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Recursos Multimédia

UNIDADE 1 – Crescimento e 2.2 A globalização do mundo atual


Desenvolvimento ▪ PowerPoint© – A mundialização e a globalização
1.1 Crescimento económico e desenvolvimento – (p. 105)
conceitos e indicadores
▪ Teste 1 – A mundialização e a globalização
(p. 114)
▪ Teste – Crescimento económico e desenvol-
vimento - conceitos e indicadores ▪ Teste 2 – A transnacionalização da produção,
(p. 25) a globalização financeira e a globalização
cultural
1.2 O crescimento económico moderno (p. 122)

▪ PowerPoint© – Crescimento económico e ▪ Animação – As empresas transnacionais (ETN)


competitividade (p. 116)
(p. 62)
2.3 A globalização e os países em
▪ Animação – Crises económicas desenvolvimento
▪ Teste 1 – Fontes do crescimento económico
▪ Teste – A globalização e os países em desenvol-
moderno
vimento
(p. 46)
(p. 129)
▪ Teste 2 – Características do crescimento eco-
nómico moderno 2.4 A regionalização económica mundial
(p. 61)
▪ Teste – A regionalização económica mundial
▪ Teste 3 – Ciclos de crescimento económico (p. 133)
(p. 76)

1.3 Desigualdades atuais de desenvolvimento


UNIDADE 3 – O Desenvolvimento
©
▪ PowerPoint – Desigualdades atuais de desen- e a Utilização de Recursos
volvimento
(p. 77) 3.1 O desenvolvimento e a questão
demográfica
▪ Teste – Desigualdades atuais de desenvolvi-
mento ▪ PowerPoint© – Progresso tecnológico e cresci-
(p. 85) mento demográfico
(p. 142)
▪ PowerPoint© – Movimentos migratórios – causas
UNIDADE 2 – A Globalização e a Regionali- e consequências das migrações
zação Económica do Mundo (p. 151)
▪ Teste 1 – O desenvolvimento económico e a
2.1 A mundialização económica questão demográfica
▪ PowerPoint© – Noção e evolução do processo (p. 167)
de mundialização ▪ Teste 2 – A transição demográfica
(p. 94) (p. 167)
▪ Teste – Noção e evolução do processo de mun- ▪ Teste 3 – O fenómeno migratório – causas e
dialização. A aceleração da mundialização consequências
económica a partir de 1945 (p. 167)
(p. 104)

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3.2 O desenvolvimento e os recursos ▪ Teste 2 – Economia e justiça social
ambientais (p. 218)
©
▪ PowerPoint – Desenvolvimento e recursos
4.3 Economia e cidadania – o direito
ambientais à não discriminação e a um completo
(p. 168) desenvolvimento humano
▪ Teste 1 – Recursos renováveis e não renováveis 4.4 Economia e ecologia – o direito a um
(p. 189) ambiente saudável e a um desenvolvimento
sustentável
▪ Teste 2 – Desenvolvimento sustentável
(p. 189) 4.5 Economia, desenvolvimento e Direitos
Humanos

▪ PowerPoint© – Evolução das perspetivas de


UNIDADE 4 – O Desenvolvimento e os Direi-
desenvolvimento. Desenvolvimento humano
tos Humanos sustentável e desenvolvimento como liberdade
4.1 Direitos Humanos – noção, características (p. 219)
gerais e evolução
▪ Teste 1 – Economia e cidadania
4.2 Economia e justiça social – o direito ao (p. 227)
desenvolvimento
▪ Teste 2 – Economia e ecologia
▪ PowerPoint© – Direitos Humanos, justiça social (p. 236)
e desenvolvimento
(p. 198) ▪ Teste 3 – Economia, desenvolvimento e Direitos
Humanos
▪ Teste 1 – Direitos Humanos – noção, caracte- (p. 239)
rísticas gerais e evolução
(p. 206)

E ainda:

„ Textos complementares
„ Links
„ Imagens
Em www.economia12.te.pt aceda ao canal do projeto no Youtube, onde encontra vídeos
de exploração das temáticas do manual.
Estes recursos serão atualizados ao longo do período de vigência do manual.

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Cenários de resposta
UNIDADE 1 – Crescimento e Desenvolvimento – Página 10
1.1 Crescimento económico e desenvolvimento 6. A resolver pelo aluno.
– conceitos e indicadores – Página 10
Página 16
Página 10
7.1 O Índice de Gini, que retrata a forma como o
1.1 O gráfico evidencia diferentes taxas de crescimento
rendimento é repartido entre os membros de uma
do PIB nos países avançados e nos países emergentes
sociedade, tem relação com a posição dos paí-
e em desenvolvimento, entre 2010 e 2014. Em 2010,
ses no IDH. Quanto maior a desigualdade, maior o
a diferença entre as duas taxas de crescimento era
Índice de Gini e pior a posição do IDH.
de cerca de 4,5%, a favor dos países em desenvol-
vimento e emergentes, diferença que diminuiu para 7.2 Situações de desigualdade na repartição do
cerca de 3,5 %, em 2014. A evolução, no período refe- rendimento são sempre reveladoras de mau desen-
rido, é, grosso modo, semelhante para os dois grupos volvimento humano por impedirem que parte da
de países – os períodos de maior e menor cresci- população tenha acesso à educação, saúde, habi-
mento são praticamente coincidentes, à exceção de tação, cultura e bem-estar.
alguns momentos como os 1.º semestres de 2011 e
2012 e o 2.º semestre de 2012. Página 17
Apesar das variações registadas nos dois grupos de 8.1 Enquanto os EUA ocupam a 5.ª posição no IDH,
países, o que é de registar são as elevadas taxas de a Arábia Saudita ocupa a 34.ª posição, apesar de os
crescimento dos países emergentes e em desenvol- valores dos seus RNB p.c. estarem muito próximos (52
vimento. 308 dólares para os EUA e 52 109 dólares para a Arábia
1.2 A resolver pelo aluno. Saudita). A razão prende-se com o facto de os outros
indicadores da Arábia Saudita – esperança média de
Página 12 vida e número de anos de escolaridade efetivos e
esperados serem inferiores. Como o IDH é calculado
2.1 Os autores do texto afirmam que «o crescimento com base nos indicadores simples atrás indicados, o
pode não ser sinónimo de bem-estar» porque o con- resultado pesa a favor dos EUA.
ceito de crescimento apenas contabiliza a perspetiva
económica, o que pode não implicar melhorias nou- 8.2 Os indicadores que mais pesaram no cálculo do
tros domínios como o da saúde, educação, repartição IDH dos dois países e que determinaram o seu afas-
do rendimento ou respeito pelos direitos dos cidadãos. tamento em termos de IDH foram os anos de esco-
laridade efetivos e esperados.
2.2 Por exemplo: «As questões de justiça e equi-
dade são consideradas dimensões fundamentais
Página 19
do desenvolvimento.»
9. O IDH, embora seja bastante indicativo da situa-
Página 15 ção de desenvolvimento de um país ou região, por
ser uma média, não evidencia desigualdades que
3. O conceito de desenvolvimento, segundo Amar-
possam existir no seio desse país ou região. Para
tya Sen, implica a consideração das dimensões
obviar este inconveniente e tornar mais fidedigna
sociais e culturais, para além da económica.
a informação sobre o verdadeiro nível de desenvol-
4. O recurso a indicadores compostos para avaliar vimento humano das populações foram criados os
situações relativas ao desenvolvimento humano indicadores de desigualdade.
é fundamental pelo facto deste ser um fenómeno
10. O recurso aos indicadores IDHAD, IDG e IPM per-
complexo. Quanto mais indicadores se utilizarem,
mite melhor aferir a posição dos países, em termos
sobretudo em articulação entre si, envolvendo
de desenvolvimento humano, porque inclui o peso
várias dimensões, melhor será o retrato do país.
das desigualdades, tanto em termos de género
5. Apesar de os EUA apresentarem um RNB p.c. como de pobreza. A desigualdade é sempre um
mais elevado que a Austrália (52 308 dólares contra fator de menor desenvolvimento.
41 524 dólares, os valores que a Austrália apresenta
11. A resolver pelo aluno.
em relação à esperança média de vida e aos anos
de escolaridade esperada são superiores. Como o
IDH é um índice composto por valores relativos à
Página 20
economia, saúde e escolaridade, a Austrália ultra- 12. A inclusão das qualificações dos recursos huma-
passa os EUA ocupando a 2.ª posição contra a 5.ª nos no cálculo do IRT é fundamental porque o pro-
posição relativa aos EUA. gresso tecnológico tem por base o conhecimento.

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Cenários de resposta

13. O quadro 1.4 permite situar Portugal no con- Esta situação, aliada a novos modelos comporta-
junto dos principais países, em termos de ino- mentais difundidos, permitiu o aparecimento da
vação e tecnologia. Relativamente à média dos primeira sociedade de consumo.
países com elevado IDH, Portugal evidencia situa-
ções diferenciadas, apresentando valores na média Página 31
ou acima da média quanto ao n.º de investigado- 18.1 O gráfico permite verificar o aumento do PIB
res por milhão de pessoas, n.º de licenciados em per capita de Portugal após a adesão do país à CEE,
ciências e engenharia em % do total da população, em 1986. Essa evolução foi significativa desde logo,
índice de eletrificação e assinantes de telefones apresentando apenas taxas de crescimento negati-
fixos e móveis por 100 pessoas. No entanto, rela- vas nos períodos de crise, como em 1993 e sobre-
tivamente aos itens despesas em I&D em % do PIB, tudo a partir de 2000, por exemplo. No entanto,
patentes, direitos de exploração e de licença rece- a diferença entre o momento da adesão (–35% em
bidos, computadores pessoais e utilização da inter- relação à média europeia) e 2010 (–19% em relação
net, Portugal ainda se encontra abaixo dos valores à média europeia) é representativo da influência do
do conjunto de países referidos. fator integração sobre o crescimento económico.
O quadro esclarece o item em que Portugal terá 18.2 Em traços genéricos, é possível relacionar o
de progredir para alcançar outra posição relativa- crescimento económico com o alargamento dos
mente à inovação – é o caso das patentes. Portu- mercados, na medida em que este fator permite
gal apresenta o valor mais baixo do quadro, inferior aumentar a produção, o investimento, o emprego,
mesmo à China e Brasil. o rendimento e o bem-estar das populações.
14. A resolver pelo aluno.
Página 33
1.2 O crescimento económico moderno – 19.1 A análise dos gráficos permite registar a evolu-
Página 26 ção da repartição do PIB mundial pelos diferentes
países e agrupamentos, entre 1990 e 2013. Assim,
Página 30
verifica-se que a UE perde valor passando de 28,5%
15. De acordo com o texto 1.4, os fatores que permi- para 13,1%; o mesmo sucede com os EUA e o Japão
tiram o boom económico do pós II-Guerra Mundial que passam de uma posição de 24,7% para 19,3% e
foram a energia barata (petróleo), de fácil manejo, de 10,1% para 5,4%, respetivamente; os BRICS pas-
utilização e transporte; a crescente liberalização sam de uma posição de 15,4% para 29,5%.
das trocas no comércio internacional; o sistema de
pagamentos internacionais, beneficiando de câm- 19.2 Em termos económicos, os BRICS, devido ao
bios estáveis, o período de estabilidade a nível seu rápido crescimento desde a última década do
mundial, permitindo o desabrochar e a implemen- século xx, têm aumentado o seu contributo para o
tação de todas as inovações tecnológicas de antes PIB mundial.
da II Guerra e os mercados em expansão, devido 19.3 A resolver pelo aluno.
à reconstituição do stock de capital que tinha sido
destruído na confrontação mundial. Página 35
16. A primeira sociedade de consumo (1950-1968) 20. Segundo o Relatório do Desenvolvimento
sucedeu a um período de penúria e caracterizava- Humano, as condições essenciais para que a inte-
-se pela abundância de produção a que foi neces- gração no mercado mundial dos países do Sul seja
sário dar escoamento. O aumento do rendimento bem-sucedida implicam: a complementaridade
decorrente da produção em massa, que se seguiu Estado-mercado, o incentivo a setores estraté-
à II Guerra Mundial, elevou o poder de compra das gicos das economias e uma integração gradual
populações, o que lhes permitiu a aquisição de e faseada. Estas condições exigem, por sua vez,
mais bens e serviços. A instituição do Estado-Pro- uma forte aposta na qualificação das pessoas e
vidência veio reforçar a possibilidade de aquisi- das empresas, em infraestruturas e instituições; na
ção das famílias. Este processo é reforçado pelas escolha dos bens específicos que possam competir
«ordens de produção» que as famílias deram à no mercado mundial através da articulação com o
indústria. Mais vontade de comprar originou mais know-how das empresas estrangeiras e na comple-
possibilidades de produzir, distribuição de mais mentaridade entre o setor público e privado, uma
rendimento e assim sucessivamente. Estava-se em vez que, de início, o setor privado ainda não tem a
plena sociedade de consumo. força necessária para a criação de emprego.
17. A produção fordista alavancou a sociedade de
consumo na medida em que originou um aumento Página 36
de produção nunca antes alcançado. Como é refe- 21. Em termos sintéticos, a posição do economista
rido no texto, «a produção mais do que duplica», J. Stiglitz sobre um dos efeitos da liberalização do
o que implicou o escoamento desses novos bens. comércio mundial é crítica, referindo, por exemplo,

