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AUTOR

FELIPE CARVALHO
Presidente – Instituto Diplomun

A minha trajetória no mundo das simulações


começou há algum tempo. Na minha primeira
participação, não fui nada de especial, acho que
muitos começam assim. Apesar disso, acho que o
que eu fiz nas horas posteriores que me
diferenciou. Eu cheguei em casa, tirei o terno,
sentei em frente ao computador e tamborilei as
teclas em busca da próxima simulação em minha
cidade. Me inscrevi imediatamente, e passei a
noite acordado tentando entender tudo sobre esse
tipo de evento.

Na minha segunda simulação, eu melhorei, mas


ainda não era excelente, eu não queria ser bom, eu
queria ser o melhor. Nas simulações posteriores,
eu melhorei, e passei a ganhar diversos prêmios.
Mas eu sabia que ainda não estava onde eu queria,
precisava melhorar. Eu aprendi tudo o que estava
ao meu alcance, fui atrás dos melhores que eu
conhecia, eu me preparei para o meu maior
desafio.

Assim, eu fui participar da Harvard Model United


Nations, se eu pudesse competir com os melhores,
então seria um dos melhores. Lá, eu senti que
tinha uma chance de me colocar entre os
melhores, eu não estava no topo, então, eu
precisava superar quem já estava lá. Eu dei o meu
melhor, simulei com pessoas de dezenas de
países diferentes, então, na simulação mais
competitiva do mundo, consegui ser premiado, não
apenas uma, mas três vezes consecutivas.

Agora, eu quero fazer com que você também


possa se destacar em simulações da ONU!

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@_Felipeccarvalho_ @Institutodiplomun Diplomun.com
SUMÁRIO
1. Introdução

2. Vencendo desde o início: o pré-conferência

3. Fazendo os Procedimentos Jogarem Para


Você

4. Como Potencializar os Critérios de Avaliação

5. Construindo o Melhor Argumento

6. Os segredos do Discurso e Oratória

7. Dominando o Debate e a Negociação

8. Sendo um Bom Líder

9. Documentos: Como Resolver o Comitê

10. Se Tornando o Melhor Delegado

11. Conclusão

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO
“O início da sabedoria é a admissão da própria
ignorância. Todo o meu saber consiste em saber que
nada sei.”
INTRODUÇÃO
Entendendo as Simulações da ONU (MUNs)

Se você está lendo esse Ebook, provavelmente já participou de uma


simulação da ONU e sabe como ela funciona. Caso não saiba,
resumidamente, uma simulação da ONU é um debate diplomático
em que diversos participantes assumem a representação de países
e debatem a fim de chegar a uma solução comum para uma
problemática previamente apresentada em um comitê específico.

Inicialmente, preciso deixar algumas coisas claras: a competição


exacerbada nunca é saudável, então é preciso que você tenha a
maturidade para interpretar isso da maneira correta e aproveitar
as simulações com o propósito certo.

Aqui, eu irei te entregar as ferramentas necessárias para simular


em altíssimo nível, ser premiado nas simulações mais competitivas
do mundo e se tornar um delegado de extrema excelência.
Todavia, a forma como você usa essas ferramentas é de sua
responsabilidade.

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Assim, é preciso que você tenha algumas coisas em mente para
conseguir ir longe:

• Competir não é, e não deve ser, o seu intuito principal ao


participar de uma simulação.

• Não desanime caso perca, e quando vencer, saiba vencer.

• A cooperação está sempre acima da individualidade.

Muitas pessoas confundem simular para ganhar com ser uma


pessoa ruim. Por isso, preciso deixar claro que ser premiado é
diferente de passar por cima dos outros delegados ou ser
individualista e arrogante. Uma simulação é uma tentativa de um
consenso. Você não verá, em uma sessão da Assembleia Geral das
Nações Unidas, o representante da China subir ao palanque e
chamar os Estados Unidos de imperialistas deliberadamente. Da
mesma forma, o diplomata da Coréia do Norte não vai subir no
palanque para ameaçar outras Nações com bombas nucleares.
Obviamente, em uma simulação, você desfruta da liberdade
poética, logo, pode tomar atitudes que não seriam tomadas em
ambientes reais. Todavia, é importante reconhecer quando se está
fazendo isso, quando os outros estão fazendo, e saber entender o
seu uso e limite.

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Mesmo sendo um evento acadêmico de debates, uma simulação da
ONU possui características de Role-Playing e Teatro. Assim, você
precisa entender primeiramente o funcionamento real das sessões
dos organismos internacionais antes de tentar as imitar.

Recomendo que, primeiro de tudo, você tire um tempo para


assistir alguns minutos de sessões da AGNU, a fim de entender
melhor o seu funcionamento:

https://www.youtube.com/watch?v=ImS4_9DThwQ&ab_channel
=NBCNews

Sala da Assembleia Geral das Nações Unidas

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Por fim, saliento que aqui não irei explicar detalhadamente o
funcionamento de uma simulação, mas sim como usar os seus
mecanismos em seu favor na busca de destaque e excelência.
Espero que você possa desfrutar de todo o conteúdo aqui escrito,
assim, potencializando as suas habilidades e se tornando um
delegado de alto nível em todos os cenários possíveis.

Outrossim, saliento que todos os conceitos abordados nesse livro


são ainda mais aprofundados em nossa mentoria “Brasil em
Harvard”, onde capacitamos os estudantes para serem aprovados
e premiados na Harvard MUN. Além disso, informo que um
capítulo específico deste livro foi adaptado do site “Best Delegate”.


