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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
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16 FUNDAMENTOS: ELEMENTOS GRÁFICOS QUE CONSTITUEM UMA
IMAGEM 42
18 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 45
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 O QUE É ARTE?
Arte é uma palavra que se origina do vocábulo latino ars e significa técnica ou
habilidade. Podemos dizer que é uma manifestação humana comunicativa muito
antiga.
A arte possui um caráter estético e está intimamente relacionada com as
sensações e emoções dos indivíduos. Como exemplo, podemos citar a pintura, a
dança, a música, o cinema, a literatura, a arquitetura, etc.
Vale salientar que a arte tem uma importante função social na medida que
expõe características históricas e culturais de determinada sociedade, tornando-se
um reflexo da essência humana.
Ela existe em todas as culturas e sua definição foi e continua sendo discutida
incansavelmente.
Para o filósofo grego Aristóteles a arte era uma imitação da realidade. Esse
conceito, mais tarde, foi duramente refutado por diversas correntes artísticas que
compreendiam que a arte não era somente baseada na imitação da realidade, e sim,
na criação.
Durante a Idade Média havia duas vertentes sobre ela:
As artes manuais (ou mecânicas)
As artes liberais (ou intelectuais)
A primeira era considerada inferior à segunda, pois a arte somente era criada
a partir do intelecto.
Se pensarmos nessa questão hoje em dia, notamos que ela está mais
desenvolvida; no entanto, o trabalho manual ainda é subjugado pelo trabalho
intelectual.
Como exemplo, temos o artesão e o artista, os quais compartilham um trabalho
mental, ao mesmo tempo que participam da criação artística. Entretanto, o primeiro é,
em grande parte, considerado um indivíduo que produz uma “arte menor” em relação
ao outro.
Essa analogia da "arte erudita" e da "arte popular" permanece até os dias de
hoje, sendo pauta de discussão de muitos estudiosos.
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3 HISTÓRIA DA ARTE - CRONOLOGIA
Arte Rupestre
A arte rupestre representa uma das mais antigas manifestações artísticas que
surgiu a milhões de anos no contexto da pré-história. São desenhos ou pinturas, os
quais foram produzidos, sobretudo, em cavernas, por diversos povos antigos.
Além das pinturas nas cavernas, é sabido que a escultura, a dança e a música
também se iniciaram nesse período.
Sendo assim, podemos refletir sobre a necessidade humana de se expressar,
expor suas ideias, uma vez que por meio do fazer artístico o homem libera suas
emoções.
Na época paleolítica, por volta de 30.000 a.C., os desenhos criados tinham
muita relação com a natureza. Os traços empregados para representar animais
temidos eram cheios de movimentos e força. Já os animais mais dóceis como renas
e cavalos eram feitos de forma mais delicada, revelando leveza e fragilidade.
Arte Sacra
A Arte Sacra representa o conjunto de obras que possuem como temática
principal a religião.
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Foi muito explorada antes do período do Renascimento (na Idade Antiga,
Clássica e Medieval), sendo umas das principais formas de expressão durante
séculos. Como exemplo temos as ilustrações, esculturas de santos e a arquitetura
encontrada em diversas igrejas ou templos.
Arte Barroca
Com o período do Renascimento, significativas mudanças ocorreram na
Europa no século XV, como:
Cientificismo
Contrarreforma
Surgimento da burguesia
Antropocentrismo
Humanismo
Nesse contexto, o artista barroco encontra na arte o local necessário para expor
a confusão causada pela mudança de paradigmas.
Foi assim que a arte barroca, se distanciou, em partes, da Arte Sacra, criando
uma arte mais erótica, profana, cotidiana e, portanto, não tanto idealizada.
Arte Moderna
A arte moderna surge no contexto da Revolução Industrial a partir do século
XVIII.
Na arte moderna, o conceito sobre arte amplia-se um pouco e chega até a ser
considerada uma "antiarte", ou seja, ela não se preocupada com o teor estético e sim
com a mensagem a ser transmitida.
No Brasil, o marco de introdução da arte moderna foi a Semana de Arte
Moderna de 1922.
Nesse sentido podemos pensar que a arte tem uma função importante, além
da catarse (purgação de sensações). Ou seja, uma obra artística pode conter um teor
ideológico e político envolvido, o que leva o público a refletir sobre o conceito e não
simplesmente visualizar as obras.
Arte Abstrata
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Uma das características das artes visuais do período moderno foi o surgimento
da corrente artística denominada Abstracionismo.
De tal modo, a arte abstrata propõe uma obra visual não representacional, ou
seja, ela prioriza as formas abstratas em detrimento de figuras que fazem parte da
realidade.
Essa corrente surgiu no contexto do Modernismo, mediante a liberdade de
expressão e refutação ao academicismo, e está relacionada com os movimentos
vanguardistas.
Arte Contemporânea
A arte contemporânea ou arte pós-moderna surgiu no século XX, embora
muitos estudiosos preferem indicar sua origem no final do século XIX.
A arte contemporânea abrange um conceito de arte mais aberto, sendo
pautado, portanto, na originalidade, experimentações artísticas e técnicas inovadoras.
Assim, ela admite diversas modalidades e linguagens artísticas bem como a
mistura entre elas. Hoje, fala-se em arte performática, arte multimídia, arte étnica,
dentre outros.
Da mesma maneira que a arte moderna, a arte contemporânea foca na ideia a
ser transmitida em detrimento do valor estético da obra.
Sua principal função é fazer as pessoas pensarem, não somente com trabalhos
que abriguem conceitos estéticos de harmonia e beleza, mas a partir de obras que
muitas vezes extrapolam os limites da consciência humana.
A ideia é que as pessoas tenham contato com as obras de arte através do
"choque estético" e que assim ocorram processos catárticos e que favoreçam a
atividade reflexiva.
Artes Visuais
Importante conhecer o conceito de Artes Visuais, uma vez que tem gerado
muita confusão.
Algumas pessoas acreditam que as artes visuais incluem somente as pinturas.