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Cenários de resposta

o aumento do desemprego nas economias desen- a sofisticação empresarial, a dimensão do mercado


volvidas. De facto, com a liberalização das trocas e a eficiência do mercado de trabalho. No entanto,
a nível mundial, é natural que os países de mão em termos de educação superior, formação, lite-
de obra mais barata tendam a conquistar alguns racia tecnológica e infraestruturas, Portugal apre-
nichos dos mercados dos países mais avançados senta pontos fortes.
que praticam salários mais elevados, situação que Assim sendo, para que a inclusão de Portugal no
também se pode verificar nas economias menos mercado mundial seja bem-sucedida, em termos
robustas, mas com salários mais elevados que nos de competitividade, ter-se-á de continuar a apos-
países de mão de obra intensiva e barata. Sendo tar na formação dos recursos humanos, mas tam-
os custos de produção mais caros, e se esses paí- bém na melhoria dos fatores considerados menos
ses não conseguirem o investimento necessário favoráveis.
para a criação de emprego, então o desemprego
será uma realidade. Página 44
Página 40 26.1 O empresário é um importante agente de
crescimento económico devido à sua capacidade
22. De acordo com o conteúdo do texto 1.8, as con-
de inovar e de criar. Como nos diz o texto 1.9, o
dições de entrada de um país na sociedade do
empresário individual é um homem imaginativo,
conhecimento assentam na educação, que deverá
ardoroso, condutor de homens, pronto a assumir
ser de qualidade, tanto nos conteúdos como nos
riscos, que «ensaia novas combinações que forne-
métodos de ensino-aprendizagem, e na formação
çam um excedente de valor» e movido pela vontade
ao longo da vida, para atualização permanente e
de poder, sem demasiados escrúpulos morais, é o
ajustamento às necessidades científicas e tecnoló-
«revolucionário da economia».
gicas que a sociedade do conhecimento exige.
26.2 A frase destacada no texto ilustra o funciona-
23. Quanto ao nível de escolarização da população,
mento de uma economia baseada no mercado de que
o quadro 1.6 posiciona Portugal abaixo dos outros
o empresário é a peça fundamental. Sendo o lucro o
países da UE, tanto no que se refere ao ensino
motor da atividade económica, é fundamental que,
secundário (40% contra 75%), como no ensino
após o período da inovação em que o lucro começa a
superior (26% contra 34%).
diminuir, o empresário intervenha para que uma nova
24. Portugal deverá continuar a investir na área da vaga de inovações possa relançar a economia.
educação, pois é dessa base que poderá construir a
sua sociedade do conhecimento e deverá poder com- Página 45
petir na produção de outros bens e serviços que não
se baseiem em salários baixos e sejam trabalho inten- 27. A resolver pelo aluno.
sivo porque, nesse domínio, os países emergentes
têm vantagens. Página 48
28.1 De acordo com a evolução da estrutura seto-
Página 43 rial do produto, entre 1950 e 2013, verifica-se uma
25.1 Os quatro pilares ou indicadores em que alteração positiva da economia portuguesa, pas-
assenta a economia/sociedade do conhecimento sando de uma economia com um peso elevado
são o regime institucional e o incentivo económico, da agricultura (33%) para uma economia terciari-
a inovação, a escolarização e formação e as novas zada (74,4%). Esta evolução é reforçada pela dis-
tecnologias da comunicação e informação. tribuição do emprego pelos diferentes setores de
atividade económica, ocupando o setor terciário a
25.2 A «Nova Economia» caracteriza-se pela instabi-
maior posição (66,1%).
lidade dos mercados, pela inovação e qualidade dos
seus bens e pela precariedade do emprego. Reco- 28.2 Em função dos valores que a estrutura do pro-
nhecendo estas características, a economia cor- duto e da população ativa apresentam, em 2013, à
respondente terá de ser baseada no conhecimento economia portuguesa corresponde a classificação
para dar resposta às novas solicitações do mercado, de economia terciarizada ou desenvolvida.
o que implica a formação ao longo da vida. 28.3 São considerados países ainda pouco desen-
25.3 Embora, de acordo WEF-The Global Competi- volvidos o Afeganistão, Moçambique, a Tanzânia e
tiveness Report 2014-2015, Portugal se situe acima o Uganda, por exemplo. Nos países emergentes,
da média, relativamente aos outros 143 países pode-se integrar a China e a Índia.
considerados na análise, os seus pontos fracos,
em termos de competitividade, são o ambiente Página 49
macroeconómico (instituições e incentivos econó- 29. O crescimento pode ser «extensivo» quando
micos), o desenvolvimento do mercado financeiro, resulta do simples aumento das quantidades dos

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Cenários de resposta

fatores produtivos utilizados (maior população ser executadas por operários que se especializam
ativa, por força da imigração ou do crescimento em cada uma dessas tarefas parcelares. É com
populacional, maior área de terra cultivada…), ou base nessa especialização que a produtividade
«intensivo», quando decorre da melhoria da produ- pode aumentar.
tividade na utilização desses fatores. 33. As três condições apresentadas por Adam Smith
para que o aumento da quantidade produzida seja
Página 50 possível foram: o aumento da destreza que a divi-
30.1 Segundo a OCDE, pode-se falar em inovação são parcelar do trabalho permite, a poupança de
quando ocorrem alterações «significativas» de tempo que a destreza acarreta e a nova tecnologia
produtos, processos, modelos organizacionais ou que multiplica a produção por realizar as tarefas de
do posicionamento competitivo da empresa. Tais muitos trabalhadores.
alterações não são exclusivamente tecnológicas,
podendo verificar-se noutros domínios como o Página 57
contexto socioeconómico da atividade empresa- 34. «Predispor à compra passou a ser decisivo»
rial. significa que, depois do aumento exponencial da
30.2 A passagem da internacionalização pelo produção que a revolução industrial permitiu, tor-
comércio à transnacionalização pelo investimento nou-se fundamental escoar essa produção. Para
da empresa no exterior; a realização de fusões tal, foi necessário que os consumidores se dis-
e absorções; a adoção de uma estratégia de par- pusessem a comprar os novos bens. Este facto
cerias para partilha de conhecimento em deter- implica, por sua vez, que as empresas, para além
minados domínios considerados estratégicos, ou de produzirem, terão de seduzir os potenciais com-
alterações nos modelos organizacionais, como a pradores para a aquisição efetiva, isto é, «produzir
descentralização e o envolvimento ativo do traba- comportamentos de consumo».
lhador no processo produtivo, ou novas conceções
de «gestão da qualidade», etc. Página 59
30.3 Inovação e conhecimento podem ser concei- 35. Estado liberal é aquele cujas funções se res-
tos complementares. Para que haja inovação, para tringem à intervenção no enquadramento legal da
além do génio do seu criador, tem de haver na base atividade económica, na construção das infraes-
conhecimento e saber. Assim, a inovação neces- truturas básicas necessárias ao quotidiano das
sária ao crescimento económico implica investi- populações e atividades empresariais e no for-
mento em educação, formação e investigação, isto necimento de alguns serviços coletivos que não
é, conhecimento. ofereçam lucro à iniciativa privada. Já o Estado
30.4 O autor do texto refere que não basta haver intervencionista deverá ter uma intervenção mais
alterações na tecnologia utilizada; é necessário forte na atividade económica dada a imperfeição
que nas empresas também se processem altera- do mercado.
ções na sua organização. O taylorismo, no início do 36. Algumas das formas de intervenção do Estado
século xx, é um bom exemplo. O aumento de pro- na economia podem concretizar-se através de
dutividade deveu-se não só às novas tecnologias políticas económicas e sociais específicas, pro-
mas também à forma de organizar o trabalho e a movendo o investimento em períodos de crise eco-
empresa. O autor refere igualmente o sucedido no nómica, para estimular a economia e combater o
caso português, em concreto na indústria transfor- desemprego, etc.
madora, que não se alterou em termos organiza-
cionais. Página 60
31. Os diferentes gráficos esclarecem a posição de 37. A resolver pelo aluno.
Portugal em relação aos seguintes aspetos: despe-
sas em investigação e desenvolvimento em % do Página 64
PIB, pessoal envolvido em atividades de I&D por 38. No gráfico da figura 1.20 verifica-se a tendên-
1000 ativos, publicações científicas em parceria cia crescente do PIB e do PIB p.c. em Portugal,
com outros países por área científica. Em todos entre 1960 e 2013. A evolução verificada mos-
os itens considerados, Portugal evoluiu favoravel- tra que esse crescimento se faz em torno de uma
mente, o que nos permite afirmar que, se esse pro- linha ascendente, mas com oscilações que o grá-
cesso não se alterar, o país poderá considerar-se fico da figura 1.19 ilustra com a representação das
bem orientado para a sociedade do conhecimento. respetivas taxas de crescimento. Conjugando os
dois gráficos, verifica-se que o crescimento eco-
Página 53 nómico não é linear, mas oscila (com crises de
32. A divisão técnica do trabalho consiste na divi- crescimento) em torno de uma linha de cresci-
são do trabalho em parcelas simples que possam mento.

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Cenários de resposta

Página 68 Página 74
39. As crises económicas pré-industriais (que foram 42. Keynesianismo é a designação dada a um con-
progressivamente eliminadas a partir do século junto de medidas de intervenção do Estado na ati-
xviii) caracterizavam-se por situações de penú- vidade económica que se baseia na Teoria Geral do
ria decorrentes das estruturas económicas antigas Emprego, do Juro e da Moeda, da autoria do eco-
que apresentavam as seguintes características: nomista inglês John Maynard Keynes (1883-1946).
– a agricultura representava o principal setor de Em traços largos, quando uma economia se encon-
atividade, tanto em relação à população ativa, tra em crise e os agentes económicos retraem as
como ao valor acrescentado criado. Se, por razões suas funções (produtores não investem, consumi-
nomeadamente climáticas, a produção escas- dores não têm rendimento e não consomem, ban-
seava, a diminuição do nível das colheitas acarre- cos não concedem crédito, etc.) o Estado deverá
tava uma subida violenta de preço dos cereais e um suprir essas funções; pelo menos temporaria-
afundamento do nível de vida da classe camponesa mente, para quebrar o círculo vicioso da crise.
e, frequentemente, fomes; Através de políticas económicas, orçamentais e fis-
– o sistema de transporte tinha lacunas e os tra- cais expansionistas, será possível reanimar o inves-
jetos eram onerosos. O mercado nacional estava timento (que neste caso será público), a produção,
dividido em múltiplos mercados locais ou regionais o rendimento e quebrar a trajetória depressiva.
cujas conjunturas, muitas vezes, não coincidiam,
originando amplitude das flutuações de preço. 1.3 Desigualdades atuais de desenvolvimento
Fora as regiões costeiras, as penúrias não podiam - Página 77
ser combatidas por meio de transferências regio-
nais de produção, nem por meio das importações; Página 78
– no seio do setor industrial, o têxtil era a atividade 43. Diferença está nas características dos indiví-
predominante. Como a indústria estava estreita- duos, das culturas, dos comportamentos, etc. Já
mente dependente da importância do mercado será desigualdade se transformarmos essas dife-
rural que compra o essencial destes produtos, renças em algo menor. As questões de género
quando existe penúria na agricultura, esta reper- ilustram bem estes dois conceitos – ser mulher é
cute-se nos setores da economia dela dependen- diferente de ser homem, mas se a sociedade con-
tes, como o têxtil. siderar que o género feminino é inferior ou menos
capaz que o masculino, então criará desigualdades,
Página 69 nomeadamente em termos salariais ou no acesso a
40. As crises económicas da era pós-industrial, determinadas profissões, por exemplo.
ao contrário das que as precederam, são crises
de sobreprodução. O excesso de produção da era Página 79
industrial, devido ao progresso tecnológico e à 44.1 As figuras ilustram situações de desigual-
imensa capacidade de produzir, se não conseguir dade decorrentes das diferenças de rendimento
o seu escoamento, vai obrigar os preços a baixar, o que caracterizam os países e as regiões do mundo.
que pode levar empresas à falência, por não terem Pode, então, concluir-se que a taxa de mortalidade
capacidade de satisfazer os seus credores, nomea- neonatal e de menores de 5 anos é superior nos
damente os bancos, e ao desemprego. Deste modo, países de fraco ou médio rendimento, sucedendo o
todos os grupos sociais são afetados. mesmo com as taxas de mortalidade materna que
41. A crise da década de 1970 foi diferente das ante- são mais elevadas nos países africanos de baixo
riores crises de sobreprodução, como a dos anos rendimento. Quanto à esperança média de vida à
30, na medida em que as economias não entraram nascença, tanto para homens como mulheres, veri-
em depressão, sofrendo apenas um crescimento fica-se uma diminuição à medida que o rendimento
mais lento. As razões subjacentes a esse novo fenó- dos países baixa.
meno foram as seguintes: a evolução sustentada 44.2 A resolver pelo aluno.
dos rendimentos das famílias não prejudicou gra-
vemente o seu poder aquisitivo; a dimensão do Página 80
mercado global sustentou a dinâmica económica
45. A resolver pelo aluno.
através das exportações; as despesas públicas fun-
cionaram em contraciclo, o que permitiu políticas 46. De facto, «o que separa os países desenvolvi-
orçamentais expansionistas para reanimação das dos dos menos desenvolvidos é não só a existên-
economias e, por fim, um melhor conhecimento do cia de um fosso entre recursos, mas sobretudo um
funcionamento da economia que facilitou às orga- fosso em relação ao conhecimento». Esta frase do
nizações financeiras internacionais uma orientação economista Stiglitz chama a atenção para casos
articulada às economias. de países que possuem riquezas consideráveis em