“ O sucesso é uma consequência
e não um objetivo.
Gustave Flaubert

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CAPÍTULO 2

VENCENDO DESDE
O INÍCIO: O
PRÉ-CONFERÊNCIA
VENCENDO DESDE O INÍCIO:
O PRÉ-CONFERÊNCIA
Você está indo para a Guerra, você pode ter 1000 espadas, 5000
arcos e 10000 homens, mas nada disso valerá de alguma coisa
caso você não conheça:

A) O terreno

B) O outro lado

C) A si mesmo

Ou seja, não importa toda a sua oratória aprimorada, capacidade


de negociação fantástica e habilidade de debate, esses atributos
serão inúteis se você não souber o que está fazendo. Eu sei, eu
também não estou sempre afim de fazer o dever de casa, mas ir
para uma simulação sem o mínimo de preparo e estratégia é
clamar por um erro.

Apesar disso, muitas pessoas confundem entender o tema com


gastar horas e mais horas se debruçando em todas as
possibilidades desse tema, o que muitas vezes torna-se inefetivo.

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Evidentemente, é importante saber o que vai acontecer em uma
simulação. Todavia, precisa-se entender que ela é como um gato:
você não pode controlá-la, ela é viva, ela é fluida, ela seguirá o
próprio rumo. Portanto, não adianta apenas passar horas e horas
estudando sobre os países, sobre o tema ou o comitê, todos esses
são altamente mutáveis, e uma pequena alteração nas condições
iniciais pode fazer com que horas de pesquisa sejam descartadas.

Por exemplo, se você prepara um certo argumento para uma


determinada sub-problemática que pode surgir durante o debate e
essa problemática nunca surge, você gastou o seu valioso tempo
em algo pouco útil. Eu diria que acima de estudar muito, é
necessário estudar com estratégia. Saber o fundamental, e no
tempo restante, descobrir como dominar o fundamental, como
tomar controle do comitê, como impactar a todos. O mais
importante não é ser um mestre no tema, é saber fluir com ele, se
adaptar.

Além de estudar, é necessário buscar contatos iniciais para


negociação, manter seus aliados por perto, e seus inimigos mais
perto ainda.

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Assim, eu dividiria o fundamental nas seguintes partes:

A) O terreno

Conhecer o terreno é conhecer o caminho que você irá percorrer


durante a simulação. Você precisa saber o contexto em que você
estará inserido, o ano, o contexto histórico, o funcionamento do
comitê e o tema que está sendo debatido, a problemática central.

Para entender esses aspectos, temos um aliado improvável e


subestimado, a Wikipedia. Mas... Calma, você não vai ler
diretamente da Wikipedia. Apesar disso, abrir a página do tópico
que você está pesquisando, descer até as referências e consumir o
conhecimento direto da fonte é uma alternativa muito válida e
importante. Ademais, pesquisar em inglês ou no idioma de sua
Nação potencializa as suas chances de obter bons resultados.

B) O outro lado

Como eu disse anteriormente, você não pode tentar prever o que


os outros países irão fazer. Então, nessa parte, você não vai tentar
jogar com o jogo, e sim com o homem. Acima de conhecer o país,
você precisa conhecer o representante desse país, precisa
identificar o seu perfil.

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Conhecendo cada tipo de delegado, você consegue prever parte de
seus movimentos e começar a dominar o debate antes mesmo dele
começar.

Sendo assim, resta apenas conhecer mais um aspecto:

C) A si mesmo

Para conseguir participar efetivamente, você precisa entender a


sua representação e as suas particularidades. Os seus pontos fortes
precisam ser potencializados e seus pontos fracos precisam ser
revestidos. Você precisa entender a Política Externa do seu país –
essa que é moldável, salientando sempre que a colaboração de
países opostos não é contra a Política Externa e é de suma
importância. Logo, todos os tipos de cooperação devem ser
buscados em primeira instância – e os aspectos relacionados a
esta. Por fim, você precisa saber aproveitar os pontos fortes do seu
país, e transformar uma fraqueza despercebida (ponto fraco não
citado) em uma força camuflada.

A preparação para uma simulação é de suma importância, todavia,


ela não se limita ao estudo, e sim a toda a estratégia precedente.

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CAPÍTULO 3

FAZENDO OS
PROCEDIMENTOS
JOGAREM PARA VOCÊ
FAZENDO OS PROCEDIMENTOS
JOGAREM PARA VOCÊ
Como dito anteriormente, uma simulação é fluida, e se você não a
controlar, outros irão. Dessa forma, é necessário saber manusear
os procedimentos da forma correta para garantir que toda a forma
de debate se molde a sua vontade e interesse.

Existem algumas formas de fazer isso, aproveitando certos


procedimentos. Por exemplo:

A) Trazendo a palavra até você

Às vezes, você vai possuir algo de suma importância para falar,


todavia, o seu nome vai estar mal posicionado na lista de oradores.
Para garantir que você possa expor sua ideia antes que alguém o
faça existem duas formas:

1. Solicitação de um debate moderado

Ao solicitar um debate moderado, você pode escolher ser o


primeiro ou último a proferir o discurso, dessa forma, trazendo a
palavra até você.

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2. Solicitação de um debate não moderado

Ao solicitar essa modalidade informal de debate, você pode se


pronunciar e proferir a sua informação.

