Você está na página 1de 119

GRÉCIA ANTIGA

MATEUS DE MEDEIROS
Centro Universitário Christus
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Disciplina de Estética e História da Arte
ARTE GREGA

“Até agora, sentimos a estranheza de culturas e imagens tão diferentes. Ao


chegarmos na Grécia, é como se nós reconhecêssemos sua produção não como
objetos estranhos, mas como parentes da nossa cultura e arcabouço interno de
imagens. É como se finalmente falássemos a mesma linguagem das imagens que
surgem. Entretanto, é preciso esquecer um pouco a nossa memória de estátuas e
fachadas de bancos para compreender melhor esse período”. CF. JANSON. A Basic History of Art.
ARTE GREGA

• Fase formativa: 1100 a 700 a.C.


• Arquitetura em pedra somente após 700 a.C.
• A evolução da pintura grega inicia pela cerâmica.
ESTILO GEOMÉTRICO | CERÂMICA

• Pintores eram especializados em cada tipo de vaso.


• Apenas motivos abstratos inicialmente.
• A partir de 800 a.C., figuras representacionais surgem.
ESTILO GEOMÉTRICO | CERÂMICA

Vaso de Dipylon
• Série de vasos que decoravam sepulturas.
• Oferendas eram despejadas.
• Cerca de 50 exemplares são atribuídos ao Mestre de Dipylon
Vaso de Dypilon. 108,2 cm. 760-750 a.C.
ESTILO GEOMÉTRICO | CERÂMICA

• Meio caminho entre o abstrato e o representacional.


• Elementos orgânicos e geométricos coexistem no mesmo espaço.
• Objetivo das figuras está mais para o ornamento do que para a
representação humana
Detalhe do Vaso de Dypilon. O torso das figuras humanas é representado por triângulos.
The Dipylon Amphora, mid-8th
century BC, with human figures for
scale. The vase was used as a grave
marker. National Archaeological
Museum, Athens.
ESTILO GEOMÉTRICO | CERÂMICA

Não há menção nessa pintura à vida após a morte

• Para os gregos, a vida após a morte existia, mas era um lugar sombrio (sem cor) e doentio onde as almas (ou
sombras) seguiam uma febril e passiva existência sem fazer nenhuma demanda aos vivos.
• Quando Ulisses conjura o espírito de Aquiles na Odisséia de Homero, Aquiles o diz: “não fale da morte em tom
conciliatório, Ulisses. Eu preferiria servir na terra o mais pobre dos homens do que reinar sobre todo o devastado
mundo dos mortos”.
• Se os gregos cuidavam das sepulturas, não era para satisfazer as necessidades dos mortos, mas por um
sentimento de piedade pelo morto.
SHIPWRECK. Drawing after a Geometric vase
in the Museum at Ischia. 8th century B.C.
ESTILO GEOMÉTRICO | CERÂMICA

Entre a geometria e a narrativa.


Ilustração do vaso do Museu de Ischia.
“Se não fosse pelo barco virado de cabeça para baixo e o grande peixe capturando a cabeça de um homem, será que não leríamos
a imagem simplesmente como um padrões geométricos ao invés de um desastre no mar?”

“E o que dizer das pequenas suásticas? Estão ali para preencher espaço ou são representações ornamentalizadas de estrelas do
mar?”

“Se conhecêssemos os gregos desse momento histórico apenas pela sua cerâmica e não pela impressionante literatura homérica,
certamente teríamos uma leitura mais simplória destes vasos”.

“A própria narrativa madura grega pode ter exigido mais da figuração e representação gráfica. O que nos leva ao século VII a.C.
com o chamado estilo Orientalizante”.

JANSON. A Basic History of Art.


ESTILO ORIENTALIZANTE |725 - 650 A.C.

A narrativa torna-se dominante.


Ânfora de Eleusis
• Na ânfora de Eleusis a diferença é notável do vaso de Dipsylon, cem anos mais antigo.
• Influências do Egito e do Oriente Próximo.
• O ornamento geométrico não desaparece mas se mostra confinado à zonas periféricas como, por
exemplo, no pé, nas asas e na boca.
• Novos motivos curvilíneos: espirais, faixas entrelaçadas, rosetas e palmetas.
• No ombro do vaso, há uma luta entre animais. Entretanto, a narrativa já se torna o motivo dominante
das peças.
ESTILO ORIENTALIZANTE |725 - 650 A.C.

