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2 A Globalização e a Regionalização Económica do Mundo

No mundo atual, fatores como a inovação tecnológica (nos transportes, nas telecomunica-
ções, etc.) e a ação das empresas transnacionais têm levado a que as relações económicas se
desenrolem cada vez mais a uma escala planetária – mundialização económica – e que os
espaços nacionais estejam cada vez mais interdependentes, não só ao nível económico e
financeiro, como também aos níveis político, social e cultural – globalização.

É importante problematizar-se a atual situação do sistema mundo, nomeadamente no que


se refere às consequências e aos desafios que a mundialização e a globalização colocam aos
Estados nacionais, aos países em desenvolvimento em particular, às organizações
internacionais mundiais – Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização das Nações
Unidas (ONU), etc. – e regionais – União Europeia (EU), North American Free Trade Association
(NAFTA), etc. – e às próprias empresas.

2.1 A mundialização económica


A mundialização económica designa um quadro político e institucional associado ao desen-
volvimento do capitalismo e do neoliberalismo. É um fenómeno de “eliminação de fronteiras”
entre as economias dos países, resultando da conjugação simultânea de três processos - um
crescimento extraordinário dos fluxos internacionais de produtos e capitais, uma intensificação
da concorrência internacional e uma maior interdependência entre as empresas e economias
nacionais.

(Dimensões da Mundialização…)

 comercial, quando expressa o comércio internacional de bens e serviços;


 produtiva, se referida às operações de empresas multinacionais e transnacionais, que
controlam as suas filiais e subsidiárias noutros países;
 tecnológica, quando envolve a transferência de know-how ou direitos de propriedade
através de relações contratuais;
 financeira, se abrange os fluxos internacionais de capital de empréstimo, financiamento
e investimento externo indireto.

(Medidas impulsionadoras/intensificadoras da Mundialização…)

 a liberalização do comércio internacional e dos movimentos de capitais;


 a aceleração do progresso tecnológico e o aprecimento da sociedade de informação;
 a desregulamentação das trocas, trabalho e finanças.

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A Primeira Revolução Industrial, ao permitir a utilização da energia do carvão e do vapar e ao conduzir à utilização
da máquina a vapor e do tear mecânico, veio proporcional o desenvolvimento de alguns setores industriais,
nomeadamente do têxtil e do metalúrgico, e permitir grandes progressos a nível dos transportes. Além disso, ao
terminar com as antigas relações feudais, conduziu a uma proliferação do trabalho assalariado e à expansão do
capitalismo. Todos estes aspetos constituíram bases importantes para a mundialização económica.

Aceleração da mundialização económica a partir de 1945


A partir de 1945, com o final da Segunda Guerra Mundial, assiste-se a uma intensificação das
trocas, ou seja, a uma maior internacionalização da economia, com os EUA a começarem a fazer
parte da hegemonia/supremacia económica mundial, o que veio, mais tarde originar a tríade,
conjuntamente com um núcleo de países da Europa e o Japão.

A necessidade de reconstituição da Europa, após a guerra de 1939-1945, fez surgir o Plano


Marshall que preconizava uma série de ajudas financeiras à reconstrução e reorganização
económica dos países europeus envolvidos no conflito, como forma de fortalecer o capitalismo
e reforçar o poder dos EUA.

Entretanto, o mundo divide-se em dois grandes blocos - capitalistas e socialistas -, com a


emergência dos EUA e da URSS, superpotências a encabeçar, respetivamente, cada um deles,
iniciando-se o processo conhecido por Guerra Fria.

Recordando…
O Plano Marshall foi criado em 1947, pelo Guerra Fria é a designação atribuída ao período
então secretário de estado americano George histórico de disputas estratégicas e conflitos
Marshall, visando auxiliar a reconstrução dos indiretos entre os Estados Unidos e a União
países europeus destruídos pela Segunda Guer- Soviética, que ocorreu entre o final da Segunda
ra Mundial, principalmente através da con- Guerra Mundial (1945) e a extinção da União
cessão de empréstimos. Soviética (1991), um conflito de ordem política,
militar, tecnológica, económica, social e ideoló-
gica entre as duas Nações e as suas zonas de
influência.

Após a Segunda Guerra Mundial, os países envolvidos iniciaram um processo de reconstução


e sentiu--se necessidade de estabelecer programas de cooperação, quer para essa recons-
trução, quer para assegurar a paz e a segurança no mundo. Neste contexto, surgiram algumas
organizações internacionais (ONU, FMI, Banco Mundial), bem como as primeiras fusões entre
empresas industriais norte-americanas e europeias. Os capitais norte-americanos começam a
circular pelo mundo, principalmente pela Europa e Japão. Começam também a surgir vários
blocos económicos de países cujos governos apostam numa economia internacionalizada,
fomentados pela internacionalização do capital e pela expansão de empresas multinacionais e
transnacionais.

