogh comprou duas camas em preparação para a visita de Gauguin seguindo o conselho do supervisor postal
Joseph Roulin, cujo retrato ele também pintou. Ele passou sua primeira noite na Casa Amarela em 17 de
setembro.[116] Van Gogh começou a trabalhar na Decoração para a Casa Amarela, provavelmente o esforço
artística mais ambicioso da sua vida, quando Gauguin concordou em viver em Arles com ele.[117] Ele completou
dois pinturas de cadeiras: Cadeira de Van Gogh e Cadeira de Gauguin.[118]

Gauguin finalmente chegou em 23 de outubro depois de vários pedidos de Van Gogh, com os dois começando a
O Pintor de Girassóis, retrato de Van
pintar juntos no mês seguinte. Gauguin representou Van Gogh em O Pintor de Girassóis, enquanto Van Gogh Gogh em 1888 por Paul Gauguin
seguiu a sugestão do colega e pintou imagens apenas da memória. Dentre esses quadros "imaginativos" estava
Memória do Jardim em Etten.[119][nota 6] A primeira saída dos dois para pintar ao ar livre foi em Alyscamps, onde
produziram um par de obras cada.[121]

Van Gogh e Gauguin visitaram Montpellier em dezembro de 1888, onde viram os trabalhos de Gustave Courbet e Eugène Delacroix no Museu Fabre.[122] A
relação dos dois começou a deteriorar; Van Gogh admirava Gauguin e queria ser tratado como um igual, porém Gauguin era arrogante e dominador, o que
frustrou Van Gogh. Eles brigavam frequentemente e Van Gogh passou a temer que o colega fosse abandoná-lo, com a situação, que ele descreveu como "tensão
excessiva", rapidamente chegando a uma crise.[123]

Cadeira de Van Gogh, Cadeira de Gauguin,


O Café à Noite, 1888 A Vinha Encarnada, 1888
1888 1888

Hospital em Arles

Não se sabe a exata sequência de eventos que levaram à mutilação da orelha esquerda de Van Gogh. Gauguin
afirmou quinze anos depois que houve várias instâncias na noite anterior de um comportamento fisicamente
ameaçador.[124] A relação de ambos era complexa e Theo talvez devesse dinheiro para Gauguin, que suspeitava que
os dois irmãos estavam lhe explorando financeiramente. É provável que Van Gogh tenha percebido que Gauguin
planejava ir embora.[125] Os dias anteriores foram muitos chuvosos, o que fez com que os dois homens ficassem
presos dentro da Casa Amarela. Gauguin relatou que saiu para caminhar e foi seguido por Van Gogh, que "correu
na minha direção, uma lâmina na mão".[126] Este relato não é corroborado;[127] Gauguin quase certamente não
estava na casa durante aquela noite, mais provavelmente tendo ficado em um hotel.[126]

Relato do jornal local Le Forum


Van Gogh voltou para a Casa Amarela depois de ter brigado com Gauguin, ouvindo vozes e cortando sua orelha
Républicain de 30 de dezembro de 1888 esquerda com uma lâmina, não se sabe se parcialmente ou totalmente,[nota 7] causando um sangramento sério.[128]
sobre a automutilação de Van Gogh Ele enfaixou a ferida, enrolou a orelha em papel e enviou o pacote para Gabrielle Berlatier, criada de um bordel que
frequentava com Gauguin.[128][130] Van Gogh foi encontrado inconsciente na manhã seguinte por um policial e
levado ao hospital,[131] onde foi tratado por Félix Rey, um jovem médico ainda em treinamento. A orelha foi
entregue no hospital, porém Rey não tentou recolocá-la pois muito tempo já tinha passado.[126]
Van Gogh não tinha memórias do incidente, o que sugere que talvez tenha passado por um surto mental agudo.[132] O diagnóstico do hospital foi "mania aguda
com delírio generalizado",[133] com a polícia local ordenando dias depois que ele fosse deixado nos cuidados do hospital.[134][135] Gauguin imediatamente
notificou Theo, que em 24 de dezembro havia pedido em casamento Johanna Bonger, irmã de seu amigo Andries Bonger.[136] Ele correu para a estação na
mesma tarde e pegou um trem noturno para Arles. Theo chegou na manhã de natal e confortou o irmão, que parecia semi-lúcido. Ele retornou para Paris naquela
tarde.[137]

Van Gogh chamou por Gauguin repetidas vezes sem sucesso durante os primeiros dias de tratamento; Gauguin tinha pedido ao policial encarregado do caso para
"ser gentil o bastante, senhor, de acordar este homem com grande cuidado, e se ele perguntar por mim lhe diga que fui para Paris; a visão de mim talvez mostre-
se fatal para ele".[138] Ele fugiu de Arles e nunca mais viu Van Gogh. Os dois mesmo assim continuaram a se corresponder e Gauguin chegou a propor em 1890
que eles formassem um estúdio na Antuérpia. Outros visitantes incluíram Marie Ginoux e Joseph Roulin.[139]

Apesar dos diagnósticos pessimistas, Van Gogh recuperou-se e voltou para a Casa Amarela em 7 de janeiro de 1889.[140] Ele passou os meses seguintes entre
hospital e casa, sofrendo alucinações e delírios de envenenamento.[141] A política fechou sua casa em março depois de uma petição assinada por trinta pessoas,
incluindo a família Ginoux, lhe ter descrito como "o louco ruivo".[134] Van Gogh voltou para o hospital. Signac o visitou duas vezes em março[142] e no mês
seguinte Van Gogh se mudou para quartos que eram propriedade de Rey, já que uma inundação tinha danificado algumas de suas pinturas na sua casa
própria.[143] Ele deixou Arles dois meses depois e se internou voluntariamente em um hospício de Saint-Rémy-de-Provence.[144] Van Gogh deu a Rey seu
Retrato do Doutor Félix Rey, porém o médico não gostou da obra e a usou para concertar um galinheiro antes de dá-la a outrem.[145] Van Gogh por volta da
mesma época escreveu: "Às vezes humores de indescritível angústia, às vezes momentos em que o véu do tempo e a fatalidade das circunstâncias parecem ser
despedaçados por um instante.[144]

Autorretrato com Orelha


O Pátio do Hospital em Arles, Autorretrato com Orelha Ala no Hospital em Arles,
Enfaixada e Cachimbo,
1889 Enfaixada, 1889 1889
1889

Saint-Rémy

Van Gogh se internou no hospício de Saint-Paul-de-Mausole em 8 de maio de 1889 acompanhado por seu
cuidador Frédéric Salles, um clérigo protestante. O local ficava menos de trinta quilômetros de Arles. Van Gogh
tinha duas celas com janelas gradeadas, uma das quais ele usou como estúdio.[146] A clínica e seu jardim
tornaram-se temas de seus quadros. Ele realizou vários estudos dos interiores do hospital como Corredor no
Hospício e Entrada do Hospício. Algumas de suas obras da época foram caracterizadas por redemoinhos, por
exemplo A Noite Estrelada. Era-lhe permitido pequenas caminhadas supervisionadas, que levaram a pintura de
ciprestes e oliveiras, incluindo Oliveiras com Alpilles ao Fundo, Campo de Trigo com Ciprestes e Estrada com
Cipreste à Noite. Ele produziu outras duas versões de Quarto em Arles em setembro de 1889.[147]

O acesso limitado à vida fora da clínica resultou na escassez de temas a serem retratados. Restou a Van Gogh
trabalhar em interpretações das pinturas de outros artistas, como O Semeador e Meio-Dia, Descanso do Trabalho,
originais de Jean-François Millet, além de variações de seus próprios trabalhos antigos. Ele era admirador do A Noite Estrelada, junho de 1889
realismo de Millet, Jules Breton e Gustave Courbet,[148] comparando suas cópias com um músico interpretando
Ludwig van Beethoven.[149] A Roda de Prisioneiros foi pintada como uma recriação de uma gravura de Gustave Doré. O historiador Marc Edo Tralbaut sugere
que o rosto do prisioneiro destacado no centro olhando para o observador seria o do próprio Van Gogh,[150] porém Jan Hulsker discorda.[151]

Van Gogh sofreu uma severa entre fevereiro e abril de 1890. Ele ficou depressivo e incapaz de escrever, porém ainda assim conseguiu pintar e desenhar um
pouco,[152] mais tarde escrevendo a Theo que fizera algumas pequenas telas "da memória ... reminiscências do Norte".[153] Dentre essas estava Duas
Camponesas Cavando em um Campo Coberto ao Pôr do Sol. Hulsker acredita que esse pequeno grupo de pinturas formou os núcleos de muitos desenhos e
estudos representando paisagens e pessoas com quem Van Gogh trabalhou durante esse tempo. Ele comentou que este pequeno período foi a única época que a
doença de Van Gogh afetou sua arte.[154] Van Gogh pediu a sua mãe e irmão para que lhe enviassem desenhos e esboços que tinha feito no início da década de
1880 para que assim pudesse trabalhar em obras novas a partir delas.[155] Pertencente a esse período é Velho Triste ("No Portão da Eternidade"), um estudo
colorido que Hulsker descreve como "outra recordação inconfundível de tempos passados".[156][157] Suas últimas pinturas mostram um artista no auge de suas
habilidades, "ansiando por concisão e graça" segundo o crítico Robert Hughes.[104]
A Roda de Prisioneiros O Semeador (após Jean- Duas Camponesas Cavando Velho Triste ("No Portão da
(após Gustave Doré), 1890 François Millet), 1890 em um Campo Coberto ao Pôr Eternidade"), 1890
do Sol (após Jean-François
Millet), 1890

Albert Aurier elogiou os trabalhos de Van Gogh em janeiro de 1890 no jornal Mercure de France, descrevendo-o como "um gênio".[158] Ele pintou cinco
versões de A Arlesiana (Madame Ginoux) baseado em um esboço de carvão que Gauguin tinha produzido em novembro de 1888 enquanto os dois ainda
trabalhavam juntos.[159][nota 8] Van Gogh foi convidado no mesmo mês pela Les XX, uma sociedade de pintores vanguardistas de Bruxelas, a participar de sua
exposição anual. Henry de Groux, um dos membros da sociedade, insultou as obras de Van Gogh durante o jantar de abertura. Toulouse-Lautrec exigiu uma
satisfação e Signac declarou que continuaria a lutar pela honra de Van Gogh caso Lautrec se rendesse. de Groux se desculpou e deixou o grupo. Posteriormente,
Claude Monet viu obras de Van Gogh exibidas pelos Artistas Independentes em Paris e afirmou que eram os melhores quadros da exposição.[160] Van Gogh
escreveu após o nascimento de seu sobrinho: "Eu comecei imediatamente a fazer uma pintura para ele, para prender no quarto dele, ramos de uma flor de
amêndoa branca contra um céu azul".[161]