No entanto, o conceito de artes visuais é muito mais amplo e está relacionado
com o próprio nome “visual”. Ou seja, representa aquela arte que conseguimos ver:
pintura, escultura, arquitetura, teatro, dança, fotografia, dentre outras.
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Fonte: cursos.marco.org.mx
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De tal modo, além do conceito, as temáticas, técnicas e materiais empregados
na arte, foram se ampliando e atualmente, torna-se tarefa difícil identificar como ela
surge.
Com o desenvolvimento da tecnologia e dos computadores, a arte visual
também pode ser produzida através de ferramentas tecnológicas. Podemos citar as
artes gráficas, criadas por meio de programas de computador (softwares) denominada
de web art.
As artes modernas e contemporâneas foram responsáveis por abranger ainda
mais o conceito de arte. Pois com elas a ideia torna-se mais importante do que o
caráter estético e visual do objeto artístico.
Atualmente, podemos encontrar diversos tipos de artes:
Vídeo-arte
Animações
Colagens
Arte urbana
Instalações artísticas
Performances
Arte corporal (body art)
Apresentações de rua
História em quadrinhos
Artes decorativas
Arte multimídia
Design gráfico, de produtor e de moda
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Décadas atrás, a disciplina sobre arte era chamada de "educação artística" e
envolvia conceitos sobre a história da arte e basicamente, a criação de desenhos e
pinturas.
No entanto, o conceito de arte nas escolas se expandiu e atualmente, podemos
encontrar colégios em que disciplinas de arte visuais são mais abrangentes. Elas
incluem, por exemplo, a dança, o teatro, a fotografia e o cinema.
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Como atesta Marcuse (2016, p. 18), “a obra de arte representa, portanto, a realidade,
ao mesmo tempo que a denúncia”.
A estética é compreendida por Hegel como ciência do belo, ou mais
precisamente do “belo na arte em contraposição ao belo natural”. Noutras palavras, a
estética é a manifestação do belo produzido pelo homem, compreendendo que existe
uma esfera sensível no conhecimento. Assim, ela possui uma finalidade e uma
verdade (forma sensível do verdadeiro). Nessa medida, concordamos com Bras
(1990, p. 19), quando afirma que: “se a ciência do belo é de fato possível, é que na
arte, o espírito está em ação e pode se deixar conhecer racionalmente.” Por
conseguinte, afirmamos que a arte, em Hegel, assim como a religião e a filosofia,
constituem momentos rumo ao espírito absoluto. Ambas possuem propósitos
idênticos, ou seja, propõem uma ontologia.
Em Marcuse, essa compreensão não é diferente. A arte possui a finalidade de
compreender a essência (razão) na simples aparência. Ora, entendemos que, no
movimento dialético, tanto a essência como aparência são necessárias, mesmo sendo
distintas. Ambas fazem parte da dinâmica do movimento. Dito de outra forma, tanto o
pensar em relação a arte como o pensado se pertencem mutuamente. Isso significa,
todavia, que sempre ocorrerá uma superação sem deixar de conservar uma parte do
todo.
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Ao criticar esses últimos, Marcuse deixa claro sobre o quanto eles limitaram a
experiência da arte em simples “aparência,” contida na sociedade de classe e na
totalidade das relações. Tal postura estaria negligenciando as potencialidades
existentes na verdadeira estética marxista que, por sua vez, compreende a
experiência da arte transcendendo as relações de classe e produção, além de fazer
surgir outra imagem que se configura como processo de libertação.
Fonte: conversamolle.blogspot.com
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a fim de compreender que existe um poder existente na experiência da arte que está
além da vida concreta.
O poder existente na arte está situado no rompimento que ela faz com o mundo
estabelecido contido na concentração econômica, meios de comunicação de massa,
mercado internacional, racionalidade tecnológica, personalidade tecnológica e razão
instrumental. A estética e as linguagens da arte, possibilitam que os indivíduos
percebam as coisas de forma diferente. Segundo Marcuse, a estética e a arte
possuem o imperativo categórico segundo o qual “as coisas precisam mudar”.
É fundamental perceber que, para Marcuse, é clara a aproximação da arte no
contexto das relações sociais. Todavia, a experiência da arte não é “restritamente”
ligada à vida cotidiana, visto que, o mundo da arte e do artista é outro. Fantasia,
subjetividade e criatividade são constituintes da experiência da arte e assim,
diferenciam-se da totalidade. A própria sociedade identifica o artista e a arte como
tipos sociais distintos. É Marcuse (1999, p. 50) que ao citar Dieter Wellershoff (1925-
2018), nos adverte sobre a distinção da arte e o artista da vida comum.
O esforço desesperado do artista para fazer da arte uma expressão direta da
vida pode vencer a separação da arte da vida. Wellershoff aponta o fato decisivo:
“existem diferenças sociais intransponíveis entre a fábrica de conservas e o estúdio
do artista: a fábrica de Warho; entre o ato de pintar e a verdadeira vida que gira à sua
volta” (MARCUSE, 2016, p. 50).
A relação do pensamento estético de Marcuse com a conjuntura histórica, seus
estudos sobre teoria crítica da sociedade, a política radical das forças de rebelião,
onde a arte se faz presente como dimensão acusadora enquanto arte pela arte,
motiva-nos a perceber e compreender toda a amplitude de seu estatuto estético e a
sua contribuição em relação à filosofia e à arte. A experiência da arte na compreensão
marcusiana possibilita a consciência de si a partir do momento em que produz uma
outra imagem, para além da realidade concreta e estabelecida.
A dimensão estética pressupõe um constante movimento da arte, em
rompimento com as estruturas da sociedade estabelecida. A arte desperta a
possibilidade dos indivíduos continuarem o esforço de “ser,” e, principalmente aquilo
que “poderiam ser”. Esse processo só é possível inicialmente pela fantasia, que
confronta a sociedade administrada do estado estabelecido de coisas.