É possivel concluir que, após a Segunda Guerra Mundial, se assistiu a um processo de


consolidação dos oligopólios internacionais - pequeno grupo de empresas que domina o
comércio de um determinado produto ou serviço - que acabou por originar as empresas
multinacionais e trnasnacionais (que constituíram a expressão mais avançada de um capitalismo
que definiu novas formas de organização da produção e novas relações de trabalho).

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Multinacionais e transnacionais
O domínio e expansão de empresas multinancionais e transnacionais resultou da combinação
simultênea de três processos: a necessidade de movimentos internacionais de capitais, a
produção capitalista internacional e a ação dos governos a nível

Quando se faz referência empresas que se internacionalizaram ou “empresas globais”, os


termos multinacional e transnacional acabam por ser aproximados, dizendo respeito, todavia,
realidades empresariais diferentes.

 As multinacionais são empresas privadas juridicamente ligadas umas às outras, exercendo


as suas atividades em estados diferentes, mas tendo sempre em conta uma estrtégia global,
promovendo a transferência dos recursos – capital e trabalho – para outros países, através da
aquisisão de empresas e/ou da abertura de filiais, procurando localizar-se em regiões com
maiores vantagens comparativas, de modo a reduzir os seus custos e/ou melhorar a qualidade
dos seus produtos.

Multinacional
Matriz

Filial 1 Filial 2 Filial 3

(Vantagens competitivas das empresas multinacionais…)

 diferenças salariais, pois muitas vezes estão localizadas em países com mão de obra
abundante e barata - como é o caso dos países em desenvolvimento;
 estrutura oligopolista do comércio mundial, que obriga as empresas a assumirem
grandes dimensões para conseguirem competir;
 acesso direto às matérias-primas, reduzindo os custos de aquisição e evitando as
perdas de tempo, os riscos e os gastos associados ao seu transporte.

 As transnacionais são organizações em que a empresa-matriz mantém a sede no país de


origem, deslocando vários segmentos de produção para outros países, isto é, recorre à decom-
posição/parcelarização dos processos produtivos em vários segmentos (conceção, produção,
embalagem - por exemplo) que estão dispersos geograficamente, em função dos niveis de
rendibilidade oferecidos, dos benifícios fiscais obtidos, da mão de obra barata e abundante e da
existência de fontes de energia acessíveis. Partem do princípio que um produto pode ter os seus
componentes produzidos em diferentes regiões do mundo, os quais, depois, são reunidos e
“montados” numa localidade específica.

Transnacional
Matriz

Filial 1 Filial 2 Filial 3

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Avanços Tecnológicos
As pesquisas e consequêntes descobertas associadas à Segunda Guerra Mundial refletiram-
-se na Terceira Revolução Industrial, resumindo-se no seguintes aspetos:

 inovação tecnológica;
 desenvolvimento informático;
 avanços nas telecomunicações, no audioviual, na biotecnologia e outras áreas;
 intensificação das trocas;
 dependência económica crescente;
 criação de empresas multinacionais e transnacionais.

O computador foi a máquina mais marcante da terceira fase da Revolução Industrial, que se
caracterizou, naturalmente, por grandes inovações tecnológicas, desenvolvimento informático
e avanços nas telecomunicações. Esta “era da informação” veio facilitar imenso as trocas
comerciais e constituiu o contexto ideal para a criação criação de multinacionais e transnacionais
e para a circulação de capitais pelo mundo, aprofundando ainda mais o fenómeno de
mundialização económica.

Divisão internacional do trabalho e vantagens comparativas


Ao longo dos tempos, os diversos continentes foram-se definido, tornando-se muito diferen-
tes, não só na sua dimensão como também nos recursos produtivos ao seu dispor. Assim,
através de complexos processos políticos, formaram-se os países, e essas nações independentes
descobriram as vantagens de trocar mercadorias, o que originou o comércio internacional.

O comércio internacional permite, por um lado, que cada país tenha acesso a um leque mais
amplo de bens e serviços, de modo a satisfazer as necessidades várias dos consumidores; por
outro lado, a possibilidade de vender os seus produtos de outros mercados. Disto resulta a
produção em quantidades muito superiores às necessárias para satisfazer exclusivamente o
mercado interno, conduzindo à obtenção de ganhos de eficiência ou economias de escala.

Além disso, conduz à especialização e à divisão internacional do trabalho, seja por desiguais
recursos produtivos, por diferenças geográficas de solo e clima, ou por diferenças em termos de
capital e trabalho, aumentando a eficácia com que os recursos disponíveis de cada país podem
ser utilizados e permitindo a obtenção de vantagens comparativas.

