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No mundo atual, fatores como a inovação tecnológica (nos transportes, nas telecomunica-
ções, etc.) e a ação das empresas transnacionais têm levado a que as relações económicas se
desenrolem cada vez mais a uma escala planetária – mundialização económica – e que os
espaços nacionais estejam cada vez mais interdependentes, não só ao nível económico e
financeiro, como também aos níveis político, social e cultural – globalização.
(Dimensões da Mundialização…)
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A Primeira Revolução Industrial, ao permitir a utilização da energia do carvão e do vapar e ao conduzir à utilização
da máquina a vapor e do tear mecânico, veio proporcional o desenvolvimento de alguns setores industriais,
nomeadamente do têxtil e do metalúrgico, e permitir grandes progressos a nível dos transportes. Além disso, ao
terminar com as antigas relações feudais, conduziu a uma proliferação do trabalho assalariado e à expansão do
capitalismo. Todos estes aspetos constituíram bases importantes para a mundialização económica.
Recordando…
O Plano Marshall foi criado em 1947, pelo Guerra Fria é a designação atribuída ao período
então secretário de estado americano George histórico de disputas estratégicas e conflitos
Marshall, visando auxiliar a reconstrução dos indiretos entre os Estados Unidos e a União
países europeus destruídos pela Segunda Guer- Soviética, que ocorreu entre o final da Segunda
ra Mundial, principalmente através da con- Guerra Mundial (1945) e a extinção da União
cessão de empréstimos. Soviética (1991), um conflito de ordem política,
militar, tecnológica, económica, social e ideoló-
gica entre as duas Nações e as suas zonas de
influência.
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Multinacionais e transnacionais
O domínio e expansão de empresas multinancionais e transnacionais resultou da combinação
simultênea de três processos: a necessidade de movimentos internacionais de capitais, a
produção capitalista internacional e a ação dos governos a nível
Multinacional
Matriz
diferenças salariais, pois muitas vezes estão localizadas em países com mão de obra
abundante e barata - como é o caso dos países em desenvolvimento;
estrutura oligopolista do comércio mundial, que obriga as empresas a assumirem
grandes dimensões para conseguirem competir;
acesso direto às matérias-primas, reduzindo os custos de aquisição e evitando as
perdas de tempo, os riscos e os gastos associados ao seu transporte.
Transnacional
Matriz
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Avanços Tecnológicos
As pesquisas e consequêntes descobertas associadas à Segunda Guerra Mundial refletiram-
-se na Terceira Revolução Industrial, resumindo-se no seguintes aspetos:
inovação tecnológica;
desenvolvimento informático;
avanços nas telecomunicações, no audioviual, na biotecnologia e outras áreas;
intensificação das trocas;
dependência económica crescente;
criação de empresas multinacionais e transnacionais.
O computador foi a máquina mais marcante da terceira fase da Revolução Industrial, que se
caracterizou, naturalmente, por grandes inovações tecnológicas, desenvolvimento informático
e avanços nas telecomunicações. Esta “era da informação” veio facilitar imenso as trocas
comerciais e constituiu o contexto ideal para a criação criação de multinacionais e transnacionais
e para a circulação de capitais pelo mundo, aprofundando ainda mais o fenómeno de
mundialização económica.
O comércio internacional permite, por um lado, que cada país tenha acesso a um leque mais
amplo de bens e serviços, de modo a satisfazer as necessidades várias dos consumidores; por
outro lado, a possibilidade de vender os seus produtos de outros mercados. Disto resulta a
produção em quantidades muito superiores às necessárias para satisfazer exclusivamente o
mercado interno, conduzindo à obtenção de ganhos de eficiência ou economias de escala.
Além disso, conduz à especialização e à divisão internacional do trabalho, seja por desiguais
recursos produtivos, por diferenças geográficas de solo e clima, ou por diferenças em termos de
capital e trabalho, aumentando a eficácia com que os recursos disponíveis de cada país podem
ser utilizados e permitindo a obtenção de vantagens comparativas.
