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AULA 01:

Depois de 40 anos da morte e ressureição que Jesus começa a ser pensado,


analisado no ponto de vista dos evangelhos e muito tempo depois começa a ser
criado a doutrina cristã, o que vai ser tomado como verdade dentro dos escritos
sagrados – inicial de patrística (referência aos padres cristãos).

II a VIII – patrística – padres apologistas, esses padres tentam fazer apologia da


fé cristã, os cristãos eram proibidos de cultuar seu Deus publicamente, se não
seriam castigados. Padres apologistas mudam a lei de Roma em relação ao
cultuamento da fé.

IX - XIV (Idade média) – escolástica – fé e razão

Renascença

Modernidade XVI – XVII

Filosofia nova surgindo – filosofia cristã – que é questionada dentro do


cristianismo, cristãos da época eram resistentes em relação a isso, essa
resistência está em netuniano que faz a pergunta – o que Jerusalém tem a ver
com Atenas? - A filosofia cristã não tinha razão de ser, demora um tempo para
a filosofia cristã ser absolvida pelos cristãos.

O caminho percorrido por um cristão é diferente de um grego, o grego vai de


baixo para cima – ele não tem a verdade e quer buscar a verdade pelo uso da
razão, o cristão não precisa ir em busca da verdade por que sua verdade é Jesus
Cristo, a fé.

Dentro do cristianismo tem filosofia e teologia – formas racionais de explicar as


leis.

Cristianismo acontece nas catacumbas de Roma – subsolo – onde os romanos


tinham cemitérios, os cristãos se reuniam no subsolo para prestarem culto a sua
fé em Deus pois se fosse publicamente eles eram mortos.

313 – Estabelecido édito de Milão por Constantino (imperador romano), ao se


converter ele muda a lei que permite aos cristãos que cultuem sua fé e seu Deus.
325 - Constantino estabelece o primeiro concilio (atualizar a fé) que foi o de
Misséia, pois estavam tendo muitas discussões do que era Cristo, estabelecer
uma unidade da fé cristã. Primeiro concilio contra o arianismo – pressuposto que
Cristo não era Deus, mas uma criatura evoluída – estabelece que Cristo é filho
de Deus, se for contra isso é uma heresia na doutrina cristã.

A doutrina crista é baseada em discussões.

Concilio de Éfeso – sustentava que maria é mãe de Cristo e não de Deus.

Concilio da Macedônia – contra monofisismo – afirmava que cristo só tinha uma


natureza, que era a natureza divina e não humana e fica estabelecido que não,
que tem duas naturezas que Cristo é homem e Deus.

Concílios estabelecem a base da fé cristã e são resumidos no ciclo dos apóstolos


que é o credo – o credo é o resumo de discussões teológicos.

Maior filosofo da patrística foi Santo Agostinho e da escolástica foi São Tomás
de Aquino.

Esse Deus não é o Deus dos filósofos – natureza divina é diferente da humana
em Santo Agostinho.

Ser humano é a imagem e semelhança de Deus – vontade e intelecto – não é


fisionômico porque ninguém nunca viu Deus, ninguém sabe como é Deus.

Antigamente nos quadros Deus era representado de forma negativa – como


fogo, fumaça, nuvem, luzes – nada disso tem forma única, pode ser um monte
de coisa ao mesmo tempo e nada ao mesmo tempo, forma de representar algo
sem representar.

Representação dentro do judaísmo e cristianismo a tentativa de representar


Deus era pecado – pecado grave – não podia criar ídolo, ídolo é algo que você
cultua no sentido de tentar tomar o lugar de Deus.

O problema de você não acreditar em Deus é que você acredita em tudo, se


você idolatra alguém igual a você, você está tornando essa pessoa um Deus.
Surge um novo tipo de amor que é a caridade – misericórdia infinita de Deus em
relação ao ser humano, Deus que ama a criatura e que da sua vida por ela, Jesus
considerado Deus que morre e sofre pelos homens.

AULA 02:

Santo Agostinho principal representante da patrística – primeiro movimento


cristão, segundo é a escolástica (idade média).