• Ornamentos não mais interferem na narrativa. Pertencem a um reino diferente e menos


importante, claramente distintos das representações.
• No pescoço do vaso: o momento em que Ulisses (Odisseus) e seus companheiros cega o gigante
ciclope Polyphemus.
• A dramaticidade e o vigor da narrativa transparecem na representação.
• No corpo do vaso estava a morte da medusa por Perseu. Somente restou em parte a figura das
górgonas, irmãs da medusa.
ESTILO ORIENTALIZANTE |725 - 650 A.C.

Vaso de Perfume Proto-Coríntio – 650 a.C.


• Motivos animais.
• Influências do oriente próximo.
• Cerâmica grega crescia em demanda no mediterrâneo.
Proto-Corinthian perfume vase.
C. 650 B.C. Height 2" (5 cm).
Musee du Louvre, Paris
ESTILO ARCAICO |700 - 480 A.C.

• A fase orientalizante foi um período de experimentação, ao contrário da fase geométrica.


Uma vez que os novos elementos foram completamente assimilados, emerge um outro estilo tão
bem definido quanto o geométrico: o arcaico.
• São geralmente menores que seus predecessores uma vez que recipientes de cerâmica não
eram mais usados como monumentos para sepulturas, que agora eram feitos em pedra.
• Possuem ênfase maior nas figuras pictóricas (representacionais), com cenas mitológicas,
lendárias, ou cotidianas.

• Vasos começaram a ser assinados pelos seus autores


após a metade do século VI a.C.
ESTILO ARCAICO |700 - 480 A.C.

• Até 475 a.C. pintores de vasos possuíam tanto prestígio quanto outros
artistas. Com o desenvolvimento da pintura mural e de suas técnicas
(modelagem e profundidade espacial, por exemplo), a pintura de vasos
começa a ser considerada como uma arte menor.
• Arquitetura e escultura em larga escala deve ter se desenvolvido bem antes
da metade do século VII a.C. Entretanto, como a matéria-prima era a
madeira, nada restou exceto algumas fundações de construções.
ESTILO DE FIGURAS NEGRAS
ESTILO ARCAICO |700 - 480 A.C.

• Kylix de Exekias.
• Tema da pintura: Dionísio, sequestrado por piratas, faz
crescer vinhas no barco até que os tripulantes se joguem
no mar, quando, então, são transformados em golfinhos.
EXEKIAS. DIONYSUS IN A BOAT. Interior of an Attic black-figured kylix. c. 540 B.C. Diameter 12" (30.5 cm).
ESTILO DE FIGURAS NEGRAS
ESTILO ARCAICO |700 - 480 A.C.

• Héracles matando o Leão da Neméia, pintado por Psiax


• Narrativa: O Leão da Neméia aterrorizava toda a região e devorava todos aqueles que tentassem
matá-lo. Seu couro dourado era impenetrável e suas garras podiam perfurar qualquer armadura.
Matá-lo foi o primeiro dos 12 trabalhos de Héracles.
• Vigor e violência impressionantes: ambos estão de tal forma engajados em combate que formam uma
única e compacta unidade.
• Qualidade tridimensional da figura é notável
• Detalhe para olho pintado de forma tradicional
ESTILO DE FIGURAS VERMELHAS
ESTILO ARCAICO |700 - 480 A.C.

• Psiax, provavelmente para facilitar o desenho das silhuetas, inverte o


processo de pintura, representando a silhueta em vermelho com o negro no
fundo.
• Esse método gradualmente substitui o antigo por volta de 500 a.C.
• Os detalhes, a partir de agora, podem facilmente ser desenhados com
um pincel.
• O desenho em perfil começa a dar lugar a desenhos com mais
profundidade.
ESTILO DE FIGURAS VERMELHAS
ESTILO ARCAICO |700 - 480 A.C.

