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ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE

Neoclassicismo e Romantismo

“SE A ERA MODERNA NASCEU DURANTE A REVOLUÇÃO AMERICANA DE 1776 E


FRANCESA DE 1789, ESSES EVENTOS CATACLISMOS FORAM PRECEDIDOS POR UMA
REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO QUE TINHA COMEÇADO MEIO SÉCULO ANTES”.

(HUME, VOLTAIRE, ROUSSEAU DENTRE OUTROS ILUMINISTAS).


(...) NAS ARTES, ASSIM COMO NA ECONOMIA, NA POLÍTICA E NA RELIGIÃO, ESSE
SENTIMENTO RACIONALISTA VOLTOU-SE CONTRA A PRÁTICA DOMINANTE DO
BARROCO-ROCOCÓ, ENFEITADO E ARISTROCRÁTICO”.
Neoclassicismo – Características/Contexto
- Retomada dos elementos da arte clássica e oposição ao Rococó;
- Inspiração nos ideais do Iluminismo e nas descobertas arqueológicas de
Pompéia e Herculano, cidades romanas, (surgiu após a revolução francesa);
- Expressa os valores da nova burguesia, não mais da aristocracia;
- Temas mitológicos e cotidianos
- Racionalismo, idealismo, simplicidade e equilíbrio das formas;
- Uso da Proporção e da clareza (O belo viria das formas clássicas, não da
imitação da natureza);
- As academias especializam-se no ensino das técnicas e regras clássicas;
- Desenho e sombreamento limpos, sem evidências de pinceladas.
- Escultura reflete a antiga tradição greco-romana: ordem, clareza, austeridade,
equilíbrio e propósito, com um fundo moralizante.
Pintura do neoclassicismo
- Corrente estética internacional surgida na Europa que vai de
meados do século XVIII e meados do século XIX, originando-se
como uma reação aos excessos do barroco e rococó.
- Teve como base teórica os estudos arqueológicos, que trouxeram
para o cotidiano as discussões e documentos da arte antiga e
ajudaram a formar as coleções e o colecionismo. Principais
documentos: publicações de descrições de monumentos clássicos,
com gravuras e desenhos sobre estes.
- Temas históricos, mitológicos e contemporâneos. G
- Na pintura a tendencia anti-rococó, foi inicialmente mais uma
questão de conteúdo que de estilo. Napoleão
Jacques-Louis DAVID.
O Juramento dos
Horácios, 1784. Óleo
sobre tela, 330 × 425 cm,
Louvre, Paris.

Temática inspirada na Roma


Antiga, exalta os valores
estéticos da Antiguidade e
os etilizam para transmitir
uma mensagem: cidadãos
(homens livres), agarram em
armas, ou seja, tomam nas
suas mãos o poder sobre o
futuro da nação. O quadro
foi o grande destaque do
Salão de Paris em 1784.
Jacques-Louis
DAVID A Morte de
Sócrates,1787.
Óleo sobre tela,
1,30 x 1,96m.
Museu
Metropolitano de
Arte, Nova York.
Jacques-Louis DAVID. A Morte de
Marat. 1793. Oleo sobre tela,
1,65x1,28m. Museu Real de Belas
Artes, Bruxelas.

Seu estilo de inspiração romana foi


admirado pelos filósofos iluministas.
Teve participação ativa na revolução
francesa e durante alguns anos controlou
as atividades artísticas na França.
Na tela a retratação da morte de Marat um
dos dos lideres políticos da revolução que
foi assassinado numa banheira.
Temática pouco usual, o quadro foi
considerada uma obra prima. A arte
clássica coincide com o relato referencial.
Jacques-Louis David. Retrato
Equestre de Bonaparte no Monte
Saint-Bernard, 1801, Castelo de
Malmaison, França.