Alta idade média do final do século VIII ao século XI e a baixa idade média vai
do século XI ao XIV, baixa idade é entrando na renascença, divide a escolástica
nesses dois períodos.

Patrística – para Santo Agostinho Deus ele é o bem imutável, eterno, imortal do
qual todas as coisas são criadas, conceito de criação, os gregos não tinham esse
conceito de criação, mas sim de geração, o universo pro grego é eterno, as
coisas estão aí como sempre estiveram, não há um princípio, pro cristianismo
não, apenas Deus é eterno e há um princípio, o universo pode se expandir
infinitamente, mas não é eterno.

Diferença entre infinito e eternidade, a infinitude tem princípio, é semi eterna, tem
princípio e não terá fim e a eternidade não tem principio nem fim, o universo teve
um principio e no cristianismo ele vai ter um fim. O universo está em expansão,
mas não sabemos que ele é infinito.

Para santo agostinho Deus é o principio e o fim de tudo. O interior é justamente


o âmbito da agonia, embate, a vida interior do homem, porque deus está no seu
interior, deus não se encontra fora de você, você tem que buscar deus dentro de
você. Alma humana espelha três aspectos da trindade: o entendimento –
entende -, recorda e ama. O ser humano é um ser racional, recorda – memória
histórica -, aspecto temporal diferente dos animais, os animais não tem passado,
nossa identidade por conta do passado. Presente-passado, presente-presente,
presente-futuro, coloca o presente em todos os momentos. O presente é o que
sustenta o passado e o futuro seu, o presente-presente é apenas um instante do
seu ser – batida do seu coração -, o tempo passa e só conseguimos sustentar o
tempo por conta do presente-presente, mas não vivenciamos o presente-
presente, o animal presencia o presente-presente, pois ele não tem passado e
não faz projeção do futuro, ele não sabe o que é futuro. Quando a pessoa
esquece do passado, ela perde a identidade.

Amor envolve vontade e vontade envolve razão, vontade é diferente de desejo,


o amor pra Santo Agostinho é fonte de todas as ações humanas, tudo é movido
pelo amor, é o motor intimo da vontade, o amor pode ser direcionado para coisas
boas ou más. Tudo vai ser feito por amor. A questão é o que você deve amar?
Somente o ser humano é capaz de amar. O amor é a força motriz da vontade.

A vida interior humana é complexa e profunda, é mais ampla do que a vida


exterior. Personalidade e identidade se alocam na vida interior, nas nossas
experiencias. Devemos buscar Deus na interioridade, “Deus é mais íntimo de
mim do que eu mesmo” – Santo Agostinho.

Santo Agostinho sai perguntando se as coisas são Deus - a terra (gaia), o mar
(Posseidon), os abismos (tártaro), os ventos, os pássaros, o céu (urano), sol
(eres), a lua e as estrelas -, foi Ele que os criou. A alma é superior ao corpo.
Questiona até se voltar pra se mesmo – vida interior.

Quando você se depara com algo muito belo, ficamos maravilhados Beleza
pressupõe complexidade, complexidade que seja harmonizada.

Darwin não acreditava no evolucionismo cego, ele pressupunha o tipo de


evolucionismo de design inteligente.

Teoria da iluminação – para Platão é muito fácil de explicar todo processo de


conhecimento sobre as verdades eternas, o ser humano não está aqui de graça,
quase o principio do espiritismo. Nossa alma por ser imortal ela já contemplou
as verdades eternas, mas se esquece quando reencarna. No cristianismo não é
assim pois nele só há uma vida, então não atingimos a verdade suprema, essa
verdade divina só é atingida por meio da iluminação divina, a razão e os sentidos
do corpo são limitados, portanto você tem que ser agraciado pelo Espirito Santo.
A verdade suprema para Santo Agostinho só é atingida por meio pela iluminação
divina, ela não tem como ser atingida pelo esforço racional do homem. A
realidade não consegue ir muito além.
Modernidade – diferença entre ciência antiga e ciência moderna, a antiga visa
uma realidade que não muda, uma realidade estável de imutabilidade, a
moderna pressupõe uma realidade de mudança continua, para Heráclito as
coisas mudam continuamente, tudo muda. Dois aspectos da ciência que devem
ser destacados.

