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LINHA DO TEMPO DA HISTÓRIA DA ARTE

ARTE PRÉ-HISTÓRICA
A história da arte tem origens na era pré-histórica, especificamente no Paleolítico, com
artefatos como entalhes, gravuras, imagens pictóricas e esculturas em pedra. Usando
pigmentos naturais, essa arte representava objetos, animais e rituais que definiam a vida
civilizacional. Um exemplo notável são as pinturas rupestres de Lascaux, na França,
descobertas em 1940 e com até 20.000 anos de idade, retratando animais e vegetação da
região.

ARTE ANTIGA
A arte antiga foi produzida por civilizações avançadas com linguagem escrita, incluindo
Mesopotâmia, Egito, Grécia e Américas. O propósito variava, mas a maioria servia para
contar histórias, decorar objetos utilitários, exibir imagens religiosas e demonstrar status
social. O Código de Hamurabi, famoso na Mesopotâmia, criado por volta de 1792 a.C., é
uma obra significativa com leis babilônicas esculpidas em pedra, adornadas com a imagem
do rei Hammurabi e o deus Shabash.

ARTE MEDIEVAL
A Idade Média, conhecida como "Idade das Trevas", sucedeu à queda do Império Romano
em 476 DC, marcando um período de deterioração econômica e cultural. As primeiras obras
refletiam essa escuridão com imagens grotescas e cenários brutais. A arte centrava-se na
Igreja, evoluindo para igrejas sofisticadas com decoração elaborada, destacando temas
bíblicos e mitologia. Surgiram o manuscrito iluminado e a arquitetura gótica, exemplificados
nas catacumbas de Roma, Hagia Sophia em Istambul, os Evangelhos de Lindisfarne e
Notre Dame, uma proeminente catedral gótica parisiense.
Giotto di Bondone: Pintor italiano, conhecido por afrescos na capela scrovegni.

ARTE DA RENASCENÇA
O Renascimento, destacado por seu foco na natureza e individualismo, floresceu nos
séculos 15 e 16, impulsionado por mudanças sociais e econômicas. Em Florença, Itália, os
Medici apoiaram intensamente as artes e o humanismo. Brunelleschi e Donatello foram
inovadores-chave. O Alto Renascimento (1490-1527) destacou Da Vinci, Michelangelo e
Rafael, trazendo criatividade e expressão emocional. Caracterizado por realismo e estudo
anatômico preciso, a arte utilizou perspectiva linear e jogos de luz e sombra. Após o Alto
Renascimento, a transição estilística para o maneirismo ocorreu com os conflitos entre fé
cristã e humanismo.
Leonardo da Vinci: Mona Lisa e A última ceia.

MANEIRISMO
Os artistas maneiristas, influenciados por Michelangelo e Rafael, destacaram-se por
priorizar estilo e técnica sobre o significado do assunto. Suas obras apresentavam figuras
com membros alongados, cabeças pequenas e detalhes exagerados, resultando em
composições complexas, afastando-se dos ideais renascentistas de composição
harmoniosa e perspectiva linear.
El Greco: Artista espanhol, "O Enterro do Conde de Orgaz".
BARROCO
O Barroco sucedeu ao Maneirismo, destacando-se por artes visuais e arquitetura
ornamentadas. Caracterizado por grandiosidade e riqueza, o período enfatizou a expansão
do intelecto humano e a descoberta global. Os artistas barrocos eram estilisticamente
complexos, com pinturas dramáticas, exemplificadas por Caravaggio e Rembrandt. O
contraste intenso entre claro e escuro, composições dinâmicas e paletas ricas definiram a
expressão artística barroca.
Caravaggio: Pintor italiano, "Judite Decapitando Holofernes".