Auvers-sur-Oise

Van Gogh deixou o hospício de Saint-Rémy em maio de 1890 e mudou-se para o vilarejo de Auvers-sur-Oise no
norte da França a fim de ficar mais perto de Theo e do doutor Paul Gachet. Este era um pintor amador e médico
homeopata que havia tratado vários outros artistas, tendo sido recomendado por Camille Pissarro. A primeira
impressão de Van Gogh foi que Gachet "parecia-me mais doente do que eu, ou vamos dizer tanto quanto".[162]

O pintor Charles-François Daubigny havia mudado-se para Auvers em 1861, com outros artistas acabando indo
para lá também, incluindo Jean-Baptiste-Camille Corot e Honoré Daumier. Van Gogh completou em julho três
pinturas chamadas de Jardim de Daubigny, uma das quais é provavelmente seu último trabalho.[163]

Seus pensamentos retornaram para as "memórias do Norte" durante suas últimas semanas,[153] com muitas das
aproximadamente setenta pinturas a óleo feitas no seu tempo em Auvers sendo reminiscentes dessas cenas
Casa Branca à Noite, 1890
nortenhas.[164] Van Gogh pintou vários retratos de Gachet em junho, incluindo Retrato de Dr. Gachet e a única
gravura de sua carreira. Em todas ele enfatizou a disposição melancólica do médico.[165] Há outras pinturas
provavelmente inacabadas, como Fazendas perto de Auvers.[163]

Van Gogh escreveu em julho que tinha ficado absorto "na imensa planície contra as colinas, sem limites como o mar, de um delicado amarelo".[166] Ele tinha
inicialmente ficado fascinado pelas colinas em maio, quando o trigo estava jovem e verde. Eles os descreveu em julho para Theo como "vastos campos de trigo
sob céus turbulentos".[167] Van Gogh disse que os campos representavam sua "tristeza e extrema solidão", além de que as "telas irão lhe dizer o que não consigo
falar em palavras, ou seja, quão saudável e revigorante acho o campo".[167] Campo de Trigo com Corvos de julho de 1890 é uma pintura que Hulsker
argumenta estar associada com "melancolia e extrema solidão".[168] O autor identificou sete outras pinturas de Auvers que seguiram-se à finalização de Campo
de Trigo com Corvos.[169]

Morte

Van Gogh disparou um revólver Lefaucheux 7 mm contra seu peito em 27 de julho de 1890.[170] Não houve
testemunhas e ele morreu trinta horas depois.[145] O disparo talvez tenha ocorrido no campo de trigo em que
estava pintando ou em um celeiro local.[171] A bala foi desviada por uma costela e atravessou seu peito sem
aparentemente danificar os órgãos internos, provavelmente parando em sua espinha. Ele foi capaz de voltar
andando até Auberge Ravoux, onde foi atendido por dois médicos, porém não havia um cirurgião e assim a
bala não pode ser removida. Os médicos cuidaram dele da melhor maneira que puderam e então o deixaram
sozinho em seu quarto fumando cachimbo. Theo correu para junto do irmão no dia seguinte, encontrando-o Artido do jornal L'Écho Pontoisien de 7 de
de bom humor. Porém Van Gogh começou a enfraquecer horas depois, sofrendo de uma infecção não tratada agosto de 1890 sobre a morte de Van Gogh
causada pelo ferimento da bala. Ele morreu nas primeiras horas da manhã de 29 de julho de 1890. Theo
afirmou que as últimas palavras do irmão foram "A tristeza vai durar para sempre".[172]

Van Gogh foi enterrado no dia seguinte no cemitério municipal de Auvers-sur-Oise. O funeral teve a presença de
Theo van Gogh, Andries Bonger, Charles Laval, Lucien Pissarro, Émile Bernard, Julien Tanguy e Paul Gachet,
além de uns vinte familiares e habitantes locais. Theo já estava doente e sua saúde começou a piorar ainda mais
após a morte do irmão. Ele ficou fraco e incapaz de lidar com a ausência de Van Gogh, morrendo em 25 de janeiro
de 1891 em Den Dolder e sendo originalmente enterrado em Utreque.[173] Sua viúva Johanna fez o corpo de Theo
ser exumado em 1914 e reenterrado ao lado de Van Gogh.[174]

Há debates sobre a natureza da doença de Van Gogh e os efeitos sobre seu trabalho, com muitos diagnósticos
retrospectivos tendo sido propostos. O consenso é que ele tinha uma condição episódica com períodos de
Túmulos de Vincent e Theo van Gogh no normalidade.[175] Isabella H. Perry foi a primeira a sugerir o quadro de transtorno bipolar,[176] com isto tendo sido
cemitério de Auvers-sur-Oise apoiado pelos psiquiatras R. E. Hemphill e Dietrich Blumer.[177][178] O bioquímico Wilfred Arnold contra-
argumentou que os sintomas condizem mais com porfiria aguda intermitente, dizendo que a ligação popular entre
transtorno bipolar e criatividade é falsa.[175] Epilepsia no lobo temporal com ataques de depressão também foi sugerida. Independente do diagnóstico, sua
condição provavelmente foi agravada por sua má nutrição, excesso de trabalho, insônia e bebedeiras.[178]

Estilo e trabalho

Desenvolvimento artístico

Van Gogh pintou aquarelas na escola, porém apenas alguns exemplos sobreviveram ao tempo e sua autoria já foi questionada.[179] Ele começou em nível
elementar quando passou a pintar como adulto. Seu tio Cornelis Marinus, dono de uma conhecida galeria de arte contemporânea em Amsterdã, pediu no início
de 1882 por desenhos de Haia. O trabalho de Van Gogh não alcançou as expectativas. Marinus ofereceu uma nova comissão, especificando em detalhes o que
desejava, porém novamente ficou decepcionado com o resultado. Van Gogh perseverou, experimentando com
luzes em seu estúdio ao usar várias persianas e diferentes materiais. Ele trabalhou com figuras únicas por mais de
um ano, estudos em preto e branco altamente elaborados,[nota 9] que na época apenas geraram críticas. Depois
essas obras acabaram sendo consideradas primeiras obras-primas.[181]

Theo deu dinheiro ao irmão em agosto de 1882 para que este pudesse comprar materiais a fim de trabalhar ao ar
livre. Van Gogh escreveu que agora podia "ir pintar com novo vigor".[182] Ele trabalhou em diversas
composições a partir do começo de 1883, fazendo com que algumas fossem fotografadas, porém as destruiu e
voltou para a pintura a óleo depois de Theo ter dito que elas careciam de frescor e vida. Van Gogh virou-se para
artistas renomados como Jan Hendrik Weissenbruch e Bernard Blommers da Escola de Haia, recebendo
conselhos técnicos deles, além de outros pintores como Théophile de Bock e Herman Johannes van der Weele,
ambos artistas da segunda geração da Escola de Haia. Ele começou várias pinturas grandes ao mudar-se para Noite Estrelada Sobre o Ródano, 1888.
Nuenen depois de seu período em Drente, porém destruiu a maioria. Os Comedores de Batata e suas peças
acompanhantes são as únicas que sobreviveram.[183] Van Gogh visitou o Museu Nacional e escreveu da sua
admiração pelas pinceladas rápidas e econômicas dos mestres holandeses, especialmente Rembrandt e Frans Hals.[184][nota 10] Ele tinha consciência que muitas
das suas falhas deviam à falta de experiência e conhecimentos técnicos,[183] assim viajou em novembro de 1885 para a Antuérpia e depois para Paris com o
objetivo de desenvolver suas habilidades.[185]

Theo criticou Os Comedores de Batata por sua paleta sombria, achando que era inadequada para um estilo
moderno.[186] Van Gogh tentou aprimorar uma paleta mais colorida durante sua estadia em Paris entre 1886 e
1887. Seu Retrato de Père Tanguy mostra seu sucesso na nova paleta, sendo evidência de seu estilo pessoal em
evolução.[187] O tratado de Charles Blanc sobre cores muito lhe interessou, levando-o a trabalhar com cores
complementares. Ele passou a acreditar que os efeitos das cores iam além do descritivo, dizendo: "cores
expressam algo por si próprias".[188][189] Hughes comentou que Van Gogh enxergava as cores como um "peso
psicológico e moral", exemplificado pelos vermelhos e verdes espalhafatosos de O Café à Noite, uma obra em
que ele desejava "expressar as terríveis paixões da humanidade".[190] O amarelo era sua cor mais importante pois
simbolizava a verdade emocional. Ele usava amarelo como um símbolo de luz do sol, vida e Deus.[191]

Van Gogh procurou ser um pintor da natureza e da vida rural,[192] usando sua nova paleta durante seu primeiro
Oliveiras com Alpilles ao Fundo, 1889
verão em Arles a fim de pintar paisagens e a vida rural tradicional.[193] Sua crença na existência de um poder por
trás do natural o levou a tentar capturar uma sensação desse poder ou a essência da natureza, algumas vezes por
meio do uso de símbolos.[194] Suas representações do semeador, inicialmente copiadas de Jean-François Millet,
refletem as crenças religiosas de Van Gogh: o semeador é Cristo semeando a vida sob o sol escaldante.[195] Estes eram temas e motivos condutores que ele
frequentemente revisitou e retrabalhou.[196] Suas pinturas de flores eram repletas de simbolismos, porém criou uma própria iconografia em vez de empregar a
cristã, onde a vida é vivida sob o sol e o trabalho é uma alegoria da vida.[197] Ele ganhou confiança em Arles após pintar as flores da primavera e aprender a
representar a luz do sol, estando pronto para pintar O Semeador.[188]

Van Gogh permaneceu dentro do que chamava de "disfarce da realidade",[198] sendo um crítico de trabalhos
excessivamente estilizados. Ele escreveu posteriormente que a abstração de A Noite Estrelada tinha passado do
limite e que a realidade tinha "ficado muito ao fundo".[199] Hughes descreve essa obra como um momento de
extremo êxtase visionário: as estrelas em um grande turbilhão lembram A Grande Onda de Hokusai, enquanto o
movimento no céu é refletido pelo movimento do cipreste e a visão do pintor é "traduzida em um consistente e
enfático plasma de pintura".[200]