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8 INDEPENDÊNCIA E LIBERTAÇÃO DA ARTE
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Mas essa afirmação tem a sua própria dialética. Não existe obra em que não
evoque, em sua própria estrutura, as palavras, as imagens, a música de uma outra
realidade, de uma outra ordem repelida pela ordem existente e, entretanto, viva na
memória e na antecipação, viva no que acontece aos homens e mulheres, e na
rebelião contra isso (MARCUSE, 1973, p. 93).
Fonte: radio.ufpa.br
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9 LINGUAGENS VISUAIS: APLICAÇÕES E TENDÊNCIAS
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9.2 A cor como representatividade da imagem
Assimetria
É a composição de elementos de forma desigual, mas que cria uma coerência
visual e textual, assim criando a atenção do público para a imagem em questão.
Quando bem utilizada a assimetria pode mostrar um conteúdo original com estilo e
personalidade.
Cores Vibrantes
O uso das cores na construção da imagem é inegável, como já fora explicado
mais acima. O uso das cores vibrantes está na expressão das emoções humanas, é
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através da vibração das cores que podemos determinar e exprimir os sentimentos que
está na mensagem simbólica que a mensagem comum, esse elemento assim como
nos anteriores irá perdurar na lista de tendências por um bom tempo.
É importante tomar cuidado, pois os usos das cores vibrantes podem acarretar
em desconforto visual e até tirar o objetivo inicial que a imagem expressa.
Fontes ousadas
A tipografia está, por muitas vezes, substituindo o uso de imagens na
composição. O uso de fontes divertidas e irreverentes pode favorecer muito qualquer
imagem e pode ajudar passar uma imagem totalmente positiva e confortável à visão.
Formas Geométricas
Se usadas corretamente podem dar ideia de logicismo ao contexto. Criando
uma mensagem harmônica e compositiva, podendo passar a ideia de rapidez,
modernidade e/ou inovação.
Sobreposição de elementos
É uma prática usada, onde os elementos podem ser dispostos da forma a ficar
harmônico onde podemos sobrepor imagens, textos, linhas, formas geométricas e
outros recursos visuais de forma a imagem ficar única.
A Linguagem Visual é o recurso no qual podemos aproveitar de diversas formas
sua objetividade e obter ótimos resultados em seu uso. Com ela podemos criar peças
únicas e tirar proveito da emoção humana, assim exprimindo em peças únicas com
as principais tendências.
Esta condição deve ser usada com sabedoria e que deve ser incluída sempre
no planejamento. Portanto, a melhor forma para encontrar o uso perfeito da imagem
é estudando onde os elementos serão aplicados e como eles serão usados, assim,
não haverá erros e os resultados serão surpreendentes.
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11 PERCEPÇÕES SENSÍVEIS NA ARTE CONTEMPORÂNEA: CONCEPÇÃO
ESTÉTICA DE GILLES DELEUZE E FÉLIX GUATTARI
Fonte: www.radarconsultoria.com
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12 CATEGORIAS ESTÉTICAS DOS FILÓSOFOS GILLES DELEUZE E FÉLIX
GUATTARI
Deleuze e Guattari (1997, p.250) vão dizer que “a visão existe pelo
pensamento, e o olho pensa, mais ainda do que escuta”. Isto porque toda obra de
arte, seja ela uma pintura, um desenho, uma gravura, uma escultura, ela é percebida
como pensamento, entregando ao olho do espectador tudo que for possível.
Neste sentido, o que se conserva na obra de arte são os perceptos e afectos,
não o material ou a obra em si, mas as sensações que ela causa, fazendo com que o
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material se integre na sensação. Para Deleuze e Guattari (1997) mesmo se o material
só durasse alguns segundos, daria à sensação o poder de existir e de se conservar
em si, na eternidade que coexiste com esta curta duração. Nesta perspectiva, os
autores consideram que “o objetivo da arte, com os meios do material, é arrancar o
percepto das percepções do objeto e dos estados de um sujeito percipiente, arrancar
o afecto das afecções, como passagem de um estado a um outro” (1997, p.217). Isto
é interpretado como um bloco de sensações, ou seja, um puro ser de sensações.
A arte também é analisada como independente do criador, pois os artistas são
percebidos como filósofos, como aqueles que viram algo na vida grande demais para
qualquer um, até mesmo para eles. Os artistas, ao criar uma obra de arte, passam
pelo percepto, ou seja, buscam um motivo para sua obra. Para Deleuze e Guattari
(1997), os artistas são aqueles que inventam o não conhecido e desconhecido,
associam o afecto a força de criação. O artista é mostrador, inventor e criador de
afectos, em relação com os perceptos ou as visões que nos dá. O artista, por meio da
sua obra, pode proporcionar modificações nos sujeitos afetados pela experiência
estética.
Mas não é somente em sua obra, representada pelo objeto em si, que o artista
cria, ele vai além, ou seja, ele pode transformar o público, fazer o público pensar e
refletir diferente. Este pressuposto categórico composto por técnica e estética, integra
o público na manifestação artística. Para Deleuze e Guattari (1997, p. 227).
É assim, de um escritor a um outro, os grandes afectos criadores podem se
encadear ou derivar, em compostos de sensações que se transformam, vibram, se
enlaçam ou se fendem: são estes seres de sensação que dão conta da relação do
artista com o público, da relação entre as obras de um mesmo artista ou mesmo de
uma eventual afinidade de artistas entre si. O artista acrescenta sempre novas
variedades ao mundo.
A criação que traz a luz do dia são os perceptos e afectos, são os devires não
humanos do Homem. Isto porque, para estes filósofos, o olho pensa e esta visão traz
à tona o invisível, ou seja: Como ver e pintar os sons? Como ouvir as cores latentes?
São perguntas que dialogam com a invisibilidade da arte. É tornar sensível as forças
insensíveis que povoam o mundo, é permitir que a arte provoque, que sensibilize, que
afete, e por meio destas sensações, faz surgir o devir. É ir além do que é julgado real
e concreto. Outro aspecto a destacar é que, para Deleuze e Guattari, a arte não tem
opinião, mas ela é capaz de abstrair a sensação da opinião.