ROCOCÓ
O Rococó, originário em Paris, abraçou diversas formas artísticas, oferecendo uma estética
mais suave em comparação ao barroco exuberante. Caracterizado por leveza, elegância e
ênfase em formas naturais, design assimétrico e cores sutis. Pintores como Watteau e
Boucher adotaram pinceladas ricas e cores frescas. Esse estilo influenciou prata, porcelana
e móveis franceses, destacando-se por formas curvas, desenhos florais e uso expressivo de
dourado.
Jean-Honoré Fragonard: Pintor francês, "O Balanço".

NEOCLASSICISMO
O Neoclassicismo, inspirado na antiguidade clássica, viu um ressurgimento do interesse por
ruínas arqueológicas em Atenas e Nápoles. Os artistas buscaram recriar as grandiosas
obras da arte antiga, promovendo ideais clássicos de harmonia, simplicidade e proporção.
Influenciados pelo idealismo, incorporaram elementos modernos e historicamente
relevantes em suas criações. Antonio Canova, escultor italiano, exemplificou essa
abordagem ao usar elementos clássicos em suas esculturas de mármore, evitando a
artificialidade fria de obras anteriores.
Jacques-Louis David: Pintor francês, "A Morte de Marat".

ROMANTISMO
O Romantismo abrange diversas disciplinas, desde pintura até música e literatura. Diferindo
da ordem e harmonia do classicismo e neoclassicismo, os artistas românticos valorizaram a
individualidade e a imaginação. A apreciação pela natureza foi um ideal proeminente,
levando a muitos artistas a explorar a pintura ao ar livre. Além disso, o romantismo destacou
a paixão, emoção e sensação em detrimento do intelecto e da razão.
Eugène Delacroix: Pintor francês, "A Liberdade Guiando o Povo".

REALISMO
O Realismo, possivelmente o primeiro movimento de arte moderna, surgiu na França na
década de 1840. Impulsionado pelo movimento anti-romântico na Alemanha, a ascensão do
jornalismo e a invenção da fotografia, o Realismo refletiu um novo interesse em retratar com
precisão a vida cotidiana. Líderes como Gustave Courbet buscaram representações
detalhadas e realistas, comprometendo-se a pintar apenas o que podiam observar
fisicamente.
Gustave Courbet: Artista francês, "O Estúdio do Artista".

ARTE NOUVEAUA
Art Nouveau, ou "Nova Arte", buscou ser autêntica, sem imitar estilos anteriores.
Influenciando artes aplicadas, gráficos e ilustração, concentrou-se em elementos naturais
com linhas longas e sinuosas. Artistas proeminentes, como Alphonse Mucha,
destacaram-se em arquitetura, design gráfico, joalheria e pintura. Antoni Gaudi, arquiteto
espanhol, foi além, criando construções curvas e coloridas, exemplificadas na Basílica da
Sagrada Família em Barcelona.
Alphonse Mucha: "Job Cigarette Papers" (Cartaz publicitário).

IMPRESSIONISMO
Os impressionistas buscaram capturar instantaneamente momentos específicos, utilizando
pinceladas curtas e rápidas, criando uma sensação de esboço inacabado. Focando na vida
moderna, representaram cenas como salões de dança e regatas em veleiros, em vez de
temas históricos. Claude Monet, líder do movimento, é conhecido por expressar as
percepções imediatas da natureza, destacando-se em obras como "The Water Lily Pond,"
"Woman with a Parasol," e "Impression, Sunrise," que deu nome ao movimento.
Claude Monet: "Impressão, Nascer do Sol".