Van Gogh parece ter tentado de 1885 até a sua morte em 1890 criar um oeuvre,[201] uma coleção que materializava
sua visão pessoal e com a qual poderia obter sucesso comercial. Ele foi influenciado pela definição de estilo de
Blanc, em que a verdadeira pintura requer ótimo uso de cor, perspectiva e pincelada. Ele usou o termo "proposital"
para categorizar as pinturas que pensou ter criado com perfeição, em oposição àquelas que classificava como
estudos.[202] Van Gogh produziu muitas séries de estudos,[198] a maioria das quais naturezas-mortas, muitas feitas Memória do Jardim em Etten (Senhoras
como experimentos cromáticos ou usadas como presentes para amigos.[203] Seu trabalho em Arles contribuiu de Arles), 1888
consideravelmente para o oeuvre. As pinturas que ele considerava mais importantes eram O Semeador, Café à
Noite, Memória do Jardim em Etten e A Noite Estrelada. Com suas largas pinceladas, perspectivas inventivas, cores, contornos e desenhos, essas obras
representam o estilo que ele buscava.[199]

Principais séries

O desenvolvimento do estilo de Van Gogh é usualmente associado aos períodos em que morou em diferentes cidades dos
Países Baixos, Bélgica e França. Ele procurava entender a cultura local e as condições de luz dos lugares onde morava,
embora mantivesse uma perspectiva visual própria durante essas mudanças. Sua evolução como artista foi lenta, uma vez
que tinha consciência de suas limitações como pintor. Ele se mudava bastante talvez procurando novos estímulos visuais,
desenvolvendo sua habilidade técnica por meio dessas exposições a novos ambientes.[204] A historiadora de arte Melissa
McQuillan acredita que as mudanças de domicílio refletem também as últimas transformações de seu estilo, com Van Gogh
se mudando para evitar conflito, como um mecanismo de enfrentamento para quando o artista idealista se deparasse com a
realidade da sua então atual condição.[205]

Retratos

Foi com os retratos que Van Gogh teve sua maior oportunidade de ganhar dinheiro.[203] Ele dizia que esses trabalhos eram
"a única coisa na pintura que me motiva profundamente e que me dá um sentimento de infinitude".[206] Ele confessou à
A Arlesiana: Madame Ginoux
com Livros, novembro de 1888
irmã o desejo de pintar retratos que perdurassem, relatando também que tentava capturar a emoção e a personalidade da
pessoa por meio da cor em vez de buscar um realismo fotográfico.[207] Seus entes mais próximos estão quase ausentes do
seu conjunto de obras retratistas; por exemplo, Theo, Bernard e Anthon van Rappard raramente eram pintados. Os retratos
de sua mãe eram sempre feitos a partir de fotografias.[208]
Van Gogh pintou La Berceuse (Augustine Roulin) em dezembro de 1888, um retrato que considerou tão bom quanto as telas de girassóis. Essa obra apresenta
uma paleta limitada, uma variedade de estilos de pincelada e contornos simples.[199] A peça parece ser a principal de um conjunto de retratos produzido para a
família Roulin em Arles entre novembro e dezembro. A série mostra uma mudança de estilo, das pinceladas fluidas e contidas e da superfície regular de Retrato
do Carteiro Joseph Roulin ao traço frenético, superfície acidentada, largas pinceladas e uso de uma faca de paleta em Retrato de Madame Augustine Roulin e
Bebê Marcelle.[209]

Eugène Boch, ("O Poeta Retrato do Carteiro Joseph


Retrato da Mãe do Artista, La Berceuse (Augustine
Contra um Céu Roulin, início de agosto de
outubro de 1888 Roulin) 1889
Estrelado"), 1888 1888

Autorretratos

Van Gogh criou mais de 43 autorretratos entre 1885 e 1889.[210][nota 11] Esses quadros costumavam ser finalizados em
séries, como os pintados em Paris na metade de 1887, e continuaram a ser produzidos até pouco tempo antes da sua
morte.[211] Van Gogh geralmente concebia autorretratos como estudos durante períodos de introspecção, quando
hesitava em socializar ou quando lhe faltavam modelos, não tendo outra alternativa que não fosse retratar si
mesmo.[203][212]

Os autorretratos de Van Gogh refletem um grau incomum de auto-escrutínio.[213] Tais peças costumam marcar
importantes períodos do seu desenvolvimento artístico, como por exemplo a série da metade de 1887 em Paris, pintada
quando conheceu o trabalho de Claude Monet, Paul Cezanne e Signac.[214] Autorretrato com Chapéu de Palha mostra
pesadas cepas de tinta que espalham-se pela tela de dentro para fora. Esse é um de seus autorretratos mais célebres,
"com suas pinceladas organizadas e rítmicas e a auréola que deriva de repertório neo-impressionista, que o próprio Van
Gogh chamava de 'tela proposital'".[215]

Tais trabalhos contém uma grande variedade de representações fisionômicas. A saúde física e mental de Van Gogh é
usualmente aparente, por vezes retratando-se com aparência descuidada, despenteado, barba desleixada ou por fazer, Autorretrato com Chapéu de Palha,
olheiras, mandíbula fraca ou sem dentes. Em algumas das telas ele está com lábios volumosos, rosto alongado, crânio inverno de 1887–88
proeminente e demarcado, características alertas. Van Gogh costumava se apresentar nessas obras com os cabelos em
usual vermelho ou então grisalho.[210]

As obras possuem variedade em intensidade e cor. As cores vívidas realçam a palidez abatida da sua pele, especialmente naquelas pintadas depois de dezembro
de 1888. Van Gogh raramente dirige o olhar ao observador.[212] Algumas o apresentam com barba e outras sem. Van Gogh pode ser visto com curativos em
retratos produzidos logo após a automutilação na orelha. Em poucas telas ele se projetava na figura de um pintor.[210] Ele representou-se pintando o lado direito
da cabeça nos autorretratos produzidos em Saint-Rémy, oposto ao da orelha mutilada, uma vez que pintava sua imagem refletida no espelho.[216]

Autorretrato com Autorretrato Dedicado a Autorretrato, agosto de Autorretrato, setembro de Autorretrato Sem Barba,
Cachimbo, 1886 Gauguin, 1888 1889 1889 c. setembro de 1889[nota 12]

Flores

Van Gogh pintou muitas paisagens floridas com rosas, lilases, lírios e girassóis. Algumas refletem seu interesse na linguagem cromática e no ukiyo-e.[218] Ele
criou duas séries de girassóis morrendo. A primeira foi pintada em 1887 em Paris e exibe as flores repousadas no solo. A segunda foi concluída no ano seguinte
em Arles, retratando buquês em vaso, dispostos à luz da alvorada.[219] Ambas foram concebidas com o uso de impasto, o que evoca a "textura de cabeças de
girassol recheadas de sementes" de acordo com a Galeria Nacional de Londres.[220]

Van Gogh nessas séries não estava interessado em preencher suas pinturas com subjetividade e emoção. Os dois conjuntos foram criados para que pudesse exibir
sua habilidade técnica e método de trabalho a Gauguin, que estava para visitá-lo.[221] Os quadros de 1888 foram pintados em um período de raro otimismo,
sobre o qual Van Gogh escreveu para Theo em agosto de 1888 dizendo: "Estou pintando com o entusiasmo de um marselhês a comer bouillabaisse, o que não
lhe surpreenderá por ser este o caso de pintar grandes girassóis ... Se eu executar mesmo esse plano, haverá uma dúzia de
telas. O conjunto será então uma sinfonia de azul e amarelo. Eu trabalho nisso todas as manhãs, a partir do nascer do sol.
Pois as flores murcham rapidamente e é uma questão de fazer tudo de uma vez".[222]

Os girassóis foram pintados para servirem de decoração em antecipação para visita de Gauguin, tendo sido dispostas
individualmente pelo quarto de hóspedes da Casa Amarela em Arles. O visitante ficou bastante impressionado com o
trabalho e posteriormente adquiriu duas das versões de Paris.[221] Van Gogh imaginou após a partida de Gauguin duas
versões principais de retratos de girassol como pinturas laterais do Tríptico Berceuse, as quais viriam a ser incluídas na
exibição Les XX em Bruxelas. As peças principais dessa série atualmente estão entre suas obras mais conhecidas e
aclamadas, especialmente pela conotação doentia da coloração amarela usada, a conexão desses trabalhos com a Casa
Amarela, o caráter expressionista das pinceladas e o contraste das figuras com os usuais fundos de cor mais escura.[223]

Natureza-Morta: Vaso com


Quinze Girassóis, agosto de
1888

Natureza-Morta: Vazo Vaso com Lírios Contra


Natureza-Morta: Rosas em
com Doze Girassóis, Lírios, 1889 Amendoeira em Flor, 1890 um Fundo Amarelo, maio
um Vaso, 1890
agosto de 1888 de 1890

Ciprestes

Van Gogh pintou quinze quadros retratando ciprestes, um tipo de árvore que despertou-lhe fascínio em
Arles.[224] Ele deu vida a essas árvores, que eram vistas tradicionalmente como símbolos da morte;[194] ele as
pintava à distância, como se fossem quebra-ventos nos campos. Van Gogh procurou representá-las em primeiro
plano enquanto esteve em Saint-Rémy.[225] Ele escreveu para Theo em maio de 1889 que "Ciprestes ainda me
preocupam. Eu gostaria de fazer algo com elas semelhante ao que fazia nas minhas telas de girassóis";
declarando então: "Elas são belas em linha e proporção como um obelisco egípcio".[226]

Van Gogh pintou na metade de 1889 várias versões menores de Campo de Trigo com Ciprestes, atendendo um
pedido de sua irmã Wil.[227] Tais trabalhos são caracterizados por redemoinhos de traço e denso impasto. Inclui-
se nesse conjunto A Noite Estrelada, na qual uma cipreste domina o primeiro plano.[224]

Outros trabalhos desse período incluem Oliveiras com Alpilles ao Fundo (sobre a qual Van Gogh escreveu em Campo de Trigo com Ciprestes, 1889
carta para o irmão: "Ao menos eu tenho uma [pintura de] paisagem com oliveiras"), Ciprestes, Ciprestes com
Duas Figuras e Estrada com Cipreste e Estrela.[228] Van Gogh gastava seu tempo no hospício de Saint-Rémy
fora do prédio, pintando as árvores dos olivais. As obras desse período são retorcidas e artríticas, como se personificassem o mundo natural, estando no
entendimento de Hughes preenchidas por um "contínuo campo de energia do qual a natureza é uma manifestação".[194]

Ciprestes na Noite Estrelada, uma


Ciprestes e Duas Estrada com Ciprestes e
gravura de cálamo feita depois da Ciprestes, 1889
Mulheres, 1890 Estrela, maio de 1890
célebre pintura, em 1889

