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O Ensino de Arte na Educação Infantil

GONÇALVES, Aline Aparecida

MELLO, Heloisa Helena

RESUMO

Esta pesquisa visa discutir e abordar questões relacionadas à


importância da Arte no desenvolvimento infantil, o presente artigo aborda
aspectos importantes nesse contexto, elaborando reflexões a cerca da pratica
docente do professor de Arte e dos desafios deste profissional.

Aspectos como o conceito de Arte e períodos importantes da Historia


da Arte, são abordados com intuito de ter um contexto para entender a
importância desta disciplina na educação infantil.

São abordados também a importância da inteligência emocional e o


uso da Arte como ferramenta, para fazer com que crianças com dificuldades na
gestão de sentimentos como raiva, angustia e frustração, aprendam a usar
esse sentimentos como motivação e não algo destrutivo que resulte em
questões recorrentes em escolas, principalmente publicas como bullyng,
violência , depressão e o uso de drogas.

Palavras - chaves : Arte , Educação e Infância

1. INTRODUÇÃO

A Arte apesar de extremamente importante, vem sendo


constantemente colocada a margem da educação, taxada de inútil e
desnecessária para a formação humana, em contrapartida, a falta de
sensibilidade e empatia humana dentro das escolas choca a comunidade e os
professores, para um profissional da educação a sensação é de que falhamos
como educadores e como seres humanos.
Nesse sentido, reitero que a Arte, dentro das condições atuais, é de
extrema importância, senão uma das únicas disciplinas, juntamente com a
filosofia e sociologia, capazes de trazer à escola publica, uma educação de
qualidade e igualitária sem privilegiar os mais abastados.
Sendo assim, o presente artigo visa abordar de forma teórica a
importância da Arte para o desenvolvimento infantil, elencando além de
questões praticas ,os desafios que professores enfrentam diariamente em seu
cotidiano escolar.
2. A importância da Arte no desenvolvimento infantil

2.1. Conceito de Arte

Aristóteles definia Arte como mimesis, a qual refletia as coisas e o mundo; a


palavra Arte tem origem da palavra grega téchnê, a qual até o século XVIII era
visto como conhecimento técnico. Essa concepção de Arte como técnica se
perpetuou até o Renascimento, como se comprova no texto Arte como Cultura:
Concepções e Problematizações (2012, pág. 23).

Além disso, a definição de “arte” como mimesis garantia, no entender


de Leonardo, a primazia da pintura, a mais mimética das “artes”, num
período em que a sugestão de profundidade na superfície plana do
quadro, condição essencial para a boa reprodução visual do mundo,
era produzida por meio da utilização de princípios da geometria
euclidiana na distribuição espacial das figuras. Concebia-se à pintura
o poder de exprimir o amplo universo da cultura, seja ele filosófico ou
artístico.
Logo, percebe-se que a Arte nesse sentido, torna-se uma imitação da
realidade, o Renascimento Cultural Italiano, fica marcado por essa técnica, a
qual utiliza da perspectiva e da geométrica para elaborar pinturas com o padrão
estético clássico.
A Arte adquire essa função de representação da realidade ao longo dos
anos, é a expressão cultural de um contexto histórico, não importando o
contexto dessa sociedade, a Arte exerce um significado em cada contexto.

Para Kramer e Celso.(2010, pg.412).


A arte representou, no principio das civilizações, mais precisamente
com os gregos no Período Arcaico, a essência de uma virtude. Foi na
poesia que se manifestou a visão artística para os gregos.
Inicialmente a poesia desenvolveu a importante função de uma
técnica de memorização (técnica mnemônica), com a finalidade de
guardar os saberes da cultura helênica, pois esta era ainda
essencialmente oral. Nesse momento da história da cultura grega
arcaica, baseada exclusivamente na oralidade, a poesia não tinha o
intuito artístico. Como ainda não havia a escrita, os poetas, através da
técnica mnemônica guardavam e transmitiam a verdade, eram seus
legítimos guardiães e, por intermédio de seu poder, decidiam os
destinos do Homem.

O conceito e a função da Arte mudaram de acordo com a historia, a Arte


deixou de ter um significado apenas religioso ou de comunicação, como era na
Pré- Historia, passou a ser um ideal do que deveria ser a realidade, o ideal de
perfeição, o cânone de beleza grego.
Contrariando o que foi dito Gombrich (2000, pg. 1), traz outro significado
para a palavra Arte.