“Teoria das Vantagens Absolutas” - cada país deve concentrar os seus esforços no que pode
produzir a custos mais baixos e trocar o excedente dessa produção por produtos que custem
menos noutros países.
“Teoria das Vantagens Comparativas” - explica por que o comércio entre dois países, regiões
ou pessoas pode ser benéfico, mesmo quando um deles é mais produtivo na fabricação de todos
os bens. O que importa aqui não é o custo absoluto de produção, mas a razão de produtividade
que cada país possui.
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Exemplo – Vantagens Comparativas
O Pedro e o José vivem sozinhos numa ilha isolada. Para sobreviverem, é necessário que eles
realizem algumas atividades económicas básicas (transportar água, pescar, cozinhar e construir
um lar). O Pedro é mais jovem e, portanto, muito mais forte, rápido e produtivo em todas
atividades do que o José, que é velho e fraco (improdutivo). Nas atividades económicas
mencionadas, o Pedro tem uma vantagem absoluta sobre o José.
Apesar do facto de o Pedro possuir esta vantagem absoluta em tudo, não será do seu interesse
(e muito menos do de José) que se isolem para conduzir todas atividades económicas por conta
própria. Se os dois homens dividirem o trabalho de acordo com suas vantagens comparativas e
o Pedro se concentrar nas atividades em que ele é mais produtivo e o José é menos produtivo.
No caso, transportar água e construir um lar. Enquanto o José se concentrará em pescar e
preparar a comida. Mesmo que o Pedro conseguisse pescar e cozinhar de maneira muito mais
eficaz que o José, se dedicar todo seu tempo para a construção do lar e transporte de água,
deixarando a comida por conta do José, no final, ambos estarão numa condição muito melhor
do que se conduzissem essas mesmas atividades por conta própria, por meio de uma troca
voluntária de bens e serviços.
A especialização com base nas vantagens comparativas, fomentada pelo comércio internacional,
aumenta a eficiência com que os recursos disponíveis de cada país podem ser utilizados, condu-
zindo a acréscimos de produção e rendimento. Se corretamente aplicados, estes aumentos de
produção e rendimento contribuem para a elevação dos níveis de bem-estar das respetivas
populações. Este tipo de vantgens apenas faz sentido num contexto de integração económica.
Fluxos de capitais
Mundialização Movimentos populacionais
& globalização
Fluxos de informação
Deslocalização empresarial
Transnacionalização
Globalização
da produção Deslocação empresarial
na atualidade
Difusão cultural
Globalização
Aculturação e coabitação cultural
cultural
Estilos de vida global
Através das trocas entram nas economias os bens e serviços que os países não produzem,
porque não possuem meios ou seriam menos eficientes, ou que produzem em quantidades
insuficientes para satisfazerem as necessidades do seu mercado.
importação - compra de produtos ao exterior, por parte dos países que deles necessitam, e
sua consequente entrada nesses países;
exportação - venda de bens e serviços ao exterior e consequente saída desses produtos do país
em que são conseguidos.
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Fluxos de capitais
Os fluxos internacionais de capital podem assumir a forma de empréstimos, operações de
crédito ou investimentos.
Movimentos da população
Os movimentos populacionais podem revestir a forma de migrações (internas ou externas) e
de fluxos de turismo.
Migrações
Nota: atualmente as migrações estão mais relacionadas com fatores económicos, incluindo-se
nestes a procura de emprego, de salários mais atrativos, de uma educação ou formação mais
adequada, isto é, de melhores condições de vida.
Nota: as condições de vida oferecidas às populações rurais, como baixos salários quando
equiparados aos salários indústriais/dos serviços, a dificuldade de acesso a infraestruturas (hos-
pitais, finanças, bancos) e à educação, levam aos movimentos populacionais por êxodo rural.
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Turismo
O turismo é motivado pela busca de lazer, por motivos culturais ou religiosos. O seu
incremento é reflexo da melhoria do nível de vida das populações e está relacionado com o
desenvolvimento dos transportes e das vias de comunicação, com o maior dinamismo verificado
no mundo dos negócios, com a facilidade de difusão de informação, o direito a férias, o
aumento, em geral, do poder de compra das populações e a redução de preços.