Pomares

Os Pomares Floridos ou Pomares Florescendo estão entre os primeiros conjuntos temáticos concluídos após a chegada de Van Gogh a Arles em fevereiro de
1888. As quatorze telas da série são otimistas, alegres e visualmente expressivas sobre a iminente primavera. Os quadros são delicadamente sensitivos e sem
representação humana. Van Gogh pintou a série rapidamente e um forte senso de estilo pessoal começou a surgir durante esse período, embora tenha trabalhado
uma espécie de impressionismo nessas obras. A transitoriedade das árvores florescidas e a passagem da estação pareceram se alinhar com seu senso de
impermanência e crença em um novo começo em Arles. Van Gogh encontrou "um mundo de motivos que não
poderia ser mais japonês" durante a floração das árvores naquela primavera.[229] Ele escreveu a Theo em 21 de
abril de 1888 que tinha dez telas de pomares e "uma grande [pintura] de uma cerejeira, que eu estraguei".[230]

Van Gogh dominou durante esse período o uso de luz ao subjugar as sombras e pintar árvores como se fossem a
fonte de luz na cena, quase de um jeito sacro.[229] Ele pintou no começo do ano seguinte um outro conjunto menor,
resultando em obras como Vista de Arles, Pomar em Flor.[231] Van Gogh ficou encantado pela paisagem e pela
vegetação do sul da França e frequentemente visitava jardins de fazendas nos arredores de Arles. Sua paleta de
cores iluminou-se de forma significativa na luz do clima mediterrânico.[232]

Vista de Arles, Pomar em Flor, 1889

Pessegueiro Rosa O Pomar Rosa ou Pomar com


Vista de Artes com Árvores em
Florido (Reminiscência Pereira Florida, 1888 Árvores de Alperce Floridas,
Flor, 1889
de Mauve), 1888 1888

Campos de trigo

Van Gogh fez várias excursões artísticas para explorar paisagens nos arredores de Arles. Ele pintava
colheitas, campos de trigo e outros marcos e peculiaridades da região como em O Velho Moinho de
1888, um bom exemplo de estrutura pitoresca em volta e para além dessas áreas.[233] Van Gogh
pintava em vários pontos das viagens as vistas que tinha das janelas dos estabelecimentos em que se
hospedava, como em Haia, Antuérpia e Paris. Esses trabalhos culminaram na série O Campo de Trigo,
onde retratou a vista que tinha a partir de seus aposentos no hospício de Saint-Rémy.[234]

Muitas dessas últimas pinturas são sombrias, mas essencialmente otimistas e refletiam seu desejo de
reconquistar a lucidez e saúde mental. Alguns desses trabalhos finais denotam as preocupações mais Trigal com Corvos, 1890
profundas de Van Gogh.[235] Ele escreveu em julho de 1890 que ficou absorto "na imensa planície
contra as colinas, sem limites como o mar, de um delicado amarelo".[166] Van Gogh ficou também
encantado pelos campos de maio, quando as plantações de trigo estavam jovens e verdes. A tela Campo de Trigo em Auvers com Casa Branca exibe uma paleta
de amarelos e azuis mais tímida, criando um sentimento de harmonia idílica.[236]

Van Gogh escreveu para Theo por volta de 10 de julho de 1890 acerca de "vastos campos de trigo sob céus atormentados".[237] O quadro Campo de Trigo com
Corvos representa seu estado mental nos seus dias finais. Hulsker descreve este trabalho como uma "pintura cheia de desgraça, com um céu ameaçador e corvos
de mau agouro".[168] A paleta escura e as fortes pinceladas transmitem uma sensação de perigo e ameaça.[238]

Paisagem Montanhosa Por Chuva ou Campo de Trigo Campo de Trigo em Auvers Campo de Trigo Sob Nuvens de
Trás de Saint-Rémy, 1889 Fechado sob a Chuva, 1889 com Casa Branca, 1889 Tempestade, 1890

Reputação
A fama de Van Gogh passou a crescer de forma gradual entre artistas, críticos, comerciantes e colecionadores após as primeiras exibições de suas obras ao fim da
década de 1880.[239] André Antoine exibiu trabalhos do pintor em 1887 conjuntamente aos de Georges Seurat e Paul Signac no Teatro Livre de Paris. Alguns
deles foram adquiridos por Julien Tanguy.[240] Sua obra foi descrita em 1889 por Albert Aurier no jornal Le Moderniste Illustré como caracterizada por "chama,
intensidade e luz do sol".[241] Dez de seus quadros foram exibidos em janeiro de 1890 em Bruxelas pela Sociedade de Artistas Independentes.[242]

Exibições memoriais foram realizadas em Bruxelas, Paris, Haia e Antuérpia após a morte de Van Gogh. Seu trabalho foi mostrado em várias exibições de
renome, incluindo seis quadros na Les XX. Uma exibição de retrospectiva ocorreu em Bruxelas em 1891.[242] Octave Mirbeau escreveu em 1892 que o suicídio
do pintor fora uma "perda infinitamente triste para a arte ... mesmo a população não lotando no magnífico funeral, e o pobre Vincent van Gogh, cujo falecimento
significa a extinção da bela chama de um gênio, tenha partido em meio à obscuridade e negligência experienciadas em vida".[240]
Theo foi o mais influente e dedicado promotor do trabalho do irmão, porém morreu em janeiro de 1891.[243] Johanna
van Gogh-Bonger, sua viúva, era uma holandesa na casa dos vinte anos que não conhecia muito seu marido e cunhado,
repentinamente vendo-se encarregada das centenas de pinturas, desenhos e cartas, além do seu filho recém-nascido
Vincent Willem van Gogh.[244][nota 13] Gauguin não esteve disposto a oferecer ajuda na promoção do trabalho de Van
Gogh, enquanto Andries Bonger, irmão de Johanna, parecia desinteressado.[244] Aurier, um dos primeiros apoiadores
de Van Gogh entre os críticos, morreu em 1892 aos 27 anos.[246]

Émile Bernard organizou em 1892 uma pequena mostra solo de pinturas de Van
Gogh em Paris, enquanto Julien Tanguy exibiu quadros na sua propriedade
junto com outros remetidos por Johanna para que ficasse aos seus cuidados. A
Galeria Durand-Rue de Paris concordou em abril de 1894 em guardar em
consignação dez pinturas do patrimônio de Van Gogh.[246] O pintor fauvista
Henri Matisse, então um estudante de arte desconhecido, visitou John Peter
Russell em Belle Île em 1896.[247][248] Russell tinha sido um amigo próximo
de Van Gogh e apresentou Matisse ao trabalho do pintor holandês,
presenteando-o ainda com um dos desenhos de Van Gogh. Matisse influenciou-
Johanna van Gogh-Bonger, 1889
se em Van Gogh e abandonou sua paleta de cores terrosas em favor de
tonalidades mais vivas.[248][249]

Uma grande exposição retrospectiva foi realizada em 1901 em Paris na Galeria Bernheim-Jeune, que animou André
Derain e Maurice de Vlaminck e contribuiu para a emergência do fauvismo.[246] Importantes exibições ocorreram em
O Pintor na Estrada de Tarascon,
1912 juntamente aos trabalhos de artistas da Sonderbund de Colônia, além do Armory Show em 1913 em Nova Iorque
agosto de 1888, pintura destruída por
e outra em Berlim em 1914.[250] Henk Bremmer foi fundamental ensinando e falando sobre Van Gogh,[251] tendo
fogo durante a Segunda Guerra.
apresentado Helene Kröller-Müller à obra do pintor. Esta foi uma ávida colecionadora destes trabalhos.[252] Pintores da
fase inicial do expressionismo alemão como Emil Nolde reconheceram uma dívida a Van Gogh.[253] Bremmer ajudou
Jacob-Baart de la Faille, cujo catálogo L'Oeuvre de Vincent van Gogh foi divulgado em 1928.[254][nota 14]

A fama de Van Gogh alcançou seu primeiro pico na Áustria-Hungria e Alemanha antes da Primeira Guerra Mundial,[257] ajudada pela publicação em 1914 de
suas cartas em três volumes.[258] Essas correspondências, onde Van Gogh se mostra expressivo e letrado, tem sido postas entre os mais importantes escritos de
seu gênero do século XIX,[259] dando início ao envolvente mito de Van Gogh como um intenso e dedicado pintor que sofria pela arte.[260] O romancista Irving
Stone publicou em 1934 uma narrativa sobre a vida de Van Gogh intitulada Lust for Life, tendo por base as cartas trocadas com Theo. Esse livro e o filme
homônimo de 1956 elevaram ainda mais sua fama.[261]

Francis Bacon tomou por base reproduções da tela O Pintor na Estrada de Tarascon para a elaboração em 1957 de uma série de pinturas. A obra original de
Van Gogh havia sido destruída durante Segunda Guerra Mundial. Bacon buscou inspiração na imagem que descrevia como "assombrosa", considerando o
pintor holandês um estranho alienado, definição esta que estava em sintonia com a visão que Bacon tinha de si. Ele identificava-se com as teorias de arte de Van
Gogh e citou um trecho de uma carta enviada para Theo: "Pintores de verdade não pintam as coisas como elas são ... Eles pintam como sentem que são".[262]

As obras de Van Gogh estão entre as mais caras do mundo. Entre as vendidas por mais que cem milhões de dólares estão Retrato do Dr. Gachet,[263] Retrato de
Joseph Roulin e Lírios. A versão de Campo de Trigo com Ciprestes do Museu Metropolitano de Arte foi adquirida em 1993 por 57 milhões.[264] A Entrada de
Alyscamps vendeu por 66,3 milhões em 2015, excedendo o estimado de quarenta milhões.[265]

Em 2021, uma pintura de Van Gogh que retrata uma cena em uma rua de Paris pintada em 1887 enquanto ele morava com o irmão Theo, será exibida ao público
pela primeira vez, depois de passar mais de um século a portas fechadas na coleção particular de uma família francesa. A obra será exibida pela casa de leilões
Sotheby's em Amesterdão, Hong Kong e Paris, e leiloada em Março de 2021, sendo o preço estimado entre 5 milhões e 8 milhões de euros[266].