Representação da travessia de
Napoleão através dos Alpes
Jean Auguste Dominique Ingres.
Banhista de Valpinçon,1808. Óleo
sobre tela, 1,46x97,5. Museu do
Louvre.
Dominique INGRES.
Defensor da ortodoxia clássica contra A o
avanço do romantismo. É reconhecido seu
domínio pelo desenho e apuro técnico no uso
dos tons claros para a representação da pele.
Pintou diversos nus femininos, de linhas
sinuosas, desenho exato e formas puras.
Seus quadros são dominados por um sentido
irreal, exótico, próprio do século 18.
Em seus ensinamentos, insistia na disciplina
da precisão absoluta, nas aulas com modelos,
e desprezava toda e qualquer improvisação e
desordem.
Dominique INGRES.
Autorretrato. 1803
Dominique Ingres. Louise de Broglie,
Condessa de Haussonville, 1845, Frick
Collection
Victor Meirelles. A
Primeira Missa no Brasil,
1861.
Óleo sobre tela. 2,68
x 356 m, Museu Nacional
de Belas Artes-RJ.

Quadro inspirado na carta


de Pero Vaz de Caminha,
foi pintado em Paris,
exposto no Salão Oficial
de Paris de 1861.
Busca exaltar a formação
dos Estados Nacionais
com figuras heróicas e
paisagem natural.
Pedro Américo de Figueiredo e Melo. O Grito do Ipiranga, 1888. Óleo sobre tela 4,15 x
7,60m. Museu Imperial-RJ.
Jean-Antoine Houdon. Retrato de
Jean-Jacques Rousseau, 1778. Escultura.
Metropolitan Museum of Art. New York.
Antonio Canova. Teseu
derrotando o centauro,
1805-1819. Kunsthistorisches
Museum-Viena.

O desenvolvimento da escultura
neoclássica segue o padrão da
pintura e da arquitetura, mas é
menos ousada que as duas.
Os escultores ficaram subjugados
pela autoridade atribuída as
estatuas da Antiguidade.
A arte do retrato foi o seu melhor
campo
Antonio Canova: Perseu com a
cabeça da Medusa, c. 1800, Museus
Vaticanos
Lorenzo
Bartolini. Ninfa
picada por um
escorpião,
1845. Louvre
Jean-Jacques Pradier. As três Graças,
1825. Louvre
Rodolpho Bernardelli. Cristo e a mulher
adúltera, 1881, MNBA.
Romantismo ou Estilo Pitoresco
O Iluminismo libertou não só a razão mas também o seu oposto.
Os Românticos exaltaram a liberdade, o poder, o amor, a violência,
os gregos, a Idade Média e a emoção como um fim em si mesma.
Os românticos procuraram um estilo no passado e assim
favoreceram o renascimento de um ilimitado número de estilos.
Assim, podemos dizer que o Neoclassicismo nada mais foi que um
aspecto do Romantismo, pelo menos no século XIX.

“Nenhum artista pode ser sinceramente romântico, pois a criação de


uma obra de arte requer um distanciamento, autoconsciência e
disciplina”. (Janson e Janson, 2018)
Romantismo
Reação contra a tendência neoclássica.
Busca a libertação das convenções
acadêmicas.
A livre expressão do artista é mais
importante.
Valoriza os sentimentos e a imaginação
como princípios da criação artística.
Literatura como fonte de inspiração
para a pintura e escultura.

François Rude: A Marselhesa, 1833.


Arco do Triunfo de Paris
Antonio Canova. Napoleão como
Marte o Pacificador, 1806. Retrato,
Mármore, 3,40,0m de altura.

Há uma adaptação do estilo


neoclássico com novas finalidades.
A elevação de determinadas figuras
politicas à divindades representa o
abandono do ideal do Iluminismo em
prol do culto romântico da
individualidade.
Antonio Canova. Pauline Bonaparte como Venus, 1808. Mármore,
tamanho natural. Galeria Bourghese Roma.
A pintura romântica
francesa surgiu do
ao estúdio de
David, grande
admirador de
Napoleão que
pintou vários
quadros
glorificando o
imperador

Dominique Ingres. Grande Odalisca, 1814, óleo sobre tela, 91 x 162 cm,
Louvre. As proporções alongadas do tema, que lembram os pintores maneiristas
do século XVI, refletem a busca de Ingres pela forma pura de seu modelo.
Dominique Ingres. A Primavera, 1856, Musée
d'Orsay, Paris.