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Cenários de resposta

recursos naturais e que dependendo de outros, por diversos domínios da vida das populações como a
não possuírem os conhecimentos necessários para economia, a saúde e a cultura.
a sua exploração e rendimento, acabam por depen- 1.2 O Qatar tem uma posição no IDH inferior à Dina-
der desses países. Como exemplo temos os países marca, apesar de apresentar um valor do RNB p.c.
produtores de cacau que o vendem aos países que mais elevado (119 029 dólares contra 42 880 dóla-
o transformam e recebem a maior parte do seu res), porque tem valores mais baixos nos outros
valor. Pelo contrário, países como a Suíça que pou- domínios que constituem o IDH como a esperança
cos recursos naturais tem, transforma, com o seu de vida (78,4 contra 79,4 anos) e na área da educa-
conhecimento, o cacau em chocolate, beneficiando ção (9,1 anos de escolaridade efetiva contra 12,1 da
da venda desse excelente produto no mercado Dinamarca e 13,8 contra 16,9 anos de escolaridade
mundial. Se alargarmos esta situação aos países esperada).
que não possuem tecnologia nem o conhecimento
1.3 Uma das limitações apresentadas ao IDH para
para a criar, teremos mais um caso de dependência
avaliar o nível de desenvolvimento de um país tem
tecnológica e económica. Conclui-se, então, que é
a ver com o facto de este indicador ser uma média,
o conhecimento que separa os países em desenvol-
não revelando situações de desigualdade internas,
vidos e menos desenvolvidos.
por exemplo.
Página 81 1.4 No sentido de avaliar melhor o bem-estar de
uma população, o valor do RNB p.c. pode ser
47. As figuras analisadas permitem concluir que
completado com a indicação das desigualdades
a percentagem de população a viver em risco de
internas na repartição desse rendimento. A utili-
pobreza nos países em desenvolvimento é maior
zação do Índice de Gini é um desses instrumen-
nos países do sul da Ásia e na África Subsariana.
tos.
Entre 12% e 16% da população destas regiões vive
com 1,25 dólares por dia. Já nas regiões de maior 1.5 O Índice de Desigualdade de Género ou o Índice
rendimento, como a Europa e a Ásia Central, a per- de Pobreza Multidimensional são exemplos de indi-
centagem é de cerca de 2% a viver com 6 dólares cadores compostos.
por dia. Esta situação é mais um exemplo das desi- 2.1 Segundo o economista austríaco Schumpeter,
gualdades entre países com mais e menos rendi- as inovações desempenham um papel fundamen-
mento, que é confirmada pelo gráfico relativo à tal no processo de mudança das economias. São as
preparação para enfrentar riscos. inovações que introduzem o dinamismo necessário
à expansão das economias, criando investimento,
Página 83 emprego, produção, rendimento e bem-estar, con-
48. O gráfico da figura 1.31 permite verificar que a trariando, deste modo, a fase negativa dos ciclos
América do Norte e a Europa são as regiões onde o económicos.
rácio entre a riqueza acumulada a dividir pela popu- Segundo a teoria dos ciclos de Schumpeter, cada
lação é mais elevado. Nas outras regiões, a riqueza ciclo de crescimento económico corresponde ao
acumulada é inferior, e dado que o volume popu- ciclo de vida de uma inovação. Por exemplo, ao
lacional é elevado, a riqueza em média é inferior à boom do ciclo económico correspondente à «Nova
América do Norte e Europa. Conclui-se, portanto, Economia» do século xxi estão associadas as novas
que a riqueza se encontra distribuída de forma muito tecnologias da informação e comunicação.
desigual pelas diferentes regiões mundiais. Como é referido no texto, os novos bens resultantes
49. A resolver pelo aluno. dos processos de inovação, por influência dos pro-
dutores que criarão os novos hábitos de consumo,
Página 85 despertarão o desejo da sua aquisição iniciando um
50. A resolver pelo aluno. novo ciclo de crescimento económico.
2.2 Neste processo de inovação e crescimento, o
empresário é a peça fundamental porque é o indi-
víduo que vê as potencialidades de uma nova situa-
Páginas 88-89 – Avaliação
ção, é o que arrisca e o que concretiza.
Grupo I 2.3 O texto refere o papel da sedução para o con-
sumo que é fundamental numa sociedade produ-
1. B 2. D 3. A 4. A 5. C
tora de bens novos. Para além da inovação que
cria novos bens e dinamiza as economias, é depois
Grupo II
essencial o escoamento da nova produção.
1.1 O indicador composto IDH é um indicador que
tem por finalidade avaliar os países do ponto de
vista do desenvolvimento humano. Para tal, integra

15
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Cenários de resposta

Páginas 90-91 – Economia Aplicada 3. O gráfico analisado permite verificar os pontos


fortes e fracos que Portugal apresenta relativa-
1.1 As regiões e países com taxas de crescimento mente às economias mais desenvolvidas.
do PIB mais elevadas verificam-se nos países Numa escala de 1 a 7 (melhor valor), Portugal
emergentes e em desenvolvimento, como a China, apresenta algumas diferenças significativas como
a Índia, a maior parte dos países africanos e alguns o ambiente macroeconómico (3,5) e desenvol-
sul-americanos. vimento do mercado financeiro (3). No extremo
1.2 Sabemos que a maior parte destes países assen- oposto, encontramos como melhores valores: a
tou a sua estratégia de crescimento económico na saúde, educação básica e superior, a tecnologia
abertura ao mercado mundial. Assim, o aumento e as infraestruturas, com valores próximos dos da
da dimensão dos mercados destes países tem sido média das economias desenvolvidas. A melhorar,
um fator de crescimento; os baixos salários prati- encontram-se os seguintes itens: inovação, institui-
cados internamente, entre outras condições, tem ções, sofisticação de negócios, eficiência no mer-
permitido a competitividade necessária ao cresci- cado laboral e de bens. Em termos gerais, pode-se
mento verificado. afirmar que a competitividade da economia por-
1.3 Outros fatores indutores de crescimento econó- tuguesa tem as bases de que necessita para se
mico podem ser o investimento em capital físico e afirmar, mas encontra obstáculos a nível macroe-
humano ou os progressos tecnológicos. conómico, institucional e de organização.
1.4 Um dos fatores fundamentais como motor para Concretizando mais, Portugal terá de se especiali-
o crescimento económico é o investimento em capi- zar em sofisticação de negócios e melhorar o con-
tal físico e humano. Um país pode importar tecno- texto em que esses negócios se realizam.
logia para o seu crescimento, mas será sempre uma 4. O texto do economista Daniel Bessa aborda uma
economia dependente. O que será relevante para das questões fundamentais para o crescimento
a sua descolagem enquanto economia competitiva da economia portuguesa – a necessidade de uma
no mercado global terão de ser as vantagens em aposta mais forte e estratégica no conhecimento.
termos de conhecimento. É do conhecimento que De acordo com um estudo da situação económica
sai a inovação, fator determinante para a afirmação presente, Portugal tem condições e recursos para
de uma economia na cena mundial. vencer a batalha da competitividade e crescimento,
2.1 O gráfico ilustra a relação direta entre as des- mas não os consegue gerir convenientemente para
pesas em I&D com o desempenho do país em ino- obter resultados. Segundo o autor do texto, a rein-
vação. dustrialização necessária ao crescimento da eco-
2.2 A afirmação revela bem a importância do fator nomia terá de ser diferente da anterior – terá de
I&D no desempenho do país em inovação. No ser uma indústria intensiva em conhecimento, tec-
entanto, esse I&D terá de ter por base um forte nologia e design. Para tal, é importante deslocar os
investimento em educação e formação. São estes centros de investigação do Estado para as empre-
condicionantes que poderão permitir fazer mais e sas, tornando as inovações mais articuladas com
melhor, conceber novos processos, novos bens, as necessidades do mercado; registar as inovações
novas qualidades nos bens existentes, novos ser- e tirar proveito delas; apostar na formação e criar
viços, novas formas de organização empresarial, as condições para aumentar a competitividade e o
por exemplo. Todo este investimento dará mais valor acrescentado por trabalhador. É a reindus-
valor aos produtos que poderão ganhar a batalha trialização com base nas indústrias de engenharia.
da competitividade à escala global.

UNIDADE 2 – A Globalização e a Regionalização Económica do Mundo –


Página 92
2.1 A mundialização económica – Página 94 Página 98
2. O comércio entre a Europa, a África e a América
Página 96 proporcionou as matérias-primas, os capitais e os
1. Entre o século XVI e XVII, a Europa tem o domí- mercados necessários ao desencadear da Revolu-
nio da navegação nos oceanos Atlântico e Índico, ção Industrial. Com os capitais obtidos do comér-
controlando o comércio mundial de mercadorias e cio e do tráfico de escravos, a Europa, em particular
o tráfico de escravos, acumulando lucros elevados, a Inglaterra, pôde financiar as inovações técnicas
gerados pela atividade comercial. e os investimentos necessários à industrialização;
com as matérias-primas obtidas nos mercados

17
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Cenários de resposta

coloniais a Inglaterra pôde criar as indústrias (por (Zâmbia e Portugal). Assim, os EUA viram as suas
exemplo, a indústria têxtil desenvolveu-se com exportações de mercadorias passar de 225 566
o algodão vindo da América); com a procura dos milhões de dólares para 1 579 593 milhões de dóla-
mercados coloniais a produção industrial europeia res, a China de 18 099 milhões de dólares para
pôde aumentar. 2 209 007 milhões de dólares, a Zâmbia de 1 298
milhões de dólares para 10 594 milhões de dólares
Página 99 e Portugal de 4 640 milhões de dólares para 62 919
3. A 1.ª metade do século XX foi marcada por acon- milhões de dólares.
tecimentos que afetaram as relações económicas
entre os países e consequentemente o comércio Página 107
internacional. A I Guerra Mundial (1914-1918), a 8. O investimento direto internacional circula pelo
Grande Depressão (anos 30) e a II Guerra Mundial mundo, verificando-se a concentração dos fluxos
(1939 -1945) e os seus efeitos nas economias, leva- de capital em determinadas regiões: em termos de
ram à adoção de políticas protecionistas por parte entrada de capitais estrangeiros, as economias em
dos estados, nomeadamente os Estados da Europa transição e em desenvolvimento absorvem a maior
Ocidental e os EUA, o que conduziu à retração do fatia dos investimentos (58,5%), seguidas das eco-
comércio internacional e dos movimentos migrató- nomias desenvolvidas (41,5%), enquanto nos fluxos
rios, interrompendo o processo de mundialização de saída são as economias desenvolvidas que pola-
registado no período anterior. rizam os movimentos de capitais (65,3%).