B) Ressuscitando os poetas mortos

Caso você precise que um país de suma importância representado


por um delegado calado se posicione no comitê, solicitar uma
moção de Tour the Table é sempre válido. Assim, fazendo com que
todos se posicionem. Pode ser utilizado para mostrar que uma
potência concorda com o seu país, mesmo que o delegado ainda
não tenha falado isso.

C) Cutucando a onça com vara longa

Caso a Mesa Diretora ou algum delegado tenha feito algo de


errado, nem sempre o Ponto de Ordem é a melhor opção. Ao invés
disso, você pode apenas solicitar um Ponto de Dúvida e perguntar
se aquilo está mesmo correto. Apesar de tudo, fazer isso
continuamente pode perder a sua efetividade, já que todos ao
redor irão perceber a sua real intenção com as pseudo-dúvidas.

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D) Multiplicando votos

Caso você sinta que um documento seu não vai passar, não se
desespere, ainda existem duas opções:

1) Tirando o elefante da sala

Caso um documento possa não passar por algum tópico específico,


uma moção para divisão da questão pode funcionar.

2) Que haja voto

Caso alguns países não estejam votando em determinado


documento por medo de se comprometer, pode ser solicitada uma
Moção para Dividir a Casa, dessa forma, obrigando-os a votar.
Pode ser útil caso um documento já tenha falhado e não se tenha
mais nada a perder.


Eu me permito apreciar isso, a
manipular a coisa a meu favor
porque eu tenho a febre da faca
amolada, dos céus azuis e

profundos.
Charles Bukowski
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CAPÍTULO 4

COMO POTENCIALIZAR
OS CRITÉRIOS DE
AVALIAÇÃO
COMO POTENCIALIZAR OS
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Em uma simulação, a Mesa Diretora irá conceder a sua nota
baseado em alguns critérios. Primeiramente, eu preciso dizer que,
apesar de ser importante, a sua nota NÃO define quaisquer tipos
de premiações. Pessoalmente, eu já vi pessoas com notas menores
ganharem premiações superiores a de pessoas com notas maiores.
Isso não quer dizer que a Mesa errou ou algo do tipo, apenas quer
dizer que um foi mais memorável que o outro.

Na verdade, a premiação não se baseia em apenas em critérios


objetivos ou racionais, ela é decidida quando a Mesa
Diretora deita a cabeça no travesseiro à noite. Ou seja, a
premiação é concedida para aquela pessoa mais
memorável, ou faria mais diferença caso não estivesse no
comitê. Afinal, muitos delegados participam do comitê, mas
alguns se destacam por conta da sua contribuição substancial.

Portanto, ser memorável classifica-se como mais importante.


Apesar disso, ao longo desse capítulo, também ensinarei como
dominar cada um dos critérios de avaliação.

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A) Documento de Posicionamento Oficial

O famoso DPO, é o documento que vai introduzir o seu país na


modalidade do comitê. Nele, é de suma importância que você
consiga trazer ganchos para marcar presença logo no início. Além
disso, você precisa trazer uma análise profunda do tema e dos seus
impactos. Além disso, é importante trazer soluções aplicáveis,
sólidas e eficazes.

B) Diplomacia

A diplomacia consiste na cooperação e no bom uso das palavras.


Não necessariamente consiste em se manter neutro, mas em se
expor com classe. Para potencializar a sua diplomacia, é preciso
sentir o momento do comitê, e saber moldá-lo para a união
comum.

C) Política Externa

Uma boa Política Externa está relacionada às ações que o seu país
tomaria. Deve-se seguir o posicionamento real do país,
entendendo o que um representante faria de acordo com o
contexto da nação – mesmo que ela não seja diretamente
envolvida na problemática. Todavia, a Política Externa NÃO
sobrepõe a cooperação no comitê.

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D) Participação

Esse critério é pautado na sua participação no comitê. Ou seja, na


quantidade de vezes que você discursou, nos documentos que
confeccionou e moções que levantou. Não existe muito segredo
para isso, apenas tentar manter o nome sempre na lista de
oradores. Além disso, dentro desse tópico entram alguns critérios
fundamentais, como negociação e liderança, que serão explicados
em capítulos futuros.

E) Conhecimento do Tópico

Para se destacar nesse critério, não basta apenas conhecer o


tópico, você precisa mostrar que sabe. Para isso, trazer novas
perspectivas de uma forma impactante pode impressionar a mesa.
De fato, a mensagem em si é importante, mas para garantir o
conhecimento do tópico, é importante tomar cuidado com a forma
em que a mensagem é transmitida.

Dominar os critérios supracitados é de suma importância, apesar


disso, como dito anteriormente, a premiação pauta-se também em
critérios subjetivos – ou melhor, holísticos – que serão explicados
a partir de agora.

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CAPÍTULO 5

CONSTRUINDO O
MELHOR ARGUMENTO
CONSTRUINDO O MELHOR
ARGUMENTO
Argumento, substantivo masculino, classificado como raciocínio
que conduz à indução ou dedução de algo. Adotando a lógica
aristotélica, nós podemos perceber dois princípios fundamentais
na argumentação:

• O Princípio da não contradição: Declara que dois


enunciados contraditórios não podem ser verdadeiros ao
mesmo tempo, isto é, eu não posso dirigir e não dirigir ao
mesmo tempo. (A é A e não -A).