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Estes compostos de sensações são provocados pelas categorias estéticas que
a arte pode expressar. Categorias estas que estão associadas às sensações
presentes na apreciação artística, no contato com a arte, na experiência provocada.
O contemporâneo na arte surge a partir de 1960 com uma criação voltada para
o mundo atual. A arte contemporânea se diferencia das artes criadas até este
momento histórico, por privilegiar a participação do público e utilizar os meios
tecnológicos, bem como materiais do cotidiano que, quando usados, ganham outro
sentido na obra de arte. Ela tanto pode ser conceitual, híbrida, efêmera como pode se
caracterizar pela espontaneidade, manifestando-se por meio da instalação,
assemblage, performance, happening, readymade, viodeoarte, bodyart, anti-form,
land art, arte povera, etc. Para representar o que a arte traz atualmente é importante
destacar que os materiais utilizados, que podem ser objetos fabricados, materiais
naturais e perecíveis, tal como o próprio corpo do artista, são relevantes na construção
da ideia e do conceito da arte.
Para Deleuze e Guattari (1997), a arte pode ser compreendida, não como
virtual, nem como atual, mas como possível, e é a existência do possível que é
entendida como categoria estética. Não é simples definir a arte contemporânea, como
também não é fácil analisar as obras esteticamente no mundo atual. Isto porque ela
permitiu o uso de inusitados materiais, permitiu todo o tipo de processo artístico,
muitas vezes incompreensível pelos críticos e pelo próprio público. Segundo Millet “é
nesta área de liberdade, que se continua a desenvolver alegremente a arte de hoje”
(1997, p. 15- 16). Esta arte pode ser entendida como original, curiosa, que expressa
liberdade total com o máximo de intensidade. Cauquelin (2005, p.11) nos diz que, para
aprender a arte como contemporânea, precisamos, então, estabelecer certos critérios,
distinções que isolarão conjunto dito “contemporâneo” da totalidade das produções
artísticas. Contudo, esses critérios não podem ser buscados apenas nos conteúdos
das obras, em suas formas, suas composições, no emprego deste ou daquele
material, também não no fato de pertencerem a este ou aquele movimento dito ou não
de vanguarda. Com efeito, a esse r espeito, teríamos ainda que nos defrontar com a
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dispersão, com a pluralidade incontrolável de “agora”. De fato, os trabalhos que
tentam justificar as obras de artistas contemporâneos são obrigados a buscar o que
poderia torná-los legíveis fora da esfera artística, seja em temas culturais, recolhidos
em registros literários e filosóficos.
Fonte: www.todamateria.com.br
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monumento não comemora algo que já passou, mas transmite para o futuro as
sensações persistentes que encarnam acontecimentos atuais, ou seja, alegrias,
sofrimentos, vitórias, lutas, protestos, etc. da atualidade.
Esta concepção estética atual compreende a arte numa esfera conceitual, onde
a ideia proposta pelo artista pode ser mais importante que o objeto em si, valorizando
a experiência que o contato com a arte pode causar no público. Mas isso nem sempre
é percebido tão facilmente, porque muitas vezes a arte do passado impede que o
público perceba e esteja preparado para apreciar a arte do tempo atual. Segundo
Cauquelin (2005) a arte, como todas as demais áreas, sofre rupturas historicamente.
A arte moderna pertence ao regime de consumo e a arte contemporânea ao da
comunicação.
A arte contemporânea compartilha do conhecimento das linguagens das
diferentes áreas, da comunicação visual, oral, gestual, performática, tecnológica, bem
como busca proporcionar reflexões sobre aspectos relevantes da vida do ser humano.
A estética da arte atual supera a liberdade de criação por parte do artista, como
também, propõe liberdade de interpretação para o espectador. Danto fala que “o
contemporâneo é, de determinada perspectiva, um período de desordem informativa,
uma condição de perfeita entropia estética. Mas é também um período de impecável
liberdade estética. Hoje não há mais qualquer limite histórico. Tudo é permitido” (2006,
p.15).
O lugar, o espaço, a paisagem, tudo faz parte da obra. As obras
contemporâneas exploram inusitados espaços, buscam surpreender e instigar o
espectador a relacionar o contexto com a arte, como se arte agisse na vida. Para
Pareyson (1997), a arte é uma atividade específica, com características e finalidades
próprias, com uma natureza que emerge da vida. Para o autor, a vida do Homem
penetra na arte porque a arte está presente em toda a vida do ser humano,
constituindo-se lhe um íntimo conteúdo.
Historicamente, a arte teve uma função ritualística, religiosa e decorativa. Estes
conceitos de arte perduraram por muito tempo e consequentemente a perspectiva
estética da arte na atualidade também ficou ligada a esses conceitos do passado. Foi
a partir de artistas modernistas que a arte se mostrou ao mundo numa concepção
diferente. Não mais pelo objeto artístico em si, mas pela expressividade da obra que
considera o que artistas e espectadores pensam e sentem, bem como, pelo material,
local e todos os aspectos pertinentes a obra.
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A partir da arte moderna, que já começa a promover rupturas de pensamento,
surge a arte contemporânea que vem com um propósito ainda mais contundente no
que se refere a possibilidade de criação artística. Para a arte atual tudo é possível,
existe uma liberdade de expressão. Isto significa que o artista pode se expressar por
meio de diferentes linguagens, formas e materiais. Portanto, a arte enquanto
acontecimento, condição de vida, liberdade de criação e de possibilidade de encontro
entre obra, artista e público faz surgir a concepção dos filósofos Deleuze e Guattari.
Para estes autores, a arte é uma sensação possível, é o que se mostra visível e
invisivelmente.
A arte na atualidade pode ser concebida como uma forma de pensamento em
que transcende o material, o que está visível e invisível. Está relacionada à vida do
ser humano, compartilhando alegrias, vitórias, angustias, tristezas, aflições, bem
como, considera aspectos sociais, científicos, econômicos, religiosos, educativos e
políticos.
