Universidade do Estado do Pará – UEPA

Centro de Ciências Naturais e Tecnologia – CCNT

Bacharelado em Design
Docente: Professora Rôsangela

Édrya Cristine Ribeiro Medeiros

Origem das técnicas: Vitrais, esculturas e mosaicos.

BELÉM
2022
Mosaicos

A arte de criar imagens e figuras a partir de fragmentos de materiais diversos é

chamada de mosaico, a palavra vem do grego “mousaikoón” o qual significa “Obra das
musas”. Não se sabe ao certo a origem do mosaico, pois estudo recentes acreditam que,
embora não se tenham registros claros, esse estilo de arte existisse entre os maias e
astecas no ocidente e desde o período neolítico sendo, assim, milenar e muito mais
antiga do que imaginamos. Porém, o registro mais antigo que se tem dessa arte foi na
data de 3500 a.C., na cidade de Ur, região da Mesopotâmia. Era chamada o “Estandarte
de Ur”

Encontrado na Suméria, atual Iraque, tinha em sua composição mármore, arenito

avermelhado, lápis-lazúli e conchas. A obra retrata canas de guerra e do cotidiano da
parte rica da sociedade mesopotâmica.

Diferente dos dias de hoje, os mosaicos não eram muito organizados e havia um
limite de materiais que se utilizavam. Desse modo, as técnicas e materiais usados no
mosaico foram evoluindo ao longo dos anos. No Egito, era comum encontrar os mosaico
em urnas mortuárias dos Faraós e colunas de templos, dando um ar divino para o local.
 Na cultura Grega o mosaico podia ser encontrado nos piso, no paisagismo,
geralmente feitos de mármore branco ou de cor unidos por uma massa resistente. Nesse
período começam a ficar conhecidas as Tesselas, que possibilitavam adicionar mais
detalhes aos mosaicos.

Mosaico grego encontrado na região de pela. Séc IV a.C.

Em Roma, a arte tem seu apogeu e se difunde pelo mundo. Os romanos começam
a utilizar os mosaicos para representar a mitologia e o cotidiano doméstico da sociedade
romana.

Mosaico romano – Apolo Romano mosaico romano – aproveite a vida

No período Paleocristão, os mosaicos também foram muito utilizados na arte

bizantina, eram encontrados em igrejas, ornamentando tetos e paredes com imagens
cristãs.

Mosaico bizantino: Sacrifício de Isaac, Séc VI

 Não há muitos registros do mosaico na Idade Média, com a ascensão de outras
artes ele acabou entrando em declínio. Porém, no renascentismo ele ressurge, adornando
os tetos e cão das basílicas católicas com imagens bíblicas. Foi um período de esplendor
para o Mosaico. Eram também utilizados na constrição de mesquitas, no islamismo. Eram
utilizados diversos materiais, como pedaços de marfim, madrepérolas, cornalina, lápis-
lazúli e até ouro, e eram fixados na madeira como o uso de betume. Os mosaicos também
começaram a ser usados na decoração de móveis e objetos de decoração.

Mosaico original na Basílica de São Mateus Mosaico de Ravenna

Mesquita localizada em Damasco

Após esse período novamente a arte mosaico declinou novamente. Mas no período
Neoclássico, foi inaugurada uma escola imperial dos mosaicos, a qual consistia na
restauração de obras antigas.
Esculturas

A primeira escultura a qual se tem registro veio desde primórdios do período

paleolítico. Neste período os escultores tinham como foco a moldagem de animais e
humanos, geralmente mulheres volumosas representando a fertilidade. Os materiais
utilizados na época eram ossos e Marfim. Após esse período, as esculturas apareceram
de novo na idade da pedra lascada, onde tem sua técnica aperfeiçoada no ato de lascar
pedras.

Imagem: Vênus de Willidorf

No Egito antigo as esculturas geralmente eram criadas para simbolizar a divindade

do faraó, pois eram feitas para substituir o corpo deteriorado do mesmo. Eram esculturas
estáticas e de cor mais escura.

Escultura egípcia exposta no museu Britânico, em Londres.

 Diferente das estáticas esculturas egípcias, as da Grécia antiga apresentavam uma
técnica de movimento. As esculturas gregas são de extrema importância, pois marcaram
a história da escultura no mundo. Sendo a Grécia considerada o berço ocidental da arte
de esculpir, suas obras eram de beleza estética e técnica elevadas. Em sua maioria,
representavam figuras humanas de modo idealizado pois eram criadas com tamanha
perfeição e, por esse motivo, eram até equiparadas a divindades. Eram geralmente feitas
em mármore.

