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A dessacralização do sagrado: uma alusão à religiosidade

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Daniel Junior dos Santos

A dessacralização é um tema bastante pertinente na contemporaneidade, visto que os


valores religiosos e seu simbolismo abastecido se deteriorando por consequência de
meios manipuladores como a mídia, televisão, levando as pessoas a assumirem uma
posição a-religiosa diante do transcendente e se situarem num Cosmos desorganizado e
sujeito à morte. Por isso, o tema dessacralização do sagrado será desenvolvido numa
perspectiva antropológico-divina (relação entre homem e o divino), à luz de Mircea Eliade
[1] e outros comentadores, baseando-se em dados sociológicos que por si tentam

construir essa teia chamada profanação ; além de enfatizar por meio de uma reflexão
sociológica das religiões a dimensão desmistificada do transcendental.

Para iniciarmos este assunto vem-nos em mente a seguinte pergunta: O que é


dessacralização? Segundo Houaiss (2001, p.1015), “dessacralização é desmistificação”;
fiquemos com esta definição por enquanto até que a levantemos na área das religiões.
Contudo, trata-se de um tema muito complexo para ser desenvolvido num artigo
científico por ser de abrangência em outras etapas do conhecimento como: a
fenomenologia, a sociologia e principalmente a teologia. Assim iremos utilizar como
meios de pesquisa o exemplo das religiões valendo-se dos seus mitos, ritos, valores,
cosmovisões, costumes; de forma clara, objetiva, concisa com auxílio também de dados
e acontecimentos verídicos da atualidade que exprimam e ilustrem o contexto religioso-
social que estamos inseridos.

Embora seja uma religião uma prerrogativa muito particular em que tantos rejeitam que
se fale sobre ela por ser algo superficial, de pouca importância, que só consiste numa
eternidade em algo e mais nada; entretanto ela é necessária. Como deixar o lado algo
que nos coloca em contato com o Criador? Infelizmente, muitas pessoas ignoram; já
outras acreditam, mas profanam até contra o que se crê. Deus não existe! Esta é uma
afirmação de muitos quando se fala sobre o Divino. Por isso a inclusão deste estudo
está intimamente ligada às questões acima explicitadas e a sua relação com o
fenômeno a-religioso do gênero humano, relatando as formas de profanação
despertando-se assim uma consciência a respeito da adoção adotada por cada indivíduo
a partir da seguinte indagação : É possível que existam pessoas descrentes em tudo?
Investigar o porquê da repulsão que o homem a-religioso mantém perante o Sagrado
juntamente com sua adesão ao profano, para que então possa traçar uma retomada do
simbolismo religioso na contemporaneidade, este é o nosso objetivo.

 1.       A dualidade entre Sagrado e Profano


Sabemos que Sagrado e Profano duas modalidades de ser a qual o ser humano está
destinado a escolher para que se possa dar um sentido a sua existência, sendo esta
também uma consequência que o fará sempre sujeito a outra dimensão não escolhida,
ela seja sagrada ou o seu oposto. Por outro lado são realidades que se opõem não sendo
uma o mesmo da outra, como nos relata Eliade:

O Sagrado equivale ao poder, à realidade por excelência, está saturado de ser. (…) O homem
deseja profundamente ser, participar da realidade, saturar-se de poder. A nomenclatura
entre sagrado / profano traduz-se muitas vezes como uma indicação entre real e irreal ou
pseudo real . (ELIADE, 1992, p.14)

O homem tem dentro de si um desejo impetuoso de “ser”, participar de uma realidade


impregnada de poder e de sentido. Essa dualidade é expressa por uma luta constante
entre aquilo que faz com que ele se aproxime do fictício, imaginário, irreal, ou de uma
dimensão real, que existe e que não esconde o verdadeiro. Assim, esta escolha é
escolhida para que por meio do Cosmos, de sua preferência, faça-se com que ele
escolha entre viver ou perecer. Podemos fazer uma analogia disso à luz da filosofia de
Platão segundo a qual nos revelam que os verdadeiros valores, formas das coisas
materiais e imateriais identificados-se no Mundo das Ideias “sagrado”. Enquanto isso, o
ser humano tendo como sede de seu conhecimento a sua própria alma lança-se através
de seu intelecto na busca do verdadeiro mundo onde habita os valores e formas eternas
juntamente com seu Criador; durante este tempo vive numa realidade onde tudo não
passa de cópias mal corrigidas da verdadeira forma; Mundo sensível “profano”.