A ciência para Renée Descartes ela tinha a possibilidade de atingir verdades


absolutas, verdades provenientes da dedução logica, matemática, o inicio da
ciência moderna é voltada pro âmbito da matemática (verdade compreendida de
forma absoluta). Uma ideia só podia ser verdadeira se ela era clara e distinta, se
ela não tivesse nenhum resíduo de dúvidas, isso muda numa segunda fase da
modernidade, a partir de David Hill o ceticismo faz parte da ciência, pra Hill a
certeza que você tem sobre os eventos da realidade não são provenientes da
razão, mas dos seus hábitos. Certeza não é mais pela lógica, mas pela repetição.
A ciência atual não trabalha mais com certeza absolutas, só com probabilidades.

Três raciocínios na ciência moderada: o dedutivo – conclusão é nem menos nem


mais extensas do que permitem suas premissas, problemas matemáticos –, o
indutivo – modo de pensar da ciência moderna, a conclusão é muito maior do
que permitem as premissas, que há problemas e falhas por isso trabalha com
proporção e não com certezas –, e o analógico – analogia forte ou fraca, muito
difícil ter analogia forte, comparações com base de sustentações fracas.

Ciência moderna: quanto mais testes eu fizer mais certeza eu tenho, o que te da
certeza é o hábito, repetição dos eventos trabalha com probabilidades, não
afirma que algo é 100% certo.

Desenvolvimento cientifico da renascença ate o fim da modernidade. A


renascença é extremamente supersticiosa.

Galileu – elevando o grau da matemática na ciência, criando as duas ciências


modernas – física moderna e astronomia moderna – e implementando a
instrumentalização da ciência. Com seu telescópio viu a lua, luas em júpiter e
manchas solares. Através de instrumentos eu consigo ter a uma realidade que
eu não consigo ter a olho nu. Instrumentos mais simbólicos: o microscópio e o
telescópio.
AULA 03

Impossível pra um racionalista conceber a possibilidade de a experiencia


sensível fornecer conhecimento.

Empirismo – empirista reduz tudo a experiencia – todo conhecimento é


proveniente da realidade.

Racionalismo – racionalista reduz tudo a razão – a sensibilidade me engana


constantemente e não posso acreditar nela.

Renée descartes é central pro estabelecimento da ciência moderna, a ciência


tem uma suspeita muito grande contra a sensibilidade. Tem uma importância
pelo estabelecimento do método cientifico a segunda importância é a concepção
de uma realidade mecânica – percepção física, leis físicas que são fixas que faz
as coisas agirem como se fosse um grande mecanismo. O ser humano será
capaz de imitar as coisas da natureza, vai conseguir repor o que é natural.
Representante do novo espirito cientifico ser contemporâneo de Francis Bacon
– conhecimento é poder, de Galileu – instrumentalização da ciência - e
antecessor imediato de Newton.

Principais obras de Renée Descartes: o discurso do método e meditações


metafisicas.

Renée Descartes: estabeleceu a subjetividade moderna – colocar a consciência


como a chave de compreensão de toda realidade. O EU que sustenta toda
realidade ao meu redor. Consciência que se volta para se mesma. O primeiro a
colocar a consciência no cérebro, na ciência antiga acreditava que a inteligência
era localizada entre o coração e o cérebro – no respirar – colocou o cérebro
como receptáculo da consciência.

Método racionalista: Renée descartes acredita que descobriu a tal da mathesis


universalis – ciência unitária que vai se estabelecer por um método único, que
será capaz de compreender a realidade. Estabelecendo uma metodologia
cientifica, mudando a lógica cientifica, acreditando que esse método irá nos levar
de forma segura pra um conhecimento e um controle da realidade. Controlar a
realidade, os fenômenos naturais. Ciência moderna – ter controle. Antes estava
submetido a natureza e agora passa a ter controle sobre ela por meio do
conhecimento. Manifesta a pretensão de Francis Bacon – conhecimento é poder
– controlar tudo que está ao nosso redor. Solidez da certeza deve ser buscada
para Renée. Primeiro temos que fundamentar a ciência para a partir dai ter um
conhecimento seguro daquilo sobre aquilo que a gente desconhecer. Precisa de
um método que de confiança suficiente para acreditar naquilo que estou
entendendo da realidade – um método muito seguro que me permita controlar
as coisas ao meu redor.