A divisão internacional do trabalho traduz a distribuição das atividades económicas por


diferentes países, partindo da constatação de que não é possível, para cada nação, a produção
de todos os produtos de que necessita (nenhum país é autosuficiente) e optando por uma
especialização em alguns setores da economia (através da avaliação das suas condições e
recursos próprios com base nas vantagens).

 “Teoria das Vantagens Absolutas” - cada país deve concentrar os seus esforços no que pode
produzir a custos mais baixos e trocar o excedente dessa produção por produtos que custem
menos noutros países.

 “Teoria das Vantagens Comparativas” - explica por que o comércio entre dois países, regiões
ou pessoas pode ser benéfico, mesmo quando um deles é mais produtivo na fabricação de todos
os bens. O que importa aqui não é o custo absoluto de produção, mas a razão de produtividade
que cada país possui.

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Exemplo – Vantagens Comparativas

O Pedro e o José vivem sozinhos numa ilha isolada. Para sobreviverem, é necessário que eles
realizem algumas atividades económicas básicas (transportar água, pescar, cozinhar e construir
um lar). O Pedro é mais jovem e, portanto, muito mais forte, rápido e produtivo em todas
atividades do que o José, que é velho e fraco (improdutivo). Nas atividades económicas
mencionadas, o Pedro tem uma vantagem absoluta sobre o José.

Apesar do facto de o Pedro possuir esta vantagem absoluta em tudo, não será do seu interesse
(e muito menos do de José) que se isolem para conduzir todas atividades económicas por conta
própria. Se os dois homens dividirem o trabalho de acordo com suas vantagens comparativas e
o Pedro se concentrar nas atividades em que ele é mais produtivo e o José é menos produtivo.
No caso, transportar água e construir um lar. Enquanto o José se concentrará em pescar e
preparar a comida. Mesmo que o Pedro conseguisse pescar e cozinhar de maneira muito mais
eficaz que o José, se dedicar todo seu tempo para a construção do lar e transporte de água,
deixarando a comida por conta do José, no final, ambos estarão numa condição muito melhor
do que se conduzissem essas mesmas atividades por conta própria, por meio de uma troca
voluntária de bens e serviços.

Conclusão a retirar da analogia anterior…

A especialização com base nas vantagens comparativas, fomentada pelo comércio internacional,
aumenta a eficiência com que os recursos disponíveis de cada país podem ser utilizados, condu-
zindo a acréscimos de produção e rendimento. Se corretamente aplicados, estes aumentos de
produção e rendimento contribuem para a elevação dos níveis de bem-estar das respetivas
populações. Este tipo de vantgens apenas faz sentido num contexto de integração económica.

A mundialização económica e os seus “motores”…

Do ponto de vista da mundialização económica podemos apontar quatro “motores” de evolu-


ção: a ciência, a técnica, a indústria e o capitalismo. De facto, a mundialização económica pres-
supõe a conjugação de alguns fatores nas áreas apresentadas, uma vez que precisa da
liberalização do comércio internacional e dos movimentos de capitais associados ao capitalismo;
do aumento da capacidade industrial e da produção rumo aos mercados externos ou à sua
deslocalização/reorganização, tendo em vista as vantagens comparativas de outros países; do
progresso tecnológico e do aparecimento da sociedade da informação, proporcionados pela
ciência e tecnologia.

2.2 A Globalização do Mundo atual


A globalização é um fenómeno intimamente relacionado com a natureza humana e, portanto,
de cariz mais complexo e profundo. Efetivamento, a globalização, além de incluir as transações
económicas (bens, serviços, capitais) que se realizam entre países, estende-se às transações
sociais, culturais, a aspetos políticos e jurídicos, relacionando-se com os movimentos
populacionais, com o fluxo de informação, com a difusão cultural, de padrões de consumo e
estilos de vida que ao se universalizarem atingem a dimensão global. A globalização é, assim, o
reflexo no plano social do fenómeno da mundialização económica, sendo muito mais
abrangente por ir muito além de uma esfera meramente económica.

Problemas associados à globalização: redução da influência das políticas governamentais,


homogeneização cultural (imposição da cultura americana), reforço das desigualdades, proble-
mas globais (pobreza, ambientais, energéticos) e exclusão do continente africano.
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Mundialização das trocas

Fluxos de capitais
Mundialização Movimentos populacionais
& globalização
Fluxos de informação

Mercados e marcas globais

Deslocalização empresarial
Transnacionalização
Globalização
da produção Deslocação empresarial
na atualidade

Globalização Instituições financeiras internacionais


financeira
Acesso às bolsas de valores mundiais

Difusão cultural
Globalização
Aculturação e coabitação cultural
cultural
Estilos de vida global

Mundialização das trocas


A globalização das trocas diz respeito à livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais. Esta
é considerada uma das principais características da globalização, visto que consiste na expansão
do comércio externo de mercadorias e na intensificação do fluxo de capitais e de pessoas.