Página 103 Página 109


4. A evolução das exportações mundiais, princi- 9. Até ao início do século xix os fluxos migratórios
palmente a partir de 1995, ano de criação da OMC, tinham origem na Europa em direção à América
mostra o efeito da liberalização do comércio mun- do Norte e do Sul, acompanhados pelo tráfico de
dial, defendida por esta organização, que se tra- escravos de África para a América. Na 1.ª metade
duziu no crescimento das exportações, apenas do século xx, os principais fluxos migratórios tive-
interrompido nos anos da crise económica interna- ram origem na Europa em direção à América do Sul
cional (2008 a 2011). e à Austrália e, na Ásia do Sudeste, em direção à
América do Norte.
Página 104 Durante a 2.ª metade do século xx e início do século
5. Os valores do PIB per capita revelam o nível de xxi, a Europa Ocidental, a América do Norte, a Aus-
riqueza por habitante, em termos médios, e estão trália, o Brasil, a Argentina, a África do Sul, os paí-
relacionados com a capacidade de produzir e de ses do Golfo e o Japão têm constituído os principais
exportar dos países. No período considerado (final destinos dos fluxos migratórios mundiais. Os EUA e
do século xix e todo o século xx), as regiões desen- o Canadá constituem os principais países de aco-
volvidas (Europa Ocidental, EUA, Canadá, Austrá- lhimento da imigração proveniente do México, da
lia e Nova Zelândia) apresentaram um valor do PIB Colômbia, da Bolívia, da China e da Ásia do Sudeste;
per capita muito superior aos países em desen- os países da Europa Ocidental têm sido o destino
volvimento. Tal diferença revela que o comércio dos imigrantes provenientes do Norte de África e da
internacional não beneficiou de modo igual os paí- Turquia; a África do Sul constitui o destino da imigra-
ses e regiões, havendo um claro benefício para as ção proveniente dos outros países do continente e
regiões desenvolvidas. os países do Golfo têm recebido imigrantes de África
Oriental, da Índia e do Sudeste Asiático.
2.2 A globalização do mundo atual
– Página 105 Página 112
10. As novas tecnologias de informação e comuni-
Página 105 cação facilitam a organização em rede das empre-
6. Internacionalização das trocas, mundialização sas, pois através destas tecnologias as empresas
das atividades produtivas, mercado financeiro glo- podem contactar entre si, e com os seus forne-
bal e integração das economias. cedores, em tempo real, independentemente do
espaço geográfico onde estão localizadas.
Página 106 11. A organização em rede requer recursos assi-
7. De 1980 para 2013 verificou-se um aumento das naláveis (tecnológicos, financeiros e humanos) e
exportações a nível global, embora de forma desi- alianças com os principais intervenientes na rede,
gual, pois esse aumento foi mais significativo em o que exige uma certa dimensão às empresas favo-
alguns países (EUA e China), enquanto noutros o recendo, desta forma, as grandes empresas. Como
aumento das exportações não foi tão significativo a organização em rede ultrapassa as fronteiras

19
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Cenários de resposta

geográficas e os interesses e identidades nacionais, transacionáveis nas Bolsas, repartindo por milha-
as empresas implantadas globalmente, como as res de investidores o risco (de não pagamento) que
multinacionais e transnacionais, são, deste ponto estava circunscrito aos bancos credores. A desre-
de vista, as empresas mais preparadas para uma gulação dos mercados financeiros, característica
organização em rede. da globalização financeira, contribui, assim, para a
maior instabilidade do mercado financeiro global.
Página 113
12. A globalização é acompanhada por uma ten- Página 121
dência para a homogeneização. Em relação aos 18. O quadro evidencia grandes disparidades em ter-
mercados, a homogeneização significa que as neces- mos dos indicadores do desenvolvimento humano:
sidades e desejos dos consumidores relativamente os países com um desenvolvimento humano muito
a um determinado tipo de bem são idênticos. Por elevado apresentam um PIB per capita muito
exemplo, os consumidores jovens (portugueses, chi- acima da média mundial (40 397 dólares contra
neses ou brasileiros) desejam possuir um telemóvel 13 599 dólares), uma população com anos de ensino
com câmara fotográfica e acesso à internet. Em ter- secundário (86,9%) muito acima da média mundial
mos de comportamentos, a homogeneização tam- (63,6%) e 77,1% de utilizadores de internet com-
bém está presente, nomeadamente em termos de parativamente aos 35,5% da média do mundo. Os
consumo: a moda no vestuário, o consumo de Coca- países de desenvolvimento humano médio e baixo
-Cola ou ir ao McDonald´s são práticas seguidas por apresentam valores nos indicadores muito abaixo
milhões de pessoas em todo o mundo. da média mundial e a grande distância dos países
13. As lojas de grandes marcas mundiais obedecem com desenvolvimento muito elevado (por exemplo,
a um formato idêntico em toda a parte do mundo o PIB per capita representa cerca de 7% do valor
(mobiliário, logotipos, cores, fardas dos emprega- apresentado pelos países mais desenvolvidos). Os
dos, etc.). países de desenvolvimento humano elevado apre-
sentam valores dentro da média mundial.
Programas televisivos globais, como os concursos,
são comprados por canais de televisão em várias 19. As disparidades evidenciadas no quadro 2.9
partes do mundo e apresentam um formato idên- mostram que os bens culturais não estão igual-
tico (a música de fundo, as cores, o tipo de apre- mente repartidos pelo mundo, havendo um con-
sentação, os jurados, etc.). junto significativo de países que têm um acesso
muito limitado a esses bens: nos países de desen-
Assistir a um jogo de futebol em qualquer campo
volvimento humano baixo apenas 22,1% da popu-
do mundo implica comportamentos idênticos: ban-
lação possui alguns anos de educação de nível
deiras e cachecóis dos clubes, cânticos, assobios,
secundário e somente 12,3% são utilizadores de
palmas, etc.).
internet, apresentando um nível de riqueza muito
baixo (PIB per capita de 2 830 dólares). Esta situa-
Página 114
ção, na opinião do autor da frase, mostra que o
14. De acordo com o texto, as marcas podem ser termo «mundialização da cultura é impróprio».
globais mas os produtos que vendem são produ-
zidos de acordo com os gostos e as necessidades
2.3 A globalização e os países em
locais. O exemplo do gelado Magnum mostra que
uma marca global tem os seus produtos adaptados
desenvolvimento – Página 123
aos consumidores locais: mais doce nos países ára- Página 124
bes e menos doce na Europa.
20. Em 2012, a União Europeia, os EUA e a China
15. A resolver pelo aluno. constituíam os três principais polos geográficos em
termos de exportações de mercadorias mundiais,
Página 119 passando o Japão para a quarta posição. Neste
16. Concessão de créditos a descoberto, produtos ano, para além do crescimento assinalável do peso
financeiros expostos a maiores riscos (por exemplo da China no comércio mundial, verificou-se um
fundos de multidivisas) e taxas de juro dos depósi- aumento do peso das exportações de mercado-
tos acima da média. rias de alguns NPI (Coreia do Sul e Singapura) e um
17. A desregulação dos mercados financeiros crescimento significativo do peso das exportações
aumenta a sua instabilidade, de que a crise finan- das economias emergentes (Rússia, Brasil e Índia)
ceira iniciada nos EUA, em 2007, é exemplo. Dada no total das exportações mundiais.
a incapacidade de os devedores pagarem os seus
empréstimos aos bancos, em virtude da subida Página 125
da taxa de juro, as instituições financeiras trans- 21. As taxas de crescimento do PIB per capita evi-
formaram esses créditos de risco em títulos denciam o crescimento das economias e a melhoria

21
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Cenários de resposta

do nível de vida. A evolução registada revela o cres- cresceram 3,4% e as importações 5,5%, enquanto
cimento do PIB per capita nas economias em desen- no mundo cresceram à volta dos 2% e nas econo-
volvimento, embora com algumas diferenças: um mias desenvolvidas cresceram 1,3% e 5,5%, res-
crescimento acentuado e contínuo do PIB per capita petivamente. Relativamente às economias em
nas economias da Ásia Oriental e um crescimento transição, o crescimento registado nas economias
mais moderado nas economias do Sudeste Asiático. em desenvolvimento também foi superior no res-
As economias menos desenvolvidas apresentaram, peitante às exportações e importações.
até ao ano 2000, taxas de crescimento do PIB per As economias em desenvolvimento foram, deste
capita negativas, tendo registado, nos anos pos- modo, as economias mais dinâmicas neste período.
teriores, um crescimento positivo mas abaixo dos
24. A procura no mercado mundial (procura glo-
níveis das outras economias. É de assinalar o fraco
bal) é essencial ao crescimento das trocas e das
crescimento do PIB per capita nas economias desen-
economias, pois a procura realizada por uns países
volvidas e o crescimento irregular das economias em
(importações) permite aos outros países exportar,
transição, cujas taxas de crescimento do PIB per
contribuindo para o crescimento das economias. Em
capita nos anos 90 registaram um abrandamento
períodos de crise, em que é necessário fazer cres-
assinalável. A evolução verificada revela, assim,
cer as economias, um aumento da procura global
uma divergência dos níveis de vida entre as econo-
permitiria aumentar as exportações das economias
mias, sendo de registar o crescimento assinalável e
mais afetadas, condição essencial à sua recupera-
contínuo das economias da Ásia Oriental.
ção (aumento da produção, do emprego e do ren-
22.1 A crise financeira desencadeada em 2007 dimento).
repercutiu-se negativamente no crescimento da
economia mundial (em 2009 o PIB mundial caiu Página 128
2,1%), verificando-se nos anos seguintes uma recu- 25. As diferentes regiões e países em desenvolvi-
peração do crescimento (o PIB cresceu entre 2,3% mento registaram processos de desenvolvimento
e 2,7%), mas com valores inferiores ao ano ante- diversos, em função das políticas económicas segui-
rior à crise. As economias em transição e as econo- das e dos constrangimentos verificados, no contexto
mias desenvolvidas foram as que registaram maior da globalização:
queda do PIB em 2009 (–6,6% e –3,7%, respetiva- – nos países da Ásia Oriental, as políticas económi-
mente), tendo as economias em desenvolvimento cas assentes nas exportações e na intervenção do
registado uma maior resistência à crise, embora Estado conduziram ao aumento do rendimento e à
com um abrandamento significativo no seu cres- diminuição da pobreza;
cimento (de 7,7% em 2006 para 2,6%, em 2009).
– nos países da América Latina (confrontados com
22.2 As economias em desenvolvimento, à exceção da um elevado endividamento externo), as políticas
América Latina e Caraíbas, resistiram melhor à crise, seguidas, determinadas pelo Fundo Monetário Inter-
tendo registado um crescimento económico posi- nacional e pelo Banco Mundial (em contrapartida
tivo (2,6% em 2009), embora mais moderado com- dos empréstimos e do apoio técnico concedidos),
parativamente ao ano de 2006 (anterior à crise). As assentaram na redução da intervenção do Estado,
economias da Ásia e, em particular a China, foram as na liberalização das trocas e no incentivo aos investi-
economias em desenvolvimento que melhor resisti- mentos estrangeiros. Estas políticas permitiram esti-
ram à crise (em 2009 o PIB da China cresceu 9,2%). mular as economias, mas o crescimento alcançado
não atingiu todos os setores da economia e estratos
Página 127 populacionais, e a dependência do exterior aumen-
23. Em 2010, as taxas de crescimento das exporta- tou pela via dos juros da dívida externa;
ções e importações das economias em desenvolvi- – nos países de África, os empréstimos externos con-
mento alcançaram valores superiores às taxas nas cedidos ao desenvolvimento traduziram-se em políti-
restantes economias: 16% (nas exportações) e 18,5% cas económicas de abertura ao exterior em termos de
(nas importações), contra um crescimento de cerca comércio e de investimento, cujos resultados não se
de 14% na economia mundial e de 12,9% (exporta- traduziram no crescimento esperado, mantendo-se e
ções) e 10,8% (importações) nas economias desen- até agravando o problema da dívida externa;
volvidas. Neste ano, o crescimento das economias – na Índia, o desenvolvimento das novas tecnologias,
em desenvolvimento foi, também, superior ao cres- a aposta na educação e formação, a par dos baixos
cimento registado nas economias em transição, em salários, aumentaram a competitividade da econo-
termos de exportações e importações. mia, particularmente no setor informático. Os resul-
Em 2013, os efeitos da crise económica internacio- tados destas políticas têm-se traduzido na redução
nal (afetando negativamente toda a economia mun- da pobreza e na emergência de uma classe média,
dial) tiveram, no entanto, um menor impacto nas apesar das desigualdades que se registam entre as
economias em desenvolvimento: as exportações regiões e entre os estratos sociais.