Lápita e o Centauro | Kylix | Pintor da Fundição


• O artista de Lápita e o Centauro ficou tão empolgado com a possibilidade que
o novo estilo que utilizou o máximo de espaço possível para sua ilustração. Até
mesmo o elmo está cortado na figura.
• O nível de detalhes das vestes do personagem é bem mais avançado que o do
vaso de Exekias. Note o detalhe da saia plissada.
• A tridimensionalidade também está mais avançada, provavelmente pela
facilidade da técnica do estilo de figuras vermelhas.
• Ângulo de visão não é reto (nem totalmente de perfil, nem totalmente frontal).
ESTILO DE FIGURAS VERMELHAS
ESTILO ARCAICO |700 - 480 A.C.

Pintor de Vasos Trabalhando (Hydria de 450 a.C.)


• Figura mostra um pintor de vasos com dois homens e uma mulher como
assistentes. Atenas e duas Nices (deusas aladas da vitória) oferecem
coroas para os artistas.
• Primeira representação de uma artista mulher em seu trabalho. Com
exceção de Sappho (uma mulher que consta entre os maiores poetas líricos
antigos) mulheres artistas na Grécia antiga não alcançavam fama
individual.
Detail from an Attic red-figured hydria (composite photograph) 450 BC
ESTILO DE FIGURAS VERMELHAS
ESTILO ARCAICO |700 - 480 A.C.

Eos e Memnon - Douris | 490 – 480 a.C. | 26 cm


• Deusa do amanhecer, Eos, toma o corpo de seu filho nos braços, morto e despido
de sua armadura por Aquiles.
• Grande flexibilidade e liberdade nas linhas da figura, como se Douris tivesse
desenhado os contornos com uma caneta.
• Nota-se ainda a inserção de alguns traços secundários, de espessura e clareza
mais fina, estabelecendo mais volume e suavidade à imagem.
ESCULTURA ARCAICA
Da rigidez ao movimento.
Influências da técnica egípcia de talha em pedra.
Kouros (650-625 a.C.) e Kore (600 a.C.) em comparação com as
esculturas egípcias:
• Caráter reto (“cúbico”)
• Posição rígida e imóvel dos braços, no modelo masculino
• Mãos cerradas
• Pé esquerdo à frente
• Desenho enfático da rótula do joelho
• Artificialidade do cabelo, no formato de uma peruca.
• Vestes estão bem justas ao corpo, no modelo feminino.
• Braço levantado também é um ponto de semelhança.
ESCULTURA ARCAICA

• Comparadas às egípcias, as estátuas gregas são mais “primitivas”, ainda mais


rígidas e simplificadas.
• Avanços gregos: estátuas estão, de fato, em pé. Não estão apoiadas em algum
elemento.
• Nas egípcias, espaços como, por exemplo, entre as pernas, sempre estavam
parcialmente preenchidos pela pedra. Assim como suas primeiras colunas.
• Era importante que não houvesse nenhum “material morto” entre o braço e o tórax,
ou em outra parte da escultura.
• A rigor, as esculturas egípcias não seriam esculturas, mas um extremo caso de “alto
relevo”.
ESCULTURA ARCAICA

• Esses modelos eram produzidos em grande número. Seu desenho mantinha-se


extraordinariamente estável. Homens eram representados nus e as mulheres,
vestidas.
• Kouros e Kore (jovem e dama) são apenas nomes genéricos.
• Não se sabe exatamente quem ou o que representavam
• Alguns eram postos em sepulturas como representação do falecido, mas de uma
maneira completamente impessoal.
• Não eram deuses nem homens, mas um ideal de perfeição compartilhado por
ambos.
Kouros, 600 a.C. Mármore. 1,9m.
Metropolitan Museum of Art, NY

Todas essas esculturas eram


originalmente pintadas.

Kore, 650 a.C. Calcário. 62 cm.


Musée du Louvre, Paris
Estátuas egípcias de Miquerinos
e de sua esposa. Repare as
semelhanças com o Kouros
grego.
Kroisos, Kouros de Anavysos, 525 a.C. Mármore. 1,9m.
Museu Arqueológico Nacional de Atenas.