PÓS-IMPRESSIONISMO
Os pintores pós-impressionistas, embora independentes, compartilhavam ideais
semelhantes, concentrando-se em visões subjetivas e significados pessoais simbólicos em
detrimento das observações do mundo exterior. Isso era frequentemente alcançado por
meio de formas abstratas. Notáveis pós-impressionistas incluem Georges Seurat,
reconhecido pelo pontilhismo, usando pequenos pontos distintos para formar imagens, e
Vincent van Gogh, que buscava expressão pessoal através de pinceladas ásperas e tons
escuros.
Vincent van Gogh: "Noite Estrelada" e "Girassóis

FAUVISMO
Liderado por Henri Matisse, o Fauvismo, primeiro movimento de vanguarda do século 20,
destacou-se pelo uso expressivo de cores intensas, linhas e pinceladas, além de um design
ousado e composição plana. A separação da cor de seu propósito descritivo, exemplificada
nas obras de Matisse, foi um elemento central do movimento. O Fauvismo foi um precursor
significativo do cubismo e do expressionismo.
Henri Matisse: "Alegria de Viver".

EXPRESSIONISMO
O expressionismo surgiu como resposta a visões de mundo conflitantes e à perda de
espiritualidade. Buscando representar os sentimentos do artista, a arte expressionista usou
distorção de forma e cores intensas para exibir emoções cruas e ansiedades. Os pintores
expressionistas, em busca de autenticidade, exploraram além da arte ocidental, revisitando
tradições folclóricas nativas e arte tribal em museus etnográficos. Raízes no trabalho de Van
Gogh, Munch e Ensor; grupos como Die Brücke e Der Blaue Reiter foram formados para
publicar obras e expressar ideais coletivos.
Edvard Munch: "O Grito".

CUBISMO
O Cubismo, iniciado por Picasso e Braque, rejeitou a ideia de que a arte deveria imitar a
natureza. Rompendo com técnicas e perspectivas tradicionais, eles fragmentaram
radicalmente objetos por meio da abstração. A arte cubista é caracterizada por superfícies
planas bidimensionais, formas geométricas ou "cubos", e múltiplos pontos de observação,
frequentemente resultando em assuntos não discerníveis.
Pablo Picasso: "Les Demoiselles d'Avignon".

SURREALISMO
O surrealismo surgiu do movimento Dadá em 1916, desafiando a razão com obras de arte.
Os surrealistas criticaram a mentalidade racionalista, atribuindo-a a eventos como a
Primeira Guerra Mundial, alegando que reprimia pensamentos imaginativos. Influenciados
por Karl Marx e Sigmund Freud, os surrealistas exploraram a psicanálise e o poder da
imaginação. Artistas notáveis, como Salvador Dalí, utilizaram a mente inconsciente para
retratar revelações da vida cotidiana, combinando sonhos vívidos com precisão histórica em
suas pinturas.
Salvador Dalí: "A Persistência da Memória".

EXPRESSIONISMO ABSTRATO
O Expressionismo Abstrato, originado em Nova York pós-Segunda Guerra Mundial,
influenciado pelo Surrealismo, é também chamado Escola de Nova York ou pintura de ação.
Artistas romperam com a convenção, usando espontaneidade e improvisação para criar
obras abstratas, muitas em escala colossal, colocadas diretamente no chão. Destacam-se
Jackson Pollock, conhecido pelo gotejamento em sua pintura, e Mark Rothko, que utiliza
grandes blocos de cores para transmitir espiritualidade.
Jackson Pollock: "Nº 5, 1948".

OP ART
A Op Art, surgida nos anos 1950-1960, impulsionada por avanços científicos e tecnológicos,
explorava efeitos ópticos e ilusões. Iniciou-se com a exposição coletiva "Le Mouvement" em
1955. Artistas desse movimento utilizavam formas, cores e padrões para criar imagens que
pareciam estar em movimento ou desfocadas, frequentemente em preto e branco para
máximo contraste. Esses padrões abstratos tinham o objetivo de confundir e excitar os
olhos. Bridget Riley, uma destacada artista inglesa, é conhecida por seu trabalho
emblemático "Blaze" de 1964, que utiliza linhas zigue-zague em preto e branco para criar a
ilusão de um decote circular.
Victor Vasarely: "Zebra".

