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A autora

Andréia Gripp
Consagrada na Comunidade de Aliança
Doutora em Teologia Sistemática-Pastoral pela PUC-Rio
Professora no Setor Cultura Religiosa, do Departamen-
to de Teologia da PUC-Rio
Membro do Instituto Parresia
SUMÁRIO
Introdução
Pág. 04
1- O homem contemporâneo: imagem e semelhança de quem?
Pág. 05
2- Um Deus que se humaniza para revelar ao homem o valor da
sua humanidade
Pág. 08
3- O Deus da Encarnação nos envia em missão
Pág. 12
4- Conclusão
Pág. 14
5- Referência Bibliográfica
Pág. 15
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Introdução
“Quem és Tu Senhor, e quem sou eu?”
Esta jaculatória preferida de São Francisco ganha especial força quando
refletimos sobre o ser humano à luz do Deus da Encarnação, neste tempo
histórico em que vivemos. É a oração que exprime o sincero desejo de co-
nhecer a Deus e conhecer-se em Deus. Porque somente Deus dá sentido
pleno à existência humana.

“A fé nos lança nesta aventura que é a existência humana no seguimento


de Cristo e na fidelidade a Deus ao nos tornar conscientes de nossa respon-
sabilidade na história” (MIRANDA, Mario de França. Evangelizar ou humani-
zar?, in REB 2014). E é esse caminho de fé, de encontro com Deus que se hu-
manizou para nos revelar quem é o ser humano, que vamos seguir. Temos
como horizonte o homem contemporâneo, imerso na sociedade plural, que
lhe oferece inúmeras possibilidades de caminhos para refletir sobre o fenô-
meno humano, mas que não preenche o vazio de sentido em sua vida.

O percurso que seguiremos terá três etapas. Como as paradas dos que
peregrinam no deserto, quando podem descansar, alimentar e hidratar o
corpo; refletir e meditar as experiências vividas no caminho; planejar e viver
a expectativa pelo restante da peregrinação.

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E-BOOK PARRESIA - “Quem és Tu Senhor, e quem sou eu”
O ser humano à luz do Deus da Encarnação
1- O homem contemporâneo:
imagem e semelhança de quem?
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Parece-nos propício introduzir a reflexão dessa parte do nosso trabalho


com a pergunta: “O homem contemporâneo é imagem e semelhança de
quem?” Isto porque nos deparamos na sociedade atual com diversos “hu-
manismos”, diversas teses acerca do ser humano, sua origem, sua identida-
de, sua sexualidade, seu destino.

O ser humano na sociedade materialista e secularista é visto como uma


espécie animal, que nasce, se alimenta, cresce (“desenvolve-se”), envelhece
e morre. Mas, o que o determina? Qual a sua essência?

Para os modernistas, o homem foi criado pelo acaso da natureza. Charles


Darwin afirma que o ser humano é fruto da evolução das espécies e teve ori-
gem num salto qualitativo e quantitativo de espécies animais inferiores. Até
chegar ao que hoje conhecemos como ser humano, aconteceu uma grande
quantidade de acidentes, de mudanças aleatórias, não dirigidas, definidas
assim como “acaso”.

Pensar o homem como fruto do acaso, traz junto uma visão do mundo, da
vida e do próprio ser humano na qual a imagem de Deus criador já não tem
lugar. O homem nesta perspectiva é imagem de si mesmo e se autodeter-
mina ao longo da história. Só depende de si mesmo e de suas capacidades.
Isto foi anunciado por Nietzsche, ao afirmar que Deus morreu e, com ele,
toda referência ao divino na sociedade.

Nasce o “Super-Homem”, aquele que alcança o estágio mais elevado, que


se separa das “amarras” do divino e das crenças, deixando a “má moralida-
de” dos fracos (identificada com as virtudes, a racionalidade, a justiça e a
compaixão). Atingindo a suprema perfeição, esse super-homem abandona
o que Nietzsche chama de errôneas esperanças metafísicas, para viver os
seus instintos, a vida pulsantemente. No Prólogo de “Assim Falou Zaratus-
tra”, o filósofo vai afirmar que “o super-homem é o sentido da terra”1 , ou seja,
de que o “super-homem” é o sentido da vida e a vida mesma, pois Nietzsche
utiliza a palavra “terra” com o sentido da vida dos homens, contrapondo um
suposto céu, ou mundo supra-sensível.