Mais detalhada do que a sua


predecessora, o Kroisos corresponde à
transição do estilo negro para o estilo
vermelho nos vasos de Psiax.
ESCULTURA ARCAICA

• Existem vários exemplares de estátuas que marcam a evolução gradual da escultura grega.
• Uma delas é o Moscophoros (μοσχοφόρος), o carregador de gado, de 560 a.C.
• Não se trata de um retrato, assim como Kroisos não é.
• Originalmente possuía a mesma postura de Kouros.
• Corpo se ao ideal de perfeição física presente no Kouros.
• Vigor do corpo é enfatizado, não escondido, pelo manto fino que o veste. O manto somente se
destaca da pele na altura do cotovelo.
• O rosto não tem a forma de máscara do Kouros mais antigo, mas começa a esboçar
expressão. Os lábios desenham um sorriso.
Moscophoros, 165 cm.
570 a. C. Museu da
Acrópole, Atenas
ESCULTURA ARCAICA

“The Rampin Rider”, 560 a.C.


• Corpo foi achado antes da cabeça. A cabeça está em exibição no Louvre
enquanto que o corpo, em Atenas.
• Cabelo e barba aparecem sob a forma de uma rica textura. Como um
bordado de contas.
ESCULTURA ARCAICA

• Nas Kore houve mais variedade.


• A representação da roupa põe diferentes problemas: como
relacionar corpo e drapeado.
• Provável que refletia variações locais de vestimentas.
• A “Hera” de Samos (570 a.C., 1,90m) possui curvas mais suaves,
fazendo a Kore antiga parecer um bloco de pedra retangular. A
Hera se assemelha mais a uma coluna.
• Várias camadas de tecido que se interpõem
ESCULTURA ARCAICA
Kore em peplos dórico
• Assim como a antiga, lembra um bloco de pedra.
• Cintura também exageradamente acentuada.
• Entretanto, suas vestes são novas e sofisticadas.
• Cabelos acompanham o corpo em seu caimento. Não são mais como perucas rígidas.
Melhor textura.
• Braço originalmente estendido em um gesto de oferenda, em vez de sobre o peitoral.
• Rosto arredondado com uma expressão suave de serenidade. A mais natural expressão
de um rosto até então.
ESCULTURA ARCAICA

Kore de Chios
• O uso quase excessivo de drapeados, ornamentos e texturas dominam
a escultura.
• O modo como a roupa cai sobre o corpo é mais natural do que a Kore
anterior.
ESCULTURA CLÁSSICA

• Kritios - a estrita e reta simetria do Kouros dá lugar a uma calculada assimetria:


• joelho direito está um pouco abaixo do esquerdo;
• quadril está levemente inclinado;
• eixo do corpo não é uma linha reta, mas se aproxima a um S;

• Essas “assimetrias” nos dizem que a maior parte do peso do corpo está apoiado na
perna esquerda enquanto a direita faz o papel de um contraforte ou de uma escora
para equilibrar o peso do corpo.
• Em suma, trata-se da descoberta do contraposto.
• Com o contraposto, o sorriso das esculturas arcaicas não é mais necessário, dando
lugar a uma expressão de seriedade. (Era o sorriso que soprava vida nas estátuas).
STANDING YOUTH (KRITIOS BOY) 480 B.C.
Marble height 34" (86.3 cm).
Acropolis Museum. Athens
ESCULTURA CLÁSSICA

Doryphoros | 450-440 a.C. | 2,12m


• Contraposto muito mais enfático
• Doryphoros torna-se um cânone da escultura
• Só conhecemos dele uma cópia em mármore, que no seu processo
de reprodução provavelmente põe a perder alguns detalhes que
fariam o original em bronze ainda mais imponente.
• Originalmente segurava uma lança no ombro esquerdo.
DORYPHORUS (SPEAR BEARER) Roman copy
after an original of 450-440 B.C. by
POLYCLITUS. Marble height 6'6" (2 m). Museo
Archeologico Nazionale. Napoli
ESCULTURA CLÁSSICA