Atualmente, a concepção estética da arte está mais diretamente associada à
liberdade de criação, ao conceito da obra, do que ao objeto em si. O objeto faz parte
da obra, como o artista e o espectador também. Tudo que contempla a obra, segundo
Deleuze e Guattari, faz parte do bloco de sensações. Bloco este que valoriza,
inclusive, o vazio. Porque mesmo o vazio pode ter significado, pode expressar
sensações.
Em face desse contexto, pode-se afirmar que as percepções sensíveis que as
obras de arte contemporâneas provocam a partir das concepções estéticas são de
reflexões que permitem afetar-se. Este afetamento faz com que o sujeito pense, reflita
e analise, de maneira que ele se transforme socialmente. Ele não será mais o mesmo.
A experiência provocada a partir da apreciação estética faz com que ele se modifique
enquanto sujeito integrante de um contexto social. Mas sabe-se que nem todos os
espectadores estão preparados para este movimento de afetamento quando
deparados com a arte. Isto acontece porque nem sempre o sujeito se abre para a
apreciação artística, para a reflexão, para o questionamento, para a sensibilização
que ela pode causar. O sujeito precisa permitir que o bloco de sensação, estabelecido
pelo percepto e afecto, arranque as sensações possíveis entre a obra de arte e tudo
que faz parte dela.
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A apreciação estética não é simples, nem tampouco se constrói rapidamente,
ela é vivida em um espaço de tempo que necessita da análise constante, da
sensibilização dos sujeitos envolvidos com todo o processo artístico.
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Uma única imagem pode ser carregada de muitas informações, e ainda tem o
poder de transmitir sua mensagem de maneira muito rápida, em frações de segundos,
ou de provocar a imaginação de quem a vê, em busca de significados.
Fonte: docplayer.com.br
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No entanto, a percepção visual é algo muito complexo, e está diretamente relacionado
com cada pessoa e sua experiência com o mundo a sua volta.
Ver não é somente abrir os olhos diante de determinada coisa ou situação;
abrange muitas outras questões, entre tantas, o saber interpretar, olhar mais a fundo,
contemplar, analisar.
Muitas áreas do conhecimento, entre elas a psicologia, estudam a percepção
visual humana em busca de explicações sobre a complexidade do nosso processo
visual.
Por isso, esse trabalho buscou teorizar através de conceitos elabora dos por
Abreu (2007), Alves (2010), Arnhein (1980), Aumont (1995), Cesar (2000), Dondis
(2003), Gombrich (1999), Hurlburt (2002), Janson (1996), Munari (2001), Proença
(2004), dados e informações que possam contribuir para a melhor compreensão do
universo visual, para os profissionais de publicidade e propaganda na produção de
imagens mais significativas.
A imagem, que em grego, pode ser compreendida pela palavra ídolos, é o que
sobrou do objeto percebido, ou seja, o que permanece fixado em nossa consciência.
Para os empiristas a imagem é a associação de vários elementos independentes
provenientes da sensação e dos movimentos corporais e unificados pela mente do
sujeito.
Muito antes da fala, se tem registro de que o homem primitivo, no período
Paleolítico (40.000 a.C.), já se comunicava visualmente através de imagens deixadas
nas paredes das cavernas. As manifestações artísticas mais antigas foram
encontradas na Europa, em especial, na Espanha e no sul da França.
As obras mais surpreendentes do Paleolítico são as imagens de animais
pintadas nas superfícies rochosas das cavernas, como as da caverna de Lascaux, na
região francesa de Dordogne. Bisões, veados, cavalos e bois estão profusamente
representados nas paredes e tetos, onde parecem movimentar-se com rapidez;
alguns têm apenas um contorno em negro e outros estão pintados com cores
brilhantes, mas todos revelam a mesma sensação fantástica de vida. (JANSON e
JANSON, 1996, p. 14).
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Aquelas imagens retratavam cenas do cotidiano, momentos vivenciados pelos
povos que ali habitavam. Nesse período da história o homem usava o sangue de
animais para fazer suas pinturas nas cavernas. Nos materiais dos quais se têm
registros, acreditava-se que fosse uma espécie de ritual, onde desenhando a presa
sob seu domínio facilitasse a “hora da caça”.
A explicação mais provável para essas pinturas rupestres ainda é a de que se
trata das mais antigas relíquias da crença universal no poder produzido pelas
imagens; dito em outras palavras, parece que esses caçadores primitivos imaginavam
que, se fizessem uma imagem de sua presa – e até a espicaçassem com suas lanças
e machados de pedra –, os animais verdadeiros também sucumbiriam ao seu poder.
(GOMBRICH, 1999, p. 42).
No Brasil, também existem pinturas que foram deixadas por nossos ancestrais
em pedras rochosas, grutas, etc. Em Minas Gerais, as manifestações artísticas mais
conhecidas e pesquisadas estão na Lagoa Santa, nas Serras do Cipó e do Espinhaço.
Segundo informações disponíveis no site “Descubra Minas” as pinturas retratam
principalmente animais caçados, sendo eles, veados, tatus e em algumas regiões
peixes e aves. Os sinais geométricos também são comuns. Somente tempos depois
as cenas de caça foram substituídas por relações familiares, com cenas de cópula,
mulheres grávidas e cenas de partos.
14.2 Gestalt
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Ainda conforme Alves (2010, p. 120), o termo Gestalt significa “boa forma” para
o design industrial e para o design gráfico, e é compreendido como uma tendência da
função cerebral ao dar uma forma compreensível, completa, sequencial e coerente
aos estímulos que chegam ao cérebro.
Conforme Samara e Morsch (2005, apud, Alves, 2010, p. 120), o formato de
uma embalagem, as imagens apresentadas em um anúncio, uma etiqueta ou o preço
poderão induzir a diferentes comportamentos conforme são construídos e integrados.