Os recursos necessários à produção, sejam naturais, humanos ou tecnológicos, encontram-se


distribuídos pelo mundo de forma desigual, O que permite que alguns tenham acesso a
condições que outros não possuem, favorecendo a produção de determinados bens e
despertando necessidade de estabelecer trocas com outros países.

O sistema de trocas internacionais favorece a especialização e a eficiência produtiva, ao


permitir o aperfeiçoamento de cada país nas produções em que possui vantagens comparativas.

Através das trocas entram nas economias os bens e serviços que os países não produzem,
porque não possuem meios ou seriam menos eficientes, ou que produzem em quantidades
insuficientes para satisfazerem as necessidades do seu mercado.

O comércio internacional faz-se através dos movimentos de importação e exportação, sendo:

 importação - compra de produtos ao exterior, por parte dos países que deles necessitam, e
sua consequente entrada nesses países;

 exportação - venda de bens e serviços ao exterior e consequente saída desses produtos do país
em que são conseguidos.

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Fluxos de capitais
Os fluxos internacionais de capital podem assumir a forma de empréstimos, operações de
crédito ou investimentos.

 os investimentos referem-se a aplicações de capitais a médio e longo prazo, tendo em vista o


aumento da capacidade produtiva do país. Estes dividem-se em:

 investimentos diretos, que correspondem à constituição de uma nova empresa ou à


compra de uma empresa;

 investimentos em carteira, que correspondem a aplicações realizadas por intermédio


das Bolsas de Valores, por não residentes, e que incluem operações especulativas sobre diversos
produtos financeiros, como ações e obrigações.

 os empréstimos, que representam a concessão ou a contratação de crédito por parte das


empresas ou dos estados, neste útimo caso para resolver aspetos referentes à situação
financeiro do país e eventuais desiquilíbrios orçamentais ou da balança de pagamentos.

 nas operações de crédito incluem-se os movimentos, de pagamento diferido, respeitantes ao


comércio externo de mercadorias ou despesas de transporte.

Movimentos da população
Os movimentos populacionais podem revestir a forma de migrações (internas ou externas) e
de fluxos de turismo.

Migrações

As migrações consistem na deslocação ou movimento de indivíduos ou de sociedades


humanas de um local para outro, podendo ter por base diversos fatores:

 guerras ou conflitos armados;


 condições climáticas adversas ou desastres naturais, como terramotos, secas ou cheias;
 perseguições políticas, religiosas ou étnicas;
 epidemias ou desastres causados pelo homem, como acidentes nucleares ou
contaminações ambientais de grandes proporções que afetam a qualidade de vida;
 estagnação económica.

Nota: atualmente as migrações estão mais relacionadas com fatores económicos, incluindo-se
nestes a procura de emprego, de salários mais atrativos, de uma educação ou formação mais
adequada, isto é, de melhores condições de vida.

Migrações internas (dentro do país) Migrações externas (entre diferentes países)


 êxodo rural  emigração e imigração
 êxodo urbano  refugiados
 deslocados

Nota: as condições de vida oferecidas às populações rurais, como baixos salários quando
equiparados aos salários indústriais/dos serviços, a dificuldade de acesso a infraestruturas (hos-
pitais, finanças, bancos) e à educação, levam aos movimentos populacionais por êxodo rural.

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Turismo

O turismo é motivado pela busca de lazer, por motivos culturais ou religiosos. O seu
incremento é reflexo da melhoria do nível de vida das populações e está relacionado com o
desenvolvimento dos transportes e das vias de comunicação, com o maior dinamismo verificado
no mundo dos negócios, com a facilidade de difusão de informação, o direito a férias, o
aumento, em geral, do poder de compra das populações e a redução de preços.

(Relação: Turismo ⇔ Economia ⇔ Globalização…)

O turismo é uma atividade fulcral, na medida em que contribui para a dinamização económica,
gera empregos, incentiva o desenvolvimento de infraestruturas, sendo uma importante fonte
de receitas para as empresas e para o país. Também tem tido uma contribuição fundamental
para a globalização, quer pela via económica mencionada, quer em termos culturais, na medida
em que aproxima os povos e as suas culturas, proporcionando a difusão de hábitos e tradições,
ou seja, dos modos de pensar, fazer e agir das populações dos países visitados.

Fluxos de Informação
A Internet e as tecnologias digitais conduziram ao aparecimento de uma sociedade em rede
alicerçada no poder da informação.