Auriga de Delfos
• Original grego em bronze
• Estilo Severo
• Há um leve contrapposto apesar das vestes, como se o pé esquerda recebesse o peso
e os ombros e a cabeça pendessem suavemente para a direita.
• Apesar das vestes simples, o tecido comporta-se de maneira bem natural, fazendo os
vincos certos de acordo com o corpo ou a pressão da faixa amarrada um pouco
abaixo do tórax.
• O rosto pensativo, presente nos exemplos anteriores, permanece.
• Detalhe para a pintura dos olhos e lábios que se conservou.
CHARIOTEER, from the Sanctuary of
Apollo at Delphi, c. 470 B.C Bronze,
height 1.8m. Archeological Museum.
Delphi
ESCULTURA CLÁSSICA
A conquista do movimento
• Movimento e ação vigorosos já existia em alguns frontões do período arcaico tardio.
• Entretanto, uma coisa é a liberdade de movimento que um relevo apoiado na pedra possibilita. Mas
representar movimento em uma estátua que efetivamente esteja de pé envolve muito mais cuidado com
o equilíbrio da estrutura, além de ir contra a tradição milenar de representação imóvel.
• O contraposto ajudou em muito a solucionar esse problema.
Poseidon ou Zeus. 480 a.C. 2,1 m.

Note que não há apoio nos pés


para manter a estátua de pé.
Discobolus por Myron. 450 a.C.
Cópia romana em mármore. 2,1 m.
ESCULTURA CLÁSSICA
A conquista do movimento
• Estátuas de efetivamente de pé influenciam as esculturas de frontões, com uma nova fluidez,
equilíbrio e uso do espaço disponível.
Dying Niobid - 440 a.C. – Pertencente ao frontão de um templo dórico.
• Até então o nu na escultura era restrito ao corpo masculino.
• Movimento e emoção: ao receber a flechada, Níobe perde a força na perna esquerda e, em um
movimento reflexo, levanta violentamente os braços em direção à flecha. Pela agressividade do
movimento brusco, sua vestimenta escorrega pelo corpo.
• Pela primeira vez, o sentimento é expresso de maneira eloquente tanto no corpo quanto na face.
• Pathos grego: um sofrimento expresso com nobreza e contenção para que sensibilize o espectador,
não o horrorize.
ESCULTURA CLÁSSICA
Hermes | 300 - 320 a.C.
• Não se sabe ao certo se é original ou cópia romana
• A tendência em mostrar todas as articulações do corpo se mantém nessas
estátuas, mesmo que como um eco distante. Apesar disso, o resultado é
claramente menos rígido que nas antigas esculturas.
• Esculturas representam uma beleza ideal, genérica.
• Não são retratos ou cópias de modelos reais.
• Expressão facial ainda bastante contida.
Hermes. Praxíteles. 300 - 320 a.C.
Apolo de Belvedere
(Restaurada)
Vênus de Milo
ESCULTURA CLÁSSICA
• Templos mais antigos eram de madeira
• Três ordens arquiteturais principais: Dórica, Jônica e Coríntia.
• Planta dos templos é basicamente a mesma nas três ordens.
• Blocos de pedra eram apenas encaixados, sem uso de argamassa. Algumas
vezes eram usados pinos ou grampos de metal.
• Colunas eram compostas de tambores encaixados
• Como núcleo do templo temos a Cella, onde era posta a imagem do deus ao
qual a construção havia sido erguida.
The "Basilica," c. 550 B.C.; and the "Temple of Poseidon," c. 460 B.C. Paestum, Italy.
Detalhe da entasis da Basílica
Detalhe das colunas duplas no Templo de Poseidon.