• O Princípio do Terceiro Excluído: Declara que toda


afirmação ou é verdadeira ou é falsa, e não há um terceiro caso
possível. Ou seja, se um vestido é (inteiro) branco ele não pode
ser azul. (A é x ou não-x, não há terceira possibilidade).

Apesar disso, em um contexto complexo como o internacional, em


que diversas variáveis modificam um fato em si, não podemos
tomar as coisas como tão simples. Ou seja, um cenário pode ser
bom para uns e ruins para outros, ou pode não ser bom nem ruim.

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Tendo isso dito, saiba que é extremamente difícil pautar o
funcionamento de temas complexos, como a Guerra na Síria, em
argumentações inalienáveis. Em casos assim, muitas coisas são
circunstanciais, e a lei internacional é moldável de acordo com o
cenário.

Além disso, em uma simulação, o próprio conceito da


argumentação é um paradoxo: “classificado como raciocínio que
conduz à indução ou dedução de algo”. Apesar dessa classificação,
sabemos que é difícil que um país mude de posicionamento por
causa de sua oratória estruturada ou seu argumento irrefutável.
Nesses cenários, muitas vezes se inicia uma argumentação longa e
ineficiente, em que ambos os lados estão apenas combatendo
moinhos de vento, e ambos sabem que o seu adversário não
mudará de opinião. Por isso mesmo, antes de saber fazer um bom
argumento, é necessário saber quando ceder ao argumento
adversário para o bem do comitê. Ceder não significa perder ou
desistir, significa buscar o maior nível de satisfação para todas as
partes envolvidas em um debate. Assim, eu te ensinarei a construir
um argumento sólido, mas você mesmo precisa aprender quando
desistir desse argumento.

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Bem, como eu já disse anteriormente, transformar uma
argumentação complexa e subjetiva em algo metódico é difícil.
Apesar disso, ao participar da simulação de Harvard, eu percebi
que pessoas de países como Peru, Índia, Estados Unidos, Georgia,
Uganda e França tinham uma forma muito clara de estruturar os
seus discursos.

A argumentação era baseada em uma ordem lógica, que, se bem


feita, torna-se praticamente um fato, muito difícil de ser refutado.
O modelo era:

Afirmação + explicação + exemplo + conclusão =


argumento.

Afirmação

A afirmação classificava-se como o fato que estava sendo


argumentado, é o ponto principal, algo que pode ser verdade ou
mentira. Por exemplo: A guerra na Síria é responsabilidade do
governo. Dessa forma, introduzindo o ponto que está tentando ser
provado (recomendando que seja precedido por um gancho).

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Explicação

Na explicação, somava-se uma justificativa para a afirmação


inicial, explicando porque o afirmado é verdade. Por exemplo: A
Guerra na Síria é responsabilidade do governo + porque a
Responsabilidade de Proteger afirma o dever do Estado de
proteger a sua população contra cenários violentos.

Exemplo

Nessa etapa, tende-se a trazer uma ilustração palpável para o


argumento, mostrando porque ele importa. Por exemplo: A Guerra
na Síria é responsabilidade do governo + porque a
Responsabilidade de Proteger afirma o dever do Estado de
proteger a sua população contra cenários violentos + como
declarou a Corte de Haia após o uso de armas químicas pela Nação
a fim de mitigar os custos humanos da guerra.

Conclusão

A conclusão pode ser a retomada da afirmação ou a adoção de


diretrizes para a resolução. É o momento do argumento para
fechar o ciclo e torná-lo sólido, ou para trazer uma ideia de solução
após a visão adotada sobre a problemática.

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Por exemplo: A Guerra na Síria é responsabilidade do governo +
porque a Responsabilidade de Proteger afirma o dever do Estado
de proteger a sua população contra cenários violentos + como
declarou a Corte de Haia após o uso de armas químicas pela Nação
a fim de mitigar os custos humanos da guerra. + Portanto, o atual
governo da Síria deve ser responsabilizado e deve atuar na
reestruturação e proteção do seu povo e patrimônio destruído.

Ao ser estruturado dessa forma, o argumento torna-se algo sólido e


forte. Todavia, como dito anteriormente, ele não é irrefutável,
dada a complexidade do cenário internacional.

Em muitas argumentações, buscam-se soluções, e portanto eu


gostaria de já introduzir um conceito que será muito citado nesse
livro: a navalha de Occam. A navalha de Occam (ou Ockham)
afirma que a explicação mais simples é preferível do que a mais
complexa. Isso porque teorias simples são mais fáceis de verificar e
soluções descomplicadas são mais fáceis de executar. Ao aplicar
para argumentações e soluções, infere-se que, às vezes, coisas
simples – mas inovadoras – e sólidas são preferíveis na
argumentação do que soluções / argumentações utópicas.

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Apesar disso, a navalha de Occam não descarta soluções e
explicações complexas, só afirma a necessidade de investigação do
mais simples em primeira instância. Em outras palavras, se parece
com um pato e grasna como um pato, então provavelmente é um
pato (mas no caso das simulações da ONU, provavelmente é muito
diferente de certamente). Ou seja, inovar em suas explicações e
argumentos é algo positivo e não deve ser ignorado!

Aplicar a navalha de Occam pode ser útil nos discursos e


documentos. No primeiro, para facilitar a compreensão. No
segundo, para garantir que seja conciso e eficiente, mas isso é
assunto para outros capítulos.