Museu Van Gogh

Vincent Willem van Gogh, filho de Theo e Johanna e sobrinho de Van Gogh,[267] herdou a propriedade das
obras e cartas de Van Gogh após a morte de sua mãe em 1925. Ele providenciou no início da década de 1950 a
publicação de uma edição completa de todas as cartas do tio em quatro volumes e traduzida para diversos
idiomas. Posteriormente, negociou com o governo holandês subsídios para uma fundação, a partir da qual
compraria peças na posse de terceiros e cuidaria do conjunto de obras de Van Gogh.[268] Vincent Willen iniciou
essa empreitada na esperança de que as obras pudessem ser exibidas nas melhores condições possíveis. O
O Museu Van Gogh guarda a maior coleção
projeto teve início em 1963 com a contratação do arquiteto Gerrit Rietveld para a concepção do prédio da
das obras de Van Gogh de todo o mundo. fundação; Kisho Kurokawa assumiu o comando em 1964 após a morte de Rietveld.[269] O trabalho se estendeu
pela década de 1960, com expectativa de inauguração sendo originalmente para 1972.[270]

O Museu Van Gogh foi inaugurado em 1973 no espaço público Museumplein de Amsterdã.[271] Ele tornou-se o segundo museu mais popular dos Países Baixos
atrás do Museu Nacional e costuma receber regularmente mais de 1,5 milhão de visitas por ano. O museu alcançou em 2015 seu recorde de visitantes: cerca de
1,9 milhão,[272] 85% dos quais vindos de outros países.[273]

Notas
realmente fui embora no mesmo dia".[59] Mauve lhe apresentou à
1. Foi sugerido que receber o mesmo nome de seu falecido irmão
pintura a óleo em janeiro de 1882 e lhe emprestou dinheiro para
mais velho talvez tenha deixado um profundo impacto psicológico
no jovem Van Gogh e que elementos de sua arte, como por que estabelecesse um estúdio.[60]
exemplo a representação de duplas de figuras masculinas, podem 4. As únicas evidências disso vem de entrevistas com o neto do
ter recebido influência disso.[13] médico.[90]
2. O historiador Jan Hulsker sugere que Van Gogh voltou para 5. A artista Anna Boch, irmã de Eugène Boch, comprou A Vinha
Borinage e depois novamente para Etten durante esse período.[44] Encarnada em 1890.[115]
3. "No natal eu tive uma discussão violenta com o Pai, e os 6. "Tenho trabalhado em duas telas ... Uma reminiscência de nosso
sentimentos correram tão fortes que o Pai disse que seria melhor jardim em Etten com alfaces, ciprestes, dálias e figuras ... Gauguin
se eu saísse de casa. Bem, foi dito tão decisivamente que eu
me dá coragem para imaginar, e as coisas da imaginação admirei mãos por Rembrandt e Hals – mãos que viviam, porém
realmente assumem uma personalidade mais misteriosa".[120] não foram finalizadas no sentido que as pessoas querem aplicar
7. Theo e sua esposa Johanna, Paul Gachet e seu filho, e Signac, hoje em dia ... Eu vou explorar várias coisas no inverna acerca de
que todos viram Van Gogh depois dos curativos terem sido maneiras que eu percebi nas antigas pinturas. Vi muito do que eu
retirados, afirmaram que apenas o lóbulo da orelha fora precisava. Mas isto sobre todo o resto – o que chamam – correr pra
cortado.[128] Victor Doiteau e Edgard Leroy dizem que o corte fora – você vê que isso é o que os antigos pintores Holandeses
faziam celebremente. Isso – correr pra fora – com poucas
diagonal retirou o lóbulo e provavelmente um pouco mais.[129] pinceladas, não ouvem disso agora – mas quão verdadeiros os
Tanto o policial quanto Félix Rey afirmaram que Van Gogh cortou
resultados são".[184]
toda sua aurícula;[128] Rey repetiu a história em 1930, escrevendo
uma nota ao romancista Irving Stone que incluía um esboço da 11. Rembrandt foi um dos poucos pintores de renome a ter produzido
linha de incisão.[130] mais autorretratos, mais de cinquenta, embora os tenha feito num
intervalo de mais de quarenta anos.[210]
8. A versão que seria para Ginoux se perdeu. Foi uma tentativa de
entregar a pintura a ela em Arles que precipitou sua recaída de 12. Este talvez tenha sido o último autorretrato de Van Gogh. Ele o deu
fevereiro.[152] para sua mãe como presente de aniversário.[217]
9. Artistas trabalhando em preto e branco para jornais como o The 13. Seu marido tinha sido o único mantenedor da família e Johanna
Graphic e The Illustrated London News estavam entre seus tinha deixado um apartamento em Paris, alguns itens de mobília e
favoritos.[180] as obras de seu cunhado que na época eram vistas como
desprovidas de qualquer valor.[245]
10. "O que me marcou particularmente quando vi as antigas pinturas
Holandesas novamente foi que elas normalmente eram pintadas 14. Cada trabalho de Van Gogh foi numerado no catálogo de 1928.
rápido. Que esses grandes mestres como Hals, Rembrandt e Esses números precedidos pela letra "F" são frequentemente
Ruisdael – tantos outros – apenas eram diretos tanto quanto usados na referência a uma pintura ou desenho particular.[255]
possível – e não voltavam para isso muito. E – isto, também, por Nem todas as obras listadas no catálogo original são hoje
favor – que se funcionava, eles deixavam por si só. Sobretudo consideradas autenticamente como trabalhos de van Gogh.[256]

