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A FILOSOFIA MEDIEVAL CRISTÃ – ESCOLÁSTICA

1. A Influência Islâmica no Mundo Cristão


Na Idade Média, os territórios islâmicos apresentaram a criação de grandes obras
filosóficas, literárias, a construção de escolas e bibliotecas, além do desenvolvimento
econômico e técnico, com avanços na medicina (qualificando ervas medicinais),
matemática (inventando o arco e a tangente, tal como a equação de segundo grau e
biquadrada), química (descobrindo o ácido sulfúrico e o álcool), higiene, arquitetura,
astronomia, técnicas agrícolas (introduzindo na Europa, o algodão, a cana-de-açúcar, o
bicho-da-seda e o arroz), etc. Destacam-se Al-Khwarizmi, na matemática, Rhazes, na
química e medicina, Alhazen, na ótica, Alpetragius, na astronomia.
Al-Fârâbi procurou conciliar Platão, Aristóteles e o Alcorão: para ele, os seres provém
de Deus como a luz provém do sol, ou seja, por uma causalidade natural que dispensa a
vontade ou a intenção. É a tese emancipacionista. Sua obra foi traduzida para o latim duas
vezes e debatida entre os cristãos, que rejeitaram a chamada tese emancipacionista. O
persa Avicena foi o primeiro a tentar uma união mais profunda entre Aristóteles e o Alcorão.

Averróis (1126-1198), na filosofia, conhecido pelos comentários a


respeito das obras de Aristóteles. Ele ficou, assim, conhecido como “O
Comentador”. O método grego do comentário consiste em reconstituir a
intenção do autor, isto é, fazê-lo dizer o que teria dito casso quisesse se
pronunciar com clareza sobre o assunto. É a partir de Averróis que o mundo cristão latino
conheceu Aristóteles com profundidade. Foram os muçulmanos que preservaram muitos
escritos gregos, como Aristóteles, traduzido e comentado pelos árabes. Averróis defendia
que religião e razão não se contradizem e não podem se contradizer, já que ambas falam a
mesma verdade – Aristóteles foi criado por Deus/Alá para nos dar as verdades da natureza,
ao passo que o Alcorão nos fornece as verdades religiosas. Todos os homens tem a
potência de conhecer; mas, sendo a Verdade uma só, o que todos alcançamos com o
intelecto é o mesmo; o saber não é individual, mas patrimônio da humanidade – o indivíduo,
por isso, acaba sendo apenas uma ilusão, e o homem não é responsável pelo intelecto, que
é supra individual [quando a Unicamp perguntou a relação entre ciência e fé no mundo
islâmico medieval, portanto, você precisava falar dessa não contradição] [Perceba que, se
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você achava que o mundo cristão e muçulmano medievais são completamente isolados
um do outro, você está com uma visão 100% errada da Idade Média, posto que esses povos
trocavam ideias e comerciavam]
A Escola dos Tradutores de Toledo, na Espanha Muçulmana, traduziu muitos escritos
greco-romanos.
2. Filosofia na Baixa Idade Média – Escolástica (XI-XV)
A. Como era o conhecimento na Baixa Idade Média? O pensamento cristão nas
Universidades da Baixa Idade Média é conhecido como Escolástica (XI-XV). O surgimento
da escolástica está ligado à transformação do feudalismo nesse momento, a proliferação
das escolas da Igreja, ao advento das Cruzadas, o fortalecimento do comércio, do
surgimento das primeiras Universidades e o aumento das heresias.
B. Universidades: no século XI, XII e XIII, surgiram, a partir das escolas, as primeiras
Universidades. A universidade seria um lugar universal, onde estariam estudantes e
professores de todo o mundo cristão, falando e escrevendo em latim, a língua oficial da
cristandade. As primeiras universidades são as de Salermo (1050) Bolonha (1158), Paris
(1209), seguidas por Oxford (120), Pádua (1222), Nápoles (1224), Toulouse (1229),
Salamanca, Cambridge, Praga (1348). Financiadas por autoridades locais, elas serviam
como centros de formação para uma aristocracia ligada à administração civil ou
eclesiástica. Aqueles que eram formados nessas universidades poderiam lecionar em todo
o mundo cristão.
Em todas essas universidades os alunos estudavam, durante dez anos, as sete artes
liberais. Em seguida optavam por três carreiras: Direito (Canônico ou Romano), Medicina
ou Teologia. O curso de Teologia consistia em quatro etapas: oito anos preparatórios, dois
anos de leitura da Bíblia (baccalaureus biblicus), dois anos de textos dogmáticos (como As
Sentenças, de Pedro Lombardo) e, por fim, dois anos de disputas. Um teólogo medieval,
assim, tinha três tarefas: ser um leitor (lectio) e participar de cursos, lembrando que a
universidade, nesse período, praticamente controlava a circulação de textos; disputar
(disputatio), ou seja, assistir ou ser participante ativo em disputas públicas segundo regras
bem definidas; por fim, realizar sermões (praedicatio). Tais disputas podiam ser privadas
ou públicas, no meio das cidades. A obra Suma Teológica, de São Tomás de Aquino, é
organizada pelo método da quaestio: cada artigo é iniciado por uma pergunta “se”, de
maneira que os dois lados da alternativa são apresentados por meio de citações bíblicas e
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de autoridades, argumentos filosóficos, noções comuns etc. Vem, então, a solução,
anunciada por um “eu respondo”. O pensamento cristão desse período é conhecido como
escolástica (XI - XV), o último método de saber e reflexão da Idade Média, rejeitado por
vários humanistas, durante o Renascimento.