23
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Cenários de resposta

Página 129 realização das atividades económicas, entre outros


exemplos.
26.1 O quadro revela um aumento da desigualdade
no mundo: 65 países, ou seja, 50% do total, regista- 2.1 As novas tecnologias de informação e comu-
ram um aumento da desigualdade contra 51 países nicação ao permitirem reduzir as distâncias geo-
(39,2% do total) em que se verificou uma diminui- gráficas, pondo em contacto povos com culturas
ção da desigualdade; em termos de população, o diversas, contribuem para a aquisição de hábitos
aumento da desigualdade, verificado nos 65 países, e modos de vida de uma cultura (normalmente da
atingiu 70,6% do total da população, enquanto a cultura dominante) por outra. O modelo de vida
diminuição da desigualdade apenas atingiu 25,3% da cultura dominante é, deste modo, adotado por
do total da população. milhões de pessoas em todo o mundo.
26.2 A única região do mundo onde se registou 2.2 A dimensão cultural da globalização significa
uma diminuição da desigualdade foi a América que, fruto das novas tecnologias de informação e
Latina e Caraíbas (14 países registaram uma dimi- comunicação, as distâncias geográficas entre os
nuição contra 4 países que viram aumentar a desi- países se reduzem, verificando-se a difusão e a
gualdade). Todas as outras regiões registaram um partilha de valores, comportamentos e símbolos
aumento da desigualdade, em particular, a Europa, culturais pelo mundo. A aproximação de povos e
a América do Norte, a Oceânia e o Japão, tendo culturas conduz à aquisição de elementos mate-
30 países aumentado a desigualdade contra 8 que riais e espirituais de uma cultura por outra.
viram diminuir a desigualdade. 3.1 Os valores apresentados no gráfico revelam a
concentração do comércio mundial (exportações
2.4 A regionalização económica mundial – e importações) em três polos, no ano de 2011: UE,
Página 130 China e EUA. O valor das trocas comerciais reali-
zadas por estes três polos ultrapassam o valor
Página 132 conjunto das trocas realizadas pelos restantes prin-
27.1 Os valores revelam diferenças assinaláveis na cipais intervenientes no comércio mundial.
inserção das organizações de integração no comér- 3.2 Considerando que nos principais intervenientes
cio mundial: enquanto as exportações de mercado- no comércio mundial se incluem a China, a Coreia
rias do NAFTA, da UE e da ASEAN representavam, do Sul, o México, a Índia e o Brasil, pode concluir-se
em 2012, respetivamente, 13%, 12% e 7% do que a globalização tem contribuído para uma maior
comércio mundial, as exportações do Mercosul e inserção das economias em desenvolvimento na
da SADC apenas representaram 2% e 1% do comér- economia mundial.
cio mundial, respetivamente.
4.1 Integração económica significa a reunião de
27.2 Entre os países líderes nas exportações de vários mercados/economias num só de maior
mercadorias também se registam algumas diferen- dimensão onde os bens circulam livremente.
ças: a China foi o país com maior peso (as expor-
4.2 A integração favorece o crescimento das eco-
tações representam 11,4% do comércio mundial),
nomias integradas, pois a eliminação das barreiras
seguido dos EUA e da Alemanha (8,6% e 7,8% do
alfandegárias entre os países membros e o aumento
comércio mundial, respetivamente), do Japão
da dimensão do mercado intensifica as trocas, esti-
(4,5% do comércio mundial) e dos Países Baixos
mula a produção e contribui para o aumento do
(em que as exportações representaram 3,7% do
rendimento e dos níveis de consumo.
comércio mundial).
4.3 A integração económica, ao contribuir para a
intensificação das trocas e para a obtenção de eco-
Páginas 136-137 – Avaliação nomias de escala, contribui para o aumento da
competitividade das economias integradas e para a
Grupo I sua maior inserção na economia mundial e partici-
1. A 2. D 3. C 4. B 5. B pação no comércio mundial.

Grupo II
1. Com a globalização verifica-se uma intensificação Páginas 138-139 – Economia Aplicada
das relações económicas entre os países (trocas
1.1 Imobiliário, energia e setor financeiro.
comerciais de bens, serviços e capitais, circulação
de pessoas no mundo, nomeadamente movimentos 1.2 O investimento chinês na Europa tem como prin-
migratórios, etc.) geradora de interdependências cipais países destinatários o Reino Unido, a França, a
entre as economias, uma vez que todas dependem Itália e Portugal, que ocupa a 4.ª posição. Entre 2005-
umas das outras. Umas dependem do fornecimento 2014, a China investiu no país 5,38 mil milhões de
de bens, outras das receitas dos bens que expor- euros, sendo a energia, o setor financeiro e a saúde,
tam, outras da mão de obra imigrante necessária à as áreas que mais atraíram o investimento chinês.

25
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Cenários de resposta

1.3 A circulação de capitais entre países, nomeada- as autoridades para a questão da segurança no tra-
mente os investimentos estrangeiros, constitui um balho. A pressão exercida levou à assinatura de um
dos domínios da globalização. Os capitais movi- Acordo sobre segurança dos edifícios sob a égide
mentam-se pelo mundo, localizando-se nos países da Organização Internacional do Trabalho, que
e setores que proporcionem níveis de rendibilidade responsabiliza as empresas multinacionais pelos
atrativos. O investimento chinês na Europa, para acidentes que ocorram nas instalações dos seus
além da procura de rendibilidade, constitui uma fornecedores no estrangeiro.
forma de expansão e de inserção da economia chi- 3.1 Até à crise financeira e económica (2007) os
nesa na economia mundial. principais destinos da emigração portuguesa eram
1.4 A realizar pelo aluno. a Espanha, a Suíça e o Reino Unido. Com o desen-
cadear da crise, a Espanha deixou de atrair os emi-
2.1 A importância da indústria do vestuário para a
grantes portugueses, verificando-se um aumento
economia do Bangladesh pode ser avaliada pelo
da emigração para o Reino Unido, Suíça e Alema-
número crescente de fábricas instaladas no país,
nha, países com economias mais fortes e nos quais
entre 1985 e 2012, e pelo número de empregos que
os efeitos da crise se fizeram sentir com menos
elas representam (4 milhões em 2012). Os valo-
intensidade.
res fornecidos mostram o peso que esta atividade
industrial tem na economia do país. 3.2 A crise originou uma quebra da atividade eco-
nómica, a diminuição do emprego e o aumento do
2.2 Uma parte importante das grandes empresas
desemprego, o que levou ao aumento da emigração
mundiais, nomeadamente as multinacionais, loca-
portuguesa (entre 2007 e 2012 saíram do país, em
lizam filiais e subcontratam empresas em diversos
média, 80 mil portugueses por ano). A procura de
países, de forma a conseguirem custos de pro-
trabalho, de emprego e de melhores condições de
dução mais baixos. O Bangladesh é um dos paí-
vida são as razões principais do surto migratório.
ses asiáticos que atrai o investimento de grandes
empresas de vestuário, nomeadamente europeias, 3.3 O Reino Unido constitui o principal destino da
devido aos baixos salários praticados. atual emigração portuguesa: em 2013, entraram
cerca de 30 000 portugueses neste país, sendo
2.3 O acidente ocorrido em abril de 2013, numa
uma parte destes, de acordo com a informação do
fábrica no Bangladesh, em que milhares de traba-
Observatório da Emigração, portugueses qualifica-
lhadores morreram ou ficaram feridos, foi objeto de
dos.
divulgação pelos meios de comunicação social em
todo o mundo, levando os consumidores ocidentais
a pressionar as grandes empresas multinacionais e

UNIDADE 3 – O Desenvolvimento e a Utilização de Recursos – Página 140


3.1 O processo tecnológico e o crescimento originando melhor alimentação e mais resistência
demográfico – Página 142 física. Os novos bens cultivados, como o milho, o
nabo e a batata, e o aumento de bens proporcio-
Página 142 nados por animais selecionados permitiram afas-
1.1 e 1.2 A realizar pelo aluno. tar o espetro da fome e deram mais bem-estar às
populações contribuindo, assim, para o aumento
Página 143 populacional.
2.1 As principais alterações que se verificaram na 2.3 As novas tecnologias introduzidas na agricul-
atividade agrícola foram as seguintes: a supres- tura nos séculos XVIII e XIX, e referidas no texto,
são progressiva da rotação bienal ou trienal e a permitiram progressos consideráveis que estiveram
sua substituição pela rotação das quatro culturas; na base de revoluções económicas e sociais notá-
a introdução do cultivo de novas espécies; o aper- veis. A inovação tecnológica foi, assim, o motor das
feiçoamento das alfaias agrícolas já existentes e a transformações e do progresso daquela época.
introdução de outras; a seleção de sementes e de
animais reprodutores e a utilização do cavalo como Página 145
animal de tração.
3. Os fatores que permitiram o saldo fisiológico
2.2 O aumento da área cultivada e as novas téc- crescente ocorrido na sequência da Revolução
nicas de cultivo e exploração da terra permiti- Industrial foram as inovações nas tecnologias de
ram o aumento da produção e da produtividade produção e o desenvolvimento da medicina.

27
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Cenários de resposta

4. A evolução da população portuguesa, desde o início Página 154


do século passado, apresenta uma tendência decres- 14.1 As habilitações dos trabalhadores estrangeiros
cente, tanto da taxa de natalidade, como de mortali- são, nuns casos, superiores às dos trabalhadores por-
dade, com um pico de mortalidade nos anos 1918-19 tugueses, como os imigrantes provenientes da UE e da
devido à gripe pneumónica, e convergindo em 1990. Ucrânia, por exemplo; noutros casos, inferiores, como
os provenientes dos países africanos e lusófonos.
Página 147
No entanto, em termos médios, a percentagem de tra-
5. A realizar pelo aluno. balhadores portugueses possuidores de habilitações
mínimas é superior à dos trabalhadores estrangeiros,
Página 148 e situa-se na média dos trabalhadores estrangeiros
6. Com a revolução demográfica que antecedeu a portadores de habilitações médias e superiores.
Revolução Industrial, Malthus previu que, enquanto 14.2 Pode-se, então, concluir que existe uma diver-
os alimentos cresceriam segundo uma progressão sidade grande em termos de habilitações académi-
aritmética (1,2,3...), a população cresceria segundo cas correspondendo, em consequência, a tipos de
uma progressão geométrica (2,4,8...), o que levaria trabalho naturalmente diversificados.
ao esgotamento dos recursos e à fome e morte da
14.3 Em termos gerais, Portugal, de país emigrante,
população.
tornou-se num país de atração de imigração. No
Naturalmente, a catástrofe não se verificou devido entanto, a crise de 2007, ao ter contribuído para
aos progressos na agricultura e na economia, que foi o aumento do desemprego, afastou a imigração e
capaz de produzir os bens necessários às populações. aumentou de novo a emigração portuguesa.

Página 149 Página 155


7. A realizar pelo aluno. 15. A realizar pelo aluno.

Página 150 Página 156


8. Nos países mais desenvolvidos, as políticas de 16. A realizar pelo aluno.
planeamento familiar estão completamente natu-
ralizadas, a entrada no mercado de trabalho faz-se Página 158
cada vez mais tarde, em virtude de um processo
educativo progressivamente mais longo, a saída dos 17. Os entraves colocados à imigração são falsos. Os
jovens de casa dos pais é, também, cada vez mais trabalhadores estrangeiros não tiram o trabalho aos
tardia (como o são o casamento e o nascimento do trabalhadores nacionais porque vão desempenhar
primeiro e, por vezes, único filho). Estes fatores alia- as tarefas que os nacionais rejeitam; não fazem bai-
dos aos progressos na medicina originaram taxas de xar os salários desde que a sua situação se encon-
natalidade e de mortalidade bastante baixas. tre legalizada, o que compete à entidade patronal
controlar; descontam para a Segurança Social, o que
9. A realizar pelo aluno. permite aumentar as receitas da mesma, desde que,
10. A realizar pelo aluno. mais uma vez, a entidade patronal seja cumpridora.

