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O que é Globalização?
Trata-se de um processo à escala mundial com a crescente interligação e
interdependência entre Estados, organizações e indivíduos do mundo inteiro, na esfera das
relações econômicas, sociais e políticas. Sendo assim, acontecimentos, decisões e
atividades em determinada região do mundo tem significado e consequências em regiões
muito distintas do globo.
Embora o termo utilizado hoje conhecemos seja relativamente recente, tornando-se
mais coloquial na última década do século 20 (década de 1990), a origem do processo a
que chamamos Globalização é remota. Já no século 19 alguns pensadores adotaram o
termo para se referir a ideia sobre o processo de modernização em voga naquele período,
cuja principal característica implicava numa crescente integração do mundo.
Mas para alguns estudiosos, os primórdios da Globalização remontam ao século 15,
período referente ao início da expansão ultramarina empreendida pelo mundo Ocidental).
Outros cientistas avaliam que muito antes deste período, existiam contatos comerciais
entre povos e mesmo viagens intercontinentais (por exemplo, já na Antiguidade os fenícios,
grandes comerciantes e navegadores, percorriam as terras do mediterrâneo desde a sua
costa asiática e penetravam no Atlântico, atingindo a costa ocidental pertencente a coroa
portuguesa).
Principais características da Globalização
- Neoliberalismo
O Neoliberalismo transforma-se na política econômica adotada por muitos países na
globalização. Constitui uma doutrina que se inspira nos elementos mais radicais do
liberalismo clássico, implantados no século 18, valorizando, sobretudo, seus ideais
econômicos, defendendo a privatização de setores tradicionalmente administrados pelo
Estado, como a saúde, educação e projetos estruturais. Os partidários do Neoliberalismo
defendem o livre funcionamento do mercado como instrumento regulador e acreditam, em
termos teóricos, no livre funcionamento da economia como instrumento de redistribuição
da riqueza.
O Comércio Mundial
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O comércio é um dos principais e certamente o mais antigo fundamento de uma
globalização econômica, pois ele interliga produtores e consumidores, por vezes
localizados em espaços geográficos relativamente distantes, bem como estabelece entre
eles uma relação de interdependência.
Em tempos de globalização, liberalizar o comércio internacional significa promover a
redução (e, no limite, estabelecer a total eliminação) das tarifas alfandegárias e outros
entraves legais existentes nos diferentes países.
Os efeitos da liberalização do comércio internacional não são iguais para todos os
países, em virtude de alguns estarem em melhores condições para tirar mais partido das
potencialidades que ele oferece, enquanto outros se encontram numa posição de maior
vulnerabilidade e com menos instrumentos para lidar e manobrar as consequências. Neste
jogo desigual e perverso entre países e, principalmente, entre grandes conglomerados
econômicos, o equilíbrio de forças e poder não existe. Em termos práticos as maiores
barreiras alfandegárias existem sobre as trocas dos países mais pobres para os países
mais ricos. Estes, efetivamente, não só promovem e lideram o processo comercial como o
arbitram a seu favor.
A Organização do Trabalho e Produção
Do ponto de vista organizacional, houve uma progressiva transição da produção em
série para sistemas produtivos mais flexíveis. Estes surgem como uma resposta possível
no sentido de superar a rigidez através da diversificação. Torna-se comum o declínio da
grande empresa de integração vertical como modelo organizacional, sendo substituída em
parte pela subcontratação de pequenas e médias empresas. Aliada a essa ação promovem-
se novos métodos de gestão, na sua maioria provenientes de empresas japonesas,
reunidos sob o termo geral de Toyotismo.
As empresas transnacionais/multinacionais
A Globalização da produção é dirigida em grande medida por empresas
transnacionais, razão pela qual constituem um dos principais atores da Globalização.
A atuação de tais empresas varia muito em função de diversos fatores, tais como a
proporção de atividade econômica no exterior, a quantidade de países em que opera; o
número de empresas subsidiárias, o grau de internacionalização da propriedade do capital,
o nível de internacionalização das atividades centrais de gestão e administração e os
setores de atividade econômica em que operam, dentre outros.
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Do ponto de vista técnico e econômico, tais empresas segmentam o processo
produtivo em várias fases e subfases, com uma localização espacialmente dispersa. Por
meio da tecnologia da comunicação e informação, viabiliza-se a gestão e controle, em
tempo real, de um processo produtivo segmentado e disperso por vários países do mundo.
A gestão e administração empresarial, assim como as fases de desenvolvimento e
concepção de produtos tendem a concentrar-se nos países mais desenvolvidos, enquanto
as fases de produção, montagem e preparação para a comercialização tendem a
concentrar-se em países subdesenvolvidos e emergentes.