C. Santo Anselmo e o Argumento Ontológico


No Ocidente, um dos inauguradores da filosofia escolástica foi Santo Anselmo,
pensando numa nova relação entre fé e razão. O ponto fulcral de sua teologia é o chamado
argumento ontológico. Para ele, a prova da existência de Deus é o próprio conceito que
temos dele. Quer dizer, a existência da ideia de um ser perfeito e todo-poderoso, implica
sua existência real. Deus é “aquilo do qual nada maior pode-se pensar” (id quo maius
cogitari nequit) – mesmo os ateus hão de concordar com isso, de modo que eles
concordam que, logicamente, a ideia de Deus não é absurda. Mas Deus não poderia existir
apenas no pensamento? Não, caso contrário, poderíamos pensar em algo maior que existe
também na realidade, e existir na realidade é mais do que existir apenas no pensamento.
Se temos a ideia de algo perfeito, ser real faz parte dessa perfeição, portanto ele existe.
Essa prova caracteriza bem o ponto central do pensamento escolástico: muito do que a fé
nos ensina pode também ser entendido pela razão e pela filosofia; a filosofia, aqui, é
colocada a serviço da fé. O próprio São Tomás de Aquino rejeitou o argumento ontológico,
visto como circular, posto que ele pressupõe o que quer demonstrar, além de que a
existência intelectual difere da existência real; Kant, posteriormente, apresentará as
melhores objeções contra o argumento ontológico, diferindo a existência pensada e a
existência real.