UMA COISA QUE realmente não existe é aquilo a que se dá o nome


de Arte. Existem somente artistas. Outrora, eram homens que
apanhavam terra colorida e modelavam toscamente as formas de um
bisão na parede de uma caverna; hoje, alguns compram suas tintas e
desenham cartazes para os tapumes; eles faziam e fazem muitas
outras coisas. Não prejudica ninguém chamar a todas essas
atividades arte, desde que conservemos em mente que tal palavra
pode significar coisas muito diferentes, em tempos e lugares
diferentes, e que Arte com A maiúsculo não existe

O autor reforça a ideia de que Arte como nós conhecemos é efêmera, seu
sentido e significado irão mudar com o passar dos tempos, novas vanguardas
virão e junto, novos significados, que responderão à mesma pergunta que vem
sendo feito há décadas, afinal, O que é Arte?

2.2. Breve abordagem da historia da Arte.

A Arte, antigamente, tinha um caráter fortemente utilitário, o que não a faz


uma Arte inferior às outras, pois em questão de função, seu significado passa
por mudanças, que de uma forma outra, acabam sendo útil, de acordo com o
contexto histórico da sociedade envolvida.

Segundo Gombrich (2000,pg. 15).

[...]cumpre-nos entender que esse uso da palavra constitui um


desenvolvimento muito recente e que muitos dos maiores construtores,
pintores ou escultores do passado nunca sonharam sequer com ele.
Podemos entender melhor essa diferença se pen-sarmos em termos de
arquitetura. Todos sabemos que existem belos edifícios e que alguns deles
são verdadeiras obras de arte. Mas dificilmente existirá uma construção no
mundo inteiro que não fosse erigida para um fim particular. Aqueles que
usam esses edifícios como lugares de culto ou de entretenimento, ou como
residências, julgam-nos em primeiro lugar e acima de tudo por padrões de
utilidade.

A Arte durante anos surgia com uma finalidade, existia uma função, a qual
nem sempre foi estética, de protesto ou reflexão como vemos atualmente, a
Arte, possuía um caráter utilitário, pelo menos até o período Grego, a partir dai
ela ganha outra função. Embora na Pré-História, no Antigo Egito ou na Idade
Média, a Arte tinha um grande sentido místico e religioso, erguiam-se templos e
esculturas para adorar aos seus deuses, como é o caso da deusa da fertilidade
, assim como , na Pré- Historia, a função da Arte não era única e
exclusivamente a comunicação.
A Arte Rupestre apresentava um cunho ritualístico, para se obter a caça,
como cita Gombrich (2000, pg.17 )

É uma estranha experiência descer nessas cavernas, por vezes através de


corredores baixos e estreitos, mergulhar na escuridão do ventre da montanha
e, de súbito, ver a lanterna elétrica do guia iluminar a imagem de um touro.
Uma coisa é evidente: ninguém se teria arrastado tamanha distância até às
soturnas entranhas da terra simplesmente para decorar um local tão
inacessível. Além disso, raras dessas pinturas estão claramente distribuídas
pelos tetos da caverna, exceto um punhado delas na caverna de Lascaux.

Torna-se perceptível a diferença dos desenhos que ficam mais a dentro das
cavernas, comparado aos que ficam apenas na superfície, como afirma
Gombrich (2000, pg.17)
Isso, evidentemente, é uma conjetura — mas conjetura bem apoiada pelo uso
da arte entre aqueles povos primitivos de nosso próprio tempo que ainda
preservam seus antigos costumes. Ê verdade que, até onde me é dado
saber, não encontramos atualmente qualquer povo primitivo que tente
realizar exatamente esse tipo de magia; mas a maior parte da produção
artística ainda está, para eles, estreitamente vinculada a idéias análogas
sobre o poder das imagens.

Ocorre é que, esses povos primitivos, tinham a ideia de representação,


pintando animais na parede, antes de caçar era como se fosse uma garantia ou
uma prece, talvez, para que ele seja pego, assim como o vodu, atividade que
faz parte da cultura haitiana, na qual um boneco é feito com o fim de prejudicar
seus inimigos.
A Arte existe de acordo com a necessidade do seu contexto, ela emerge
como resultado dos anseios da sociedade, a mesma é um reflexo e em cada
cultura ela renasce com uma função e objetivo diferente, como foi o caso da
Arte Egipcia , a Arte para a eternidade.
A eternidade era levada muito à sério para os egípcios, era comum que não
apenas o enterrassem embalsamado e o enterre-lo dentro da pirâmide. Como
cita Gombrich(2000, pg 24).

