Você está na página 1de 15

tomas de aquino

Tomás de Aquino, também conhecido como Santo Tomás de Aquino, foi um


influente filósofo, teólogo e sacerdote da Idade Média, nascido em 1225 na
Itália e falecido em 1274. Ele é amplamente considerado um dos pensadores
mais importantes da tradição filosófica e teológica ocidental. Aquino é
particularmente conhecido por sua tentativa de reconciliar a filosofia
aristotélica com a teologia cristã, combinando elementos do pensamento
clássico com a doutrina cristã.
A relação de Tomás de Aquino com a alma é um dos aspectos centrais de
seu pensamento. Ele abordou a natureza da alma humana, sua relação com
o corpo e sua ligação com Deus em sua obra monumental chamada "Summa
Theologica". Aquino adotou uma abordagem aristotélica para entender a
alma, considerando-a como a forma substancial do corpo, ou seja, a
essência que dá vida e organização ao corpo. Ele definiu a alma como a
"forma do corpo", onde a forma é aquilo que dá a uma coisa suas
características essenciais.
Segundo Aquino, a alma humana possui várias faculdades distintas, cada
uma com sua própria função. Ele identificou três faculdades principais:
1. Alma Vegetativa: Esta é a faculdade mais básica, responsável pelas
funções vitais do corpo, como crescimento, nutrição e reprodução. Ela é
compartilhada com outras formas de vida, como plantas e animais.
2. Alma Sensitiva: Esta faculdade capacita os seres humanos com a
capacidade de perceber o mundo ao seu redor por meio dos sentidos e
de reagir a estímulos sensoriais. Ela inclui funções como visão, audição,
olfato, tato e paladar, bem como emoções e desejos.
3. Alma Intelectiva/Racional: Esta é a faculdade mais elevada da alma
humana, exclusiva dos seres humanos, e é responsável pela razão,
intelecto e livre-arbítrio. Aquino argumentou que é essa faculdade que
nos torna capazes de conhecer a verdade, exercer a moralidade e buscar
Deus.
Aquino também abordou a relação entre a alma e Deus em termos de
conhecimento e busca pela felicidade. Ele argumentou que, embora a alma
humana tenha um conhecimento limitado neste mundo, ela é naturalmente
orientada para a busca da verdade e, em última análise, para a união com
Deus. Para Aquino, a felicidade verdadeira e plena só pode ser alcançada
através da contemplação da verdade divina e da união com Deus.
Revolução Científica E AS CONCEPÇÕES FILOSÓFICAS MODERNAS DA ALMA
A Revolução Científica, ocorrida aproximadamente entre os séculos XVI e
XVII, marcou uma mudança fundamental na forma como os seres humanos
entendiam o mundo natural. Durante esse período, os avanços científicos e
as novas abordagens experimentais desafiaram as concepções tradicionais e
levaram a uma transformação radical na compreensão da realidade. Essa
revolução também teve implicações significativas para as concepções
filosóficas da alma.
contxto historico
Antes da Revolução Científica, a visão predominante da realidade era
baseada na filosofia escolástica, que combinava ideias aristotélicas com
teologia cristã. Essa visão considerava a Terra como o centro do universo,
com corpos celestes girando ao seu redor em órbitas perfeitas. Além disso, a
alma era frequentemente entendida como uma entidade imaterial, separada
do corpo e com propriedades únicas.
desafios da revolçao cientifica
A Revolução Científica trouxe novas descobertas e métodos, como o
heliocentrismo de Copérnico, as leis do movimento de Kepler e a mecânica de
Galileu e Newton. Essas descobertas contradiziam muitos aspectos da visão
aristotélica e geocêntrica do mundo, desafiando as concepções tradicionais
sobre a natureza e o lugar do homem no universo.
implicaçoes para a concepçao da alma
A Revolução Científica também teve profundas implicações para as
concepções filosóficas da alma:
Mecanicismo e Materialismo: A visão mecanicista e materialista
emergente na ciência moderna desafiou a ideia de uma alma imaterial
separada do corpo. Pensadores como René Descartes propuseram que o
corpo e a mente eram entidades distintas, mas interagiam por meio da
glândula pineal. Essa dualidade mente-corpo influenciou a compreensão
subsequente da alma.
Empirismo e Observação: Filósofos empiristas como John Locke
argumentaram que todo conhecimento provém da experiência sensorial.
Isso levou a uma abordagem mais empírica para a compreensão da
mente humana, afetando a maneira como a alma era concebida.
Reducionismo: A tendência reducionista na ciência moderna levou a uma
abordagem que buscava explicar fenômenos complexos em termos de
partes mais simples. Isso também se refletiu nas concepções da mente e
da alma, com tentativas de reduzir as funções mentais a processos
neurofisiológicos.
Naturalismo: A nova ênfase na observação e na experimentação levou ao
desenvolvimento de uma visão naturalista do mundo, na qual os
fenômenos eram explicados sem recorrer a explicações sobrenaturais. Isso
influenciou a forma como a alma era compreendida, muitas vezes como
um aspecto intrínseco do ser humano em vez de uma entidade distinta.
impactos duradouros
As mudanças nas concepções filosóficas da alma durante a Revolução
Científica tiveram um impacto duradouro na filosofia, psicologia e ciência
subsequentes. A compreensão da relação entre a mente e o corpo, a natureza
das emoções, a origem do conhecimento e a existência da alma tornaram-se
tópicos centrais de debate e investigação.

Você também pode gostar