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As vanguardas europeias são um conjunto de tendências artísticas que provocaram uma ruptura
na tradição cultural do século XIX. Elas surgiram entre os períodos que antecederam e
sucederam a Primeira Guerra Mundial, introduzindo uma estética marcada pela experimentação e
pela subjetividade. Os artistas das vanguardas estavam em busca de uma ressignificação do que
era considerado arte, rompendo, assim, com todas as tradições anteriores através de
experimentações com materiais e técnicas diversas. Esses movimentos artísticos trilharam o
caminho para o surgimento da chamada arte moderna. Não é à toa que as vanguardas europeias
influenciaram fortemente diversas manifestações artísticas em todo o mundo, inclusive o
modernismo brasileiro.
EXPRESSIONISMO
O Expressionismo é entendido como o primeiro movimento de vanguarda. Ele surgiu em
Dresden, na Alemanha, em 1905, com o grupo Die Brücke. Esse estilo de arte vem como uma
oposição a outro movimento anterior: o impressionismo.
Os expressionistas foram os primeiros a postular que a arte não deveria seguir uma
representação mimética da realidade — algo em comum entre todas as outras vanguardas que
surgiram na sequência.
De acordo com esse movimento, a arte deveria expressar a realidade subjetiva, que parte da
percepção de cada um.
Por isso, figuras deformadas, cores vibrantes e estética do grotesco são algumas das
características do Expressionismo. Nota-se também a valorização da arte primitiva e da gravura
nesse movimento de vanguarda.
O artista norueguês Edvard Munch pode ser considerado a grande inspiração do grupo Die
Brücke e é visto como precursor do expressionismo. Sua obra mais importante é “O Grito (1893)”,
considerada uma das mais emblemáticas de todos os tempos.
CUBISMO
O cubismo foi um movimento artístico iniciado em 1907 pelo pintor espanhol Pablo Picasso, com
a tela "Les Demoiselles d'Avignon" (As damas d'Avignon).
Esse movimento se caracteriza pela incorporação do imaginário urbano industrial em suas obras,
abrangendo, sobretudo, as artes plásticas, mas também influenciando a literatura.
A principal característica do cubismo é um tratamento geométrico das formas da natureza. Elas
passam a ser representadas pelos objetos em todos os seus ângulos no mesmo plano,
constituindo uma figura em três dimensões.
Nesse sentido, predominam as linhas retas, modeladas basicamente por cubos e cilindros, dada
a geometrização das formas e volumes.
Já no plano conceitual, o cubismo pode ser considerado como uma arte que privilegia o exercício
mental como maneira de expressão das ideias.
No Brasil, o movimento cubista ganhou força somente após a Semana de Arte Moderna de 1922.
Ainda que os artistas brasileiros não tenham se entregado às características exclusivamente
cubistas, é possível perceber influências claras dessa vertente.
A artista Tarsila do Amaral foi umas personalidades que utilizou características cubistas em suas
telas. Em suas obras, é possível notar a influência dessa vanguarda europeia pelo uso das
formas geométricas.
Ainda nas artes plásticas, vale ressaltar os trabalhos de outros artistas brasileiros, como Anita
Malfatti, Rego Monteiro e Di Cavalcanti.
Já a literatura cubista no Brasil, teve como destaque as obras dos escritores: Oswald de Andrade,
Raul Bopp e Érico Veríssimo. É interessante notar que a literatura cubista teve como foco a
"destruição da sintaxe", pondo fim à linearidade.
FUTURISMO
O movimento futurista nasceu em 1909, com a publicação do primeiro Manifesto Futurista,
assinado pelo seu líder, o escritor Filippo Tommaso Marinetti.
As principais características desse movimento eram a exaltação da tecnologia, das máquinas, da
velocidade e do progresso.
Um dos expoentes da pintura futurista foi o artista italiano Giacomo Balla. Outros representantes
são: Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo e Gino Severini.
No Brasil, os ideais da Semana de Arte Moderna, que inauguraram o movimento modernista no
país, sofreram muita influência do futurismo. Isso porque a rejeição ao passado, bem como o
culto do futuro, propulsionaram as ideias modernistas.
DADAÍSMO
O dadaísmo foi um movimento encabeçado por Tristan Tzara em 1916. Além dele, outros líderes
do movimento foram: o poeta alemão Hugo Ball e o pintor, escultor e poeta franco-alemão Hans
Arp.
As principais características do dadaísmo são a espontaneidade da arte pautada na liberdade de
expressão, no absurdo e na irracionalidade.
Abolindo as leis da lógica e tendo como lema “a destruição também é criação”, o dadaísmo foi,
entre as artes de vanguarda, a que mais valorizou a ruptura.
Ele negou todos os valores vigentes, todas as regras e todas as tradições, propondo uma
“antiarte”.
O pintor e escultor francês Marcel Duchamp foi uma das figuras mais emblemáticas do
movimento dadaísta com seus objetos prontos (ready-made) que se afastam de sua função
original. “A Fonte” é uma das obras mais representativas desse momento.
SURREALISMO
O surrealismo, liderado pelo artista André Breton, despontou em Paris em 1924. Pautado no
subconsciente, esse movimento era caracterizado por uma arte impulsiva, fantástica e onírica.
Afinal, os surrealistas propuseram uma arte que explora o universo onírico e inconsciente,
abolindo as fronteiras entre o sonho e a realidade, entre a lucidez e o delírio.
Além disso, o movimento proporcionou novas técnicas de composição artística, valorizando os
processos não racionais do cérebro em oposição à objetividade cientificista, mecanicista e
hiperlógica.
Alguns artistas que merecem destaque são Giorgio de Chirico, Max Ernst, Joan Miró, René
Magritte e Salvador Dalí.
A literatura e as artes plásticas brasileiras também sofreram grande influência dessa vanguarda.
Merecem destaque: o escritor Oswald de Andrade e os artistas plásticos Tarsila do Amaral,
Ismael Nery e Cícero Dias.