Sendo assim, não é aceito um sentido para a vida do homem que lhe seja
dado de fora, por alguém ou algo que esteja fora da sua realidade imanen-

1NIETZSCHE, F. W. Assim Falou Zaratustra. In: _____. O prólogo de Zaratustra, 3. 12. ed. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 36.
2Ibidem.
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O ser humano à luz do Deus da Encarnação
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te, cujas formas ideais o homem deve se esforçar para alcançar. E aqui se
entende o pedido de Zaratustra aos homens: “permanecei fiéis à terra e não
acrediteis nos que vos falam de esperanças ultraterrenas!”2

Assim tem vivido o homem em muitos setores da sociedade secularizada.


Configurando a realidade da vida segundo sua ordenação de preferências e
valores, em busca da sua satisfação e realização imediata. Não acredita que
haja uma verdade absoluta, pois acredita que o conhecimento é criação da
experimentação humana e que sem ela a realidade não poderia se apresentar.
O materialismo tem uma visão ateísta da realidade. A cha-
ve para a compreensão do mundo é o próprio mundo, não
os conceitos produzidos. O conhecimento do mundo é ob-
tido por meio da experiência e da percepção sensorial – é,
dessa forma, empírico. A ideia de Deus deve ser rejeitada,
pois não tem fundamento na experiência (compreendida
como experimento).3

Esse materialismo se consolidou também no campo ético, levando a


sociedade a desvalorizar a alteridade e adotar “uma visão da vida, ou uma
atitude perante a vida, que dá [mais]4 importância aos benefícios mate-
riais e ao prazer físico” (HELLERN; NOTAKER; GAARDER, 1989, p. 240).⁵
Esta negação do transcendente distanciou o homem da sua essência
e criou um vazio existencial. Aquilo que parecia ser a libertação do ho-
mem, o levou à escravidão dos sentidos e, ao invés de torná-lo mais hu-
mano, o animalizou.

Martin Heidegger chegou a afirmar: “Nenhuma época teve noções tão


variadas e numerosas sobre o homem como a atual. Nenhuma época con-
seguiu, como a nossa, apresentar o seu conhecimento acerca do homem de
modo tão eficaz e fascinante, nem comunicá-lo de modo tão fácil e rápido.
Mas também é verdade que nenhuma época soube menos que a nossa o
que é o homem. Nunca o homem assumiu um aspecto tão problemático
como atualmente”.⁶

3PEDROSA-PÁDUA, Lucia. O Humano e o Fenômeno Religioso. Rio de Janeiro: Puc-Rio,


2010, p.62.
⁴Acréscimo do autor.
Citado em PEDROSA-PÁDUA, Lucia. O Humano e o Fenômeno Religioso. Rio de Janeiro:
Puc-Rio, 2010, p. 61.
⁶HEIDEGGER, Martin. Kant und das Problem der Metaphysik, parágr. 37.
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O ser humano à luz do Deus da Encarnação
2- Um Deus que se humaniza para
revelar ao homem o valor da sua
humanidade
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As questões apresentadas no tópico anterior trazem verdadeiros desa-


fios para a Teologia e para a ação pastoral da Igreja no mundo contempo-
râneo. Já não vivemos a algum tempo numa sociedade marcada pela cris-
tandade, mas ainda não conseguimos estabelecer uma linha de diálogo
adequada com a nova realidade. Muitos teólogos tentam dialogar com a
tese evolucionista e mostram que há dentre as críticas de seus pensadores
pontos positivos que deveriam também inquietar o humanismo cristão.