O turismo é uma atividade fulcral, na medida em que contribui para a dinamização económica,
gera empregos, incentiva o desenvolvimento de infraestruturas, sendo uma importante fonte
de receitas para as empresas e para o país. Também tem tido uma contribuição fundamental
para a globalização, quer pela via económica mencionada, quer em termos culturais, na medida
em que aproxima os povos e as suas culturas, proporcionando a difusão de hábitos e tradições,
ou seja, dos modos de pensar, fazer e agir das populações dos países visitados.
Fluxos de Informação
A Internet e as tecnologias digitais conduziram ao aparecimento de uma sociedade em rede
alicerçada no poder da informação.
Assim, surge o conceito “sociedade da informação”. Este conceito constitui, do ponto de vista
tecnológico, um aprofundamento das tecnologias e da revolução digital da terceira fase de
industrialização. Mas, do ponto de vista socioeconómico, trata-se de um fenómeno muito maior,
que traduz o conceito de uma sociedade inserida num processo de mudança constante, fruto
dos avanços da ciência e tecnologia.
(Características…)
tem a informação como matéria-prima, que estabelece com a tecnologia uma relação de
complementariedade;
permite uma grande flexibilidade de reorganização das informações disponíveis;
existe uma grande influência dos meios de tecnológicos na vida económica, social e política;
proporciona a existência de um sistema altamente integrado, normalmente assente numa
lógica de redes.
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A globalização do mercado refere-se à integração económica contínua e à interdependência
crescente entre os vários países do mundo. Ela permite ás empresas conjeturar o mundo como
um mercado integrado. As dimensões da globalização dos mercados são: a integração e
interdependência das economias nacionais; o aparecimento de mais blocos de integração
econômica regional; o crescimento dos fluxos globais financeiros e de investimentos; a
convergência dos estilos de vida e preferências dos consumidores; a globalização das atividades
produtivas das empresas.
As marcas sempre tiveram valor mas, um contexto de globalização, a sua importância para o
valor de uma empresa assume outras proporções. Agora os consumidores passam a poder esco-
lher entre as antigas marcas locais e as novas marcas globais.
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Transnacionalização da produção
A transnacionalização da produção caracteriza-se pela desterritorialidade ( por dispersão
geográfica) das relações políticas, económicas e sociais, fomentada pela proliferação de um
sistema capitalista, aliado a um ordenamento jurídico mundial que se sobrepõe à soberania dos
estados. A sua atividade produtiva é repartida em diferentes áreas que, depois, serão localizadas
em vários países tendo em conta as vantagens comparativas que estes oferecem e que se
manifestam em aspetos como:
Fabricada
no Paquistão
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Globalização financeira
A intensificação do comércio mundial e a crescente mobilidade dos fatores, entre eles o
capital, contribuíram para a criação de um amplo e planetário mercado do capital/moeda. A
globalização financeira consiste na criação de um mercado da moeda a nível mundial, através
de um processo de articulação dos membros de capitais, o nível nacional e internacional, aliado
a uma interligação e unificação do mercado monetário à escala global, consequência da
liberalização financeira e da mobilidade de capitais.
(Características…)
aumento dos fluxos de recursos financeiros entre os países do mundo o que resulta,
normalmente, na maior quantidade de ações e outros títulos emitidos;
aprofundamento da disputa nos mercados de capitais mundiais, com a intensificação da
concorrência entre os bancos e as organizações não bancárias nos negócios do mercado
financeiro internacional;
maior relação entre os sistemas financeiros dos países, que se passam encontrar
totalmente interligados num sistema global.
a dificuldade que os estados têm em fiscalizar as trocas de fluxos financeiro, vem a diminuir
as receitas para os vários estados, colocando dinheiro noutras praças (onde se obtêm benefícios
fiscais, por exemplo), levando à captação de menores quantidades de capital.