Nesse sentido a teoria da Gestalt vai sugerir uma resposta do por que algumas formas
agradam mais e outras não. Essa teoria vem opor-se ao subjetivismo, pois a psicologia
da forma se apoia na fisiologia do sistema nervoso quando procura explicar a relação
sujeito-objetivo no campo da percepção. Todo o processo consciente, toda forma
psicologicamente percebida, está estreitamente relacionado com as forças
integradoras do processo fisiológico cerebral atribuído ao sistema nervoso central,
responsável por um processo autorregulador que visa à estabilidade organizando as
formas em um todo coerente e unificado, as quais são espontâneas arbitrárias e
independem de nossa vontade. (ALVES, 2010, p. 120).
Na voz de Hurlburt (2002, p. 136), compreende-se “o princípio enunciado por
Wertheimer sobre a organização perceptiva (que) demonstra que o olho humano
tende a agrupar as várias unidades de um campo visual para formar um todo”.
A Gestalt defende que o processo visual funciona como um todo. Para os
gestaltistas, desde o momento em que vemos uma imagem até que esta chegue ao
nosso cérebro existe um único fenômeno evolvido nesse processo, a percepção, que
se inicia através da captação da imagem pelos sentidos e depois é enviada ao cérebro
para que ocorra a interpretação.
Os estudos da psicologia Gestalt definem alguns pontos que conduzem a
maneira como as percepções são organizadas. São eles: A figura e o fundo, o
reagrupamento, e o estímulo ambíguo.
Figura e fundo
Dondis (2003, p. 47), referindo-se a figura e fundo como positivo e negativo,
explica: “o que domina o olho na experiência visual seria visto como elemento positivo,
e como elemento negativo consideraríamos tudo aquilo que se apresenta de maneira
mais passiva”. No princípio da figura e fundo, as pessoas tendem a organizar as
percepções a partir de dois planos, o da figura, que constitui o elemento central da
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atenção, e o do fundo, que é diferenciado. Geralmente, representam contraste. Para
Alves (2010, p. 122), “o contexto no qual é apresentado um objeto pode influenciar
nossa percepção, os objetos são percebidos em relação ao seu fundo, e essa relação
faz que o indivíduo chegue a um julgamento”.
Reagrupamento
Ocorre quando os estímulos são numerosos e distintos e, portanto, não são
organizados imediatamente numa figura única, as pessoas tendem a organizá-lo,
associando os objetos em função da sua proximidade, semelhança e continuidade.
Proximidade
Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram
uns dos outros. Conforme Dondis (2003, p. 44), “quanto maior for sua proximidade,
maior será sua atração”. Existe, portanto, uma tendência a perceber os elementos
mais próximos como um grupo distinto dos demais elementos. Da mesma forma, para
Alves, a proximidade provoca a sensação de pertinência. Se um produto de uma
determinada marca for oferecido a bom preço, juntamente com outro produto da
mesma marca, os dois serão percebidos como favoráveis. Da mesma forma, quando
um produto é considerado como suspeito, outros produtos da mesma marca sofrem
com essa generalização. Também a proximidade de tempo faz que as marcas sejam
confundidas quando lançadas ao mesmo tempo. (ALVES, 2010, p. 121).
Semelhança ou similaridade
Define que os objetos similares tendem a se agrupar. Essa similaridade pode
acontecer devido à cor, à textura, à forma dos objetos. Para Alves (2010, p. 121), “o
princípio que afirma que o ser humano tem tendência a organizar estímulos
semelhantes como pertencentes a uma mesma categoria. Adquirimos artigos de
qualidade inferior misturados com os de qualidade superior e preço alto se forem
semelhantes”.
Continuidade
Está relacionado ao alinhamento e as direções dos objetos dispostos. Essa
tendência à continuidade facilita a comunicação possibilitando harmonia entre os
elementos. Ocorre, geralmente, quando o desenho do elemento sugere alguma
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extensão lógica, como um arco de quase 360o sugere um círculo. Consiste na
tendência do ser humano em completar algo incompleto e dar continuidade. Uma vez
que algo é sentido como incompleto, resultará em tensão que diminuirá ao se realizar
o fechamento.
A publicidade frequentemente faz uso desse princípio quando apresenta peças
na íntegra inicialmente, e, após uma exposição suficiente para a fixação na memória,
reduz a exposição da peça apresentando apenas detalhes mais significativos,
permitindo que essa estimulação desencadeie o todo da informação completa em
nível já internalizado anteriormente. (ALVES, 2010, p. 121-122).
Estímulo ambíguo
Um estímulo é reconhecido como ambíguo quando apresenta mais de uma
forma, ou seja, ele permite que sejam realizadas várias leituras. Dondis (2003, p. 38),
ao referir-se ao estímulo ambíguo diz que é o “estado em que o olho precisa esforçar-
se por analisar os componentes no que diz respeito a seu equilíbrio. A esse estado dá
se o nome de ambiguidade (sic), e embora a conotação seja a mesma que a da
linguagem, a forma pode ser visualmente descrita em termos ligeiramente diferentes”.
No início da psicologia científica, as conclusões da escola Gestalt foram consideradas
tão interessantes e completas que teorizam a maior parte dos livros sobre design
gráfico, até hoje.
Percepção
Para Aumont (1995, p. 22), “a percepção visual é o processamento, em etapas
sucessivas, de uma informação que nos chega por intermédio da luz que entra em
nossos olhos”.
O processo perceptivo inicia-se com a captação, através dos órgãos dos
sentidos, de um estímulo que é enviado ao cérebro. A percepção pode, então, ser
definida como a recepção, por parte do cérebro, da chegada de um estímulo, ou como
o processo através do qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta esses
estímulos.
Assim, compreende-se que a criação da imagem visual provém da atividade
do cérebro, porém este é parte integrante de organismos que interagem em meios
físicos biológicos e sociais e que resultam em experiências subjetivas e
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representações com conteúdos de projeções pessoais e individuais. (ALVES, 2010,
p. 115).
Este processo pode ser decomposto em duas fases distintas: a sensação,
mecanismo fisiológico através dos quais os órgãos sensoriais registram e transmitem
os estímulos externos; e, a interpretação, que permite organizar e dar um significado
aos estímulos recebidos.