Garcia Rúbio, citando André T. Queiruga, defende que é inaceitável para


um cientista pensar em um Deus que age de fora da criação/evolução, e que
tal fato deveria, também, ser inaceitável no campo teológico. É preciso, em
sua opinião, entender que “Deus criador-salvador está presente e age inces-
santemente no interior de cada criatura e do processo evolutivo” .⁷

A ação criadora divina está sempre interagindo com a cria-


ção. Os teólogos que dialogam com a visão evolucionista
preferem chamar a essa ação de “criação continuada”. E
não se trata propriamente de uma intervenção (o termo
pode dar a impressão de que se está falando de uma ação
externa e arbitrária), mas de um verdadeiro interagir com
as leis evolutivas e com cada criatura. Entretanto, esse agir
de Deus na evolução é sempre transcendental e, assim,
não pode ser objeto de verificação científica, pois esta tra-
balha apenas em conformidade com seu método próprio,
com causas e relações intramundanas8.

Esse Deus que age na história, se humanizou, se encarnou. Jesus Cristo,


segunda pessoa da Santíssima Trindade, nasceu entre nós, do ventre de
uma mulher, num tempo histórico.

⁷ RUBIO, A. Garcia. A teologia da criação desafiada pela visão evolucionista da vida e do


cosmo. In: _____, AMADO, J. Portella (Orgs.). Fé cristã e pensamento evolucionista. São Paulo:
Paulinas, 2012,
⁸ Idem, p. 35.

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O ser humano à luz do Deus da Encarnação
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2.1- Deus que se manifesta no humano

“O ponto de amarração e de encontro entre o divino e o humano não


foi o divino, mas o humano”, nos ensina Castillo, que complementa: “Deste
modo, é no humano que se encontra o divino”. ⁹

Para Castillo a novidade que o Novo Testamento nos apresenta na histó-


ria da salvação é que Deus se dá a conhecer pelo homem na humanidade
de um homem: Jesus de Nazaré. A transcendência divina se torna presente
na imanência humana1⁰.

O Concílio Vaticano II assegura que “Cristo manifesta o homem ao pró-


prio homem e lhe descobre a sua altíssima vocação” (GS, 22). Em Jesus de
Nazaré o homem descobre o que significa ser verdadeiramente humano,
porque ele supera e transcende as limitações do humano e manifesta o
humano em sua plenitude.

Castillo afirma que o Deus que se revelou a nós em Jesus pode ser en-
contrado antes de tudo no humano mais que no sagrado, no religioso ou
no espiritual11, e se assim não acontece podemos estar diante de uma ido-
latria, ou seja, podemos estar prestando culto não ao Deus verdadeiro, mas
a uma imagem de Deus criada por nós mesmos, à nossa imagem e à nossa
semelhança.

Deus, em Cristo, redime a humanidade. Esta constatação traz consequ-


ências para a formulação de um humanismo cristão. Porque Deus não redi-
me uma humanidade em sentido geral, pois o ser humano geral não existe.
Redime o indivíduo, cada homem. E nele redime as relações sociais, porque
o ser humano é um ser em relação, um ser social. É por isso que o humanis-
mo cristão luta contra tudo o que desumaniza a pessoa em sua imanência.

⁹CASTILLO, José M. Jesus – A humanização de Deus. Rio de Janeiro: Vozes, 2015, p. 288.
1⁰Idem, p.295.
11CASTILLO, José M. Jesus – A humanização de Deus. Rio de Janeiro: Vozes, 2015, p.300.

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Na dinâmica da humanização de Deus, outro aspecto importante: o


corpo. Meu corpo, teu corpo, nosso corpo: lugar de transcendência, lugar
sagrado. Fim do dualismo sagrado/profano. Pelo corpo somos seres histó-
ricos. Pelo corpo vivemos e expressamos quem somos e em quem coloca-
mos nossa fé e o sentido de nossas vidas.
Ao unir o divino e o humano, Jesus fez emergir um humanismo com
transcendência. Nos deu a chave de interpretação de que fomos criados
por Deus por um gesto de amor gratuito. A manifestação da Palavra de
Deus na carne é verdadeiramente o lugar por excelência da glória de Cris-
to12. Revela o quanto a vida humana tem um valor inestimável e por isso é
inviolável: de todos os homens e de cada um.