A diminuição do diâmetro da coluna de cima


acompanha a de baixo, como se não houvesse um
entablamento dividindo ambas.
PARTHENON |ARQUITETURA GREGA

Parthenon
• Consagrado à deusa Atenas
• Em comparação ao Templo de Poseidon, o Parthenon ajustou algumas das suas medidas aparentando
mais leveza na pesada construção em pedra:
• o entablamento é mais esguio;
• as cornijas se projetam menos para fora;
• as colunas possuem êntase mais sutil;
• o capitel é menor e chama menos atenção;
• o espaçamento entre as colunas é mais largo.
PARTHENON |ARQUITETURA GREGA

Os refinamentos do Parthenon e a correção da geometria


• Colunas inclinam para dentro
• A plataforma de degraus e o entablamento são ligeiramente curvados, para
que o centro seja mais alto que as extremidades.
• O intervalo entre a coluna do canto e as suas vizinhas é menor do que o
intervalo padrão adotado pela colunata como um todo.
• Cada capitel é ligeiramente distorcido para caber na arquitrave curvada.
• A interpretação tradicional é a de que essas correções faziam com que a vista
a olho nu percebesse como exatamente geométrica a estrutura do Parthenon.
Entretanto, os templos anteriores não parecem deformados em nosso campo de
visão, por usarem medidas matematicamente retas. Por isso, essa tese é alvo de
críticas.
A 19th-century drawing
of what the Propylaea
might have looked like
when intact
ERECHTHEION |ARQUITETURA GREGA

• Oposto ao Parthenon, há o Erechtheion, dedicado a Atena e Poseidon


• Uso de cariátides em dois alpendres
• Colunas jônicas: mais esquias, dando a impressão de ainda mais leveza.
• Capitel na forma de um duplo pergaminho (voluta) acima da coluna esguia
traz leve semelhança a uma palmeira (lembrar da coluna de papiros egípcia
em Saqqara)
ANFITEATRO DE EPIDAUROS | 350 A.C

• A tradicional forma de aproveitar a encosta de uma montanha


colocando bancos de pedra deu lugar a uma formação
concêntrica de arquibancadas cujo acesso era garantido por
escadarias em alas a intervalos regulares.
• A orchestra, ao centro, era onde a maior parte da ação
acontecia.
• Comportava 15.000 expectadores.
Teatro de Delfos
ESCULTURA HELENÍSTICA

• Inícios do retrato: “antes do final do século IV a.C., o retrato de um


general não seria muito mais que a imagem de qualquer soldado de boa
aparência com um bastão de comando e um elmo”.
• Até então, evitava-se conferir ao rosto uma expressão particular.
• No temor de distorcer a harmonia do rosto, apenas o corpo expressava
a atividade da alma.
• Além de animar as feições sem prejudicar sua harmonia, começa-se a
retratar fisionomias particulares. Rugas, por exemplo.
ESCULTURA HELENÍSTICA
Dramaticidade do estilo helenístico
• Violência, selvageria e agonia.
• Não há mais a graça e serenidade do clássico.
• Intenção dramática.
• Sofrimento é a máxima expressão.
• Provavelmente, nessa época a arte começa a se separar da magia e da religião. (GOMBRICH, 88)
• Ricos começam a colecionar obras de arte e a encomendar reproduções das obras famosas que
não poderiam pagar.
Laoconte e seus filhos são atacados
pelas serpentes mandadas pelo
Olimpo. 175 - 150 a.C.
Nice de Samotrácia. 200-190 a.C.
PINTURA HELENÍSTICA

• Apesar da imensa importância que a pintura teve na Grécia antiga de acordo contam os
historiadores, não restaram exemplos de pinturas murais.
• Temáticas frequentemente eram cotidianas.
• Uma maneira de nos aproximarmos do que seria a pintura grega naquele momento é com as
pinturas murais achados em Pompéia e em cidades próximas como Herculano e Estabia.
• Foram encontrados naturezas-mortas, retratos de animais e mesmo paisagens.
• Desconheciam as regras da perspectiva. Entretanto, desenhavam maior o que estivesse mais perto
e menor o que se situava mais distante.
BIBLIOGRAFIA

JANSON, H. W. História da Arte. Trad. pt. J. A. Ferreira de


Almeida; Maria Manuela Rocheta Santos. Calouste Gulbenkian,
Lisboa: 1989
GOMBRICH, Ernst. A História da Arte. Trad. br. Cristina de Assis
Serra. LTC, Rio de Janeiro: 2013
GRAÇA PROENÇA. História da Arte. Ática, São Paulo, 2007.

Você também pode gostar