Não obstante, temos que levar em consideração que a filosofia de Platão é apresentada
num outro rumo em relação ao que estamos refletindo. Ora, sempre existirá essa
duplicidade visto que somos entes imperfeitos sujeitos a viver num mundo sacralizado
ou caótico, entre o Bem e o Mal. Mesmo que este seja o seu “destino”, o homem tem de
se esforçar para viver num Cosmos sacralizado, impedindo com que o profano se
manifeste e o subestime a abandonar o lado divino de ser para assumir um lado mal de
ser, como nos explica Eliade (1992, p.17): “Há, portanto, um espaço Sagrado e por
consequência 'forte', significativo, e há outros espaços não sagrados, e por consequência
sem estrutura nem consistência, em suma, amorfos”.

Contudo, o sagrado e o seu oposto podem manifestar-se ao mundo dependendo é claro


da liberdade e da consciência dos entes em assumir um caminho. E para que possa
escolher este, é apresentado como ferramenta essencial e forma de captação de tal
experiência: a religiosidade. Com isso, qual o significado de religiosidade? Segundo
Chauí (2000, p.380), “A religião é um vínculo”. Isso nos mostra que o seu papel é o de um,
ligar, uma realidade sagrada a seu receptor, fazendo-se de mitos, ritos, trajes, para
reatualizar os fatos dos deuses e vivenciá-los de perto; como em muitas religiões a
questão da cosmogonia é vivenciada retratando de forma mítico-religiosa tudo como era
no princípio e que continuando sendo. Embora este seja o significado da religião: uma
conexão entre o humano e o divino, pode ela ser uma conexão com o profano? Não
muito distante chegamos à resposta. Na atualidade como já foi explicitado na
introdução, vive-se um momento em que a religião está perdendo algo de muito
inestimável: uma linguagem simbólica e os valores sagrados. Muitos dos que possuem
uma pendente fazem dela como se fosse algo de poder, de cobiça e de conquista
pessoal, desvalorizando o sentido do sagrado e de seus ritos, como também das
religiões. A saída para esse embate é a reeducação dos sentidos e valores religiosos que
permeiam toda a atmosfera cósmica. desvalorizando o sentido do sagrado e de seus
ritos, como também das religiões. A saída para esse embate é a reeducação dos
sentidos e valores religiosos que permeiam toda a atmosfera cósmica. desvalorizando o
sentido do sagrado e de seus ritos, como também das religiões. A saída para esse
embate é a reeducação dos sentidos e valores religiosos que permeiam toda a
atmosfera cósmica.

Dentro dessa atmosfera seja ela caótica ou sacra, nos é apresentado duas formas de
experiências: a do espaço sagrado e a do espaço profano. Para as religiões em geral, o
espaço ou lugar é o meio de manifestação dos deuses, embora este também possa ser
um espaço de manifestação profana. Assim, o homem religioso vive num espaço fixo
que o permite mergulhar na comunhão com o transcendente. Já aquele que se deixa
guiar pelo espaço profano vive num mundo homogêneo e impregnado pelo caos, não
tendo nenhum ponto fixo, sujeito a aniquilar-se, como nos diz Eliade (1992, p. 18) ao
relatar-nos a importância do espaço sagrado para a revelação divina: o espaço sagrado
permite que se baixe um “ponto fixo”, portanto, a orientação na homogeneidade caótica,
a “fundação do mundo”, o viver real. Contudo, uma experiência profana, mantém uma
homogeneidade;

Enfim, para o homo religiosus que se guia pelo sagrado, não existe um espaço
homogêneo, embora possa se submeter ao caos; o tempo é um dado que extrapola a
sua compreensão, sendo ele o eixo donde transcorrem os eventos cosmogônicos da
criação do mundo e dos festins religiosos. Já o homem privado de sentimento religioso
não vive num espaço habitado pelo divino e sim num espaço desajustado, confuso e
indefinido. A dimensão do tempo para ele é definido como monótono, ou seja, “tempo
festivo”. Traduzindo: pessoas que se deixam guiar pelas coisas materiais e não
diferenciam religião de trabalho e festas. Em suma deve-se ter em mente estas
particularidades e diferenciações que fazem com que nos tornemos ora pessoas do
sagrado ora pessoas do profano.