Pois os egípcios acreditavam que o corpo deve ser preservado para que a
alma possa continuar vivendo no além. Por isso impediam a desintegração do
cadáver mediante um método elaborado de embalsamação e enfaixamento
em tiras de pano. Era para a múmia do rei que a pirâmide tinha sido erigida, e
seu corpo era colocado exatamente no centro da gigantesca montanha de
pedra, num esquife de pedra. Em toda a volta da câmara funerária, fórmulas
mágicas

Sendo assim, toda Arte Egipcia , se baseia na crença da vida após a morte,
toda a cultura egípcia circunda a religiosidade, neste ponto, percebe-se que
muito mais que a comunicação, o proposito da Arte para os Egípcios, é uma
ligação com os deuses, a Arte é uma intermediaria, por meio dela, construíram-
se templos, esculturas, pinturas em papiros e nas paredes, das câmaras
mortuárias, tudo com o objetivo de comunicação e louvor aos deuses.
Além da mumificação, a qual engloba diversos ritos como o embalsamento,
existia na Arte Egípcia, diversas regras e normas a serem seguidas como a Lei
da Frontalidade , a qual a figura desenhada deveria estar com o rosto de perfil,
tronco voltado para frente e os membros superiores e inferiores , também de
perfil , como cita Gombrich (2000, pg.27 )

O método do artista, de fato, assemelhava-se mais ao do cartógrafo do que


ao do pintor[...]A cabeça era mais facilmente vista de perfil, de modo que eles
a desenharam lateralmente. Mas, se pensamos no olho humano, é como se
fosse visto de frente que usualmente o consideramos. Portanto, um olho de
frente era plantado na vista lateral da face. A metade superior do corpo, os
ombros e o tronco, são melhor vistos de frente, pois desse modo vemos
como os braços estão ligados ao corpo. Mas braços e pernas em movimento
vêem-se muito mais claramente de lado. Essa é a razão pela qual os
egípcios, nessas imagens, nos parecem tão estranhamente planos e
contorcidos. Além disso, os artistas egípcios achavam difícil visualizar um pé
ou outro visto de um plano exterior. Preferiam o contorno claro desde o
dedão para cima. Portanto, ambos os pés são vistos de dentro e o homem no
releve parece ter dois pés esquerdos. Não se deve supor que os artistas
egípcios pensavam que os seres humanos tinham essa aparência. Seguiam
meramente uma regra que lhes permitia incluir tudo o que consideravam
importante na forma humana