POP ART
A Pop Art, destacada nos anos 1950-1960, é um marco no século XX, afastando-se do
expressionismo abstrato ao utilizar objetos cotidianos para criar obras inovadoras que
desafiam o consumismo e a mídia de massa. Introduzindo imagens identificáveis,
representou uma mudança no modernismo. Artistas como Andy Warhol e Roy Lichtenstein
promoveram a ideia de que a arte pode derivar de qualquer fonte, eliminando hierarquias
culturais. A icônica produção de Warhol, as Latas de Sopa Campbell, é uma das obras mais
famosas da cultura pop.
Andy Warhol: "Marilyn Diptych".

ARTE POVERA
A Arte Povera, nos anos 1960, desafiou sistemas modernistas ao incorporar materiais
comuns, como solo, pedras e corda, em criações esculturais. Essa abordagem, traduzida
como "arte pobre", evocava um sentimento pré-industrial. O artista italiano Mario Merz, junto
a outros como Giovanni Anselmo e Alighiero Boetti, produziu obras anti-elitistas baseadas
em materiais do cotidiano. Um exemplo é "Giap’s Igloo" de 1968, parte de sua série de
iglus, centrando-se nas necessidades básicas da vida: abrigo, calor e comida.
Michelangelo Pistoletto: "Venus of the Rags".

MINIMALISMO
O movimento minimalista, originado em Nova York, surgiu quando jovens artistas
questionaram as obras expressivas dos expressionistas abstratos. Focado no anonimato e
materialidade, incentiva os espectadores a se concentrarem no presente, usando formas
purificadas, ordem, simplicidade e harmonia, em vez de paralelos com realidades externas
e emoções. Frank Stella, pioneiro do minimalismo, produziu as não representativas "Black
Paintings" entre 1958 e 1960, caracterizadas por padrões de listras retilíneas uniformes em
tinta preta metálica.
Donald Judd: "Untitled" (Série de esculturas minimalistas).

ARTE CONCEITUAL
A arte conceitual rejeitou movimentos artísticos anteriores, priorizando ideias sobre
componentes visuais, expressando-se por meio de performances e formas efêmeras. Ewa
Partum, artista performática polonesa, praticou a Poesia Ativa, dispersando letras em
paisagens. Joseph Kosuth, artista americano, explorou a linguagem na arte em "One and
Three Chairs" (1965), representando uma cadeira de três maneiras para transmitir
diferentes significados do mesmo objeto. Por focar em ideias e conceitos, a arte conceitual
não possui um estilo ou forma distintos.
Joseph Kosuth: "One and Three Chairs".

ARTE CONTEMPORÂNEA
A arte contemporânea, desde os anos 1970 até hoje, abrange diversas escolas e
movimentos:

Pós-modernismo: Reagindo ao modernismo, artistas expressam ceticismo, ironia e críticas


filosóficas.

Arte feminista: Surge para transformar estereótipos e desafiar uma história da arte
dominada por homens.

Neo Expressionismo: Artistas buscam reviver aspectos originais do expressionismo, criando


obras altamente texturais e expressivas.

Arte de rua: Artistas como Keith Haring, Jean-Michel Basquiat, Banksy criam grafites em
locais públicos.

Geração de imagens: Cindy Sherman, Louise Lawler, Gary Simmons exploram imagens
reconhecíveis.

Arte de apropriação: Foco no uso de imagens com pouca transformação da forma original.

Young British Artists (YBA): Artistas londrinos conhecidos por chocar o público, ultrapassar
limites e empreendedorismo.
Arte digital: Utilização de tecnologia, como computadores e software, para criar obras.

A arte contemporânea reflete uma ampla variedade de práticas e abordagens, influenciada


por diferentes contextos e perspectivas.

Ai Weiwei: "Dropping a Han Dynasty Urn" (Vasos da Dinastia Han).

FONTE BIBLIOGRÁFICA

https://www.ocasaldafoto.com/linha-do-tempo-da-historia-da-arte/

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