2.       Repulsão: homem a-religioso X Sagrado

Após termos feito, uma alusão ao tema da nomeação do sagrado e do profano


retomemos a sua significação:

Sagrado - é a manifestação de uma realidade suprassensível, metafísica, superior, e


por assim determinar: real, diz-se das coisas interiores (ex: natureza, Deus);
Profano - é a não aceitação dessa realidade e acolhimento de um mundo
desorganizado, diz-se das coisas externas, irreal (ex: dinheiro, luxo).
Como eixos de reflexão mostraremos que tipos de reação existem e se pode existir entre
o homem a-religioso [2] e o sagrado. Sentimos que nos tempos modernos a força do
divino como “centro organizador” de todas as coisas vem tornando-se algo inútil,
supérfluo para muitos proprietários. Segundo Patias, verifica-se uma diminuição do
poder Sagrado como podemos ressaltar:

Nenhum sagrado moderno, verifica-se de um lado, uma diminuição do poder (sagrado) do


centro organizador de cada sociedade. Contribuíram para esta situação o avanço das
explicações científicas e a perda do poder e do prestígio das instituições religiosas, que
eram os únicos “centros organizadores” na sociedade. Contribuíram também, o surgimento
de vários centros organizadores (religiosos, científicos, políticos, sociais, inclusive a mídia)
em comum mútua, uns com os outros, como “modelos” e “germes” do sentido do mundo. O
ser humano passou a ter com todos eles, pequenas distâncias sacrificiais . (PATIAS, 2007,
p.3)

Assim não muito longe, note-se que os avanços em várias áreas de conhecimento e
principalmente no âmbito da ciência fizeram com que as instituições religiosas
deixassem de serem os grandes centros organizadores para cederem lugar aos outros
modos organizadores. Isso causou uma concorrência entre tais instituições fazendo
com que ambas se despencassem na luta de concorrentes. Este é o retrato e a causa do
distanciamento de muitas pessoas em relação à religião, fazendo com que tomassem
uma postura de não submissão a tais meios devido a sua concorrência exacerbada,
acarretando o chamado fenômeno a-religioso.

Porém outro elemento deve ser levado em conta como lembra Patias (2007), o “eu”
individual tornara-se o centro organizador, enquanto os centros organizadores
antecessores a este, tornara-se seus submissos. É o fato onde muitas pessoas
assumem caráter egoísta e individualista, volvendo-se como centros do mundo e tendo
seus submissos a religião, ou seja, o próprio divino. Isto deve nos recordar do período do
Renascimento onde os cientistas imbuídos do espírito iluminista deslocaram a visão do
centro do mundo do Teocentrismo (Deus) para o Antropocentrismo (Homem);
influenciando muitos até os dias atuais. O mundo assumiu uma nova configuração como
diz Patias:

Deste modo, depois da decomposição do religioso que conduziu a uma diminuição da


intensidade do (s) centro (s) sagrado (s) sacrificiais, veio uma recomposição do religioso
(sob outro aspecto) na qual o ser humano passou a ser o centro de um novo sagrado
(pouco ou não sacrificial). Isso representa uma mudança de paradigma, uma vez que a
verdade das religiões sofreu uma fragmentação em muitas pequenas verdades individuais.
( Ibidem , 2007, p. 3)

Retomando a problemática do homem não religioso notamos que alguns fatores são
causas deste afastamento, mas partindo para uma questão que foi elencada na
introdução: É possível que existam pessoas descrentes em tudo? Se uma pessoa não crê
em nada isto mostra que ela apesar de não acreditar, crê em algo, ou seja, o próprio nada,
isso no campo da lógica. Mas numa outra perspectiva é impossível que exista alguém
que não acredite em alguma coisa, visto que isto consista num horizonte que norteia o
modo de si viver. Assim o sagrado é tido pelo homem religioso como algo eterno,
imutável, a partir disso sente-se atraído por Este consistindo o seu próprio modo de ser.
Isto é fato em muitas religiões onde os religiosos sentem-se tão atraídos pelo
sobrenatural que deixam de viver sua condição como “ser humano” e passam a assumir
uma vida semelhante a dos deuses. Quanto ao ateísmo que nega a existência de Deus
podemos nos valer do exemplo lógico citado, mas com a consciência de que este é um
assunto muito complexo de ser tratado no âmbito em que nos situamos.