Página 152 Página 159


11. Uma das causas mais justificativas da emigra- 18. As principais vantagens da emigração para o
ção é de natureza económica (desemprego, bai- país de origem são as económicas, que as remessas
xos salários...), mas também se pode emigrar por permitem, fazendo aumentar o consumo, o investi-
razões políticas (como sucedeu em Portugal na mento e a produção, ou aumentando a poupança
década de 1960) ou por razões ambientais (uma que, por sua vez, poderá reforçar as possibilidades
catástrofe natural, uma seca prolongada, um tsu- de crédito dos bancos para investimento.
nami...). Poderá, contudo, haver outras vantagens, como
12. O crescimento da economia portuguesa, a paz a diminuição da pressão social devido ao desem-
social, a segurança e a existência de procura de prego ou a problemas políticos ou, noutra perspe-
mão de obra, sobretudo na década de 1990 até tiva, a alteração dos padrões de comportamento
ao início da crise de 2007, fez de Portugal um país por contacto com outras realidades culturais.
atrativo para a população de países com mais difi- 19. Os principais efeitos negativos da emigração
culdades. para os países de origem são de ordem demográ-
fica, como o envelhecimento da população, ou de
Página 153 ordem económica e cultural, quando se perdem
13. A realizar pelo aluno. recursos qualificados.

29
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Cenários de resposta

Página 160 populações faz com que sejam «olhadas» com des-
confiança, sendo-lhes atribuídos trabalhos menos
20.1 Comparando as pirâmides etárias relativas
prestigiantes.
à população portuguesa entre 2008 e 2013, veri-
fica-se a acentuação do fenómeno demográfico do O que o autor refere é a necessidade de integra-
envelhecimento. As principais razões para o enve- ção digna desses trabalhadores, o que evitaria dis-
lhecimento da população portuguesa são as baixas criminação e violência, propondo, então, políticas
taxas de natalidade. que visem uma integração pluralista (oposta quer
à assimilação, quer aos guetos multiculturais):
20.2 Comparando a percentagem que os diferentes políticas ativas de emprego articuladas com ação
grupos etários representam no conjunto da popu-
afirmativa; educação intercultural; promoção da
lação, verifica-se que a população imigrante é mais
diversidade identitária e cultural no espaço público
jovem, o que permite fazer frente a um envelheci-
(e não apenas no espaço privado), como veículo de
mento maior da população portuguesa. De facto,
intermediação com o sistema político nacional e
apenas 5% da população estrangeira tem mais de
local e política de nacionalidade.
65 anos e esse escalão etário representa 19,6% da
população portuguesa; a população estrangeira
Página 165
entre os 10 e 19 anos é de 12,9% e a portuguesa
de 10,6%; o mesmo se verifica nos escalões dos 24. O envelhecimento da população tem um efeito
20 aos 34 anos e 35 aos 49 anos com valores de negativo sobre a Segurança Social pelo facto de
32,7% contra 18,5% e 30,4% contra 22,1%, respe- haver menos trabalhadores ativos contribuintes e
tivamente. mais reformados.
25. Aumento da idade da reforma, mais condições
Página 162 para a reforma e aumento dos descontos dos ati-
21.1 Entre 2000 e 2011, a emigração portuguesa vos.
residente na OCDE aumentou 18%, representando
a emigração altamente qualificada 82%. Estes Página 166
valores acentuaram-se a partir de 2006 com a crise 26. Ao contribuíram com os seus descontos para a
económica do período correspondente. Segurança Social, contribuem para a sua sustenta-
21.2 Os emigrantes portugueses residentes nos paí- bilidade.
ses da OCDE, no período referido, caracterizam-se 27. O imigrante clandestino é altamente vulnerá-
por serem altamente qualificados, passando de vel à eventual exploração que possa ser feita por
6,4% do total em 2000, para 8,6% em 2005-2006 patrões menos responsáveis (salários mais bai-
e para 9,9% em 2010-2011, a que correspondem xos, piores condições de trabalho, contribuições
taxas de emigração residente altamente qualifi- para a Segurança Social que não são feitas, etc).
cada de 8%, 11,6% e 12,9%, respetivamente. As Esta situação impede, por consequência, de bene-
estatísticas apresentadas revelam, assim, a «fuga ficiar de subsídios de doença e invalidez, não terá
de cérebros» nacionais para outros países onde reforma, etc.
podem ter outras condições de trabalho e de vida,
mais ajustadas às suas expectativas. 3.2 O desenvolvimento e os recursos naturais
– Página 168
Página 163
22. Os principais efeitos negativos da imigração Página 168
para os países recebedores dizem respeito à inte- 28. A realizar pelo aluno.
gração social.
Página 169
Página 164 29. As frases destacadas afirmam explicitamente
23. O sociólogo Boaventura Sousa Santos estrutura que o desejado e necessário crescimento económico
o seu texto em dois fatores que podem explicar os não se faz sem efeitos «colaterais» ou externalidades
problemas de integração dos imigrantes nas socie- negativas – o crescimento económico faz-se sem-
dades ocidentais desenvolvidas – o modo de pro- pre contra o meio natural. No entanto, essa tensão
dução capitalista e as desigualdades sociais que sobre os recursos naturais (resultante da obtenção
lhe estão associadas. de matérias-primas e subsidiárias para a produção e
O sociólogo refere o facto de essas sociedades, por o próprio ato de produzir) pode ser minimizada, pro-
um lado, terem dificuldades em sustentar o Estado curando que o crescimento seja sustentável.
social, o que implica menos atenção às condi-
ções de vida das populações imigrantes; por outro Página 172
lado, a situação de discriminação social dessas 30. A realizar pelo aluno.

31
jstfhfdhfhfdshgdfhfdhf
Cenários de resposta

Página 173 diretamente relacionados com o ar e a água. Ora, o


que se exige de uma política de desenvolvimento
31. A realizar pelo aluno.
sustentável é precisamente um desenvolvimento
que minimize a poluição resultante do crescimento
Página 176
económico.
32. A realizar pelo aluno.
Página 184
Página 177
38. Bem público é um bem fornecido pelo Estado
33.1 De facto, são países como o Brasil, mas tam- que se destina a toda a coletividade, não sendo
bém a China e a Índia, que mais têm a defender possível impedir o benefício resultante do uso
os seus ecossistemas. O Brasil, dono da maior flo- desse bem por parte de algum cidadão, nem um
resta tropical do mundo, não assinou o acordo para cidadão se poderá afastar do benefício desse bem.
o combate ao desmatamento. A GreenPeace tam- O uso da luz de um farol é para todos os navegan-
bém não assinou o documento, mas por o conside- tes, por exemplo.
rar excessivamente vago.
39. A produção desse tipo de bens não interessa à
O Brasil defendeu-se afirmando que o problema é iniciativa privada, pois não se pode cobrar indivi-
o desflorestamento ilegal e esse é combatido. No dualmente o uso desse bem, dadas as suas carac-
entanto, países que condenaram a posição do Bra- terísticas – estar disponível para todos.
sil compram-lhe madeira conseguida ilegalmente,
como os EUA. Página 186
33.2 Este tipo de acordos com países defendendo 40. A realizar pelo aluno.
interesses próprios e não globais impede a tomada
de políticas globais para um problema que é global Página 188
e não apenas nacional. O texto lembra que muitos
41. A realizar pelo aluno.
pequenos agricultores estão sujeitos a catástrofes
naturais decorrentes de alterações climáticas com 42. A realizar pelo aluno.
graves prejuízos pessoais.
33.3 A conjugação das questões ecológicas com as
de desenvolvimento levanta problemas, pois mui- Páginas 192-193 – Avaliação
tos países em desenvolvimento, e mesmo os desen-
volvidos, optam por posições individualistas em Grupo I
defesa do seu interesse económico, sem olhar para 1. B 2. D 3. C 4. A 5. B
as gerações futuras que poderão não vir sequer a
beneficiar dos esforços de crescimento económico Grupo II
desenvolvidos pelos seus antecessores. 1.1 Os principais problemas pessoais e familiares
que o fenómeno migratório comporta, e referidos,
Página 178 no texto, são a falta de proteção social, nomeada-
34. A realizar pelo aluno. mente laboral e sindical, o que inclui a ausência de
proteção no desemprego com graves consequên-
Página 179 cias pessoais e familiares; a discriminação étnica e
35. A realizar pelo aluno. religiosa com a consequente exclusão social e des-
truturação dos pilares familiares de que as crian-
36. Poluição difusa é um tipo de poluição não resul-
ças são também vítimas. Naturalmente, não se
tante de uma fonte ou causa direta, próxima ou
excluem as condições de deslocação de muitos
pontual (não sendo por isso poluição sistemática,
imigrantes com elevado perigo de vida, o que, só
acidental ou fixa), mas proveniente de fontes que
por si, é já um grande problema.
exercem a sua ação de forma continuada, como
a poluição dos lençóis de água subterrâneos por 1.2 A saída de emigrantes pode ter consequências
ação da infiltração prolongada de poluentes usa- positivas para os países de origem visto estes dei-
dos na atividade agrícola. xarem de constituir uma fonte de instabilidade por
se encontrarem desempregados ou por serem dis-
Página 180 sidentes políticos, por exemplo, e pelo envio de
remessas para o país de origem, que é uma fonte
37. Toda a política de desenvolvimento sustentá-
de receita de que os familiares que ficaram no país
vel assenta no combate ao esgotamento dos recur-
necessitam.
sos naturais. Nesse sentido, o combate às causas
que provocam a emissão de gases com efeito de 1.3 A «fuga de cérebros» representa uma conse-
estufa é uma das prioridades. O crescimento eco- quência positiva para os países recebedores dado
nómico implica desgaste de recursos, entre eles, os que, em primeiro lugar, esses países não tiveram

33
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Cenários de resposta

necessidade de investir na formação desse valioso 1.4 A realizar pelo aluno.


capital humano; em segundo lugar, e naturalmente,
2. Os gráficos apresentam importante informação
pelas enormes potencialidades de criação de
sobre as questões de sustentabilidade do planeta.
riqueza que representa uma população instruída e
Neles pode observar-se:
capacitada para atividades mais exigentes em ter-
mos de conhecimento. – a evolução da população mundial, desde 1961 a
2010 (de 3 para 7 biliões/7 mil milhões);
2.1 Pegada ecológica é um conceito que representa
– o aumento da pegada ecológica per capita em
a área (terra e água) que uma população necessita
todos os continentes e regiões, à exceção dos paí-
para produzir e repor os recursos que consome e
ses europeus não pertencentes à UE;
absorver os resíduos gerados, de acordo com a tec-
– a diminuição da biocapacidade entre 1961 e
nologia disponível no momento e o seu estilo de vida.
2010;
2.2 A biocapacidade representa a quantidade de – o nível da biocapacidade ultrapassado pela
área da Terra que é biologicamente produtiva (cul- pegada ecológica per capita em quase todos os
tivo, pastagens, floresta e pesca) que uma popula- continentes à exceção do continente africano e da
ção dispõe para satisfação das suas necessidades. Ásia (sem ser a Ásia central) e Pacífico;
2.3 Os conceitos de biocapacidade e pegada eco- – os continentes e países (desenvolvidos) que mais
lógica são dois conceitos que se relacionam estrei- ultrapassaram os níveis da biocapacidade.
tamente. O que o gráfico ilustra é o excesso, em Em termos de conclusão, o gráfico ilustra uma
termos médios, da pegada ecológica relativamente situação de desequilíbrio entre a biodiversidade e a
à biocapacidade mundial. No entanto, o gráfico pegada ecológica e a insustentabilidade do modelo
apresenta, igualmente, os desequilíbrios entre a de crescimento económico vigente.
pegada e a biocapacidade em diferentes conjun-
3.1 Entre 1990 e 2010, as emissões totais de CO2
tos de países. Assim, os países de desenvolvimento
aumentaram 44%, sendo os países emergentes os
humano muito elevado ultrapassam largamente a
maiores responsáveis.
biocapacidade de que dispõem; o mesmo sucede,
mas a uma escala muito inferior, nos outros grupos 3.2 O país que mais aumentou as suas emissões de
de países de desenvolvimento humano elevado e CO2 entre 1990 e 2010 foi a China, com um aumento
médio. Já nos países de desenvolvimento humano de 5014,4 milhões de toneladas; seguido do con-
baixo a situação inverte-se, pois a sua biocapaci- tinente asiático, com 2051,8 milhões de tonela-
dade é inferior à pegada ecológica. O que se pode, das e do continente americano, com um aumento
então, concluir, é que o desenvolvimento humano, de 1281,8 milhões de toneladas. O resto do mundo
que inclui uma forte vertente económica, tem sido apresentou um aumento de 1952,3 milhões de
construído à custa da degradação do ambiente. toneladas.
Torna-se, portanto, urgente rever modelos e com- 3.3 Por contraste, a Europa apresentou uma redu-
portamentos que já são insustentáveis. ção das emissões de CO2 , tanto a UE (354,5 milhões
de toneladas) como os restantes países europeus
(1088,9 milhões de toneladas).
Páginas 194-195 – Economia Aplicada 3.4 É indiscutível que a biocapacidade foi ultra-
1.1 Biocapacidade e pegada ecológica são dois passada pela pegada ecológica há cerca de 45
conceitos estreitamente relacionados dado que o anos. Este desequilíbrio torna imprescindível a
primeiro representa a quantidade de área terres- revisão dos modelos de crescimento económico
tre que é biologicamente produtiva (inclui áreas seguidos com base na industrialização descontro-
de cultivo, pastagens, floresta e pesca) que uma lada e no consumo de massas, sem respeito pelos
população dispõe para satisfação das suas neces- direitos ambientais e sociais. Sendo certo que os
sidades, enquanto a pegada ecológica representa países emergentes, de que a China é o melhor
o «consumo» dessa área para a satisfação das exemplo, se encontram em processos de cresci-
necessidades das populações, de acordo com a mento elevados mas pouco sustentáveis ecologi-
tecnologia disponível e o seu estilo de vida. camente, é urgente a concertação nesta matéria
para que o futuro de um planeta sustentável seja
1.2 A partir da década de 1970, isto é, há cerca de possível para todos.
45 anos que a pegada ecológica da humanidade
4. O cartoon ilustra bem a situação em que o pla-
ultrapassou a biocapacidade mundial.
neta Terra se encontra. Enquanto todos discutem
1.3 A situação indicada em 2010 representa um no sentido de encontrar uma solução, os desequilí-
excesso da pegada ecológica relativamente à bio- brios vão-se acentuando e a catástrofe é iminente.
capacidade. Nesse ano, a população mundial Pode ser tarde demais para salvar o planeta!
necessitou de 1,5 planetas Terra, o que é uma situa-
ção insustentável.

