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FILOSOFIA

Mundo Medieval
Aula 4
Introdução
 Nesta aula serão apresentados os filósofos do mundo medieval, que
ficou marginalizada no ocidente durante o império romano – após a sua
queda, a filosofa Grega e Romana desapareceu – “Idade das Trevas”.
 No entanto a cultura prosperou na China e Japão, nas terras de
Alexandre, o Grande – o legado grego prevalecia, e o pensamento e
conhecimento Islâmico se espalhou pela Ásia e alcançou a Europa – os
métodos de Aristóteles haviam sido revitalizados na Pérsia (Irã).

Santo Agostinho Moisés de Maimônedes


Boécio Jalal ad-Din Muhammad Rumi
Avicena Santo Tomás de Aquino
Santo Anselmo Nicolau de Cusa
Averróis Erasmo de Roterdã
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Santo Agostinho – ética
 Se Deus é inteiramente bom, porque há mal no mundo?
 Para adeptos do cristianismo, como Santo Agostinho, e mesmo para o
judaísmo e islamismo, esse era e é um problema central.
 Se o mundo contém o mal, Deus existe?
 Agostinho respondeu dizendo que Deus, embora tenha criado tudo o que
existe, não criou o mal porque o mal não é algo e sim a falta ou
deficiência de algo – esse modo de pensar foi tomado de Platão.
 Mas porque Deus criou um mundo que permite o mal?
 Agostinho argumentou que, para que Deus criasse criaturas racionais,
tinha que lhes dar o livre-arbítrio – capacidade de escolher, inclusive entre
o bem e o mal.
 Alguém sem crença anterior em Deus pode argumentar que a presença do
mal no mundo prova que não há um Deus benevolente, mas para aqueles
que já acreditam em Deus, o argumento prova sua existência. 3
Boécio – epistemologia
 Educado na tradição filosófica platônica, era cristão e ganhou fama
por sua solução a um problema que antecede Aristóteles: se Deus
sabe o que faremos no futuro, como podemos dizer que temos livre-
arbítrio?
 Boécio argumentou que uma mesma coisa pode ser conhecida de
diferentes maneiras, dependendo da natureza do conhecedor.
 Por exemplo, um cão entende o sol por sensações como visão e tato,
mas uma pessoa pode raciocinar sobre o sol, saber quais elementos o
compõem, sua distância da terra, e assim por diante.
 Conhecemos o fluxo de tempo como passado, presente ou futuro, mas
Deus não está no fluxo de tempo, ele vive um eterno presente.
 Assim, as pessoas são livres pois, independente do que façam, para
Deus será sempre presente – o passado, o presente e o futuro só
existe para nós e não para Deus. 4
Avicena – metafísica
 Também conhecido como Ibn Sina, é o filósofo mais importante na
tradição árabe e um dos maiores pensadores do planeta.
 Como seus seguidores, definiu-se como filósofo aos invés de teólogo
islâmico, escolhendo seguir a filosofia grega e o caminho da razão – se
considerava um seguidor de Aristóteles e seus principais textos são
enciclopédias de filosofia aristotélica – repensada, é claro.
 Concordava com Aristóteles que o universo sempre existiu, mas
discordava de que corpo e mente são únicos – concordava com a visão
de Platão de que a morte libera a mente que reencarna mais tarde.
 Assim, concluiu que a alma é imortal, que ajudou a tornar seu
pensamento mais suave para os muçulmanos ortodoxos, que acreditam
que o indivíduo inteiro, corpo e mente, ressuscitam após a morte.
 O experimento do “homem voador” o permitiu concluir que o “eu”
humano é distinto do corpo – a mente não faz parte do corpo.
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Santo Anselmo – filosofia da religião
 Embora pensadores
cristãos considerem a
existência de Deus como
questão de fé, na idade
média tentaram
demonstrar sua existência
por meio de argumentos
racionais.
 A prova ontológica de
Anselmo é provavelmente
a mais famosa de todas e
é obtida de um suposto
diálogo travado com um
“louco” que nega que
Deus exista.
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Averróis – filosofia da religião
 Era um juiz islâmico, mas passava as noites escrevendo sobre um antido
filósofo pagão, Aristóteles.
 Com isso, reconciliou a religião com a filosofia através de sua filosofia
hierárquica da sociedade, onde apenas uma elite era capaz de pensar
filosoficamente e todo o resto era obrigado a aceitar literalmente aos
ensinamentos do Alcorão.
 Averróis acredita que o Alcorão não apresentava um explicação precisa
do universo se lido de maneira literal e sustentava que era uma
aproximação poética da verdade, sendo o máximo que um inculto
poderias apreender.
 Os cultos deveriam usar o raciocínio lógico e nos pontos que o Alcorão
fosse falso, o raciocínio deveria ser “interpretado” e a filosofia de
Aristóteles deveria ser aceita.
 Como Aristóteles, dizia que o universo sempre existiu e nada no Alcorão
contradizia essa visão – irritando os muçulmanos ortodoxos. 7
Moisés de Maimônedes – filosofia da religião
 Também conhecido como Rambam, escreveu tanto sobre a lei
judaica quanto sobre o pensamento aristotélico.
 Em ambos os escritos evitou dar forma a Deus como um humano,
como algo corpóreo.
 Afirmava que Deus não tinha atributos, não se podia dizer que
Deus é “bom” ou “poderoso” porque Deus não pode ser definido.
 Podemos dizer coisas sobre os atos de Deus e não ao “ser” de
Deus.
 Afirmações do tipo “Deus é poderoso” deviam ser interpretadas
como o significado de que Deus não é impotente.
 Ou seja, sobre Deus podemos afirmar apenas o que Deus não é,