Outro fator que impede esta aproximação do homem com o transcendente esta na parte
em que este não vê como criatura, um ente criado por um Ser supremo; isto faz com que
ele se questione sobre sua condição, origem e destino excluindo qualquer explicação
que venha da religião, fundamentando-se na ciência. Mas será que ciência e religião são
perfeitas? Ambas são imperfeitas, mas podem revelar algo inédito.

Portanto, como nos esclarece Kaufmann (p. 5): “A vida é vivida num plano duplo:
existência humana que participa de uma vida trans-humana”. Aquele que vive uma
experiência profana profana não que é natural desprovido do sobrenatural, não abole
completamente a religião, pois esta é um conector que liga ao divino não pode ser
descartada mesmo que o homem não se sujeite a Ele. Assim como nos fala Eliade
(1992, p. 18): “… o homem que optou por uma vida profana não consegue abolir
completamente o comportamento religioso”.

 3.       Dessacralização

Depois de desenvolvermos os temas anteriores, abordaremos como término a


consequência existente da postura profana, chamada dessacralização e a
conceituaremos na contemporaneidade. Como nos foi revelado na introdução como
primeiro significado de dessacralização pelo dicionário Houaiss: dessacralização
expressa desmistificação. Segundo Eliade (1992, p. 14), “ressaltar-se como experiência
total do homem não religioso das sociedades modernas, o qual por essa razão sente
uma dificuldade cada vez maior em reencontrar as dimensões existenciais do homem
religioso das sociedades arcaicas”. Retornando ao passado podemos observar que para
os antigos o divino era algo em sua inteireza sagrado inviolável, insubstituível. Já para os
modernistas, passou a ser o contrário visto que com o advento dos meios de
comunicação e seu sucessivo desenvolvimento,

Enquanto os pré-modernistas viam na dimensão sagrada a sacralidade do Cosmos e a


beleza da criação dos deuses, na contemporaneidade se ouve falar em desmatamento,
emissão de poluentes a atmosfera, queimadas, tráfico de animais; tudo isso diante da
visão das religiões formas de dessacralização, ou seja, destruição da obra sagrada dos
deuses. Quando profanamos, por exemplo, a natureza (não se prendendo somente nela),
estamos profanando a nossa própria identidade enquanto ser humano como nos ilustra
Eliade:
A existência do homo religiosus, sobretudo do primitivo, é “aberta” para o mundo; vivendo, o
homem religioso nunca está sozinho, pois vive nele uma parte do Mundo. Uma existência
“aberta” para o Mundo não é uma existência inconsciente, enterrada na Natureza. A
“abertura” para o Mundo permite ao homem religioso conhecer-se conhecendo o Mundo - e
esse conhecimento é preciso para ele porque é um conhecimento religioso, refer-se ao Ser .
( Ibidem , p.81)

Então ao profanarmos toda a realidade presente no Cosmos estamos profanando a


nossa própria imagem, já que ela é um desdobramento de nossa existência por
intermédio deste. Assim se profanarmos não saberemos quem somos na verdade,
tornamo-nos não seres, ou seja, deixamos de ser aquilo que éramos. A natureza é
relacionada para as religiões como sendo revelação de uma realidade sobrenatural, com
isso se dá uma linguagem simbólica onde por meio de sinais da natureza se pode captar
a luz que emana do divino.

Contudo por meio de veículos manipuladores como a mídia, uma religião tem-se tornado
enfraquecida nesta problemática, pois os meios de tecnologia corrompem as pessoas
com coisas fáceis, sendo que muitas delas pertencem ao estilo religioso. E tal
instrumento para isso é a televisão, que para muitos se tornara o “divino”. Diante disso
fica a seguinte pergunta no ar: Quais são as formas de dessacralização presentes no
nosso mundo?

Algumas já foram explicitadas, embora não seja somente a natureza que pode ser
desmistificada. Existem outras visões dentro das religiões que podem ser destruídas a
partir do ato profano, estamos falando dos rituais, mitos, costumes que ao serem
levados ao pé da letra de forma rigorosa, perfeccionista, podem esvaziar seu sentido e
compreensão. Isto se trata de religiões que seguem um ritualismo exagerado,
preocupando-se com as formas e desligando-se do conteúdo. Mas o que significa
ritualizar e ritualismo? Ambos são idênticos?

Patias dá a seguinte definição:

“ Ritualizar ” é o processo pelo qual se formam ou se criam ritos. Ações que, com o tempo,
são ritualizadas (pessoa que é levada a ter um comportamento ritual e ritualiza o próprio
agir, tornando-se formal e repetitivo). Visto como um processo positivo.