Assim, surge o conceito “sociedade da informação”. Este conceito constitui, do ponto de vista
tecnológico, um aprofundamento das tecnologias e da revolução digital da terceira fase de
industrialização. Mas, do ponto de vista socioeconómico, trata-se de um fenómeno muito maior,
que traduz o conceito de uma sociedade inserida num processo de mudança constante, fruto
dos avanços da ciência e tecnologia.

(Características…)

 tem a informação como matéria-prima, que estabelece com a tecnologia uma relação de
complementariedade;
 permite uma grande flexibilidade de reorganização das informações disponíveis;
 existe uma grande influência dos meios de tecnológicos na vida económica, social e política;
 proporciona a existência de um sistema altamente integrado, normalmente assente numa
lógica de redes.

O conceito de conhecimento aparece muitas vezes associado à sociedade de informação.


Apesar disso, os conceitos só coincidem quando o fluxo de informação, intenso e em
permanente mudança, se transforma e reflete em conhecimento. Na sociedade de
conhecimento reconhece-se que o conhecimento é um importante recurso, mas sempre em
expansão e mudança com as novas informações.

Globalização dos mercados


No mercado competitivo e globalizado em que muitas empresas competem é preciso ter em
conta a dimensão internacional que as estratégias e os negócios assumem. As empresas passam
a ter o seu mercado e o seu fornecimento à escala global, compram, fabricam e vendem em
diversos países e é relativamente comum fazer contactos e realizar negócios por meio eletrónico
ou telefone.

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A globalização do mercado refere-se à integração económica contínua e à interdependência
crescente entre os vários países do mundo. Ela permite ás empresas conjeturar o mundo como
um mercado integrado. As dimensões da globalização dos mercados são: a integração e
interdependência das economias nacionais; o aparecimento de mais blocos de integração
econômica regional; o crescimento dos fluxos globais financeiros e de investimentos; a
convergência dos estilos de vida e preferências dos consumidores; a globalização das atividades
produtivas das empresas.

A globalização dos mercados é fortemente observável, por exemplo, no aparecimento de bens


que não são produzidos na totalidade no país devido. A construção da globalização
proporcionou a progressiva intensificação das relações comerciais e o aparecimento de novas
formas de organização do processo produtivo. Com a implementação das empresas transna-
cionais, verificamos que:

 os bens, em resultado da fragmentação do processo produtivo, não são, efetivamente,


produzidos na totalidade num país; a designação made in encobre várias proveniências
em termos de produção;

 a situação da balançpa de mercadorias acaba por ser pouco elucidativa da situação da


situação do comércio externo dos países, dada a influência crescente das trans-
nacionais, que importam em larga escala matérias-primas e produtos semitransfor-
mados para os incorporarem nos processos produtivos e, posteriormente, voltarem a
exportar.

Marcas - representação simbólica de uma entidade (permite identificá-la de modo imediato).

As marcas sempre tiveram valor mas, um contexto de globalização, a sua importância para o
valor de uma empresa assume outras proporções. Agora os consumidores passam a poder esco-
lher entre as antigas marcas locais e as novas marcas globais.

(Fatores que impulsionaram o aparecimento das marcas globais…)

 o aumento do padrão de vida conduz à comprar uma ampla variedade de produtos;


 mobilidade do consumidor pois as pessoas que viajam esperam ter acesso aos mesmos
produtos onde quer que estejam;
 globalização dos meios de comunicação que expõem fortemente os consumidores às
mensagens publicitárias.

(Quatro principais vantagens das marcas globais…)

 são associadas pelos consumidores a uma maior qualidade, estatuto e prestígio;


 conduzem a atitudes mais positivas perante a marca, proporcionando a criação de uma
imagem uniforme e, consequentemente, consciência de marca;
 geram aprendizagem para as empresas em função do contacto com outras culturas;
 conduzem a maiores volumes de vendas e a um maior poder negocial com os parceiros.

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Transnacionalização da produção
A transnacionalização da produção caracteriza-se pela desterritorialidade ( por dispersão
geográfica) das relações políticas, económicas e sociais, fomentada pela proliferação de um
sistema capitalista, aliado a um ordenamento jurídico mundial que se sobrepõe à soberania dos
estados. A sua atividade produtiva é repartida em diferentes áreas que, depois, serão localizadas
em vários países tendo em conta as vantagens comparativas que estes oferecem e que se
manifestam em aspetos como:

 mão de obra abundante e barata;


 acessibilidade aos mercados;
 existência de infraestrututas de informação e comunicação;
 apoio ao investimento;
 benefícios fiscais;
 obtenção de economias de escala.