Referências
Consultado em 30 de 45. Naifeh & Smith 2011, pp. 209– 56. Gayford 2006, p. 125
1. https://www.vangoghmuseum.nl/en/125-novembro de 2018 210, 488–489; Van Gogh
questions/questions-and- 57. Naifeh & Smith 2011, p. 250–
22. Sweetman 1990, p. 13 2009, «186: To Theo van 252
answers/question-23-of-125 Gogh. Etten, Friday, 18
2. «Sunflowers – Van Gogh 23. Tralbaut 1981, pp. 25–35 58. Walther & Metzger 1994, p. 64
November 1881.» (http://vango
Museum» (https://www.vangog 24. Naifeh & Smith 2011, pp. 45– ghletters.org/vg/letters/let186/l 59. Van Gogh 2009, «194: To
hmuseum.nl/en/collection/s00 49 etter.html). Consultado em 8 Theo van Gogh. The Hague,
31V1962). 25. Naifeh & Smith 2011, pp. 36– de março de 2017 Thursday, 29 December
vangoghmuseum.nl. 50 1881.» (http://vangoghletters.or
46. Van Gogh 2009, «156: To g/vg/letters/let194/letter.html).
Consultado em 21 de 26. Hulsker 1980, pp. 8–9 Theo van Gogh. Cuesmes,
setembro de 2016. Cópia Consultado em 8 de abril de
27. Naifeh & Smith 2011, p. 48 Friday, 20 August 1880.» (htt 2017
arquivada em 29 de outubro
p://vangoghletters.org/vg/letter
de 2016 (https://web.archive.or 28. Van Gogh 2009, «403: To s/let156/letter.html). 60. Van Gogh 2009, «196: To
g/web/20161029112559/http Theo van Gogh. Nieuw- Theo Van Gogh. The Hague,
Amsterdam, on or about Consultado em 8 de março de
s://www.vangoghmuseum.nl/e 2017 on or about Tuesday, 3
n/collection/s0031V1962) Monday, 5 November 1883.» January 1882.» (http://vangogh
(http://vangoghletters.org/vg/let 47. Tralbaut 1981, pp. 67–71
3. McQuillan 1989, p. 9 letters.org/vg/letters/let196/lett
ters/let403/letter.html). 48. Pomerans 1997, p. 83 er.html). Consultado em 8 de
4. Pickvance 1986, p. 129; Consultado em 7 de março de
Tralbaut 1981, p. 39 49. Sweetman 1990, p. 145 abril de 2017
2017
5. «Vincent van Gogh: The 50. Van Gogh 2009, «179: To 61. Van Gogh 2009, «219: To
29. Walther & Metzger 1994, p. 20 Theo van Gogh. Etten, Theo van Gogh. The Hague,
Letters» (http://www.vangoghle 30. Van Gogh 2009, «007: To
tters.org/vg). Consultado em 7 Thursday, 3 November 1881.» on or about Friday, 21 April
Theo van Gogh. The Hague, (http://vangoghletters.org/vg/let 1882.» (http://www.vangoghlett
de abril de 2017
Monday, 5 May 1873.» (http://v ters/let179/letter.html). ers.org/vg/letters/let219/letter.h
6. McQuillan 1989, p. 19 angoghletters.org/vg/letters/let Consultado em 8 de abril de tml). Consultado em 8 de abril
7. Pomerans 1997, p. xv 007/letter.html). Consultado 2017 de 2017
8. Pomerans 1997, pp. ix, xv; em 7 de março de 2017 51. Naifeh & Smith 2011, pp. 239– 62. Naifeh & Smith 2011, p. 258
Rewald 1986, p. 248 31. Tralbaut 1981, pp. 35–47 240 63. Van Gogh 2009, «237: To
9. Pomerans 1997, p. ix 32. Pomerans 1997, p. xxvii; Van 52. Van Gogh 2009, «189: To Theo van Gogh. The Hague,
10. Hughes 1990, p. 143 Gogh 2009, «088: To Theo van Theo van Gogh. Etten, on or about Thursday, 8 June
11. Pomerans 1997, pp. i–xxvi Gogh. Isleworth, Friday, 18 Wednesday, 23 November 1882.» (http://vangoghletters.or
August 1876.» (http://vangoghl 1881.» (http://vangoghletters.or g/vg/letters/let237/letter.html).
12. Pomerans 1997, p. 1 etters.org/vg/letters/let088/lette g/vg/letters/let189/letter.html). Consultado em 8 de abril de
13. Lubin 1972, pp. 82–84 r.html). Consultado em 7 de Consultado em 8 de abril de 2017
14. Erickson 1998, p. 9 março de 2017 2017 64. Tralbaut 1981, p. 110
15. Naifeh & Smith 2011, pp. 14– 33. Tralbaut 1981, pp. 47–56 53. Van Gogh 2009, «193: To 65. Naifeh & Smith 2011, p. 306
16 34. Naifeh & Smith 2011, p. 113 Theo van Gogh. Etten, on or 66. Tralbaut 1981, pp. 96–103
16. Naifeh & Smith 2011, p. 59 35. Callow 1990, p. 54 about Friday, 23 December
1881.» (http://vangoghletters.or 67. Callow 1990, pp. 116, 123–
17. Naifeh & Smith 2011, p. 18 36. Naifeh & Smith 2011, pp. 146– 124; Van Gogh 2009, «224: To
147 g/vg/letters/let193/letter.html).
18. Walther & Metzger 1994, p. 16 Consultado em 8 de abril de Theo van Gogh. The Hague,
19. Naifeh & Smith 2011, pp. 23– 37. Sweetman 1990, p. 175 2017 on or about Sunday, 7 May
25 38. Erickson 1998, p. 23; 1882.» (http://www.vangoghlett
54. Van Gogh 2009, «228: To
20. Naifeh & Smith 2011, pp. 31– McQuillan 1989, p. 26 ers.org/vg/letters/let224/letter.h
Theo van Gogh. The Hague, tml). Consultado em 9 de abril
32 39. Grant 2014, p. 9 on or about Tuesday, 16 May de 2017
21. «Blue-eyed boy in famous 40. Hulsker 1990, pp. 60–62, 73 1882.» (http://vangoghletters.or
photo is not Vincent van g/vg/letters/let228/letter.html). 68. Callow 1990, pp. 116–117
41. Sweetman 1990, p. 101
Gogh» (https://www.theguardia Consultado em 8 de abril de 69. Tralbaut 1981, p. 107
n.com/artanddesign/2018/nov/ 42. Fell 2015, p. 17 2017 70. Callow 1990, p. 132; Tralbaut
29/blue-eyed-boy-in-famous-p 43. Callow 1990, p. 72 55. Sweetman 1990, p. 147 1981, pp. 102–104, 112
hoto-is-not-vincent-van-gogh). 44. Geskó 2006, p. 48
71. Arnold 1992, p. 38 115. Hulsker 1980, p. 356; es.com/news/world/europe/gu de 1947; «Letter from Theo
72. Tralbaut 1981, p. 113 Pickvance 1984, pp. 168–169, n-used-by-vincent-van-gogh-to van Gogh to Elisabeth van
206 -kill-himself-goes-on-display-1. Gogh, Paris, 5 August 1890»
73. Wilkie 2004, p. 185 2719415). The Irish Times. (http://www.webexhibits.org/va
74. Tralbaut 1981, pp. 101–107 116. Gayford 2006, p. 18;
Nemeczek 1999, p. 61; Van Consultado em 9 de abril de ngogh/letter/21/etc-Theo-Lies.
75. Tralbaut 1981, pp. 111–122 Gogh 2009, «677: To Theo van 2017 htm). Consultado em 10 de
76. Sweetman 1990, p. 174 Gogh. Arles, Sunday, 9 146. Callow 1990, p. 246 abril de 2017
77. Tralbaut 1981, p. 154 September 1888.» (http://vang 147. Pickvance 1984, pp. 102–103 173. Hayden 2003, p. 152; Van der
78. Hulsker 1980, pp. 196–205 oghletters.org/vg/letters/let677/ 148. van Uitert, van Tilborgh & van Veen & Knapp 2010, pp. 260–
letter.html). Consultado em 9 264
79. Tralbaut 1981, pp. 123–160 Heugten 1990, p. 23
de abril de 2017; «681: To 174. Sweetman 1990, p. 367
80. Naifeh & Smith 2011, p. 436 Theo van Gogh. Arles, 149. Pickvance 1986, pp. 154–157
175. Arnold 2004
81. van Uitert, van Tilborgh & van Sunday, 16 September 1888.» 150. Tralbaut 1981, p. 286
Heugten 1990, p. 29 (http://vangoghletters.org/vg/let 151. Hulsker 1990, p. 434 176. Perry 1947
82. McQuillan 1989, p. 127 ters/let681/letter.html). 152. Hulsker 1990, p. 440 177. Hemphill 1961
83. Walther & Metzger 1994, Consultado em 9 de abril de 153. van Gogh 2009, «863: To Theo 178. Blumer 2002
p. 709 2017 van Gogh. Saint-Rémy-de- 179. Van Heugten 1996, pp. 246–
84. Callow 1990, p. 181 117. Dorn 1990 Provence, Tuesday, 29 April 251
85. Callow 1990, p. 184 118. Pickvance 1984, pp. 234–235 1890.» (http://vangoghletters.or 180. Pickvance 1974
119. Hulsker 1980, pp. 374–376 g/vg/letters/let863/letter.html). 181. Dorn & Keyes 2000
86. Hammacher 1985, p. 84 Consultado em 10 de abril de
87. Callow 1990, p. 253 120. Van Gogh 2009, «719:To Theo 182. Van Gogh 2009, «253: To
van Gogh. Arles, Sunday, 11 2017 Theo van Gogh. The Hague,
88. Naifeh & Smith 2011, p. 477 or Monday, 12 November 154. Hulsker 1990, pp. 390, 404 Saturday, 5 August 1882.» (htt
89. Arnold 1992, p. 77 1888.» (http://vangoghletters.or 155. Rewald 1978, pp. 326–329 p://vangoghletters.org/vg/letter
90. Naifeh & Smith 2011, p. 477; g/vg/letters/let719/letter.html). 156. Naifeh & Smith 2011, p. 820 s/let253/letter.html).
Tralbaut 1981, pp. 177–178 Consultado em 9 de abril de 157. Hulsker 1990, pp. 390, 404; Consultado em 11 de abril de
91. Tralbaut 1981, p. 173 2017 Tralbaut 1981, p. 287 2017
92. Naifeh & Smith 2011, pp. 448– 121. Gayford 2006, p. 61 158. Pickvance 1986, pp. 310–315 183. Dorn, Schröder & Sillevis 1996
489 122. Pickvance 1984, pp. 195 184. Van Gogh 2009, «535: To
159. Pickvance 1986, pp. 175–177
93. Tralbaut 1981, pp. 187–192 123. Gayford 2006, pp. 274–277 Theo van Gogh. Nuenen, on or
160. Rewald 1978, pp. 346–347, about Tuesday, 13 October
94. Pickvance 1984, pp. 38–39 124. McQuillan 1989, p. 66 348–350 1885.» (http://vangoghletters.or
95. Sweetman 1990, p. 135; Van 125. Druick & Zegers 2001, p. 266 161. Tralbaut 1981, p. 293 g/vg/letters/let535/letter.html).
Gogh 2009, «853: To Albert 126. Sweetman 1990, p. 290 162. Van Gogh 2009, «RM20: To Consultado em 11 de abril de
Aurier. Saint-Rémy-de- 127. Sweetman 1990, p. 1 Theo van Gogh and Jo van 2017
Provence, Sunday, 9 or Gogh-Bonger. Auvers-sur- 185. Walther & Metzger 1994,
128. Rewald 1978, pp. 243–248
Monday, 10 February 1890.» Oise, Saturday, 24 May 1890.» p. 708
(http://vangoghletters.org/vg/let 129. Doiteau & Leroy 1928 (http://vangoghletters.org/vg/let 186. van Uitert, van Tilborgh & van
ters/let853/letter.html). 130. Bailey, Martin (20 de julho de ters/RM20/letter.html).
Consultado em 9 de abril de 2016). «Name of mystery Heugten 1990, p. 18
Consultado em 10 de abril de
2017 woman who received Van 187. van Uitert, van Tilborgh & van
2017
96. Naifeh & Smith 2011, pp. 520– Gogh's ear revealed for first Heugten 1990, pp. 18–19
522 time» (http://theartnewspaper.c 163. Pickvance 1986, pp. 270–271 188. Sund 1988, p. 666
97. Naifeh & Smith 2011, p. 702 om/news/news/name-of-myste 164. Rosenblum 1975, pp. 98–100 189. Van Gogh 2009, «537: To
ry-woman-who-recieved-van-g 165. Walther & Metzger 1994, Theo van Gogh. Nuenen, on or
98. Walther & Metzger 1994, ogh-s-ear-revealed-for-first-tim p. 640
p. 710 about Wednesday, 28 October
e/). The Art Newspaper. 166. Edwards 1989, p. 115 1885.» (http://vangoghletters.or
99. Pickvance 1986, pp. 62–63 Consultado em 9 de abril de
167. Van Gogh 2009, «898: To g/vg/letters/let537/letter.html).
00. Tralbaut 1981, pp. 212–213 2017 Theo van Gogh and Jo van Consultado em 11 de abril de
01. Druick & Zegers 2001, p. 81; 131. Gayford 2006, p. 277; Sund Gogh-Bonger. Auvers-sur- 2017
Gayford 2006, p. 50 2002, p. 235 Oise, on or about Thursday, 10 190. Hughes 2002, p. 7
02. Hulsker 1990, p. 256 132. Naifeh & Smith 2011, pp. 707– July 1890.» (http://vangoghlett 191. Hughes 2002, p. 11
03. Van Gogh 2009, «640: To 708 ers.org/vg/letters/let898/letter.h
tml). Consultado em 10 de 192. van Uitert 1981, p. 232
Theo van Gogh. Arles, 133. Naifeh & Smith 2011, p. 249
abril de 2017 193. van Uitert, van Tilborgh & van
Sunday, 15 July 1888.» (http:// 134. Van Gogh 2009, Heugten 1990, p. 20
vangoghletters.org/vg/letters/le «Concordance, lists, 168. Hulsker 1990, pp. 478–479
t640/letter.html). Consultado bibliography: Documentation» 169. Hulsker 1990, pp. 472–480 194. Hughes 2002, pp. 8–9
em 9 de abril de 2017; «695: (http://vangoghletters.org/vg/do 170. Sweetman 1990, pp. 342–343; 195. Sund 1988, p. 668
To Paul Gauguin. Arles, cumentation.html). Consultado Jones, Jonathan (12 de julho 196. van Uitert 1981, p. 236
Wednesday, 3 October 1888.» em 9 de abril de 2017 de 2016). «The whole truth 197. Hughes 2002, p. 12
(http://vangoghletters.org/vg/let 135. Sund 2002, p. 237 about Van Gogh's ear, and
ters/let695/letter.html). 198. van Uitert 1981, p. 223
136. Rewald 1986, p. 37 why his 'mad genius' is a 199. van Uitert, van Tilborgh & van
Consultado em 9 de abril de myth» (https://www.theguardia
2017 137. Naifeh & Smith 2011, pp. 704– Heugten 1990, p. 21
705 n.com/artanddesign/jonathanjo
04. Hughes 1990, p. 144 nesblog/2016/jul/12/vincent-va 200. Hughes 2002, p. 8
05. Pickvance 1984, p. 11 138. Gayford 2006, p. 284 n-gogh-truth-about-ear-exhibiti 201. van Uitert 1981, p. 224
06. Pickvance 1984, p. 177 139. Pickvance 1986, p. 62 on-on-verge-of-insanity-amster 202. van Uitert, van Tilborgh & van
140. Naifeh & Smith 2011, p. 713 dam). The Guardian. Heugten 1990, pp. 16–17
07. Hughes 1990, pp. 143–144 Consultado em 10 de abril de 203. van Uitert 1981, p. 242
08. Pickvance 1986, p. 129; 141. Sweetman 1990, p. 298–300
2017
Pomerans 1997, p. 348 142. Sweetman 1990, p. 300 204. McQuillan 1989, p. 138
171. Walther & Metzger 1994,
09. Nemeczek 1999, pp. 59–61 143. Pickvance 1986, pp. 239–242; p. 669 205. McQuillan 1989, p. 193
10. Gayford 2006, p. 16 Tralbaut 1981, pp. 265–273 206. Van Gogh 2009, «652: To
172. Hulsker 1980, pp. 480–483;
11. Callow 1990, p. 219 144. Hughes 1990, p. 145 Sweetman 1990, pp. 342–343; Theo van Gogh. Arles,
145. Cluskey, Peter (12 de julho de «Reinhold Schneider» (http://g Tuesday, 31 July 1888.» (http://
12. Pickvance 1984, pp. 175–176 vangoghletters.org/vg/letters/le
2016). «Gun used by Vincent allica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k57
13. Tralbaut 1981, p. 266 van Gogh to kill himself goes t652/letter.html). Consultado
03399s). Études. 243: 9. Abril
14. Pomerans 1997, pp. 356, 360 on display» (http://www.irishtim em 11 de abril de 2017
07. Channing & Bradley 2007, r.html). Consultado em 11 de 247. Spurling 1998, pp. 119–138 Consultado em 10 de abril de
p. 67; Van Gogh 2009, «879: abril de 2017 248. «The Unknown Matisse...» (htt 2017
To Willemien van Gogh. 223. Walther & Metzger 1994, p://www.abc.net.au/radionation 265. Boucher, Brian (5 de maio de
Auvers-sur-Oise, Thursday, 5 p. 417 al/programs/booktalk/the-unkn 2015). «Mysterious Asian
June 1890.» (http://vangoghlett 224. Pickvance 1986, pp. 101, 189– own-matisse/3627290). ABC Buyer Causes Sensation at
ers.org/vg/letters/let879/letter.h 191 Online. 5 de agosto de 2005. Sotheby's $368 Million
tml). Consultado em 11 de Consultado em 10 de abril de Impressionist Sale» (https://ne
225. Pickvance 1986, p. 110
abril de 2017 2017 ws.artnet.com/market/led-66m-
08. McQuillan 1989, p. 198 226. Rewald 1978, p. 311 van-gogh-sothebys-impression
249. Spurling 1998, p. 138
227. Pickvance 1986, pp. 132–133 ist-modern-sale-robustly-kicks-
09. Pickvance 1986, pp. 224–228 250. Dorn & Leeman 1990
228. Pickvance 1986, p. 101 off-season-294831). Arnet
10. McQuillan 1989, p. 15 251. Rovers 2007, p. 262 News. Consultado em 10 de
11. Walther & Metzger 1994, 229. Walther & Metzger 1994,
pp. 331–333 252. Rovers 2007, p. 258 abril de 2017
pp. 263–269, 653 253. Selz 1968, p. 82 266. «Pintura de Van Gogh será
230. Pickvance 1984, pp. 45–53
12. Sund 2002, p. 261 254. Faille 1928; «Faille, J[acob]- exibida ao público pela
13. Hughes 2002, p. 10 231. Hulsker 1980, pp. 385 primeira vez; obra vai a leilão
B[aart] de la» (https://web.archi
14. Walther & Metzger 1994, 232. Fell 1997, p. 32 ve.org/web/20160817013119/ em março» (https://g1.globo.co
pp. 265–269 233. Pickvance 1984, p. 177 https://dictionaryofarthistorians. m/pop-arte/noticia/2021/02/25/
15. van Uitert, van Tilborgh & van 234. Hulsker 1980, pp. 390–394 org/faillej.htm). Dictionary of pintura-de-van-gogh-sera-exibi
Heugten 1990, p. 83 235. van Uitert, van Tilborgh & van Art Historians. Consultado em da-ao-publico-pela-primeira-ve
10 de abril de 2017. Arquivado z-obra-vai-a-leilao-em-marco.g
16. Walther & Metzger 1994, Heugten 1990, p. 283; Walther
& Metzger 1994, pp. 680–686 do original (https://dictionaryof html)
pp. 535–537; Cohen 2003,
arthistorians.org/faillej.htm) em 267. Rewald 1986, p. 253
pp. 305–306 236. Walther & Metzger 1994,
p. 654 17 de agosto de 2016 268. Rewald 1986, p. 252
17. Pickvance 1986, p. 131; Van
255. Walther & Metzger 1994, 269. «Van Gogh's Van Gogh» (htt
Gogh 2009, «806: To Theo van 237. Van Gogh 2009, «898: To
Gogh. Saint-Rémy-de- Theo van Gogh and Jo van p. 721 p://www.nga.gov/exhibitions/vg
Provence, Saturday, 28 Gogh-Bonger. Auvers-sur- 256. Feilchenfeldt 2013, pp. 278– msm.shtm). Museu Van Gogh.
September 1889.» (http://vang Oise, on or about Thursday, 10 279 Consultado em 10 de abril de
oghletters.org/vg/letters/let806/ July 1890.» (http://vangoghlett 257. Weikop 2007, p. 208 2017
letter.html#n-16). Consultado ers.org/vg/letters/let898/letter.h 258. Naifeh & Smith 2011, p. 867 270. Rewald 1986, p. 253
em 11 de abril de 2017 tml). Consultado em 10 de 259. McQuillan 1989, p. 19 271. Pomerans 1997, p. xiii
18. Pickvance 1986, pp. 80–81, abril de 2017 272. «Bezoekersrecords voor Van
260. Pomerans 1997, p. x
184–187 238. Walther & Metzger 1994, Gogh Museum en NEMO» (htt
p. 680 261. Pomerans 1997, p. xii
19. Walther & Metzger 1994, ps://www.at5.nl/artikelen/1507
p. 413 239. Rewald 1986, pp. 244–254 262. Farr, Peppiatt & Yard 1999, 51/bezoekersrecords_voor_va
p. 112 n_gogh_museum_en_nemo).
20. «Sunflowers: 1888, Vincent 240. Sund 2002, p. 305
van Gogh» (https://www.nation 241. Sund 2002, p. 307 263. Decker, Andrew (5 de AT5. 15 de dezembro de 2015.
algallery.org.uk/paintings/vince novembro de 1998). «The Consultado em 10 de abril de
242. McQuillan 1989, p. 72 Silent Boom» (http://www.artne 2017
nt-van-gogh-sunflowers).
Galeria Nacional de Londres. 243. Sund 2002, p. 310 t.com/magazine_pre2000/featu 273. Caines, Matthew (1 de
Consultado em 11 de abril de 244. Rewald 1986, pp. 244–254 res/decker/decker11-4- setembro de 2015). «Van
2017 245. Van Gogh 2009; van Gogh, V. 98.asp). Artnet. Consultado em Gogh Museum chief: it's critical
10 de abril de 2017 to diversify our income
21. Walther & Metzger 1994, W. «Memoir of Johanna
p. 411 Gesina van Gogh - Bonger» (h 264. Kimmelman, Michael (25 de streams» (https://www.theguar
ttp://www.webexhibits.org/vang maio de 1993). «Annenberg dian.com/culture-professionals
22. Van Gogh 2009, «666: To Donates A van Gogh to the
Theo van Gogh. Arles, ogh/memoir/nephew/1.html). -network/2015/sep/01/van-gog
Consultado em 10 de abril de Met» (http://www.nytimes.com/ h-museum-chief-axel-ruger-int
Tuesday, 21 or Wednesday, 22 1993/05/25/arts/annenberg-do
August 1888.» (http://vangoghl 2017 erview). The Guardian.
246. Rewald 1986, p. 245 nates-a-van-gogh-to-the-met.ht Consultado em 10 de abril de
etters.org/vg/letters/let666/lette
ml). The New York Times. 2017