Percebe-se que a lei do frontalidade não se trata apenas da pintura de


figuras de perfil, mas a lei do frontalidade era aplicada em qualquer pintura que
fosse feita, inclusive paisagem. Apesar da historia da Arte Egípcia ser
fascinante, sem duvida, o período que mais se destaca por causa da técnica
principalmente da escultura é o período da Grécia Antiga. Os povos que
formavam o que era conhecido como Grécia eram os aqueus, jônios, eólios e
dórios, o rei era o líder religioso e politico.
As principais cidades gregas são Atenas e Esparta, ambas totalmente
opostas, principalmente quando se trata do papel da mulher na sociedade em
Atenas as mulheres eram submissas, trainadas para ficar em seus lares,
cuidando dos filhos e satisfazendo seus maridos, enquanto em Esparta, as
mulheres tinham uma voz politica mais ativa.
A escultura era o tipo de Arte que mais se destacava na Antiga Grécia, a
preocupação com o cânone perfeito, dava aos gregos o titulo de mestres nesse
aspecto. A sociedade em geral conhece as esculturas do período helenístico,
as quais apresentam a perfeição dos músculos, extremamente detalhados, os
tecidos, as transparências e o movimento retirado de dentro da pedra de
mármore, a qual foi entalhada sob o olhar perfeccionista do artista.
Embora essas esculturas sejam de fato, maravilhosas, o artista grego não
possuía um Dom nato para escupi-lás, foi necessários séculos de estudo e
dedicação, conhecimento passado de geração em geração , de mestre para
aprendiz, para que se chegue na técnica que conhecemos hoje, ou seja, foi
processo árduo , o qual naturalmente houve etapas, para que chegasse no
nível que a Arte Grega é conhecida hoje, essas etapas são conhecidas como :
Período Arcaico , Perido Classico e Período Helenístico
O período Homérico , o qual geralmente não aparece na linha do tempo da
Historia da Arte ,era atribuído poeta grego Homero, o período Homérico se
caracteriza pela extinção de poder centralizado nos palácios, fins das
atividades comerciais e fim da vida palaciana. Já no período Arcaico, a falta de
terra somado ao aumento populacional, foi o que ocasionou a expansão
territorial, resultando em formação das Polis, ou como são conhecidas,
cidades-estados.
A escultura sintetiza bem os aspectos envolvidos em cada período, no período
Arcaico as esculturas são muito parecidas com as egípcias, rígidas e sem
movimento, no período clássico apresenta-se um discreto movimento, porém a
técnica não esta completamente desenvolvida, já no período Helenistico, a
técnica e o movimento , se tornam perfeitos aliados, capazes de produzir
esculturas esplendidas, logo, diria que o Periodo Heleistico é o auge da Arte,
pelo menos para os gregos.
Como pode ser visto na imagem abaixo, uma esculturas de Kouros do período
Arcaico, percebe-se que a rigidez e a técnica utilizada, lembram as esculturas e
pinturas egípcias.
No período Classico, o artista inicia a busca pela perfeição e beleza, como
cita Galeano
"… a beleza… não está na simetria dos elementos, mas na adequada
proporção entre as partes, como por exemplo dos dedos uns para
com os outros, estes para com a mão, esta para com o punho, este
para com o antebraço, este para com o braço, e de tudo para com
tudo, como está escrito no Cânone de Policleto. Tendo-nos ensinado
nesta obra todas as proporções do corpo, Policleto corroborou seu
tratado com uma estátua, feita de acordo com os princípios de seu
tratado, e ele chamou a estátua, assim como o tratado, de Cânone"

Segundo Gombrich (2000, pg.43)


Foi no período em que a democracia ateniense atingira seu nível mais
elevado que a arte grega chegou ao apogeu de seu desenvolvimento.
Depois de Atenas derrotar a invasão persa, o povo, sob a liderança
de Péricles, começou a reconstruir o que os persas haviam destruído.
Em 480 a.C. os templos situados no rochedo sagrado de Atenas, a
Acrópole, tinham sido incendiados e saqueados pelos persas. Seriam
agora construídos em mármore e com um esplendor e nobreza jamais
vistos (fig. 45). Péricles não era esnobe. Os autores antigos deixam
entrever que ele tratou os artistas de seu tempo como iguais. O
homem a quem ele confiou a planificação e o traçado dos templos foi
o arquiteto Ictino, e o escultor que iria modelar as figuras dos deuses

e supervisar a decoração dos templos foi Fídias.

Percebe-se que houve a necessidade de “evoluir” , quando não havia mais


outra possibilidade a não ser a progredir, então que os gregos alcançaram o
ápice de sua Arte , no período Helenistico, como podemos ver na imagem
abaixo.

Tivemos aqui um breve resumo de períodos importantes para a Arte, no


entremeio dos gregos até a Idade Média, residiram muitos povos, os romanos,
bizantinos, povos bárbaros, porém neste capitulo nos detivemos apenas ao
necessário para elaborar uma base para um estudo mais aprofundado.
A Arte faz parte de nossas vidas, antes da escrita, quando nossos
ancestrais balbuciavam sons ininteligíveis e os desenhos eram a única forma
de comunicação , esses registros ficaram marcados nas paredes das cavernas,
interpretando esses registros é uma maneira de olhar para o passado , a Arte
contém a memoria da humanidade.

2.3. A importância da Arte

A disciplina de Arte na escola vem sendo menosprezada como uma mera


atividade recreativa, sendo lembrada apenas em datas comemorativas como
na festa junina ou na pascoa, onde os professores de Arte são escolhidos para
fazer bandeirinhas ou recortar milhares de orelhas de coelho, como se sua
função se resumisse a essa tarefa, sendo assim, é necessário que os
professionais da área defendam a Arte para que ela venha a ser reconhecida
como essencial para o amplo desenvolvimento intelectual e sócio afetivo do
aluno.
Segundo Tochetto e Felisberto ( 2017, p. 150)

O aluno que tem uma sólida base artística dentro da escola,


sendo este o lugar que frequenta e participa grande parte de sua vida,
torna-se mais sensível ao observar as mais diversas situações e
aprende a refletir de forma mais ampla, dando sentido às inúmeras
informações que tem aproximação. É neste sentido que o ensino de
Arte vem contribuir com as demais disciplinas, pois permite ao aluno
absorver e dialogar, opinar e fazer com que suas ideias não se
bastem somente em senso comum, mas pela frenética procura de
dados, que constatem e afirmem a veracidade dos fatos.