(Modo de atuação das empresas transnacionais…)

As empresas transnacionais assentam na segmentação dos processos produtivos, cuja


localização em diferentes países vai proporcionar uma produção fragmentada e geografica-
mente repartida. A instalação de cada segmento num determinado local é feita em função da
sua capacidade de oferecer vantagens de eficiência e especialização, o mesmo se podendo
verificar a nível dos processos de fabrico, parcelados em subprocessos e instalados nos países
que oferecem os melhores níveis de rendibilidade.

(Características das transnacionais…)

 empresas sem nacionalidade “certa” devido à origem múltipla do seu capital -


proveniente de vários países e disperso por várias acionistas - e à utilização de
trabalhadores de diversas nações portadores de culturas distintas;
 oferecem para venda bens e serviços padronizados que comercializam por todo o
mundo e são resultado de um trablho conjunto geograficamente disperso;
 consideram o mundo como um mercado único para decisões de investimento e de
consumo e organizam-se em rede, associando locais de produção e comércio muito
distantes entre si.

(Consequências possíveis da transnacionalização…)

 deslocalização empresarial, que consiste na transferência de uma ou várias filiais para


outro(s) país(es), em busca de melhores condições (benefícios fiscais, mão de obra
barata e abundante, etc.), mantendo a sua matriz no país de origem;

 deslocação empresarial, quando a empresa abandona na sua totalidade um país, não


conservando nele qualquer área de funcionamento.

Marca Adidas, uma


empresa alemã

Fabricada
no Paquistão

Importada para o Brasil por uma empresa dos EUA

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Globalização financeira
A intensificação do comércio mundial e a crescente mobilidade dos fatores, entre eles o
capital, contribuíram para a criação de um amplo e planetário mercado do capital/moeda. A
globalização financeira consiste na criação de um mercado da moeda a nível mundial, através
de um processo de articulação dos membros de capitais, o nível nacional e internacional, aliado
a uma interligação e unificação do mercado monetário à escala global, consequência da
liberalização financeira e da mobilidade de capitais.

(Características…)

 aumento dos fluxos de recursos financeiros entre os países do mundo o que resulta,
normalmente, na maior quantidade de ações e outros títulos emitidos;
 aprofundamento da disputa nos mercados de capitais mundiais, com a intensificação da
concorrência entre os bancos e as organizações não bancárias nos negócios do mercado
financeiro internacional;
 maior relação entre os sistemas financeiros dos países, que se passam encontrar
totalmente interligados num sistema global.

As instituições financeiras tem principal objetivo proporcionar os recursos necessários para


financiar a atividade económica, seja o comércio e indústria a prestação de serviços ou as
necessidades das próprias famílias em termos de habitação e consumo. Desta forma, os bancos
internacionalizaram-se transformando-se em verdadeiras empresas globais que tem o papel de
transferir os valores em excesso de umas economias para as que deles necessitam.

 Bancos (supervisionados pelo banco central)


Instituições financeiras
 Caixas económicas
monetárias (IFM)
 Fundos de mercado monetário
Instituições
Instituições financeiras  Sociedades financeiras
Financeiras
não monetárias (INFM)  Agências de câmbio
(fundos de investimento)  Sociedades gestoras de patrimónios
 Sociedades de seguros e fundos de pensões

Nota: trouxe consigo a possibilidade de investir em qualquer Bolsa de Valores mundial.

Atualmente, todo o sistema financeiro tornou-se um megamercado integrado, numa dupla


dimensão – de espaço, pois as praças financeiras estão interligadas pelas modernas redes de
comunicação; de tempo, porque a maioria das prças financeiras funcionam de modo contínuo
(24 horas por dia, sem interrupção).

(Contribuição das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação NTIC…)

 permitiram a aceleração da circulação de informação à escala global;


 estabeleceram uma ligação em rede entre empresas, graças à informática;
 possibilitaram o desenvolvimento da economia imaterial e vertiual, não localizada e
difícil de controlar, como é o caso dos paraísos físcais - lei facilita a aplicação de capitais.

(Principal implicação da globalização financeira…)

 a dificuldade que os estados têm em fiscalizar as trocas de fluxos financeiro, vem a diminuir
as receitas para os vários estados, colocando dinheiro noutras praças (onde se obtêm benefícios
fiscais, por exemplo), levando à captação de menores quantidades de capital.
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Globalização cultural
A globalização cultural consiste na transmissão de cultura entre diferentes países ou regiões
do planeta, abrangendo uma difusão de hábitos, crianças, valores e comportamentos à escala
global. Esta difusão é proporcionada, essencialmente, pelos meios de comunicação social e pelas
tecnologias de informação e comunicação, mas também pelos movimentos populacionais como
o turismo e os fluxos migratórios.