processo chamado de “negativas duplas”, e sim o Deus faz.
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Jalal ad-Din Muhammad Rumi – sufismo
 O sufismo é a interpretação mística e estética do Alcorão, sendo parte
do Islã desde sua fundação.
 O sufixo sufi – unir-se a Deus por meio do amor – seduziu sua
imaginação e, a partir disso, desenvolveu uma teoria para explicar a
relação do homem com o divino.
 Em contraste com a prática geral islâmica, enfatizou muito mais a
oração do que a análise racional do Alcorão como guia divino.
 Postulou que o universo e tudo nele (incluindo os humanos) são um
fluxo de vida infinito, no qual Deus é presença eterna.
 Humanos são a ligação entre passado e futuro, ao morrer renascemos
em outro.
 Para assegurar nosso desenvolvimento de uma forma até outra, temos
que nos empenhar em nosso crescimento espiritual.
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Santo Tomás de Aquino – metafísica
 As opiniões das pessoas se dividem entre os que sustentam que o
universo teve um início e os que sustentam que ele sempre existiu –
hoje procuramos as respostas na física e na astronomia, mas no
passado era assunto de filósofos e teólogos.
 Aristóteles afirmou que o universo muda e se move e, portanto, nunca
poderia ter havido um primeiro movimento.
 Filósofos árabes como Avicena e Averróis estavam dispostos aceitar a
visão de Aristóteles, mas muitos afirmavam, de acordo com a bíblia,
que ele estava errado: o universo nem sempre existiu.
 Tomás de Aquino afirmou que o universo pode até ter sempre existido,
mas que Aristóteles, por não ter tido acesso à revelação cristã, não
tinha como saber que o universo não tinha existido desde sempre.
 Afirmava que quando os humanos raciocinam corretamente, não podem
chegar a uma conclusão que contradiga a doutrina cristã.
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 Isso ocorreria porque a razão humana e o ensinamento cristão viriam
da mesma fonte – Deus – e não poderiam se contradizer.
 Aquino foi fiel aos seus princípios em toda a sua obra e eles estão
particularmente claros em uma área: sua descrição sobre como
adquirimos conhecimento.
 Seres humanos adquirem conhecimento por meio do uso dos sentidos:
visão, audição, olfato, tato e paladar,
 Mas estas nos dizem como as coisas são apenas superficialmente, e o
uso da razão é que o tornará mais amplo – “conhecimento intelectual”.
 De modo gerar, Aquino apresentou seus pensamento sem contradizer
Aristóteles, mas manteve sua fé cristã ao ir além deles.
 Santo Tomás de Aquino exerceu forte influência na teologia e na
filosofia, mas atualmente a física tem apresentado respostas mais
plausíveis sobre a origem do universo, mas sem deixar de considerar
que a filosofia seja relevante para o modo que pensamos.
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Nicolau de Cusa – filosofia da religião
 Nicolau de Cusa pertende a uma longa tradição de filósofos medievais
que tentaram descrever a natureza de Deus.
 De Cusa começou com a ideia de que adquirimos conhecimento ao usar
a razão para definir os seres e, a fim de conhecer Deus, deduziu que
deveríamos tentar definir a natureza de Deus.
 De Cusa afirmou que Deus é o que vem antes de tudo, ou seja,
qualquer fenômeno existe antes de existir realmente.
 É impossível que algo venha a existir antes que essa possibilidade se
manifeste.
 Dessa maneira, concluiu que algo capaz de fazer isso deveria ser
escrito como “não outro”.
 Portanto, “não outro” aproximava-se mais de uma definição de Deus
do que qualquer outro termo.
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Erasmo de Roterdã – filosofia da religião
 O “Elogio da Loucura”, escrito em 1509, é uma sátira espirituosa
sobre a corrupção e as disputas doutrinárias da igreja católica.
 No entanto, tem também uma mensagem séria afirmando que a loucura
– que Erasmo chama de ignorância ingênua – é parte essencial do ser
humano, sendo o que essencialmente nos traz a felicidade.
 Por outro lado afirmou que o conhecimento pode ser um fardo e levar a
complicações passíveis de contribuir para uma vida opressiva.
 Afirmou também que a religião é uma forma de loucura pois a crença
verdadeira só pode se basear na fé e nunca na razão.
 Assim, rejeitou a mistura do racionalismo grego com a teologia cristã
feita por Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, consideradas
intelectualização teológica e fundamento da corrupção da fé religiosa.
 Erasmo aconselhou a abraçar os fundamentos do espírito das escrituras
para uma vida feliz: simplicidade, ingenuidade e humildade. 13
Atividades da Aula 4
1. Porque o período medieval é conhecido como período das trevas?
2. Surgido na Grécia, onde o pensamento filosófico grego se desenvolveu,
principalmente, no período medieval?
3. Qual é a síntese do pensamento de Santo Agostinho?
4. Qual é a síntese do pensamento de Boécio?
5. Qual é a síntese do pensamento de Avicena?
6. Qual é a síntese do pensamento de Santo Anselmo?
7. Qual é a síntese do pensamento de Averróis?
8. Qual é a síntese do pensamento de Moisés de Maimônedes?
9. Qual é a síntese do pensamento de Rumi?
10. Qual é a síntese do pensamento de Santo Tomás de Aquino?
11. Qual é a síntese do pensamento de Nicolau de Cusa?
12. Qual é a síntese do pensamento de Erasmo de Roterdã?

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