O “ ritualismo ”, por sua vez, é quando se passa a dar uma conotação negativa ao processo.
Um comportamento esteriotipado, esvaziado de qualquer conteúdo simbólico.
(comportamento nas grandes religiões quando se tornam repetitivos, padronizados e
formais. Quando um doente recorre a formas ritualizadas para combater a angústia, como
lavar as várias vezes) . (PATIAS, 2007, p. 4)

Numa cosmovisão atual, vemos que a sociedade está comunicada a tal ritualismo,
porém sem a linguagem dos mitos; a indústria da idolatria do corpo, da moda, do
fanatismo no futebol e na religião origens formas de ritualismo e sendo assim podem ser
chamados de dessacralização. Tais eventos proporcionam ao homem uma cultura de
vida regenerada por vícios e formalidades, gerando nele uma figura de uma criatura
perfeita e formal. Deste modo torna-se necessária a retomada dos valores e símbolos
sagrados sem leva-los a um ritualismo exacerbado, pois estes anteriores a fonte
manifestadora da realidade sacra e do sentido humano religioso.

Percebemos pelos estudos que foram feitos que a principal causa do fenômeno a-
religioso está na competição que se deu dos centros organizadores (religiosos, sociais,
políticos, econômicos) fazendo com que o ser humano se distancie do Sagrado e por
sua vez das religiões. Outro fator relevante é o surgimento de novas técnicas na área da
ciência (informática) tornando o homem escravo do irreal “profano”, assumindo uma
condição de escravidão que se estende nos tempos atuais. Por sua vez, a
dessacralização é o resultado da atitude profana de destruir que é obra e essência divina
e está ligada na imagem do homem não religioso; o sagrado sempre será oposto daquilo
que é profano. O objetivo para investigar o porquê da repulsão que o homem a-religioso
mantém perante o Sagrado juntamente com sua adesão ao profano, para que então se
pusesse a traçar uma retomada do simbolismo religioso na contemporaneidade, foi
alcançado. Embora não se tenha feito muito o uso de exemplos acerca da cultura das
religiões, e por ser um tema religioso, não foi possível aprofundar alguns assuntos
específicos com a cosmovisão de cada religião, mas sim uma sintética geral.
Aprofundou a questão proposta não fugindo da realidade, sem o preceito de querer
responder tais questionamentos que foram feitos com o intuito de levar a um
esclarecimento individual sobre o assunto. Proporcionou grandes conhecimentos
acadêmicos, mas, sobretudo religioso com ênfase na dimensão sacra do sagrado.
Espera-se um aprofundamento ainda maior sobre este assunto na perspectiva de cada
religião com pesquisas, estatísticas de como porta-se a determinar na
contemporaneidade.

Referências

CHAUÍ, Marilena. Uma experiência do sagrado e da instituição da religião. Dentro: ______.


Convite à Filosofia . São Paulo: Ática, 2000, p. 380. Disponível em:
<http://www.uff.br/cienciainformacao/Disciplinas/CHAUIconvitea_filo.pdf>. Acesso em:
25 maio 2011.

DESSACRALIZAÇÃO. In: HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro. Grande Dicionário Houaiss da


Língua Portuguesa . Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 1015.

ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano . Tradução de Rogério Fernandes. São Paulo:


Martins Fontes, 1992. 110 p. (Coleção Tópicos). Título original: Le Sacré Et Le Profane .
Disponível em: <http://www.xiconhoca.net/MirceaEliade/OSagradoEOProfano.pdf>.
Acesso em: 6 abr. 2011

KAUFMANN, Carlos. Dessacralização do Cotidiano. Rev. Thaumazein , n.1, 2007.


Disponível em: <http://www.unifra.br/thaumazein/edicao1/artigos/dessacralizacao.pdf>.
Acesso em: 24 maio. 2011
PATIAS, Jaime Carlos. O Sagrado e o profano : do rito religioso ao espetáculo midiático.
São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.pluricom.com.br/forum/o-sagrado-eo-
profano-do-rito-religioso-ao/?searchterm=o sagrado e o profano: do rito religioso ao
espetáculo midiático>. Acesso em: 24 maio. 2011

[1] Grande mitólogo e especialista em filosofia das religiões pela Universidade de


Bucareste (Romênia).

[2] Homem não religioso.

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