Trata-se de um processo automático, que se impõe de forma impessoal e atravessa diferentes


épocas e sociedades. Esta elimina as fronteiras nacionais, integrando e interligando as
comunidades, transformando o mundo numa verdadeira "aldeia global", expressão que preten-
de apresentar uma nova visão do mundo em que se eliminam as barreiras geográficas e as
comunidades se interligam, conferindo a dinâmica de uma pequena aldeia.

Padrões de cultura – refere-se à forma coletiva e específica de cultura, entendida como sendo
a ideal para um determinado grupo. Consiste no seu conjunto de crenças, valores, ideias,
normas, costumes, tradições, hábitos, conhecimentos, comportamentos e muitos outros aspe-
tos que caracterizam a vida humana e vão sendo adquiridos desde o nascimento até à morte.

Difusão cultural – é o processo de transferência dos traços culturais de uma região para outra
ou de parte de uma cultura para outra.

(Relação: difusão cultural, estilo de vida e massificação do consumo)

A difusão cultural é o processo de transferência dos traços culturais de uma região para outra
ou de parte de uma cultura para outra, a partir do contacto entre as culturas envolvidas.

Os estilos de vida refletem os valores, atitudes e comportamentos de um indivíduo ou grupo,


com influência do seu rendimento e classe social, que contribuem para a construção das
identidades individuais e coletivas.

A globalização tem vindo a contribuir para a difusão de comportamentos à escala mundial,


desencadeando a adoção de um estilo de vida mais ou menos generalizado e homogéneo –
estilo de vida global. Neste contexto, os meios de comunicação social, especialmente através da
publicidade, têm difundido hábitos de consumo globais, promovendo a sua massificação.

Nota: devido à massificação dos consumos, cada vez mais gerais, os estilos de vida adotados
tendem, frequentemente, a uniformizar-se, gerando um movimento abrangente, mas que pode
constituir um entrave à afirmação da individualidade de cada um.

Aculturação - é um fenómeno que resulta do contacto contínuo entre culturas diferentes,


levando à adoção dos elementos de uma cultura pela outra, podendo ser parcial ou total,
consoante apenas adote alguns (conjugando-os) ou todos os aspetos dessa cultura
(substituindo-os). Esta mudança cultural pode dizer respeito aspetos materiais (por exemplo,
vestuário, alimentos, a habitação, etc.) e/ou imateriais (como alguns costumes religiosos, a
música, a literatura, a arte, etc.).

Nota: Este trata-se de um fenómeno que conduz a mudanças culturais, quer se trate de culturas
minoritárias quer sejam dominantes, pois tanto uma como a outra têm permanentemente de
reagir e de se adaptar aos novos desafios que vão surgindo.

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Padrões de consumo - são modelos específicos a que o consumo obedece, consoante os fatores
que o condicionam, como o tempo, o espaço, o rendimento e a cultura. O consumo pode ser
influênciado por fatores económicos – rendimento disponível dos consumidores, preço dos bens
e inovações tecnológicas; ou extraeconómicas – idade, género, moda, publicidade, meio social
e tradições.

Os meios de comunicação social, em particular as campanhas publicitárias das grandes marcas


internacionais, exercem uma inorme influência sobre os indivíduos para o consumo de certos
produtos, contribuindo para a existência de hábitos idênticos, que conduzem a uma uniformiza-
ção dos padrões de consumo a nível mundial (nomeadamente o padrão de consumo americano).

Nota - Nesta sociedade de consumo, as opções de aquisição dos bens já não são determinadas
pela satisfação das necessidades basicas, mas principalmente pelo seu significado simbólico.

(Fatores que contribuíram para a padronização dos estilos de vida…)

 a oferta é superior à procura, levando as empresas a recorrerem a estratégias de marketing


agressivas, seduzindo o consumidor de modo a induzir a compra dos seus produtos,
escoando, assim, as suas produções em grandes quantidades;
 os bens e serviços são nomalizados e a sua produção baseia-se na fabricação em série;
 os padrões de consumo estão uniformizados e este assume características de um consumo
de massas, fortemente influênciado pela moda e usado como forma de integração social;
 existe uma forte tendência para o consumismo.

Nota: é fundamental promover a liberdade de escollha e a afirmação da individualidade num


mercado cada vez mais padronizado.

Sociedade de consumo - tipo de sociedade que se encontra numa avançada etapa de


desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo massivo de bens e
serviços disponíveis, graças à elevada produção.

(Consumismo & consumerismo…)

 O consumismo traduz um conjunto de comportamentos negativos, suscetíveis de conduzirem


a um consumo sem critério, compulsivo, irresponsável e, até, perigoso.

Opõe-se ao…

 Consumerismo que se refere a um consumo racional, controlado, seletivos, baseado em


valores sociais e ambientais e no respeito pelas gerações futuras.

2.3 A globalização dos países em desenvolvimento


A globalização não foi um fenómeno pacífico e positivo para todos os países.