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Ilustração do argumento ontológico. Tradução: Pense no melhor conceito de todos;
agora, imagine que ele não existe; se ele não existe, não é tão bom, não é?; então, se ele é
realmente tão bom, ele deve existir.
"Somos anões carregados nos ombros de gigantes. Assim vemos mais, e vemos
mais longe do que eles, não porque nossa visão seja mais aguda ou nossa estatura mais
elevada, mas porque eles nos carregam no alto e nos levantam acima de sua altura
gigantesca"
Bernard de Chartre (LE GOFF, Jacques. "Os intelectuais na Idade Média". Rio de
Janeiro: José Olímpio, 2003. p. 36.) – nessa frase, tipicamente escolásticas, Bernard de
Chartres mostra a importância da tradição e da razão.
D. São Tomás de Aquino: o maior expoente da filosofia
escolástica foi São Tomás de Aquino (1224-1274), membro da Ordem
dos Dominicanos, professor da Universidade de Paris (a qual adotou o
aristotelismo oficialmente em 1255), aluno de Santo Alberto Magno
(1206-1280). Fortemente influenciada por Aristóteles e Averróis, sua
filosofia é de suma importância para a Igreja Católica até os dias atuais.
Durante o Concílio de Trento, sua obra foi colocada no altar ao lado da Bíblia.
Uma de suas ideias centrais é a rejeição do absoluto antagonismo entre a razão e a
fé. Para São Tomás, existiriam, sem dúvida as “verdades da fé”, atingidas apenas através
da revelação cristã, as quais não poderemos chegar através da razão. Porém, nem todas
as verdades seriam alcançadas apenas desse modo, existindo também as “verdades
naturais teológicas”, às quais, sendo a razão obra de Deus, poderíamos chegar pela razão.
A filosofia tem sua autonomia própria, sem necessidade de ser iluminada pela fé (daí a
diferença em relação a Agostinho): a razão do homem é digna do seu criador. Entre fé e

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razão existe, portanto, uma harmonia, mas, ponto importante, é uma harmonia hierárquica:
a filosofia continua abaixo da fé.
Para entendermos essa questão, vamos tomar como exemplo os artigos 1, 2 e 3 da
segunda questão (a "existência de Deus") do primeiro tratado ("Tratado de Deus") de sua
magnânima obra Suma Teológica. Nesse momento, em vez de procurar Deus numa mística
interiorizante, como Santo Agostinho, ele apresenta cinco vias para demonstrar a
existência de Deus. Para tal demonstração parte da noção aristotélica de ato e potência
(visto em aulas anteriores), causa e efeito, primeiro motor, necessidade e contingência. Ele
prova Deusa partir do mundo sensível, como se fosse possível entender o Criador a partir
das criaturas. Vejamos as cinco vias:
1ª Via: Argumento do Movimento (inspirado em Aristóteles, Física, Livro VIII): se tudo
que move é movido por algo, não se pode admitir uma regressão ao infinito. Se mover é
levar da potência ao ato, tudo que muda é movido por outros. Deus, assim, é o Primeiro
Motor.

Para Aquino, o movimento, como um dominó, precisa de um impulso inicial.