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Globalização cultural
A globalização cultural consiste na transmissão de cultura entre diferentes países ou regiões
do planeta, abrangendo uma difusão de hábitos, crianças, valores e comportamentos à escala
global. Esta difusão é proporcionada, essencialmente, pelos meios de comunicação social e pelas
tecnologias de informação e comunicação, mas também pelos movimentos populacionais como
o turismo e os fluxos migratórios.
Padrões de cultura – refere-se à forma coletiva e específica de cultura, entendida como sendo
a ideal para um determinado grupo. Consiste no seu conjunto de crenças, valores, ideias,
normas, costumes, tradições, hábitos, conhecimentos, comportamentos e muitos outros aspe-
tos que caracterizam a vida humana e vão sendo adquiridos desde o nascimento até à morte.
Difusão cultural – é o processo de transferência dos traços culturais de uma região para outra
ou de parte de uma cultura para outra.
A difusão cultural é o processo de transferência dos traços culturais de uma região para outra
ou de parte de uma cultura para outra, a partir do contacto entre as culturas envolvidas.
Nota: devido à massificação dos consumos, cada vez mais gerais, os estilos de vida adotados
tendem, frequentemente, a uniformizar-se, gerando um movimento abrangente, mas que pode
constituir um entrave à afirmação da individualidade de cada um.
Nota: Este trata-se de um fenómeno que conduz a mudanças culturais, quer se trate de culturas
minoritárias quer sejam dominantes, pois tanto uma como a outra têm permanentemente de
reagir e de se adaptar aos novos desafios que vão surgindo.
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Padrões de consumo - são modelos específicos a que o consumo obedece, consoante os fatores
que o condicionam, como o tempo, o espaço, o rendimento e a cultura. O consumo pode ser
influênciado por fatores económicos – rendimento disponível dos consumidores, preço dos bens
e inovações tecnológicas; ou extraeconómicas – idade, género, moda, publicidade, meio social
e tradições.
Nota - Nesta sociedade de consumo, as opções de aquisição dos bens já não são determinadas
pela satisfação das necessidades basicas, mas principalmente pelo seu significado simbólico.
Opõe-se ao…
Como consequência desta polarização, surge um mundo dividido entre o centro, as periferias,
mais ou menos integradas, e os países menos desenvolvidos. Os dois primeiros assumem uma
plena participação na mundialização económica e adotam políticas de liberalização, ao passo
que nas economias menos integradas (como o caso dos PED) assiste-se a atrasos de
desenvolvimento e a uma integração desigual.
A dinâmica comercial, muito devido às forças adquiridas pela criação de áreas económicas e à
emergência de novas economias industrializadas, tem provocado alguns desvios relativamente
a esta polarização, nomeadamente, integrando os NPI.
Deste modo, a regionalização económica tem vindo a contribuir para a integração de alguns
países em desenvolvimento na rede mundial de trocas. No entanto, assiste-se a uma polarização
regional das trocas no interior dos próprios blocos, ou seja, existe uma tendência para que o
comércio se realize entre os países que constituem o mesmo espaço de integração.
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Estrutura das trocas comerciais Norte/Sul
Sul Norte
Especialização em produtos Produtos transformados / tecnologia
com reduzido valor de elevado valor
(matérias-primas, por exemplo) (carros, por exemplo)
Maior produção
Maior oferta Redução dos preços
para exportar mais O Norte reduz
a procura
Aumento do défice de produtos
Redução das receitas
e dívida externa
garantir uma justa remuneração dos preços das matérias-primas e contribuir para a sua
estabilização;
facilitar o acesso dos produtos desses países aos mercados do “Norte”.
Razões de Troca
Os termos de troca serão tanto mais vantajosos quanto maior for valor do rácio exportações/im-
portações, ou seja, quanto maior for o peso das exportações em relação ao das importações.
𝐸𝑥𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 (𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡. , 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟, í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒)
𝑇=
𝐼𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 (𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡., 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟, í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒)
As variações do preço de um produto têm implicações nos termos de troca dos países
envolvidos na sua transação. Assim, a subida do preço deste produto provoca valorização dos
termos de troca dos países exportadores e uma diminuição deste rácio nos países importadores.
A descida do preço desse produto conduz, evidentemente à situação oposta.
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