Bibliografia
Arnold, Wilfred Niels (1992). Vincent van Gogh: Chemicals, Crises, s://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12782701).
and Creativity. Boston: Birkhäuser. ISBN 978-3-7643-3616-5 doi:10.1258/jrsm.96.6.305 (https://dx.doi.org/10.1258%2Fjrsm.96.6.
Arnold, Wilfred Niels (2004). «The Illness of Vincent van Gogh» (htt 305)
ps://www.researchgate.net/publication/8345093_The_Illness_of_Vi Doiteau, Victor; Leroy, Edgard (1928). La Folie de Vincent Van
ncent_van_Gogh). Journal of the History of the Neurosciences. 13 Gogh. [S.l.]: Éditions Aesculape. OCLC 458125921 (https://www.w
(1): 22–43. PMID 15370335 (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ orldcat.org/oclc/458125921)
15370335). doi:10.1080/09647040490885475 (https://dx.doi.org/1 Dorn, Roland (1990). Décoration: Vincent van Gogh's Werkreihe
0.1080%2F09647040490885475) für das Gelbe Haus in Arles. [S.l.]: Olms Verlag. ISBN 978-3-487-
Blumer, Dietrich (2002). «The Illness of Vincent van Gogh». 09098-6
American Journal of Psychiatry. 159 (4): 519–526. PMID 11925286 Dorn, Roland; Leeman, Fred (1990). Költzsch, Georg-Wilhelm, ed.
(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11925286). Vincent van Gogh and the Modern Movement, 1890–1914. [S.l.:
doi:10.1176/appi.ajp.159.4.519 (https://dx.doi.org/10.1176%2Fappi. s.n.] ISBN 978-3-923641-33-8
ajp.159.4.519) Dorn, Roland; Schröder, Albrecht; Sillevis, John (eds.) (1996). Van
Callow, Philip (1990). Vincent van Gogh: A Life. [S.l.]: Ivan R. Dee. Gogh und die Haager Schule. [S.l.]: Bank Austria Kunstforum.
ISBN 978-1-56663-134-1 ISBN 978-88-8118-072-1
Channing, Laurence; Bradley, Barbara J. (2007). Monet to Dalí: Druick, Douglas; Keyes, George (2000). Van Gogh Face to Face:
Impressionist and Modern Masterworks from the Cleveland The Portraits. [S.l.]: Thames & Hudson. ISBN 978-0-89558-153-2
Museum of Art. Cleveland: Cleveland Museum of Art. ISBN 978-0- Druick, Douglas; Zegers, Pieter (2001). Van Gogh and Gauguin:
940717-90-9 The Studio of the South. [S.l.]: Thames & Hudson. ISBN 978-0-500-
Cohen, Ben (2003). A Tale of Two Ears (https://www.ncbi.nlm.nih.g 51054-4
ov/pmc/articles/PMC539517/). Journal of the Royal Society of Edwards, Cliff (1989). Van Gogh and God: A Creative Spiritual
Medicine. 96. [S.l.: s.n.] pp. 305–306. PMC 539517 (https://www.nc Quest. [S.l.]: Loyola University Press. ISBN 978-0-8294-0621-4
bi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC539517) . PMID 12782701 (http
Erickson, Kathleen Powers (1998). At Eternity's Gate: The Spiritual Perry, Isabella H. (1947). «Vincent van Gogh's illness: a case
Vision of Vincent van Gogh. [S.l.]: Eerdmans. ISBN 978-0-8028- record». Bulletin of the History of Medicine. 21: 146–172
4978-6 Pickvance, Ronald (1974). English Influences on Vincent van
Faille, Jacob-Baart de la (1928). L'Oeuvre de Vincent van Gogh: Gogh. [S.l.]: Arts Council. University of Nottingham
Catalogue Raisonnée. [S.l.]: G. van Oest. OCLC 3312853 (https://w Pickvance, Ronald (1986). Van Gogh in Saint-Rémy and Auvers.
ww.worldcat.org/oclc/3312853) [S.l.]: Abrams. ISBN 978-0-87099-477-7
Farr, Dennis; Peppiatt, Michael; Yard, Sally (1999). Francis Bacon: Pomerans, Arnold (1997). The Letters of Vincent van Gogh. [S.l.]:
A Retrospective. [S.l.]: Harry N. Abrams. ISBN 978-0-8109-2925-8 Penguin Classics. ISBN 978-0-14-044674-6
Feilchenfeldt, Walter (2013). Vincent Van Gogh: The Years in Rewald, John (1986). Studies in Post-Impressionism. [S.l.]:
France: Complete Paintings 1886–1890. [S.l.]: Philip Wilson. Abrams. ISBN 978-0-8109-1632-6
ISBN 978-1-78130-019-0 Rosenblum, Robert (1975). Modern Painting and the Northern
Fell, Derek (1997). The Impressionist Garden. [S.l.]: Frances Romantic Tradition: Friedrich to Rothko. [S.l.]: Harper & Row.
Lincoln. ISBN 978-0-7112-1148-3 ISBN 978-0-06-430057-5
Fell, Derek (2015). Van Gogh's Women: His Love Affairs and Rovers, Eva (2007). « 'He Is the Key and the Antithesis of so Much':
Journey into Madness. [S.l.]: Pavilion Books. ISBN 978-1-910232- Helene Kröller-Müller's Fascination with Vincent van Gogh».
42-2 Simiolus: Netherlands Quarterly for the History of Art. 33 (4).
Gayford, Martin (2006). The Yellow House: Van Gogh, Gauguin, JSTOR 25608496 (https://www.jstor.org/stable/25608496)
and Nine Turbulent Weeks in Arles. [S.l.]: Penguin. ISBN 978-0- Selz, Peter Howard (1968). German Expressionist Painting. [S.l.]:
670-91497-5 University of California Press. ISBN 978-0-520-02515-8
Geskó, Judit (2006). Van Gogh in Budapest. [S.l.]: Vince Books. Spurling, Hilary (1998). The Unknown Matisse: A Life of Henri
ISBN 978-963-7063-34-3 Matisse, 1869–1908. 1. [S.l.]: Hamish Hamilton. ISBN 978-0-679-
Grant, Patrick (2014). The Letters of Vincent van Gogh: A Critical 43428-3
Study. Edmonton: Athabasca University Press. ISBN 978-1- Sund, Judy. Van Gogh. [S.l.]: Phaidon. ISBN 978-0-7148-4084-0
927356-74-6
Sweetman, David (1990). Van Gogh: His Life and His Art. [S.l.]:
Hammacher, Abraham M. (1985). Vincent van Gogh: Genius and Touchstone. ISBN 978-0-671-74338-3
Disaster. [S.l.]: Harry N. Abrams. ISBN 978-0-8109-8067-9
Tralbaut, Marc Edo (1981) [1969]. Vincent van Gogh, le mal aimé.
Hayden, Deborah (2003). Pox: Genius, Madness and the Mysteries [S.l.]: Alpine Fine Arts. ISBN 0-933516-31-2
of Syphilis. [S.l.]: Basic Books. ISBN 978-0-465-02881-8
Van der Veen, Wouter; Knapp, Peter (2010). Van Gogh in Auvers:
Hemphill, R. E. (1961). «The illness of Vincent van Gogh». The His Last Days. [S.l.]: Monacelli Press. ISBN 978-1-58093-301-8
Proceedings of the Royal Society of Medicine. 54: 1083–1088 van Gogh, Vincent (2009). Janse, Leo; Luijten, Hans; Bakker,
Hughes, Robert (1990). Nothing If Not Critical. [S.l.]: The Harvill Nienke, ed. Vincent van Gogh: The Letters (http://vangoghletters.or
Press. ISBN 978-0-14-016524-1 g/vg/). [S.l.]: Van Gogh Museum & Huygens ING
Hughes, Robert (2002). The Portable Van Gogh. [S.l.]: Universe. Van Heugten, Sjraar (1996). Vincent van Gogh: tekeningen 1:
ISBN 978-0-7893-0803-0 Vroege jaren 1880–1883. [S.l.]: V+K. ISBN 978-90-6611-501-9
Hulsker, Jan (1980). The Complete Van Gogh. [S.l.]: Phaidon. van Uitert, Evert (1981). «Van Gogh's Concept of His Oeuvre».
ISBN 978-0-7148-2028-6 Simiolus: Netherlands Quarterly for the History of Art. 12 (4): 223–
Lubin, Albert J. (1972). Stranger on the Earth: A Psychological 244. JSTOR 3780499 (https://www.jstor.org/stable/3780499).
Biography of Vincent van Gogh. [S.l.]: Holt, Rinehart and Winston. doi:10.2307/3780499 (https://dx.doi.org/10.2307%2F3780499)
ISBN 978-0-03-091352-5 van Uitert, Evert; van Tilborgh, Louis; van Heugten, Sjraar (eds.)
McQuillan, Melissa (1989). Van Gogh. [S.l.]: Thames and Hudson. (1990). Vincent van Gogh. [S.l.]: Arnoldo Mondadori Arte de Luca.
ISBN 978-0-500-20232-6 ISBN 88-242-0022-2
Naifeh, Steven W.; Smith, Gregory White (2011). Van Gogh: The Walther, Ingo; Metzger, Rainer (1994). Van Gogh: the Complete
Life. [S.l.]: Random House. ISBN 978-0-375-50748-9 Paintings. [S.l.]: Taschen. ISBN 978-3-8228-0291-5
Nemeczek, Alfred (1990). Van Gogh in Arles. [S.l.]: Prestel Verlag. Weikop, Christian (2007). «Exhibition Reviews: Van Gogh and
ISBN 978-3-7913-2230-8 Expressionism. Amsterdam and New York». The Burlington
Pickvance, Ronald (1984). Van Gogh in Arles. [S.l.]: Abrams. Magazine. 149 (1248). JSTOR 20074786 (https://www.jstor.org/sta
ISBN 978-0-87099-375-6 ble/20074786)
Wilkie, Kenneth (2004). The Van Gogh File: The Myth and the Man.
[S.l.]: Souvenir Press. ISBN 978-0-285-63691-0