Percebe-se a partir da afirmação dos autores que a Arte pode contribuir para
o senso critico do aluno , assim como as disciplinas de filosofia e sociologia,
dão ao aluno a capacidade de argumentar, questionar, refletir e observar a
sociedade em que esta inserido, tornando-se um individuo menos alienado.
Neste sentido a Arte poderia influenciar em outras disciplinas como
Matemática ou Português , pois um aluno argumentativo e observador torna-se
capaz de elaborar cálculos ou interpretar textos de forma mais rápida talvez ,
assim afirma os PCN’S.

O aluno que conhece arte pode estabelecer relações mais amplas


quando estuda um determinado período histórico. Um aluno que
exercita continuamente sua imaginação estará mais habilitado a
construir um texto, a desenvolver estratégias pessoais para resolver
um problema matemático. (BRASIL, 1997, p. 19)

Logo, é necessário que a Arte estimule a criança ou o adolescente a livre


fruição, que o mesmo pense por ele próprio, tendo suas opiniões, sendo um
individuo questionador.
Desde o nascimento a criança interpreta o mundo através de imagens e
símbolos, preenche as lacunas através da imaginação e a chave para o ensino
de arte para crianças é a imaginação.

Como cita Santos ( 2016, pg .2)

Naturalmente, as crianças entram em contato com o mundo sensível,


agindo sobre ele com afeto, cognição, motricidade; e constroem para
si um repertório perceptivo de formas, cores, texturas, sabores,
gestos e sons, atribuindo a este mundo, sentidos e organizações
diferentes. O professor deve considerar essas significações já
construídas e colocar o desafio de construir outras.
Cabe ao professor guiar, orientar e aprimorar a experiência desse aluno, o
conduzindo para que, o mesmo, vivencie e explore o mundo ao seu redor,
entrando em contato com as texturas, sons e sabores.
A ludicidade e a imaginação são partes essenciais dentro da educação
infantil, o contato da criança com esse mundo divertido e criativo fara a
diferença no seu desenvolvimento cognitivo , social e afetivo.

Para Santos (2016 , p. 20 )

O contato com as diferentes formas de artes oportuniza aos alunos a


exploração, o conhecimento, a brincadeira, desenvolvendo uma visão
transformadora beneficiando um vínculo com a realidade,
contribuindo para analisar a compreensão do aluno e do mundo a
qual vivencia, favorecendo a ligação entre a fantasia e a realidade.

Sendo assim, percebe-se a relação intrínseca da Arte e do mundo


sensível que envolve as brincadeiras, sons e cores, as quais atraem a atenção
da criança, logo, estabelecer atividades pedagógicas que contenham uma
abordagem lúdica e criativa, certamente será muito eficaz para a aprendizagem
do aluno.
2.3- Arte, Criatividade e emoções

A ludicidade é parte fundamental na educação infantil, compreender as


emoções e ensinar as crianças a entender esses sentimentos é importante
para torna-los adultos maduros e psicologicamente saudáveis.
Segundo os psicólogos, há uma relação intrínseca entre a Arte e as
emoções, um livro ou um filme, são capazes de alterar o nosso ritmo cardíaco,
assim como , uma pintura pode trazer a tona memorias afetivas que estavam
guardadas em nosso interior.
A pesquisa Buenos Dias Criatividad explica a relação entre emoção,
criatividade e a Arte , abordando a importância de se ter uma educação formal
em Arte , já na Educação Básica.
A capacidade de gestão das emoções é chamada de inteligência
emocional, sabendo que a infância é uma fase em que as crianças ainda estão
aprendendo a entender emoções como a raiva, angustia, ansiedade e
frustração, a Arte torna-se uma ferramenta sensacional nas mãos de
profissionais capacidados a direcionar e transformar esses sentimentos em
algo produdivo, dentro de processos criativos.

