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1. O que sabemos
Conhecemos o Homem como matéria e como ser vital. Sua inteligência 3
compreende muita coisa e pesquisa tudo. Sua vontade e seus desejos o
impulsionam para diversos objetivos. Sabe como se comunicar e aprende a
viver socialmente (Dimensão Social). Adquire conhecimentos, sabe produzir e
criar (Dimensão Intelectual). Tem senso de humor e se diverte: sente, ama, se
apaixona (Dimensão Emocional). Conhecemos alguma coisa do seu mundo
psíquico e de sua dimensão religiosa. Isto é tudo? Não!
3. Definição
“O Homem é o que É; MAIS o que não é, mas para o qual aspira”.
O Homem não é somente o que é; é também tudo o que não é, tudo o que lhe
falta, tudo o que aspira. Homem e animais são constituídos por uma dimensão
biológica, uma dimensão psicológica e uma dimensão social, contudo, o
homem se difere deles porque faz parte de seu ser a dimensão noética. Em
nenhum momento o homem deixa as demais dimensões, mas a essência de
sua existência está na dimensão espiritual.
Assim, a existência propriamente humana é existência espiritual. Neste
sentido, a dimensão noética é considerada superior às demais, sendo também
mais compreensiva porque inclui as dimensões inferiores, sem negá-las - o que 4
4. Autotranscendência
Segundo Battista Mondin (1990), “a autotranscendência é o impulso
para o Salto, para além dos confins do espaço, do tempo, da matéria, da
natureza e da história. É um Salto na direção do horizonte eterno, do infinito, do
imaterial e do espírito”.
A autotranscendência é a essência da existência. É o movimento com
que o ser humano ultrapassa, sistematicamente, a si mesmo, em tudo o que
quer, pensa e realiza. O Homem é um ser essencialmente aberto, que não se
fecha nunca sobre si mesmo (F. Teixeira, 1995). Para Garaudy (1981), a
transcendência revela a consciência da não realização do homem, a dimensão
do infinito.
5. Espécies
Fazemos esta separação para melhor compreensão: a)
Transcendência horizontal-histórica-temporal; b) Transcendência vertical-
metafísica-sobrenatural.
sobrenatural. Elas não são antitéticas, opostas ou separadas,
porque a transcendência horizontal adquire sentido e realidade, apenas
mediante a transcendência vertical. Mas,
Mas, aqui há diversidade de opiniões.
A primeira foi defendida por M. Heidegger, R. Garaudy, Herbert
Marcuse,, E. Bloch. O Homem, realmente, é transcendente em relação a todos
os seres deste mundo.
Ela se realiza na história do homem com as obras que ele produz.
prod
Tudo é confinado no homem e no tempo, aqui, nesta existência. Não te caráter
metafísico ou sobrenatural. Aqui temos o progresso, o bem-estar,
bem o
consumismo, a “felicidade” que se constrói a partir do homem para o homem. É
puramente antropocêntrica. Na verdade,
v trata-se
se de um transcender sem
transcendência. A horizontalidade é o terreno das suas possibilidades e suas
realizações.
Na sua dialética, Heidegger pensa que tudo vai para o nada porque a
morte é a última possibilidade do homem. Para Marcuse, Bloch, Heidegger, a
transcendência é uma abertura para o vazio; uma utopia porque nunca será
realidade.
transcendente pelo qual vale a pena lutar, viver e morrer. O sentido da vida não
pode ser inventado; antes, tem que ser descoberto (V. Frankl, 1986).
Outra reflexão importante, diz respeito aos valores. Vivemos em função
daquilo que nos parece ter valor. Os valores instrumentais (chamados: meios)
devem ser vividos em função dos mais altos. Os valores fundamentais, sólidos
e estáveis são os ideais objetivos, altruístas, perenes, revelados, teocêntricos.
“Os verdadeiros valores são como a nuvem que guiava o povo hebreu na
travessia do deserto. Eles não permitem o desvio de rota” (V. Frankl, idem). A
escala de valores é construída a partir do Definitivo e não do passageiro.
Aqui cabem algumas perguntas:
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