Fonte: psicoportal.com
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A visão é uma função que desenvolvemos assim como a fala, o tato, a audição
como sendo muito simples, sugerindo então que ela, assim como os outros não tenha
a necessidade de um desenvolvimento mais apurado. O que muitas vezes se torna
no “ver por ver” sem entender o sentido ou ao menos perceber a quantidade de
informações que determinada imagem está transmitindo, pois no processo visual tudo
é muito rápido. A atenção é parcialmente determinada pelo que o indivíduo deseja e
pela importância que lhe dá. Há, então, uma percepção consciente que realiza uma
prévia seleção do que o indivíduo quer ver, no meio de tudo o que o rodeia.
Nos dias de hoje, com tanta informação ao mesmo tempo numa velocidade
arrebatadora, desenvolver a percepção é uma tarefa muito importante para os
profissionais de comunicação, a comunicação visual é assim, em certos casos, um
meio insubstituível de passar informações de um emissor a um receptor, mas as
condições fundamentais do seu funcionamento são a exatidão das informações, a
objetividade dos sinais, a codificação unitária e a ausência de falsas interpretações.
Só será possível atingir essas condições se ambas as partes entre as quais ocorre a
comunicação tiverem conhecimento instrumental do fenômeno. (MUNARI, 2001, p.
56).
Para que se possa saber a reação de determinado público a determinada
mensagem, antes mesmo de conhecer características desse público é preciso
conhecer como essas mensagens são recebidas e interpretadas por todos os
indivíduos em todos os lugares.
Para que ocorra entendimento por parte do receptor as mensagens devem ser
claras e objetivas. A partir do momento em que o emissor conhece o seu público a
interação para com ele se torna mais fácil. Além de selecionar a informação, o
indivíduo a organiza e a interpreta, dando-lhe um determinado significado. Segundo
Alves (2010), o corpo e a mente estão em contato direto com o meio ambiente, e o
caminho para esta interação é o aparelho sensorial.
No mesmo sentido, Hurlburt (2002, p. 137), afirma que “a capacidade do olho
e da mente humana de reunir e ajustar elementos e de entender seu significado
constitui a base do processo de design e proporciona o princípio que torna possível o
layout de uma página”.
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Compreender a percepção humana é um desafio muito grande, tendo em vista,
que cada indivíduo, possui suas particularidades. A percepção de cada um está
diretamente relacionada ao meio social, ao ambiente em que vive e na cultura em que
está inserido.
A percepção visual possui um campo de estudos muito vasto e por vezes,
complexo, impossível de ser abordado em apenas algumas páginas.
Para desenvolver uma boa composição visual é necessário saber direcionar
os olhos de quem está vendo para pontos importantes do layout, esse direcionamento
deve ser consciente e planejado, saber equilibrar e dar movimento à composição
serão os principais objetivos dos profissionais da área da criação.
Muitas vezes, quando os profissionais estão criando, se depararam com o
problema da distribuição dos elementos gráficos. Portanto, devem estar atentos e
tomar conhecimento dos elementos básicos da composição de um layout. Os
resultados dessas decisões determinam o objetivo e o significado do que é recebido
e interpretado pelo espectador. Assim sendo, o profissional exerce controle sobre o
trabalho e direciona o projeto para o público que ele quer atingir. E, para obter um
resultado compositivo satisfatório é preciso conhecer, pelo menos um pouco, sobre
como funciona a percepção humana.
Entretanto, conforme Hurlburt (2002, p. 52), “somente um olho experiente e
uma mente alerta é que nos possibilitarão na maioria das vezes, alcançar soluções de
design verdadeiramente emocionantes”.
Daí a importância de estudar e compreender a percepção na composição
visual, para os profissionais de comunicação.
Comunicação visual
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experiências, o principal suporte de comunicação do ser humano é a linguagem,
através dela transmitimos ideias e sentimentos.
Para o mestre em educação Ronan Cardozo Couto (2000), as linguagens
ocupam uma posição importante no aprendizado humano, pois funcionam como meio
na elaboração e construção do pensamento, na representação e criação de signos e
sistemas simbólicos, por ser um recurso da comunicação que armazena e transmite
informações.
Por necessidade o ser humano organiza sinais, formas, luzes, cores, gestos,
objetos, sons, cheiros, olhares, expressões para repassar uma mensagem. Essa
ordenação acontece através dos vários sistemas de linguagem que utilizamos para
codificar, armazenar e decodificar informações. Existe uma variedade de sinais que
É comum apresentarmos a linguagem verbal como a principal fonte de informação,
talvez por ser uma maneira convencional, formal de troca de conhecimento. Porém
somos capazes de produzir e atuar de diferentes maneiras para interagirmos uns com
os outros, assim as linguagens não verbais de representação de mundo também
ocupam um espaço em nosso cotidiano e não podem ser apontadas como
secundárias, merecem ser conhecidas, discutidas e estudadas. Cada uma nos
transmite sua mensagem utilizando seus recursos particulares, as múltiplas
linguagens estão à disposição da comunicação.
Podemos observar que as imagens estão cada vez mais presentes, linguagem
verbal e não verbal interagem para alcançar o espectador, o visual atingem um grande
número de pessoas e vai além das palavras. Em casa a maioria das pessoas tem
televisão, computador, utilizam quadros e fotografias para decorar o ambiente. No
mundo consumista em que vivemos as propagandas investem cada vez mais nas
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imagens para atingir o consumidor, seja em casa ou nas ruas podemos presenciar a
forte influência das imagens.
Durante o século XX, assistimos a uma transformação significativa nos meios
de comunicação modernos: a mensagem visual tem predominado sobre a mensagem
verbal, e a maior parte das coisas que sabemos, aprendemos, acreditamos,
reconhecemos e desejamos quase sempre é determinada pelo domínio que a imagem
exerce sobre nós (COUTO, 2000, p.32).