Polarização das trocas mundiais


Uma grande fatia do comércio mundial é realizada pelos Estados Unidos, União Europeia
(liderada pela Alemanha) e Japão e a integração regional tem constituído a forma dominante de
relacionamento comercial entre os países.
O termo "polarização das trocas" representa a concentração da maior parte das trocas comer-
ciais, científicas e culturais nestas três potências, comummente, designadas por Tríade.
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De facto, no centro da globalização temos estes três polos que detêm a riqueza, a capacidade
de decisão e o controlo a nível mundial.

(Fundamentos para a polarização das trocas encabeçada nestas nações…)

 a capacidade de gerar modelos de produção baseados na sua própria forma de


organização e qualificação do trabalho;
 A concentração, no seu interior, das principais cidades de a nível mundial;
 Os seus modos de vida diários, com o acesso das famílias aos mais variados tipos de
equipamento e hábitos consumistas, gerlamente associados a elevada qualidade de vida;
 A grande concentração daa riqueza mundial que, juntos têm vindo a representar.

Como consequência desta polarização, surge um mundo dividido entre o centro, as periferias,
mais ou menos integradas, e os países menos desenvolvidos. Os dois primeiros assumem uma
plena participação na mundialização económica e adotam políticas de liberalização, ao passo
que nas economias menos integradas (como o caso dos PED) assiste-se a atrasos de
desenvolvimento e a uma integração desigual.

A regionalização económica consiste na formação de um espaço, a partir da combinação de


economias nacionais, no qual todos os impedimentos ao livre comércio tenham sido eliminados.
Ao criar um espaço de liberdade de circulação, a regionalização económica provoca a melhoria
na afetação dos recursos desses países, traduzindo-se em crescimento económico e social.

A dinâmica comercial, muito devido às forças adquiridas pela criação de áreas económicas e à
emergência de novas economias industrializadas, tem provocado alguns desvios relativamente
a esta polarização, nomeadamente, integrando os NPI.

Deste modo, a regionalização económica tem vindo a contribuir para a integração de alguns
países em desenvolvimento na rede mundial de trocas. No entanto, assiste-se a uma polarização
regional das trocas no interior dos próprios blocos, ou seja, existe uma tendência para que o
comércio se realize entre os países que constituem o mesmo espaço de integração.

Degradação dos termos de troca


A degradação dos termos de troca representa um agravamento do rácio exportações/impor-
tações para valores inferiores a 100%. Verifica-se com maior intensidade nos países menos de-
senvolvidos, visto que enfrentaram uma industrialização tardia. Esta degradação relaciona-se,
entre outros fatores, com:

 a dependência estrutural das antigas colónias relativamente ao centro e relações de


subordinação económica que daí resultaram;
 o domínio do comércio mundial pelos países desenvolvidos e o aumento da oferta de
produtos a nível global que implica uma redução nos preços praticados no mercado
internacional;
 a diminuição da procura de matérias-primas e sua substituição, por materiais sintéticos;
 as medidas comerciais restritivas que os países desenvolvidos ainda colocam aos
produtos dos países em desenvolvimento;
 a estrutura das suas exportações, dado que geralmente vendem produtos de baixo valor
acrescentado e compram produtos altamente industrializados e tecnologicamente
avançados (ou seja, vendem barato e compram caro).

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Estrutura das trocas comerciais Norte/Sul

Sul Norte
Especialização em produtos Produtos transformados / tecnologia
com reduzido valor de elevado valor
(matérias-primas, por exemplo) (carros, por exemplo)

Defice comercial para o Sul Vantagem comercial para o Norte

Maior produção
Maior oferta Redução dos preços
para exportar mais O Norte reduz
a procura
Aumento do défice de produtos
Redução das receitas
e dívida externa

(Objetivos dos PED de modo a corrigir e atenuar desigualdades…)

 garantir uma justa remuneração dos preços das matérias-primas e contribuir para a sua
estabilização;
 facilitar o acesso dos produtos desses países aos mercados do “Norte”.

Razões de Troca

Os termos de troca serão tanto mais vantajosos quanto maior for valor do rácio exportações/im-
portações, ou seja, quanto maior for o peso das exportações em relação ao das importações.
𝐸𝑥𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 (𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡. , 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟, í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒)
𝑇=
𝐼𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 (𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡., 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟, í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒)

(Variação dos preços de um produto e sua relação com os termos de troca…)

As variações do preço de um produto têm implicações nos termos de troca dos países
envolvidos na sua transação. Assim, a subida do preço deste produto provoca valorização dos
termos de troca dos países exportadores e uma diminuição deste rácio nos países importadores.
A descida do preço desse produto conduz, evidentemente à situação oposta.

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