Hoje a ciência pensa de forma mecânica e ter controle das formas naturais. A
ciência nos oferece uma base segura. A ciência para Renée tem outras
pretensões, a metafisica tem uma importância central, ele ainda quer atingir
verdades absolutamente certas. O método vai nos guiar ate essas certezas
absolutas, quer que o ceticismo seja usado como método científico para atingir
certezas inabaláveis, questiona ate chegar numa certeza que não podia ser
questionada de modo algum. Ele achava que era possível, achar essas certezas
que não podia ter duvida nenhuma. Para isso ele fundamentou as quatro regras
do método: da evidencia, analise, síntese e verificação (tem a explicação nos
pdf).

Quem me afirma que tudo isso é real, que tudo ao nosso redor é real. Problema
cartesiano problema metafisico muito sério, que envolve que a ordem da
realidade no conhecimento humano, ele coloca dois problemas. O primeiro
problema é uma argumentação do sonho “e se toda realidade for um sonho?”. O
segundo é possibilidade de um Deus maligno, que te engana constantemente.
Se Deus é maligno e te engana ele inverte todo processo.

O grande problema em Renée é o problema do Deus maligno. A primeira certeza


que eu tenho que ter é a que eu penso, se eu não tiver essa certeza não tem
como eu confiar em nada, para um racionalista eu não posso confiar na realidade
que está a frente de mim. Em que eu posso acreditar, qual certeza eu posso ter
da realidade. A prova evidente é a matéria, a prova não evidente é a alma porque
você não a vê, não toca nela. Para o racionalista é ao contrário, a primeira prova
é de que sua alma existe, a ultima prova é da matéria. Renée tem a certeza da
dúvida, “eu não posso duvidar do que duvido, pois, ao duvidar do que duvido eu
já estou duvidando, se eu estou duvidando estou pensando, penso, logo existo”.
Se você duvida de que duvida você já está em dúvida, se você está em dúvida,
significa que você pensa, a dúvida te leva ao pensamento, e se você está
pensando você pode duvidar de qualquer coisa, menos de que você pensa, e se
você pensa você existe. Para Renée só existe quem pensa, para nós também –
isso é cartesiano. Pra eu provar que tudo ao meu redor existe e não estou sendo
enganado, eu tenho que provar que Deus existe e que ele assegura que estamos
existindo e que ele não está me enganando e é bom. Ultima prova é a existência
da matéria, porque você precisa provar que Deus existe para provar que a
matéria existe.

A prova da existência de Deus:

a) Você nesta realidade não teria possibilidade nenhuma ideia de Deus,


porque tudo nessa realidade nasce, cresce e morre, tudo se desfaz. Antes
de você nascer Deus colocou isso na sua consciência, que tem um ser
imortal, de um ser eterno.
b) A realidade é muito complexa, a realidade tem leis físicas, morais,
politicas, biológicas... como você acha que algo que é tão complexo não
tenha sido criado por algo que seja mais complexo. Se há uma inteligência
na realidade você tem que pressupor que uma inteligência muito superior
a que tem na realidade criou tudo, a perfeição mínima pressupõe a
perfeição máxima
c) Pra ser perfeito tem que existir, a perfeição inclui a existência, e se existe
um ser perfeito que criou essa realidade que é perfeita dentro dos limites
de perfeição ele necessariamente ele tem que existe, e se ele é perfeito
ele não pode ser mal, porque a maldade é uma distorção da perfeição.
Sendo assim Deus é perfeitíssimo, Deus existe e Ele é bom, então ele
não me engana, então pode acreditar que tudo ao nosso redor existe.

A gente não acredita na sensibilidade, a gente precisa de maquinas para filtrar a


realidade, e a gente confia nos resultados provenientes delas, porque a
sensibilidade me engana constantemente.

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