35
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Cenários de resposta

UNIDADE 4 – O Desenvolvimento e os Direitos Humanos – Página 196


4.1 Direitos Humanos – noção, características (14 e 15 horas diárias), condições de trabalho muito
gerais e evolução – Página 198 insalubres, responsáveis pela miséria e pela baixa
esperança de vida.
Página 198 7. Os Direitos Humanos de 2.ª Geração são consti-
1. Durante o colonialismo, a Europa vendia produtos tuídos pelos direitos económicos e sociais. Surgem
com elevado valor acrescentado (produtos indus- das lutas dos movimentos sociais, nomeadamente
triais) e as colónias especializaram-se na venda dos sindicatos, contra as terríveis condições de tra-
de produtos com baixo valor acrescentado (maté- balho e de vida das classes trabalhadoras.
rias-primas e produtos brutos agrícolas) e escra-
vos, ficando dependentes das metrópoles, não só Página 202
relativamente ao fornecimento de equipamentos e 8. A Declaração Universal dos Direitos Humanos
de produtos manufaturados, como também à fixa- (DUDH), proclamada pela Assembleia Geral da ONU,
ção dos preços dos bens. Este modelo imposto ao a 10 de dezembro de 1948, surgiu após as «expe-
sul originou economias desarticuladas, dependên- riências tenebrosas do Holocausto e da Segunda
cia comercial (monoprodução, monoexportação e Guerra Mundial» e a terrível situação de pobreza a
desvalorização dos termos de troca) e dependên- que grande parte da população mundial se encon-
cia financeira. Deste modo, grande parte dos países trava sujeita.
(atualmente independentes) que foram colonizados,
como é o caso da Bolívia, embora ricos em recursos 9. No texto são referidas duas das características
naturais são simultaneamente pobres, constituindo dos Direitos Humanos: a universalidade (aplica-se a
a Bolívia um dos mais pobres, tal como refere o texto. todos os seres humanos sem exceções) e a indivisi-
bilidade (todos os Direitos Humanos são igualmente
Página 199 importantes e não podem ser separados uns dos
outros. Não se deve garantir um Direito Humano em
2. Produtividade é um indicador que refere a produ- detrimento de outros; não é possível considerar uns
ção média por fator de produção empregado. direitos mais importantes do que outros).
3. Os escravos não estavam motivados para criar 10. As disposições da Declaração Universal dos
riqueza, pois a sua condição não se alterava em fun- Direitos Humanos não têm força jurídica porque
ção daquilo que produziam. Os assalariados eram não constituem um tratado. São conjuntos de prin-
mais eficientes porque trabalhavam em troca de cípios pelos quais se devem orientar os estados,
um salário e eram estimulados a trabalhar de uma procurando estabelecer nas leis internas o cumpri-
forma mais racional, correspondendo aos interesses mento desses princípios.
do capitalismo industrial. Deste modo, a abolição da
escravatura e a substituição do antigo escravo pelo
Página 203
trabalhador assalariado originou um aumento da
produtividade (produção média por trabalhador). 11. Os desafios que se colocam a Portugal ao ter
sido eleito para membro do Conselho de Direitos
Página 200 Humanos das Nações Unidas para o período 2015-
-2017 são a proteção da universalidade, inaliena-
4. Os princípios implícitos nos artigos referidos da bilidade, indivisibilidade e interdependências dos
Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã Direitos Humanos, com uma preocupação maior
poderão ser, entre outros, o da igualdade, da liber- em relação às pessoas mais vulneráveis.
dade, da propriedade, da segurança e da resistên-
cia à opressão para homens e mulheres. O artigo 10.o 12. A realizar pelo aluno.
vem reforçar os direitos de cidadania, defendendo 13. A característica implícita no artigo 13.o da Cons-
o direito de as mulheres participarem, tal como os tituição da República Portuguesa é a da universa-
homens, no poder político, através do voto e da elei- lidade, ou seja, a igualdade perante a lei é para
ção: «a mulher tem o direito de subir ao cadafalso; todos os cidadãos, pois estes têm a mesma digni-
deve também ter o direito de subir à tribuna». dade social face à lei.
5. A realizar pelos alunos. 14. Os alunos deverão identificar direitos civis e polí-
ticos (1.ª Geração), direitos económicos e sociais (2.ª
Página 201 Geração) e direitos coletivos (3.ª Geração).
6. As condições de vida das classes trabalhadoras
decorrem da situação de grande exploração a que Página 204
estas se encontravam sujeitas, no século xix: salá- 15. Quatro exemplos de violações do direito à paz,
rios reduzidos, horários de trabalho muito longos na atualidade (em 2015), para além da guerra do

37
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Cenários de resposta

Iraque poderão ser: a guerra na Síria; o conflito independentes no século xx, com as quais a União
entre Israel e a Palestina; os ataques do grupo Boko Europeia tem relações privilegiadas.
Haram aos Camarões, à Nigéria e ao Chade; e o 23. Como vimos, em 2013, em média, a ajuda dos
conflito na Ucrânia. países da OCDE não ultrapassava 0,30% do PIB,
16. A realizar pelo alunos. encontrando-se muito aquém da meta estabele-
cida pela ONU, em 1970, que era 0,7% do PIB. No
Página 205 entanto, houve países que a cumpriram e até a ultra-
17. O campo dos Direitos Humanos tornou-se «alta- passaram: Reino Unido, Dinamarca, Luxemburgo,
mente controverso» porque as organizações não Suécia e Noruega.
governamentais e os movimentos sociais do Sul
(países em desenvolvimento) passaram a pôr em Página 210
causa a conceção de Direitos Humanos imposta 24. As taxas de inscrição no ensino primário na
pelos países do Norte (países desenvolvidos, África Subsariana tiveram uma evolução positiva
grande parte deles antigas metrópoles coloniza- entre 2004 e 2011, passando de 68% no início do
doras). Evidenciam que «as mais massivas viola- período considerado para 77% no final. Quer dizer
ções dos Direitos Humanos», como, por exemplo, que, em 2011, por cada 100 crianças com idade de
milhões de seres humanos com fome e malnutri- frequentar este grau de ensino, 77 encontravam-se
dos, ecossistemas desfeitos ou degradação ecoló- inscritas. A taxa de conclusão do ensino primário
gica dos recursos dos povos desta região, são da é que retrocedeu, uma vez que em 2004, 61% das
responsabilidade do Norte devido ao modelo eco- crianças concluiu este grau de ensino e, em 2011
nómico imposto. (com oscilações no período considerado), a taxa de
conclusão foi apenas de 58% — um pouco mais de
18. A necessidade de reconceptualização dos Direi-
metade e menos 3 pontos percentuais do que em
tos Humanos enquanto direitos intermulticulturais
2004.
reside no facto de todas as culturas serem incomple-
tas e de necessitarem de dialogar para construírem 25. A ajuda não foi muito eficaz uma vez que a taxa
uma nova conceção de Direitos Humanos. de conclusão do ensino primário regrediu em vez
de aumentar. Podemos concluir que existem obs-
táculos à eficácia da ajuda, quer internos (da res-
4.2 Economia e justiça social – o direito ao
ponsabilidade do país de destino da ajuda), quer
desenvolvimento – Página 207
externos (da responsabilidade do país doador).
Página 209
Página 212
19. A reestruturação da dívida consiste em pro-
longar as datas de pagamento no tempo, asso- 26. Em 2014, os EUA detinham o maior PIB por habi-
ciando esse pagamento ao crescimento do PIB e tante, seguido pela União Europeia, com respetiva-
das exportações e criar um mercado de títulos da mente 55 000 dólares e 33 100 dólares correntes.
dívida soberana (assumidas pelo Estado) indexada A América Latina é a região em desenvolvimento
ao crescimento do PIB, por exemplo. que apresenta maior PIB por habitante, mas muito
aquém das regiões desenvolvidas anteriormente
20. As novas regras para as dívidas soberanas esta- mencionadas, seguida pela China, Índia e África
belecem que desde que 75% dos credores de um Subsariana. Esta região é que apresenta o valor
Estado aceitem a reestruturação da dívida, os outros mais baixo: 2700 dólares PPC e 1500 dólares cor-
25% ficam obrigados a aceitar essa reestruturação. rentes.
21. A evolução da ajuda dos países da OCDE, entre 27. As diferenças entre dólares correntes e dólares
1960 e 2013, foi sempre inferior a 0,51% do PIB, com PPC têm a ver com o facto de o corretor dólares PPC
exceção dos primeiros anos da década de 1960, permitir eliminar os efeitos dos preços nos diferen-
período a partir do qual a ajuda veio a reduzir-se tes países e regiões do mundo e comparar os indi-
até ao início da década de 1970. A partir daí, subiu cadores ou variáveis em termos reais, neste caso o
com muitas oscilações, descendo de novo a partir PIB por habitante.
de 1990. A partir de 2000, volta a subir, embora com
novas oscilações. Em 2013, em média, a ajuda dos Página 213
países da OCDE não ultrapassava 0,30% do PIB.
28. Entre 1990 e 2012, a taxa de mortalidade infantil
22. África Subsariana, África do Norte e Médio de menores de 5 anos passou de 172‰ para 95‰,
Oriente foram as regiões que receberam maio- o que quer dizer que em 1990 morriam 172 crian-
res ajudas porque, entre outros fatores, têm níveis ças menores de 5 anos por cada 1000 nascimentos,
de desenvolvimento menores (África Subsariana), enquanto em 2012 passaram a morrer 95 crian-
são regiões em conflito (Médio Oriente) e tam- ças menores de 5 anos por cada 1000 nascimen-
bém porque foram colónias europeias, tornadas tos. Apesar de se ter verificado uma redução, a taxa

39
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Cenários de resposta

de mortalidade infantil de menores de 5 anos em revela as desigualdades sociais que existem no