Este entendimento está diretamente em oposição a uma concepção ma-


terialista do ser humano, na qual só tem valor o indivíduo que for produti-
vo e puder gerar bens para a sociedade. O evento da encarnação choca-se
com os valores da cultura contemporânea, que são desumanizantes, pois
marcados pelo culto à eficiência, à produtividade, totalmente submissa ao
desejo pelo possuir, pelo prazer e pelo poder.

Anunciar que Deus se encarnou por amor aos homens, portanto, é reve-
lar ao homem o sentido da sua humanidade, de sua dignidade, de sua li-
berdade, ou seja, de sua transcendência. Em Jesus de Nazaré temos acesso
a Deus, pois ele nos encontra na fraqueza e nós podemos encontrá-lo em
nossa fraqueza e fragilidade.

Colocamos fim no dualismo sagrado/profano. Entendemos que Deus


não é um estranho e não está distante de nós, fora do mundo. Estamos
diante de uma transcendência que nos conhece verdadeiramente, que
sabe o que existe no coração do homem13. Um Deus próximo do sofrimen-
to humano. Nesta lógica, trabalhar pela humanização do homem é traba-
lhar pela salvação da humanidade1⁴.

12GESCHÉ, Adolphe. A invenção cristã do corpo. In: O Corpo, Caminho de Deus. São Paulo:
Loyola, p. 46.
13Idem, p. 51.
1⁴MOINGT, J. Faire bouger, p. 131, citado em Miranda, Mario de França. Evangelizar ou hu-
manizar?, in REB 2014.
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O ser humano à luz do Deus da Encarnação
3- O Deus da Encarnação
nos envia em missão
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Jesus Cristo, Deus que se humanizou, nos revela o sentido da nossa huma-
nidade. Por sua vida e pregação, gestos e opções, Jesus mostrou que para ele
o sagrado era o próprio ser humano. E fez isso em diversas ocasiões em que
não titubeou em relegar a segundo plano as normas religiosas em favor de
um indivíduo que sofria, que necessitava ver elevada sua condição humana.
Neste movimento, deslocou muitas vezes o lugar do sagrado da lógica reli-
giosa (externa) para a vida cotidiana, real, humana (interna), vide parábola do
bom samaritano (Lc 10,25-37).

Nesta dinâmica, ele reconhece na carne do seu semelhante a transcendên-


cia divina: criado imagem e semelhança de Deus. Conclui-se, então, que o re-
lacionamento com Deus não pode descartar o semelhante, o próximo, nem
ignorar as suas condições de vida ou ser-lhe indiferente. O culto a Deus deve
estar unido ao cuidado com o irmão.

Ao nos encontrarmos com Deus verdadeiramente, nos encontramos com


o seu projeto de vida, ao qual devemos aderir livremente. Saímos do “mundo
das ideias”, onde já entendemos que Deus não se encontra, para buscá-lo
onde deseja ser encontrado: no ser humano. Desta forma poderemos nos
libertar do círculo fechado que o modernismo nos prendeu: o círculo do ego-
centrismo, do individualismo e da indiferença.

A alteridade ressurge como um valor a ser cultivado. De fato, o próximo é


um lugar privilegiado de encontro com o Deus de Jesus Cristo.

“Quem não ama não descobriu a Deus” (1Jo 4,8) e “quem ama
chega ao conhecimento de Deus” (1Jo 4,7). É no sinal do amor que
Ele nos reconhecerá como seus discípulos (Jo 13,35). Assim, a pro-
cura de Deus não pode ser apenas mental. No amor ao próximo,
algo se manifesta a nós, algo se propõe a nós, Deus se epifaniza15.
E se podemos afirmar que o verdadeiro cristianismo está identificado com
o assumir o projeto de Cristo, que é o projeto de Deus para a humanidade,
a saber, a instauração do Reino de Deus, podemos da mesma forma afirmar
que aí também encontramos o verdadeiro humanismo: o cuidado com a vida
humana, com o meu próximo; o compromisso com a justiça; a preocupação
com as condições sociais para que permita o desenvolvimento humano; a res-
ponsabilidade para com a casa comum, para que não falte a esta geração, nem
a futura, os bens naturais necessários para sobrevivência digna.