Em suma, não estou falando que você deve limitar a sua


criatividade de nenhuma maneira. Inclusive, a habilidade de
pensar em pontos inovadores e instigantes é algo fundamental
para a conquista de uma premiação. Na verdade, a navalha de
Occam deve ser interpretada para direcionar a investigação de
fatores mais simples, que provavelmente já foram aplicados. Ao
fazer isso, você pode identificar onde argumentações precedentes
falharam e buscar formas de contornar a situação.

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Por exemplo, para acabar com o trabalho análogo ao escravo, a
aplicação de legislações mais eficientes seria uma solução mais
simples e óbvia de acordo com a navalha de Occam. Logo, ao
investigar essa solução em primeira instância, você pode
identificar as suas falhas, formas de melhorá-la, o que pode ser
aproveitado para soluções futuras e diretrizes posteriores. Após a
identificação desses fatores simples, os “patos”, você pode começar
a ir em busca dos fatores mais complexos, da inovação, da
criatividade e do destaque.

Entretanto, nem só a mensagem importa, é necessário saber


transmitir a sua mensagem da forma correta. Ou seja, após
estruturar o argumento, é necessário polimento para
transformá-lo em um discurso impactante. Para isso, saliento a
necessidade da oratória, que pode potencializar um argumento
forte, ou até mesmo fazer um argumento mediano parecer muito
mais poderoso. O próximo capítulo é um dos mais importantes,
onde explicarei um dos meus pontos mais fortes: os discursos.

Vejo você lá!

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Pedágio
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CAPÍTULO 6

OS SEGREDOS DO
DISCURSO E ORATÓRIA
OS SEGREDOS DO DISCURSO
E ORATÓRIA
O texto de uma carta é de suma importância, entretanto, ele de
nada vale se não estiver dentro de um bom envelope. Em outras
palavras, a sua argumentação é importante, mas a forma como
você a transmite é essencial.

Em uma simulação da ONU, em certo ponto, os discursos


tornam-se maçantes e repetitivos. Os delegados não prestam mais
atenção, e a Mesa Diretora clama por uma novidade. Todos eles
estão ansiosos por um discurso que fuja do padrão e os tire da
rotina cíclica. Então, quando uma pessoa o faz, ela ganha certo
destaque e atenção no comitê.

Fazer um discurso com oratória forte vai muito de feeling, você


precisa entender as palavras ditas para conseguir as moldar. Por
exemplo, uma pausa reflexiva antes ou depois de um dado
chocante pode causar grande impacto. A elevação do tom de voz
em certos momentos pode chamar a atenção, mas a redução desse
tom pode fazer com que esta seja mais direcionada.

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Apesar disso, a oratória não limita-se apenas ao que sai da sua
boca, mas precisa ser complementada por uma forte linguagem
corporal. Fazer um discursos com as mãos sobrepostas pode
mostrar frieza e calculismo. Braços cruzados podem significar uma
postura de Nação defensiva, enquanto gestos bruscos podem
exacerbar uma agressividade perigosa. Até um sorriso pode mudar
tudo na tática do “policial bom”.

O corpo deve acompanhar a fala, e não o contrário. Dessa forma,


você deve entender e sentir cada palavra que está sendo dita e
movimentar o seu corpo de forma condizente. Pouco adianta você
fazer gestos verticais com as mãos (principalmente gestos
descendentes) se estiver discursando sobre a paz mundial,
discurso que deve ser acompanhado de gestos horizontais de
expansão.

Para acompanhar um argumento e seus movimentos, um discurso


deve ser feito de uma maneira estratégica e impactante. Logo, eu
dividiria o discurso perfeito em 3 partes (considerando um
discurso de 1 minuto), que serão explicadas a seguir.

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Gancho (15 segundos – ritmo de fala cadenciado)

O gancho é o responsável por captar a atenção do ouvinte no


momento inicial, por prender a atenção para o restante do
discurso. Existem muitas formas de ganchos: citações, histórias,
metáforas, dados impactantes e perguntas retóricas são algumas
dessas formas.

Exemplo: “vários anos atrás, na zona rural do Paquistão, uma


garota estava caminhando para a escola quando um tiro soou - e
ela levou um tiro na cabeça. O Talibã proíbe meninas de
frequentarem à escola. Mas essa garota sobreviveu e hoje luta pelo
direito das meninas à educação em todo o mundo. O nome dessa
garota era Malala.”

Ponto (22,5 segundos – ritmo de fala moderado)

É o ponto central do seu discurso, a problemática que você está


tentando abordar ou o ponto de vista que está tentando explicitar.
Aqui é onde entra o método AEEC / AEAC de argumentação. Você
pode utilizar essa parte para trazer o impacto da problemática,
diferentes ramificações do tópico e mover o comitê na direção em
que você acredita ser o ideal.

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Exemplo: a violência propagada pelo talibã já matou muitas
Malala’s. Hodiernamente, os impactos da restrição de mulheres a
educação atravessam gerações e resultam em três principais
problemas, a desigualdade de gênero, aumento de índices de
casamentos forçados e vulnerabilidade socioeconômica.

Ação / Conclusão (22,5 segundos – ritmo de fala


cadenciado ou moderado)

É o fechamento do seu discurso, pode conter diretrizes de atuação


ou o retorno do gancho para ideia de “ciclo completo”. Além disso,
você pode falar o impacto esperado das suas ações.

Exemplo: portanto, devemos adotar resoluções que proliferem a


educação em comunidades vulneráveis através das diretrizes X, Y e
Z para garantir uma redução na disparidade educacional e evitar
que mais inocentes tenham que passar o que Malala passou.