Fonte: www.pngfind.com
O sentido da visão tem muito trabalho a realizar, todos os dias ele é alvo de
uma variedade de imagens com inúmeros fins, as informações visuais muitas vezes
chegam a produzir poluição. A televisão e o computador são grandes difusores de
imagens, além das inúmeras cenas que podemos observar nas ruas em placas,
propagandas e anúncios. Esses meios de comunicação coloca o observador em
contato com uma variedade de figuras, o que não acontecia há algumas década atrás.
Hoje imagens reais, virtuais e artísticas fazem parte do cotidiano, sendo as artísticas
diferentes das demais por ser uma representação visual que utiliza uma técnica
específica, em sua produção.
Considerando a importância que as imagens exercem sobre nós e sua difusão
na atualidade, é preciso procurar entender como e através de que regras ou conceitos
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elas são constituídas. O alfabetismo visual possibilita o estudo da linguagem visual,
permitindo um contato com o básico utilizado na elaboração de uma imagem,
proporcionando uma maior compreensão do que é apresentado a nossa visão.
O estudo da linguagem visual na educação escolar deveria precisamente
ajudar-nos a escapar da impressão de passividade e permitir, ao contrário, tornar
aparentes as convenções, a história e a cultura mais ou menos interiorizadas que
estão em jogo em cada imagem visual. Conhecendo a linguagem visual, estaremos
em melhores condições para analisar e compreender, em maior profundidade, uma
das ferramentas efetivamente predominantes na comunicação contemporânea: a
imagem visual (COUTO, 2000, p.35).
A mensagem visual pode ser específica, presente em nossas necessidades
básicas de registrar, preservar, reproduzir e identificar pessoas, lugares e objetos ou
propagar sentimentos expressivos, no caso das artes. Seja em ações do cotidiano ou
em criações elaboradas, o formato visual pretende informar o observador, portanto ela
precisa ser conhecida e explorada. Donis A. Dondis (1997) propõe a socialização da
linguagem visual para além dos especialistas através da ideia de alfabetismo visual,
nesta proposta a expansão da capacidade visual amplia as possibilidades de entender
e de produzir uma mensagem visual, podemos expressar e receber os dados visuais
em três níveis:
o representacional – aquilo que vemos e identificamos com base no meio
ambiente e na experiência;
o abstrato – a qualidade sinestésica de um fato visual reduzido a seus
componentes visuais básicos e elementares, enfatizando os meios méis
diretos, emocionais e mais primitivos da criação de mensagem, e
o simbólico – o vasto universo de sistemas de símbolos codificados que o
homem criou arbitrariamente e ao qual atribuiu significados.
Os três níveis de recepção e expressão de imagens servem como resgate de
informações, embora estejam interligados e se sobreponham, é possível estabelecer
distinção entre eles possibilitando a análise do seu potencial para a criação de
mensagens, quanto sua qualidade no processo da visão.
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16 FUNDAMENTOS: ELEMENTOS GRÁFICOS QUE CONSTITUEM UMA
IMAGEM
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mensagem produzida. Conhecer a linguagem visual, seus elementos básicos facilita
a compreensão do significado daquilo que vemos, independente de sua natureza e
mesmo que tragam varias significações e contextualizações. Para uma análise e
compreensão da estrutura de uma linguagem convém conhecer seus elementos em
particular, visando um aprofundamento de suas qualidades específicas.
A comunicação é uma ferramenta de sobrevivência para o ser humano, a
transmissão e troca de informações é essencial para a vida em sociedade. Nesse
processo de comunicação contamos com uma variedade de recursos como: a fala, a
escrita, os sinais, gestos, objetos, sons e expressões, para repassar uma mensagem.
Empregamos sistemas simbólicos como suporte para a comunicação, que constituem
as linguagens, um sistema de sinais utilizados para codificar e decodificar
informações.
Embora a sociedade valorize a linguagem verbal, as linguagens não verbais
estão bem presentes em nosso cotidiano, principalmente a visual que acompanha o
ser humano desde sua origem. Percebemos a presença de imagem nos registros pré-
históricos e durante todo o desenvolvimento das civilizações. Hoje estamos cercados
de imagens e algumas se destacam por fazer parte do mundo artístico, não é qualquer
imagem que pode ser considerada arte.
Na comunicação visual temos imagens comuns e imagens artísticas que
apresentam características diferenciadas o desenho, a pintura, a fotografia, a
escultura, a arquitetura, o cinema e a televisão são alguns exemplos de ofícios visuais
que abrange uma linguagem comunicativa mais específica. Dentre esses meios
destacamos a pintura que em sua composição conta com elementos básicos como
ponto, linha, formas, textura, tom, cores, dimensão, escala, movimento e direção que
podem ser aprendidos através de um alfabetismo visual. As abordagens desses
fundamentos podem variar dependendo da visão de quem relata suas características,
o artista os apresenta a partir de suas experiências pessoais e cria conclusões que
não são possíveis de aplicar a qualquer composição artística, isso porque ele cria de
acordo com o que considera apropriado e esteticamente agradável, sem se preocupar
com o modismo, já o teórico apresenta conclusões baseadas em estudos da
percepção visual que pode atingir a todos.
Na atualidade nos deparamos constantemente com informações que nos exige
aprimorar a capacidade de ler e interpretar várias linguagens, as diversas formas de
leitura são instrumentos valiosos para a apropriação de novos conhecimentos. O
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alfabetismo visual nos proporciona mais uma maneira de ler em nossa sociedade, nos
colaca em contato com o mundo artístico, seja pela espontaneidade e simplicidade
dos nossos antepassados ou pelo exagero e ousadia da contemporaneidade a
linguagem visual, com seu embate entre emocional e racional é uma ferramenta
poderosa da comunicação.
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17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIL, José. A Arte como Linguagem – A Última Lição. Lisboa: Relógio D’Água
Editores, 2010.
18 BIBLIOGRAFIA
PANOFSKY Erwin. Significado nas Artes Visuais. Editora: Perspectiva; Edição: 4ª.
2016. ISBN-13: 978-8527302432.
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