1⁵PEDROSA-PÁDUA, Lucia. Espaços de Deus. Pistas teológicas para a busca e o encontro de


Deus na sociedade plural. In: Deus na Sociedade Plural. São Paulo: Paulinas/Soter, 2013, p.29.
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O ser humano à luz do Deus da Encarnação
4- Conclusão
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Ao concluirmos esta reflexão temos elementos para responder a primeira


parte da pergunta inicial: “Quem és Tu, senhor?” És um Deus que se revela na
história, que se humaniza para se encontrar conosco e para nos revelar o sen-
tido da nossa vida.

Não é uma divindade impessoal, é um Deus pessoal, que ama gratuitamen-


te o homem e escolheu a humanidade como seu lugar de encontro conosco e
que, portanto, não opõe o sagrado ao profano. Um Deus que atua no mundo
desde dentro e não externamente, de forma intervencionista.

A questão: “Quem sou eu?” também encontra sua resposta na revelação de


um Deus que se humaniza, pela encarnação da segunda pessoa da Santíssima
Trindade. Eu sou pessoa humana, criada por amor, imagem e semelhança de
Deus, e por isso mesmo, um ser em relação, que encontra seu sentido pleno na
relação com o outro.

E como ser humano, não me contento apenas em ter nascido, mas, como diz
Guesché, quero algo para minha vida, que parta de mim e seja bom para mim.
Porque todo ser humano quer “dar-se um destino”, que dê singularidade à sua
vida. Quer encontrar o “para quê” de sua existência, um resultado dos seus atos
que supere a simples imanência deles. E vai encontrar esse sentido na alteridade1⁶.

As ciências modernas, embora ofereçam muitas informações sobre o ser


humano em sua constituição biológica, física e psicológica, não conseguem
saciar a sua sede de sentido. Vendo o homem apenas com o olhar materialista,
acabam por tirar da humanidade a sua identidade, entregando-a a seus instin-
tos mais primitivos.

Somente a experiência com o Deus de Jesus Cristo leva o homem a se huma-


nizar e encontrar o sentido pleno da sua vida e da sua liberdade. A identidade
e alteridade do ser humano têm seu fundamento último em Deus, que funda a
autonomia do homem e faz dela um direito1⁷. A pessoa “é” na relação e Deus é o
fundamento dessa relação. A partir do “Deus conosco” posso reivindicar minha
alteridade, pois somos criados à sua imagem e semelhança.
Através de cada ser humano que se abre à graça da filiação divina, Deus se
faz presente e se manifesta no mundo. Servindo ao irmão, a pessoa se huma-
niza e humaniza o outro.
1⁶GUESCHÉ, Adolphe. Deus para pensar. O sentido. São Paulo: Paulinas, 2012.
1⁷Idem, p. 65.
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5- Referência Bibliográfica
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CASTILLO, José M. Jesus – A humanização de Deus. Rio de Janeiro: Vozes,


2015.

GESCHÉ, Adolphe. A invenção cristã do corpo. In: O Corpo, Caminho de


Deus. São Paulo: Loyola.

____, Adolphe. Deus para pensar: O sentido. São Paulo: Paulinas, 2012.
MIRANDA, Mario de França. Evangelizar ou humanizar?, in REB 2014.
NIETZSCHE, F. W. Assim Falou Zaratustra. 12. ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003.

OLIVEIRA, P. A. Ribeiro e DE MORI, Geraldo. Deus na sociedade plural – Fé,


símbolos, narrativas. São Paulo: Paulinas/Soter, 2013.

PEDROSA-PÁDUA, Lucia. O Humano e o Fenômeno Religioso. Rio de Ja-


neiro: Puc-Rio, 2010.

RUBIO, A. Garcia. A teologia da criação desafiada pela visão evolucionista


da vida e do cosmo. In: _____, AMADO, J. Portella (Orgs.). Fé cristã e pensa-
mento evolucionista. São Paulo: Paulinas, 2012.

NIETZSCHE, F. W. Assim Falou Zaratustra. In: ___. O prólogo de Zaratustra,


3. 12. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

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Produzido por:
Instituto Parresia e Akathistos Comunicação

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