Além disso, vale lembrar que os tempos citados acima são


altamente moldáveis e vão variar de acordo com a intenção do seu
discurso. A criatividade é sempre estimulada.

Por fim, vamos falar da famigerada estratégia de vendas muito


importante para discursos: o círculo dourado.

Instituto Diplomun
A imagem acima representa o círculo dourado. Enquanto muitas
pessoas discursam de fora para dentro (na ordem da imagem),
pessoas que almejam o sucesso em seus discursos, o fazem de
dentro para fora. Ou seja, primeiro explicitam a razão de algo
(gerando o fator da necessidade), logo após, derrubam a barreira
da complicação ao explicar o “como”, e após já ter conquistado os
ouvintes, fala sobre o “que” em si. Essa mesma tática é defendida
de tempos em tempos com base no filme “O lobo de Wall Street”,
na cena em que um dos personagens gera a necessidade de uma
caneta antes de tentar vender a caneta em si. Essa mesma questão
pode ser aplicada nos discursos, conquistando os delegados com a
sua ideia antes mesmo de apresentá-la.
Instituto Diplomun
Com a aplicação do supracitado nos seus discursos e boa
modulação do seu tom de voz e aplicação de uma linguagem
corporal concisa, você não só terá uma boa carta, mas um envelope
que despertará desejo de explorá-la. Dessa forma, fazendo com
que todos prestem atenção nos seus discursos e você passe a ter
suas ideias mais verdadeiramente ouvidas e compreendidas
durante a sessão.

Além de saber se comunicar no comitê, é preciso saber ouvir e


controlar o debate e a negociação a seu favor. Isso será abordado
no próximo capítulo, vejo vocês lá!

“ A oratória não o tornará defensor da


verdade, mas ela fará com que você

se torne o manipulador da
persuasão.
Bruno de Souza

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CAPÍTULO 7

DOMINANDO O DEBATE
E A NEGOCIAÇÃO
DOMINANDO O DEBATE E A
NEGOCIAÇÃO
Como dito anteriormente, o debate é como um gato, você não pode
chamá-lo e esperar que ele venha até você. Todavia, existem
algumas coisas que podem ser feitas como tentativa de torná-lo
um pouco mais favorável.

1) Mantenha a diplomacia

Mostre uma postura respeitosa e sólida. Assim, será respeitado, e


com o respeito dos outros, você terá uma chance. Caso você perca
o respeito, está perdido. Para isso, é fundamental agir com
diplomacia e estar sempre aberto a conciliar ideias opostas e a
negociar, satisfazendo princípios basilares de uma simulação da
ONU.

2) O melhor debatedor é o melhor ouvinte

Para conseguir moldar o debate, você precisa verdadeiramente


entender cada parte dele. Cada palavra, cada entrelinha. Portanto,
preste atenção nos discursos e saiba mencioná-los com precisão
durante a sua fala no comitê.

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3) Concorde e depois refute

Certamente, você não vai querer parecer o “do contra” do comitê.


Então, por mais absurdo que um discurso seja para a sua política
externa, se esforce genuinamente para encontrar pontos em
comum ou reconhecer a legitimidade das intenções do outro
delegado. Ao fazer isso, as chances de que suas críticas sejam
ouvidas crescem exponencialmente.

4) Encontre um "princípio universal" em que todos


concordem

Em momentos de dificuldade no debate, buscar a união é


fundamental. Nessas horas, é preciso lembrar ao comitê o motivo
deles estarem ali, o princípio fundamental contido na
problemática. Por exemplo, todos os países concordam que a
guerra na Síria é algo ruim, o que muda é a forma que eles
analisam essa problemática. Entretanto, ao estabelecer o senso
comum de que a guerra é ruim, fica muito mais fácil trabalhar na
negociação. Após encontrar esse princípio, é importante que você
o traga à tona sempre que as coisas ficarem complicadas.

Instituto Diplomun
5) Transforme uma fraqueza percebida em força

Em um debate presidencial, quando um candidato muito mais


jovem atacou o Presidente americano Reagan devido à sua idade
avançada, ele respondeu dizendo: "Por razões políticas, não
explorarei a juventude e a inexperiência do meu oponente"

Ele venceu a campanha, e isso já diz tudo. Quando você tem uma
fraqueza, transforme-a em uma força. Em um exemplo mais
pessoal, quando representei a Micronésia, surgiram algumas
piadas com a palavra “Micro”. Nos meus discursos, eu
simplesmente respondia “Nós somos micro, mas pensamos
grande.” ou qualquer outra coisa que ressaltasse o meu país. No
final da simulação, ganhei o prêmio de melhor delegado.

6) Use fatos

Contra fatos, não há argumentos. Portanto, é importante embasar


os seus discursos com fatos, dados e verdades inalienáveis, que
não podem ser contestadas por outro delegado.

7) Aproveite seus pontos fortes

Não importa qual país você seja, saiba que ele tem um ponto forte.
De alguma forma, converta esse ponto forte para o contexto do
comitê e o explore ao limite.
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8) Não se apegue a pequenos pontos

Durante o debate, não se apegue a pequenos pontos. Muitas vezes,


é melhor ceder na sua Política Externa do que travar o debate por
manter-se demasiadamente firme.