Esculturas egípcia exposta no museu Britânico, em Londres

Na Roma antiga, assim como na Grécia, as esculturas apresentavam um caráter

de perfeição. Porém, a escultura romana assumiu uma característica mais realista em
suas formas. Enquanto as esculturas gregas se atentavam mais ao movimento das obras,
as romanas destacavam mais a expressão facial e roupagem das peças.

Cleômenes: Marcelo como Hermes – Séc I a.C.

 No período de renascentista, as esculturas, também no mármore, eram produzidas
com técnica e qualidade elevada. Havia a predominância de corpos nus e contavam com
um rigoroso estudo de anatomia humana.

Pietá, Michelangelo, 1499.

Nas esculturas barrocas, a dramaticidade era marca registrada, assim como o

movimento e a luz muito acentuados. As esculturas barrocas se destacavam pela
expressividade presente nas faces.

A Verdade – Gian Lorenzo Bernini.

 Do outro lado, ao contrário da dramaticidade do barroco, as esculturas do
neoclássico retornaram o grego antigo com características como a clareza e o equilíbrio

Perseu com a cabeça da Medusa, Antonio Canova, 1800

Vitrais

Comumente visto em igrejas e catedrais, os vitrais são vidraças compostas por

diversos pedaços de vidros ou pinturas feitas sobre vidro geralmente representando uma
cena ou personagens. O processo de fabricação dos vitrais geralmente inicia com o
artista fazendo o esboço do desenho a ser aplicado sobre o vidro e então recortando-o
em pedaços que se encaixavam na armação que seria usada, era necessário que antes o
vidro fosse aquecido em várias sessões para prepará-lo em suas formas e colorações
condizentes a obra.

Há vestígios de vitrais no Egito e na mesopotâmia, com a modelação de objetos de

cristal transparente. Nas ruínas de Pompéia e Herculano havia indício de vitrais nas vilas
e palácios, mas eram considerados luxo e não uma expressão artística. Porém, os vitrais
como conhecemos surgem pelo século XII quando, por conta de um defeito na fabricação
do vidro que o deixou com cores distintas, veio a ideia de se utilizar estes mesmos vidros
na composição de janelas, utilizando as cores de forma harmoniosa.

Após isso, entre os séculos XII e XV, surgiu na arquitetura o movimento Gótico
aplicado nas grandes catedrais, as quais, por conta das grossas paredes, não havia a
possibilidade de janelas portanto eram utilizados os vitrais. Porém, o que de início era
mais por praticidade com o tempo se tornou mais decorativo, o uso dos vitrais além de
deixar as igrejas mais belas e facilitar a entrada da luz, também servia para contar as
histórias contidas nas escrituras e assim, até quem não tinha acesso poderia conhecer
através da riqueza e arte dos vitrais.

Batismo de Clóvis de França, Catedral de Saint Chapelle na França

Idade Média
 Nos séculos XVII e XVIII houve uma decadência nesse estilo de arte por conta das
guerras e conflitos religiosos, cidades famosas por seus vidros coloridos, como Lorena na
França, foram destruídas e diversos vitrais foram perdidos. No período do Barroco, houve
uma potencialização da luz nas obras e o realce dourado, porém poucos sobreviveram
aos conflitos e os que restaram foram mal restaurados.

Com a chegada do período renascentista, os vitrais começaram a ser usados em

contextos mais cotidianos, enfeitando palácios, castelos e até ricas residências. Seus
desenhos iam desde temas clássicos a brasões de famílias, e as cores predominantes
eram o amarelo, o preto e o branco.

Vitral Simples do Castelo de Vincennes

Armas da monarquia francesa e do ducado da Bretanha no Castelo de Blois, França

 Referências:

Mosaicos: da antiga mesôpotamia ao design contemporâneo. Arteref, 2022. Disponível

em: https://arteref.com/artes-tradicionais/mosaicos-da-antiga-mesopotamia-ao-design-
contemporaneo/

Mosaico. Educamaisbrasil. 2019. Disponível em:

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/mosaico

Conheça a história do mosaico e como aplicar. Vivadecora, 2020. Disponível em:

https://www.vivadecora.com.br/pro/mosaico/

Mosaicos. Históriadasartes,2016. Disponível em: https://www.historiadasartes.com/sala-

dos-professores/mosaicos/

Vitrais uma arte de luz e cores. Artrianon, 2016. Disponível em

https://artrianon.com/2016/10/21/vitral-uma-arte-de-luz-e-cores/.

Tudo sobre vitrais. Vivadecora. 2021. Disponível em

https://www.vivadecora.com.br/pro/vitrais/.

História da escultura. Laart,2020. Disponível em https://laart.art.br/blog/historia-da-

escultura/.