2ª Via: Causa Eficiente (inspirado em Aristóteles, Metafísica, Livro II): nada pode ser
causa eficiente de si próprio, pois nesse caso seria anterior a si própria. Como não é
possível admitir uma regressão infinita de causas, Deus é a causa primeira. Dessa forma,
se perguntássemos a qualquer fenômeno do mundo sua causa e continuássemos
sucessivamente perguntando as “causas de suas causas”, em todos os casos chegaríamos
a Deus. Deus é o Ser mais eminente porque é a única essência a possuir em si a razão de
sua existência, o único ser cuja essência é idêntica à sua existência – Deus é uma causa
incausada, uma causa sem causas.
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Ilustração da 2ª Via.
3ª Via: Argumento Cosmológico
(inspirado nas ideias de necessidade e
contingência de Aristóteles): as coisas
que existem (a natureza, os outros
animais, nós, etc.) são contingentes, isto
é, não existem necessariamente,
podendo perecer e não existir mais. Mas,
daí emerge a pergunta: por que o ser
existe ao invés de nada? Por que as coisas existem em vez de não existirem? Trata-se do
maior mistério do ser, uma estupefação que desperta em nós uma graça indizível: fomos
tirados do nada e colocados no ser.
POR QUE O SER AO INVÉS DO NADA?
Mas será que tudo passa? Será que tudo pode não ser? Ora, se isso fosse verdade,
não haveria nada de existente, pois tudo o que não existe só começa a existir por meio de
alguma coisa que já existe! Por isso, se em algum momento, não tivesse havido nada de
existente, teria sido impossível para qualquer coisa começar a existir e, assim, também
nesse caso, nada existiria. Em suma, se tudo o que conhecemos passa, é contingente, é
preciso que algo não passe, algo seja necessário. Em outras palavras, é preciso que algo
na natureza seja permanente, necessário, pois nem tudo pode ser passageiro. Para que os
entes existam, e preciso admitir algo que não é passageiro, mas necessário. Deus é o
primeiro ser, origem de toda necessidade.
4ª Via: Analogia (inspirado nas ideias de Aristóteles, Metafísica, Livro II): na natureza,
encontramos vários graus de perfeição: coisas mais ou menos boas, mais ou menos
nobres, mais ou menos verdadeiras. Todas as coisas na natureza têm uma qualidade, em
maior ou menor grau (tamanho, força, etc.), de modo que, para essas qualidades existirem,
é preciso um parâmetro, a perfeição, que é Deus, portador de todos os atributos e
qualidades em máximo grau.
5ª Via: Argumento Teleológico (inspirado nas quatro causas de Aristóteles): se tudo
na natureza possui um propósito, esse propósito não pode ser alcançado sozinho. Tal como
uma flecha, para atingir seu alvo, precisa de um arqueiro, é preciso ser inteligente que dirige
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todas as coisas naturais para seu fim. Tudo na natureza, enfim, parece ter uma finalidade,
um propósito. A causa inteligente dessa determinação é Deus.
O ser humano difere dos outros animais pelo seu intelecto, que lhe confere o livre-
arbítrio. O homem não se dirige para um fim como uma flecha lançada pelo arqueiro, mas
é livre para escolher seus fins. Diferente de Agostinho, que pensava o mal como a “ausência
do bem”, Aquino defendia o mal como resultado das escolhas da alma, já que o ser humano,
como ser racional, tem a capacidade de compreender os princípios que guiam as boas
ações. Como Aristóteles, Aquino sustenta que para o homem ser bom não basta conhecer
o bem, mas precisa, também, agir de modo bom – daí se pressupõe a doutrina da salvação
pelas boas obras.
No campo da política, São Tomás de Aquino, como Aristóteles, vê o Estado como uma
necessidade natural do homem, uma vez que somos imperfeitos. Ele dividiu as leis em lei
natural (visando preservar a vida), lei positiva (estabelecida pelo homem, visando preservar
a sociedade) e lei divina (que conduz o homem à vida cristã e ao paraíso, guiando as outras
leis). O homem é um animal social e político: a família é a primeira associação, e o estado
sua ampliação e continuação. O Estado, assim, deve existir, desde que subordinado, no
que diz respeito à religião e à moral, à Igreja, a qual visa o bem eterno das almas. Essa é,
importante notar, a concepção dominante da Igreja Católica desde as Reformas
Gregorianas. A monarquia é o melhor tipo de governo que existe, porque assegura ordem e
unidade. Toda lei injusta deve ser desobedecida.
3. Crise da Escolástica: Guilherme de Ockham
Nos séculos XIV e XV, junto com o próprio feudalismo (que passava pelas catástrofes
da fome, peste e guerra), a filosofia escolástica também entra em crise. O franciscano
inglês Guilherme de Ockham (1300-1350) foi o mais influente filósofo do século XIV.
Acusado várias vezes de heresia, ele criticou o caráter mundano da Igreja e seu
envolvimento na política. Ele defendia uma separação entre o poder espiritual, que ficaria
nas mãos do papa, e o temporal, nas mãos do imperador. Por essas e outras, ele foi expulso
da Universidade de Oxford e Paris, além de ser preso pelo papa João XXII durante quatro
anos. Antes de sucumbir perante a peste negra, Ockham ainda fez uma análise dos éditos
do papa João XXII e declarou-o um herético e um pseudopapa.
A. Nominalismo: a postura que tornou Guilherme mais famoso foi o nominalismo. A
duas visões dominantes na época eram derivadas de Platão e de Aristóteles: a visão
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platônica defendia que, tendo em vista a diversidade de cachorros que existem no mundo,
haveria um tipo ideal, na mente do Criador, a partir do qual todos os outros cachorros da
terra seriam feitos; a visão aristotélica defendia a ideia de que os gêneros e espécies seriam
abstrações na mente humana.
Segundo Ockham, no entanto, Deus não operou a partir de ideias preconcebidas, mas
esculpiu os seres a seu bel-prazer, o que permitiu aos homens formar os conceitos
universais de “Cachorro” ou “Homem” e “Cavalo”. Entretanto, esses termos gerais,
sustentou Ockham, são símbolos e conceitos que representam a “intenção” da mente de
agrupar vários objetos em comum, e não uma realidade. Os seres universais, assim, seriam
flatus vocis, sons emitidos, não havendo nenhuma entidade real correspondente a eles.
Nossas ideias gerais, em suma, não seriam nada a não ser nomes. Devemos tomar cuidado
para não confundirmos as palavras com a própria realidade.
B. Navalha de Ockham ou Princípio da Parcimônia: se não é
necessário supor a existência de um ser a mais, é porque ele não
existe. Para Ockham, sempre se deve supor apenas a possibilidade de
existência do mínimo necessário: entia non sunt multiplicanda praeter
necessitatem (não se deve multiplicar a existência dos entes para além
do necessário). Essa é a famosa navalha de Ockham. A navalha
geralmente é encarada como um método de trabalho para os
cientistas: sempre que possível, utilizar a hipótese e a teoria mais
simples e dispensar todos os elementos que não são úteis numa possível análise, para,
assim, poupar tempo. Ludwig Wittgenstein, por exemplo, disse: “uma roda que gira sem que
nada gire com ela não é parte do mecanismo”; nessa posição, fundamental para as ciências
naturais, admite-se que, sempre que alguma coisa é desnecessária para a compreensão de
determinado processo, há razões para afirmar que ela não desempenha nenhum papel nele.
C. Separação entre teologia e filosofia: diferente dos outros aqui vistos, Ockham
defendeu com veemência a separação entre teologia e filosofia, entre fé e razão. Como
Deus e a alma não são sensíveis, segue-se que não são cognoscíveis. Deus não se pode
provar pelo princípio da causalidade, posto que esse é válido apenas para aquilo que é
empírico e físico; também, pelos mesmos motivos, não se pode provar a alma e a
imortalidade. A ciência humana reduz-se à física, que nos faz conhecer os seres materiais,
sensíveis, e a lógica que nos ilustra as relações entre os conceitos. Nenhuma metafísica
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deve ser admitida! Deus, alma, e Revelação são questões de fé (fideísmo), e tentar conhecê-
los pela razão é pecado de pretensão, é querer ir muito além do que somos capazes de ir.