9) Apelo às emoções

Esta é uma ferramenta poderosa. A maioria dos seus temas terá


algum tipo de aspecto humano. A diferença entre um bom
delegado e um grande delegado é que: um apenas “menciona” o
aspecto humano e o outro o explora, capitaliza sobre ele, pressiona
e descreve, até que as pessoas na sala realmente o sintam. Você
pode dizer: "pessoas morreram". E você pode explicar
profundamente quantas pessoas morreram, fazendo que os
delegados sintam na pele cada uma dessas pessoas, sintam como
se fossem de suas famílias. Exemplo: “sete mil e quinhentos seres
humanos. 7500 mães, irmãs e filhos. Tudo para quê? Por defender
sua liberdade...”

10) Admita estar errado

Se o seu país errou em condições que não são mais presentes,


admita isso. Mas, mostre porque a sua política externa atual vai o
redimir de tais condições precedentes.

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11) Saiba quando ceder

O principal objetivo da negociação não é conseguir o que se quer, é


alcançar a maior média de satisfação entre todas as partes
envolvidas. Portanto, no debate, saiba quando ceder a fim de
chegar mais próximo de um consenso ou uma solução comum.

Seguindo esses passos, você conseguirá não apenas se destacar no


comitê e o moldar, mas também o liderar. Aspecto que será melhor
aprofundado no próximo capítulo.

“ A meta de uma discussão ou debate



não deveria ser a vitória, mas o
progresso.
Joseph Joubert

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8
CAPÍTULO 8

SENDO UM BOM LÍDER


SENDO UM BOM LÍDER

Em uma simulação, ter a habilidade de liderar o seu comitê como


um todo é fundamental. Muitas pessoas lideram para o seu grupo
de aliados, mas o melhor delegado sempre será aquele que lidera
os seus aliados e os seus inimigos.

Para fazer isso de maneira efetiva, não basta dar ordens e


direcionamentos, eu resumiria tudo em se importar. Não fingir se
importar, se importar verdadeiramente, ouvir as ideias, demandas
e sugestões de todos, e não apenas daqueles que são convenientes
para você. É importante saber estimular essas ideias e fazer os
outros delegados se sentirem valorizados. Além disso, é
importante dar um exemplo de bom delegado, fazer os outros se
espelharem em você e sentirem necessidade de buscar a sua
aprovação.

Por fim, os líderes são especialistas em tomar decisões! Eles


concentram o diálogo entre os membros da equipe para chegar a
uma conclusão estratégica.

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Em um comitê, é importante que você saiba fazer isso através dos
seus discursos e documentos. Nos documentos, é importante
sempre buscar valorizar a opinião de outros países. Já nos
discursos, dar créditos por ideias ou congratular boas falas fará
com que muitos te enxerguem como um verdadeiro líder no
comitê.

Além disso, um líder não irá se autoproclamar, mas ele agirá de


modo que as pessoas ao seu redor o enxerguem como o líder
natural.

Um bom líder, não quer apenas se destacar, mas ele quer que as
pessoas ao redor dele se destaquem também. Portanto, lidere!

“ Mais temo um exército de 100


ovelhas liderado por um leão do que

um exército de 100 leões liderado por
uma ovelha.
Autor desconhecido

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9
CAPÍTULO 9

DOCUMENTOS: COMO
RESOLVER O COMITÊ
DOCUMENTOS: COMO
RESOLVER O COMITÊ
Não é nenhum segredo que a apresentação de documentos (PR,
DT, MP etc.) é fundamental para a resolução do comitê. Em um
resumo rápido, eles oficializam as decisões tomadas, mas precisam
ser feitos de maneira completa e sem “furos”. Eles devem abordar
detalhadamente as soluções apresentadas, devem ser criativos e
inovadores. O que poucos sabem, é que existem algumas táticas
específicas para potencializar os seus documentos.

1) 5w2h

Talvez a mais famosa de todas, consiste em uma série de fatores


que devem estar presentes em cada solução/cláusula do seu
documento. Eles são:

What – O quê? ~ Why – Por que? ~ Who – Quem? ~ When –


Quando? ~ Where – Onde? ~ How – Como? ~ How much –
Quanto vai custar?

Aplicando esse conceito (podendo ser mesclado com o círculo


dourado), os seus documentos ficarão bem mais completos e
instigantes.

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2) Navalha de Occam

Detalhamento é fundamental. Apesar disso, muitas pessoas o


fazem de forma repetitiva ou cometem erros em documentos ao
tentar soluções mágicas e impossíveis. Dessa forma, a aplicação da
Navalha de Occam (como explicada anteriormente) é importante
para garantir que o documento seja fantástico, mas não contenha
elementos desnecessários ou absurdamente fantasiosos.

3) Formatação

Particularmente, a ordem lógica das cláusulas é fundamental, tal


qual saber manusear os diversos pontos. Resumidamente:

Se existe o ponto 1.1, deve obrigatoriamente existir o ponto 1.2,


caso não tenha necessidade de incluir o ponto 1.2, as ideias do
ponto 1.1 devem ser necessariamente contidas no ponto 1.

Além disso, é importante se atentar à fonte e ao espaçamento


correto do documento, além de garantir que o texto esteja
justificado.

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4) Criatividade

Muitas pessoas se prendem a apresentar documentos apenas como


Word/Docs, apesar disso, as possibilidades são infinitas
(excetuando-se alguns modelos específicos de simulação). Eu por
exemplo, já apresentei planilhas, slides e até mesmo um site!
Sério, um site: Ourcronesia.weebly.com.

