Você está na página 1de 2

Filosofia Medieval

A filosofia medieval compreende o período do século I até o século XV, quando ocorreu o
renascimento. Durante todo este período, várias correntes divergentes surgiram, entre
elas a patrística, que tonha como seu principal nome Santo Agostinho, durou do século IV
até o século VII, e a escolástica de São Tomás de Aquino, do século IX até o XV.
A filosofia patrística buscava compreender a relação entre a fé divina e o racionalismo
científico. Ou seja, eles buscavam a racionalização da fé cristã. Ela esse nome devido aos
chamados “pais da igreja”, que foram os primeiros teólogos e intelectuais da filosofia
cristã, o principal pai da Igreja foi Santo Agostinho, que foi influenciado pela filosofia grega
e em especial pelo platonismo. Agostinho, assim como Platão, acreditava que toda
imperfeição da natureza humana, era devido ao nosso corpo imperfeito e decaído,
enquanto a alma era imortal e responsável por todo o nosso pensamento.
Também foi ele quem propôs a teoria da iluminação, que diz que Deus dá para o ser
humano a oportunidade para ele conhecer as verdades eternas através da contemplação
e reflexão. Tal teoria é proveniente da doutrina da reminiscência de Platão, segundo a
qual as ideias já residiriam em nossa alma e caberia ao ser humano despertar esse
conhecimento.
Agostinho também acreditava que a história teve um começo e terá um fim predestinado,
doutrina conhecida como historicismo, também acreditava que com os homens evoluindo
mentalmente, conhecendo a razão e tendo fé, chegaria um momento onde a cidade divina
se manifestaria na terra, em oposição a cidade dos homens, que representa o ser
humano num estado mais atrasado de desenvolvimento moral.
Já os escolásticos surgiram com o intuito de refletir sobre a existência de Deus, da alma
humana, da imortalidade. Ou seja, desejavam justificar a fé a partir da razão. Ela foi
inspirada nos ideais de Aristóteles, além de ter uma fundamentação cristã baseada nas
revelações contidas na Bíblia Sagrada. Devido a sua aproximação com os ideais de
Aristóteles ao invés dos de Platão os escolásticos davam uma importância maior ao
conhecimento vindo da experimentação ao contrário da pura reflexão.
São Tomás de Aquino entendia que filosofia e teologia possuíam competências distintas,
por exemplo, cabia a filosofia as explicações racionais e utilitárias dos acontecimentos no
mundo, mas era dever da teologia dar sentido espiritual e transcendental aos fenômenos.
Só há conflito entre filosofia e teologia caso a primeira, num uso incorreto da razão, se
proponha explicar o mistério do dogma religioso sem o auxílio da fé, dessa forma Tomás
de Aquino via a filosofia como uma auxiliar da teologia para a busca das verdades.
São Tomás de Aquino também formulou 5 provas ou vias da existência de Deus a partir
da observação da natureza, sendo elas:
Primeiro Motor Imóvel: Esta primeira prova supõe a existência do movimento no universo.
Porém, um ser não move a si mesmo, só podendo, então, mover outro ou por outro ser
movido. Assim, se regredirmos ao infinito, não explicamos o movimento se não
encontrarmos um primeiro motor que move todos os outros, e esse motor é Deus.
Causa Eficiente: a segunda observação fala do efeito que o motor imóvel acarreta, a
percepção da ordenação das coisas em causas e efeitos permite averiguar que não há
efeito sem causa. Dessa forma, igualmente retrocedendo ao infinito, não poderíamos
senão chegar a uma causa eficiente que dá início ao movimento das coisas.
Ser Contingente e Necessário: a terceira prova compara os seres que poderiam existir de
outra forma (contingentes) e os que não poderiam (necessários). A possibilidade destes
seres serem de outra forma implica que alguma vez este ser não foi e passou a ser. Mas
do nada, nada vem e, portanto, estes seres contingentes dependem de um ser necessário
para fundamentar suas existências.
Graus de Perfeição: a quarta via trata dos graus de perfeição, onde a partir de
comparações são constatados seres mais perfeitos que outros, e se progredirmos ao
infinito necessariamente chegaremos no ser absolutamente perfeito, que é Deus
Causa Final: a quinta via fala da questão da ordem e finalidade que as coisas possuem, e
se algo possui um propósito é porque alguém o definiu, e esse alguém só pode ser Deus.

Você também pode gostar