Ingres pode ser atribuído ao romantismo ou ao


neoclassicismo.
Emprestava ao seu trabalho uma sensualidade
experimental e sedutora: corpo impecável, traços faciais
idealizados e uma materialidade perfeitamente
ilusionista.
Explorava temas complexos: morais, exóticos e até
eróticos.
Através de imagens de personagens graciosos - como
em sua obra "Primavera" - buscou a beleza perfeita.
Francisco Goya. A
Família de Carlos IV.
Óleo sobre tela
2,79x3,35. Museu do
Prado, Madri.

Absorveu as ideias
libertárias do Iluminismo,
embora fosse um pintor da
corte. Abandonou o
Rococó por um estilo
Neobarroco inspirado em
Velazquez e Rambrandt.
Francisco Goya. Três de
Maio 1808, 1814-15. Óleo
sobre tela 2,97x4,06.
Museu do Prado, Madri.

A pintura retrata a
execução de madrilenos.
A luz é neobarroca.
Os mártires estão sendo
sacrificados pela
Liberdade e não pelo reino
dos céus.
Retrata a tirania política
da época. É a ocupação
da Espanho pelo exercito
de Napoleão.
Jean-Louis André Théodore Gérricault. A Balsa da Medusa, 1818-19. Óleo sobre
tela, 4,91x7,16m. Museu do Louvre - Paris
Eugène Delacroix. A
Liberdade Guiando o
Povo, 1830, Museu do
Louvre – Paris.
Joseph Mallord
William Turner. O
Navio Negreiro,
1840. Óleo sobre
tela, 0,91x1,22m,
Museu de Belas
Artes, Boston.
Camille Corot. A catedral de
Chartres, 1830. Óleo sobre
tela, 64cm x 51 cm. Museu do
Louvre – Paris.
Neoclassicismo e Romantismo (Ecletismo) na Arquitetura
Características
- Uso das ordens clássicas: Dórica, Jônica, Coríntia, Toscana e
Compósita;
- presença dos materiais nobres, como pedra, mármore, granito e
madeira nas construções;
- plantas retangulares, geométricas e simétricas;
- volumes corpóreos maciços e bem definidos;
- uso de processos técnicos avançados: abóbada de berço ou
aresta, uso da proporção, simetria, frontões triangulares e uso
de cúpulas;
- Monumentalidade, parcimônia nas cores e mobiliário.
Portão de Brandemburgo. Berlim.1788-1791.
Panthéon de
Paris.1757-1790.
Panthéon de Paris.1757-1790.
A planta assenta em
uma cruz grega em
que suas quatro
pontas terminam em
uma fachada
Panthéon de Paris.1757-1790.
Église de la Madeleine, 1806-24
Solar neoclássico,
projetado por Grandjean
de Montigny, integrante
da Missão Artística
Francesa (1816) e
professor da Academia
Imperial de Belas-Artes.
Encomendado por João
VI de Portugal em 1819
para a instalação da
primeira Praça do
Comércio da cidade do
Rio de Janeiro, foi
inaugurado em 13 de
maio
ii
de 1820
Atualmente abriga o Centro Cultural Casa França-Brasil
Solar Grandjean de
Montigny, 1823 - Atual
Museu Universitário
PUC-Rio.

Construído para residência


do arquiteto August
Grandjean de Montigny que
chegou ao Brasil em março
de 1816 integrando a
Missão Artística Francesa,
um grupo de artistas e
técnicos contratados por D.
João VI para desenvolver a
indústria e a cultura
brasileiras
Teatro José de Alencar, inaugurado em 1910. É um representante da
arquitetura eclética. Sua parte interna é arquitetura de ferro em estilo
art noveau, enquanto a fachada possui elementos da linguagem
clássica de forma eclética.

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