Passagem para a Primeira Modernidade


O contexto do século XIV é conhecido
como período de crise da escolástica. Logo, já
no fim do século XIV, XV e XVI, os tempos
modernos trouxeram o Renascimento e nomes
como Leonardo da Vinci, Galileu e, no século
XVII, Newton que, como será visto nas
próximas aulas, levaram ao mundo o método
empírico e a ciência moderna, inovando
diversos âmbitos do conhecimento e
contestando o método escolástico. É o que se
costuma chamar de Renascimento Cultural
(XIV-XVI), e, junto com ele, a Revolução
Científica, que veremos na próxima aula. É
nesse período, afinal, que ocorrem os quatro
movimentos que inauguram a modernidade,
nos séculos XIV, XV e XVI: Formação das
Monarquias Absolutistas, as Reformas
Religiosas, a Expansão Marítima e o
Renascimento. Do mesmo modo, os
descobrimentos questionaram e provaram
serem falsos muitos dos preceitos
escolásticos.
Mas, ponto importante, a Escolástica não
morre no Renascimento: passado o
renascimento, a Escolástica se manteve
principalmente na Península Ibérica e na
América durante grande parte da Idade
Moderna (fortalecida a partir da ação de
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jesuítas e da Inquisição). O que existe,
portanto, NÃO é o fim da escolástica e o
começo do renascimento, como vocês
imaginam erroneamente; o que ocorre é que,
na modernidade, a escolástica, que continua
viva, convive e concorre com o pensamento
moderno renascentista, humanista, e, depois,
com a ciência moderna.

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