Ligações externas
The Vincent van Gogh Gallery (http://www.vggallery.com/) (em inglês) coleção completa das obras e cartas de van Gogh
Vincent van Gogh: The Letters (http://vangoghletters.org/vg/) (em inglês) todas as cartas de van Gogh com anotações
Vincent van Gogh (http://www.nga.gov/content/ngaweb/education/teachers/teaching-packets/van-gogh.html/) (em inglês) na Galeria
Nacional de Arte
Obras de Vincent van Gogh (https://archive.org/search.php?query=%28%28subject%3A%22Gogh%2C%20Vincent%20van%22%20OR%2
0subject%3A%22Gogh%2C%20Vincent%20v%2E%22%20OR%20subject%3A%22Gogh%2C%20V%2E%20v%2E%22%20OR%20subje
ct%3A%22Vincent%20van%20Gogh%22%20OR%20subject%3A%22Vincent%20v%2E%20Gogh%22%20OR%20subject%3A%22V%2
E%20v%2E%20Gogh%22%20OR%20subject%3A%22Gogh%2C%20Vincent%22%20OR%20subject%3A%22Vincent%20Gogh%22%20
OR%20creator%3A%22Vincent%20van%20Gogh%22%20OR%20creator%3A%22Vincent%20v%2E%20Gogh%22%20OR%20creator%3
A%22V%2E%20v%2E%20Gogh%22%20OR%20creator%3A%22V%2E%20van%20Gogh%22%20OR%20creator%3A%22Gogh%2C%20
Vincent%20van%22%20OR%20creator%3A%22Gogh%2C%20Vincent%20v%2E%22%20OR%20creator%3A%22Gogh%2C%20V%2E%
20v%2E%22%20OR%20creator%3A%22Gogh%2C%20V%2E%20van%22%20OR%20creator%3A%22Vincent%20Gogh%22%20OR%20
creator%3A%22Gogh%2C%20Vincent%22%20OR%20title%3A%22Vincent%20van%20Gogh%22%20OR%20title%3A%22Vincent%20
v%2E%20Gogh%22%20OR%20title%3A%22V%2E%20v%2E%20Gogh%22%20OR%20title%3A%22Vincent%20Gogh%22%20OR%20d
escription%3A%22Vincent%20van%20Gogh%22%20OR%20description%3A%22Vincent%20v%2E%20Gogh%22%20OR%20descriptio
n%3A%22V%2E%20v%2E%20Gogh%22%20OR%20description%3A%22Gogh%2C%20Vincent%20van%22%20OR%20description%3
A%22Gogh%2C%20Vincent%20v%2E%22%20OR%20description%3A%22Vincent%20Gogh%22%20OR%20description%3A%22Gogh%
2C%20Vincent%22%29%20OR%20%28%221853-1890%22%20AND%20Gogh%29%29%20AND%20%28-mediatype:software%29) (em
inglês) no Internet Archive

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Vincent_van_Gogh&oldid=60524710"
Esta página foi editada pela última vez às 19h39min de 25 de fevereiro de 2021.

Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0) da Creative Commons; pode estar sujeito a condições
adicionais. Para mais detalhes, consulte as condições de utilização.

Você também pode gostar