Para Brackett et.al (2014)


Las personas emocionalmente inteligentes son capaces de
gestionar mejor las emociones desagradables que se originan durante
el proceso creativo, algo que puede conducir a nuevos problemas o a
redefinir aquellos que ya se habían planteado

A inteligência emocional vem sendo muito mencionada nos últimos


anos, o reconhecimento de que não é apenas uma educação conteudista que
faz um individuo inteligente, abre espaço para disciplinas antes colocadas de
escanteio como a Arte , questões escolares recorrentes como bullyng e
violência , podem ser abordadas de maneira criativa com mais sensibilidade
pelo professor de Arte, que esteja capacitado para lidar com estas situações,
como confirma Breckett et al (2014) .

Las habilidades de inteligencia emocional también son


necesarias para transformar las emociones en elementos de
motivación para una actividad creativa. Por ejemplo, el aburrimiento
puede provocar un deseo de entretenimiento pasivo o incluso un
comportamiento destructivo, como el consumo de drogas
(Csikszentmihalyi, 1993; Hunter y Ciskszentmihalyi, 2003). Pero, por
otro lado, también puede servir de inspiración a una persona,
animándole a buscar nuevos retos en una actividad creativa

Sendo assim , a Arte é essencial para o desenvolvimento completo do


aluno , disciplinas como física , matemática e química , são naturalmente
importantes , porém , devemos lembrar que existem dois lados do cérebro e o
lado responsável pela sensibilidade , criatividade e pelo processo criativo em
decorrência da Arte , é igualmente importante , todo individuo deve abraçar o
seu lado mais sensível e criativo, livre de amarras e preconceitos, se tornando
um ser humano , mais humano.
3. METODOLOGIA

A pesquisa aqui, apresentada teve como objetivo abordar a importância


da Arte para o desenvolvimento infantil, buscando referenciais teóricos em
livros e artigos, sendo assim uma pesquisa bibliográfica e qualitativa, a qual
possibilita a analise dos dados, interação e considera a subjetividade dos
sujeitos.
O método utilizado para a realização desta pesquisa é o hipotético
dedutivo, o qual se estabelece hipóteses e teorias, a fim de preencher lacunas
de um conhecimento, buscando confirmar ou reprovar tal hipótese.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Gombrich cita em sua obra que não existe Arte e sim artistas, presume-se
que o conceito de Arte, deixa de ser importante comparado ao significado da
mensagem a ser transmitida pelo artista. Sendo assim, em cada período da
historia da Arte ,o significado dessa mensagem vem sendo modificado de
acordo com as respectiva sociedade, diversos fatores corroboram para isso
como o contexto social, cultural e econômico da época.

Atualmente a Arte assume um papel importante no desenvolvimento


infantil do aluno, esse papel vem sendo reconhecido com muito custo pela luta
de profissionais da Arte Educação, porém é necessário que não somente os
professores entendam essa importância, como também toda a comunidade do
entorno escolar.

A imaginação e ludicidade, são fatores essenciais dentro da sala de aula,


sendo assim é de vital importância que o professor aborde de forma
interdisciplinar os mais diversos conteúdos, para que a Arte possa corroborar
para o desenvolvimento da criança , estimulando o crescimento e o
conhecimento lúdico e imaginativo do aluno.
REFERÊNCIAS

O ENSINO DE ARTE E A SUA FINALIDADE: EDUCAÇÃO INFANTIL E


ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. Disponível em:
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23809_11871.pdf . 14/10/2019

A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Disponível em:


https://www.feevale.br/Comum/midias/325d6200-a6f7-420b-8192-
7f3fade7ee4d/A%20arte%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o%20infantil
%20sua%20contribui%C3%A7%C3%A3o%20para%20o
%20desenvolvimento.pdf . 14/10/2019

Buenos Dias Criatividad. Disponível em:


https://www.fundacionbotin.org/89dguuytdfr276ed_uploads/EDUCACION/
creatividad/artes%20y%20emociones%202014/2014%20Informe
%20Creatividad%20ES.pdf .14/10/2019

ARTE: Conceito, Origem e Função


http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/241/texto%205.pdf
14/10/2019
ANEXOS

Vênus de willendorf

Disponível em : https://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2018/03/facebook-se-desculpa-apos-censura-de-
venus-do-paleolitico.shtml

Estatua de Kouros

Disponivel em : https://static.todamateria.com.br/upload/56/31/5631177a316df-evolucao-da-
escultura-grega.jpg
Escultura de Poseidon

Disponível em : https://static.todamateria.com.br/upload/56/31/5631177a316df-evolucao-da-
escultura-grega.jpg

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