Portanto, você não precisa se apegar ao tradicional. Adotar formas


inovadoras pode fazer você se destacar, o único limite é a sua
criatividade (e o bom senso).

5) Trabalho em equipe

Contar com diferentes visões e políticas externas pode ser


fundamental para garantir a completude de um documento.
Portanto, negociar para reunir apoiadores de diferentes
posicionamentos pode multiplicar seus votos e garantir a maioria
qualificada (2/3 + 1).

No geral, eu diria que o mais importante para garantir que os seus


documentos sejam efetivos é que eles sejam completos e altamente
detalhados. Lembre-se: foque em aprender a confeccioná-los.

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10
CAPÍTULO 10

SE TORNANDO O
MELHOR DELEGADO
SE TORNANDO O MELHOR
DELEGADO

Ao longo de todo esse Ebook, você entendeu como se destacar em


uma simulação. Todavia, para ser o melhor delegado, existem
certas coisas que você precisa fazer durante a conferência. Assim,
irei transmitir agora as coisas importantes que vivi, li, ou aprendi
sobre ser o melhor:

• Acredite veementemente no que você fala, entre no


personagem, fale com amor e paixão; muitas vezes eu escuto
repetidamente o hino do país antes da simulação.

• Faça um discurso inicial que chame a atenção. O discurso


inicial irá, possivelmente, chamar a atenção para os delegados
que serão os destaques do comitê logo no início.

• Seja um mestre em manipulação de palavras. Saiba como


mudar uma palavra em seu discurso pode ser extremamente
significativo para um delegado concordar ou não com você.

• Manipule o fluxo do debate. Desvie a atenção de um problema


que você não deseja abordar. Lembre os delegados quando eles
estiverem se afastando da agenda da conferência.

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• Tente falar o máximo possível. Você sempre tem algo a
acrescentar. Nunca fique quieto.
• Não apenas conheça as regras e procedimentos de cor, mas
saiba como manipulá-las e explorá-las a seu favor. Quando
você souber a maneira exata de solicitar um debate
não-moderado ou quando souber como usar corretamente um
ponto de privilégio pessoal, será infinitamente mais eficaz do
que um delegado que não o faz.

• Seja um debatedor diplomático com habilidade. Ou seja,


mantenha sempre o “decoro diplomático”, mas saiba que há
muito o que você pode fazer e dizer sendo extremamente
decente e diplomático. Saiba quando falar alto e quando ficar
calmo, como dirigir discursos de crítica / retaliação e saiba
como expressar nojo absoluto da maneira mais educada e
gentil.
• Saiba que é o delegado que faz o país, não o país que faz o
delegado. Ou seja, você pode se destacar até com micronações.
• Reconheça o poder das brechas (a diferença entre uma
declaração "vinculativa" e uma declaração mais vaga,
aparentemente vinculativa, mas na verdade nula).

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• Saiba que uma única palavra pode fazer muita diferença na
interpretação de uma cláusula e mudar o futuro do mundo.
• Reúna patrocinadores de mais de um posicionamento em
documentos. Isso triplica seu poder. Embora difícil, isso não é
impossível. Tente fazê-los aproveitar os benefícios para o
maior número possível de lados, mantendo seus interesses.
• Vincule os votantes em potencial a favor da sua resolução
fazendo uma oferta que eles não podem recusar (adicione uma
cláusula que sirva aos interesses de seus países que eles não
podem renunciar, mesmo em caso de outra oferta).

• Sempre tenha um plano B.

• Aproveite seus pontos fortes pessoais. Ou seja, se você gosta de


fazer as pessoas rirem, faça algo engraçado com seus discursos.
Se você é artístico, faça um discurso poético. Use seus talentos!

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11
CAPÍTULO 11

CONCLUSÃO
CONCLUSÃO

Durante as minhas dezenas de simulações, sempre busquei o


desafio. Simulei em inglês, simulei sozinho em comitês de dupla,
fui para Harvard, pedi para representar a Micronésia e muitas
outras coisas. Essa é a verdadeira graça, tentar sempre desafiar os
seus limites e ir cada vez mais longe. No fim das contas, ganhar
pode ser bom, mas nunca foi, e nunca será apenas sobre ganhar.

Finalmente, decidi compartilhar o conhecimento que adquiri, mas


esse conhecimento não é só meu, eu aprendi coisas com pessoas do
Brasil, Estados Unidos, Índia, Uganda, Austrália, Canadá, Peru,
Geórgia, França, Rússia, Ilhas Cook, Turquia, Filipinas, Indonésia,
Tailândia, Marrocos, Irã, Venezuela, Argentina, Japão e Vietnã. Eu
aprendi um pouquinho com cada pessoa, de cada nacionalidade,
cada background fantástico e distinto que já simulei, e agradeço a
cada uma delas por isso.

Lembre-se que caráter e integridade são fundamentais. Simular


não é sobre ganhar, mas aprender e conhecer pessoas valiosas para
uma vida inteira.

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Portanto, afirmo que se você seguir tudo o que falei nesse Ebook,
alcançará muito sucesso nas premiações. Todavia, clamo para que
você nunca se perca, nunca esqueça o real significado disso tudo,
nunca deixe isso virar apenas uma competição.

Autor: Felipe Carvalho.


Correção: Matheus Lasserre, Beatriz Santana e Laina de Luna.


“ Vencer não é competir com o outro. É
derrotar seus inimigos interiores.
Roberto Shinyashiki

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SAIBA MAIS
FIM

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