África ainda se mantém muito elevada. mundo, a pobreza e exclusão social a que milhões
29. Apenas quatro países (Etiópia, Libéria, Malawi de seres humanos se encontram sujeitos. Podemos
e Tanzânia) atingiram o ODM que estabelecia a concluir que os Direitos Humanos não são respei-
redução em 2/3 da taxa de mortalidade infantil de tados e que é urgente a construção do desenvolvi-
menores de 5 anos. A maioria dos países da África mento humano.
Subsariana não fez quaisquer progressos ou os pro- 34. As regiões onde a proporção de população a
gressos que fez são insuficientes. Esta situação é viver com menos de 1,25 dólares (PPC) por dia mais
muito preocupante e revela a falta de eficácia da se reduziu, entre 1990 e 2010 foram: Sudeste Asiá-
ajuda ao desenvolvimento. tico e Pacífico e Ásia do Sul. Esta descida está asso-
ciada ao facto de muitos dos países destas regiões
Página 216 serem economias emergentes, destino de muitas
30. Portugal apresenta o terceiro maior valor de das deslocalizações de empresas que procuram a
Índice de Gini no contexto dos países da União Euro- redução dos custos de produção e que alcançaram
peia. Enquanto a média dos países da UE a 27 é 30,7, níveis de crescimento económico assinaláveis, em
o valor relativo a Portugal é 34,2, só sendo superado resultado do aumento das exportações.
pela Bulgária e Letónia com respetivamente 35,1 e
35,2. Este índice, que é uma medida de desigual- Página 223
dade dos rendimentos numa sociedade, varia entre 35. A taxa de desemprego registada em Portugal em
0 e 1,00 (100). O valor 0 designa uma igualdade per- julho de 2014 foi 14%, isto é, por cada 100 pessoas
feita em que todas as pessoas detêm o mesmo ren- ativas em Portugal, 14 encontravam-se desempre-
dimento e o valor 1,00 (ou 100) significa que existe gadas.
uma desigualdade em que 1 única pessoa detém a 36. Em julho de 2014, os 5 países que regista-
totalidade dos rendimentos. Quanto mais próximo ram maiores taxas de desemprego foram: Gré-
de 1, maior será a concentração dos rendimentos e a cia, Espanha, Portugal, Itália e Irlanda. Em todos
desigualdade, como é o caso de Portugal. estes países têm sido promovidas políticas restri-
tivas que têm conduzido à estagnação económica,
Página 218 encontrando-se alguns deles em recessão. Como a
31. Três medidas para combater a pobreza e a produção de bens e serviços não cresce, o desem-
exclusão social poderão ser, por exemplo, o incre- prego aumenta, o que origina situações de discri-
mento de transferências sociais para as populações minação económica.
pobres e excluídas, serviços públicos de qualidade
no âmbito da saúde, educação e habitação social, e Página 225
a formação profissional ao longo da vida ativa. 37. As maiores comunidades de imigrantes em Por-
tugal são a brasileira, a ucraniana e a cabo-verdiana.
4.3 Economia e cidadania – o direito
38. Minorias étnicas são grupos de pessoas migran-
à não discriminação e a um completo
tes e que pertencem a categorias que vivem numa
desenvolvimento humano – Página 219
situação de desigualdade social em relação a outras.
Página 220 São exemplos a comunidade cigana (constituída
por migrantes de nacionalidade portuguesa na sua
32. Enquanto sexo diz respeito a uma característica
maioria) e as comunidades cabo-verdiana, ango-
biológica, género é um conceito relacional relativo
lana, guineense, indiana, chinesa, romena, entre
às características culturais e históricas, variando
outras (constituída por imigrantes na sua maioria).
no tempo e no espaço. Diz respeito àquilo que se
espera das mulheres e dos homens em cada socie-
Página 226
dade, pelo facto de terem nascido do sexo feminino
e masculino, pois como refere o texto, «O género 39. A realizar pelos alunos.
pode ser descrito (…) como um sistema de relacio-
namento social que vai buscar chão definitório ao 4.4 Economia e ecologia – o direito a um
“pretexto” sexual (biológico)». ambiente saudável e a um desenvolvimento
sustentável – Página 228
Página 222
Página 229
33. Em 2010, as pessoas a viver com menos de 1,25
dólares por dia na América Latina e Caraíbas eram 40. As regiões mais expostas a catástrofes naturais
32 milhões, na África Subsariana eram 414 milhões, provocadas pelas mudanças climáticas são: Sul e
na Ásia do Sul eram 507 milhões e no Sudeste Asiá- Sudeste Asiático, África, América do Sul e América
tico e Pacífico eram 246 milhões. Esta situação Central.

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Cenários de resposta

41. As regiões onde se verifica maior incremento pessoas vai possibilitar o aumento da responsabi-
dos ciclones são: Sul e Sudeste Asiático e Nova lidade individual e a construção de um processo de
Zelândia. desenvolvimento em que o ser humano se encontra
no centro com pleno respeito pelos Direitos Humanos.
42. Sete países mais expostos à elevação do nível do
mar são, por exemplo: Cuba, Haiti, Senegal, Guiné-
-Bissau, Angola, Moçambique e Índia.
Páginas 242-243 – Avaliação
43. As regiões onde se verifica o derretimento/fusão
dos glaciares são a região da Cordilheira dos Andes Grupo I
na América do Sul, as montanhas da Etiópia e do
1. D 2. B 3. A 4. A 5. D
Quénia e as montanhas dos Himalaias na Ásia. Todos
estes evidenciam a gravidade da situação ambiental Grupo II
do planeta e a urgência de se tomarem medidas rápi-
das a nível internacional. 1.1 A ajuda ao desenvolvimento consiste em conceder
empréstimos em condições mais favoráveis do que as
do mercado, promoção de investimentos, doações ou
Página 232
fornecimento de bens e serviços por países, institui-
44. Para se conterem as alterações climáticas em ções ou ONG aos países em desenvolvimento.
2.oC, e a um custo possível, é necessário que em
1.2 Um dos obstáculos externos à eficácia da ajuda
2020 o nível de emissões mundiais de gás com
mencionados no texto tem a ver com o facto de os
efeito de estufa seja de 44 gigatoneladas (Gt), valor
«países doadores da OCDE» apenas consagrarem «a
inferior ao nível de emissões mundiais em 2010,
essa ajuda, em média, 0,3% do seu PIB», longe do
segundo o PNUMA. No entanto, este valor não será
«objetivo da ONU, que é de 0,7 do PIB». O outro obs-
atingido, tendo em conta os compromissos assumi-
táculo consiste no facto de os países que recebem
dos pelos Estados com aplicação estrita, em que
as ajudas ao desenvolvimento não serem os mais
o valor a atingir em 2020 será de 52 Gt; tendo em
carenciados, mas sim aqueles que se encontram
conta os compromissos assumidos pelos Estados
na esfera de influência do país doador e que são
com aplicação flexível, o valor a atingir em 2020 será
seus aliados geopolíticos. Desta forma, os países
ainda mais elevado: 56 Gt; e se a tendência atual se
que recebem maior ajuda em África «não são pre-
mantiver, o valor a atingir em 2020 será 59 Gt.
cisamente os mais pobres», como é o caso de Cabo
Verde, bem como os países «emergentes, como o
4.5 Economia, desenvolvimento e Direitos Brasil, Argentina ou China que continuam a bene-
Humanos – Página 237 ficiar da ajuda embora disponham de meios para
erradicar a pobreza.
Página 239 1.3 Dois obstáculos internos à eficácia da ajuda
45. O desenvolvimento como liberdade implica que poderão ser, entre outros, a ajuda ser canalizada
o processo de desenvolvimento corresponda tam- para projetos megalómanos, que não melhoram a
bém ao alargamento das liberdades reais dos seres situação das populações e parte da ajuda ser apro-
humanos para que estes se integrem ativamente na priada pelos poderes corruptos.
construção do desenvolvimento. Inclui a satisfação 1.4 É necessária a alteração das relações Norte-Sul
das necessidades básicas das populações e a digni- porque estas se encontram baseadas em relações
dade humana através da eliminação da pobreza, da de poder desiguais entre o Norte (países desen-
falta de oportunidades, da privação social, da ine- volvidos) e o Sul (países em desenvolvimento). Foi
ficácia dos serviços públicos, da intolerância e dos devido à ação dos países do Sul que se criou, em
Estados repressivos. 1964, a CNUCED (Conferência das Nações Unidas
46. As liberdades, de acordo com Amartya Sen, têm para o Comércio e o Desenvolvimento), que tem
a ver com capacidades para superar a fome, a sub- como finalidade a promoção destas duas áreas
nutrição, a mortalidade precoce, a falta de edu- (comércio e desenvolvimento) nos países em desen-
cação e o baixo nível educacional e a participação volvimento, segundo a perspetiva de: Fair Trade,
ativa nos destinos da sua comunidade. Uma criança, Not Aid! (Comércio Justo Sim, Ajuda não!). Desde
ao ficar privada da educação, não poderá ser uma essa altura, apesar de o crescimento económico ter
pessoa adulta «responsável por fazer coisas bási- vindo a aumentar nos países do Sul e de a pobreza
cas», uma pessoa sem acesso à saúde sofrerá de se ter vindo a reduzir bastante, as desigualdades
uma doença evitável e ficará sem possibilidade de entre os países do Norte e os do Sul continuam ele-
ser «um ser humano responsável» porque deixará de vadas.
fazer determinadas coisas. As pessoas reprimidas, 2.1 O investimento na Europa, incluindo a Rússia, em
sem liberdade, deixarão de ter «capacidade de levar energias renováveis cresceu entre 2004 e o início de
vidas responsáveis».O alargamento da liberdade das 2011, decrescendo a partir dessa altura até 2013, o
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Cenários de resposta

que se revela preocupante, atendendo às mudan- 2.2 Quatro exemplos de medidas ambientais pode-
ças climáticas verificadas e à necessidade de se rão ser, entre outras, privilegiar economias com
diminuir a emissão de gases com efeito de estufa. baixo teor de carbono, implementar a soberania
2.2 Considerando o investimento realizado pelos alimentar e energética, investir em energias alter-
países, em 2013, a China foi o maior investidor nativas, relocalizar a produção e o consumo e reco-
(56,3 milhares de milhão de dólares), seguida dos nhecer os direitos dos povos indígenas.
EUA (35,8 milhares de milhão de dólares); em ter- 2.3 Justiça social e justiça climática são interde-
mos do investimento realizado pelas regiões, a Ásia pendentes e encontram-se articuladas com os
com exceção da China foi a principal região (49,4 Direitos Humanos de 1.ª, 2.ª e 3.ª Gerações.
milhares de milhão de dólares), seguida da Europa
2.4 É necessária a cooperação internacional para
incluindo a Rússia (48,4 milhares de milhão de
promover o desenvolvimento humano sustentável e
dólares), das Américas com exceção dos EUA (15,5
estabelecer a nível internacional limites à emissão
milhares de milhão de dólares) e da África e Médio
de gases com efeito de estufa, aos desperdícios, à
Oriente (9 milhares de milhão de dólares).
poluição em geral e a formas de produção e con-
2.3 Os países em desenvolvimento, incluindo a sumo altamente agressivas para o meio ambiente
China, e os países desenvolvidos são igualmente e para os povos. Também se deverá promover as
responsáveis pelas questões ecológicas e não têm liberdades de acordo com a perspetiva de Amartya
vindo a cumprir os objetivos de redução da emissão Sen, investir em bens públicos como os transpor-
de CO2, enunciados na Conferência de Copenhaga, tes, envolver as pessoas na construção dos pro-
realizada em 2009, em que o total das emissões cessos de desenvolvimento, respeitando todos os
mundiais deveria atingir, em 2020, 52 (Gt) giga- Direitos Humanos. Deste modo, será possível cons-
toneladas. Porém, este limite ainda é insuficiente truir um desenvolvimento humano sustentável.
para conter um máximo de aquecimento do pla-
3.1 No comércio da grande distribuição verifica-se
neta em 2.o C, de acordo com o PNUMA.
a segregação horizontal porque é a que «mais con-
grega força de trabalho feminina», isto é, onde a
concentração de mulheres é maior, ficando estas
Páginas 244-245 – Economia aplicada confinadas a um leque mais apertado de setores ou
1.1 Os quatro maiores emissores de CO2 devido à profissões.
combustão de energia, em 2012, foram a China, os 3.2 Os horários irregulares e flexíveis penalizam
EUA, outros países em desenvolvimento e outros mais as mulheres porque são estas em geral que
grandes países emergentes com 9,9, 5,2, 5,2 e 4,1 se ocupam das tarefas domésticas e do cuidar
gigatoneladas de CO2, respetivamente. de crianças e pessoas idosas, tendo dificuldades
1.2 A União Europeia a 27 emitiu em 2012, 3,7 giga- em articular a vida profissional com a pessoal.
toneladas de CO2 devido à combustão de energia, Além disso, estas dificuldades acentuam-se pois
valor inferior ao da China e dos EUA. Tem a ver com as mulheres «dificilmente conseguem custear os
o facto de a UE ter implementado medidas de redu- mecanismos formais de apoio», porque têm salá-
ção de gases com efeito de estufa, embora aquém rios baixos face ao custo de creches, jardins-de-
do que deveria ser estabelecido a nível internacio- -infância, lares para pessoas idosas ou pessoas
nal. que se desloquem às casas para exercer essas
tarefas do cuidar.
1.3 Podemos constatar pelo gráfico que as regiões
e países representados não baixaram, em geral, a 3.3 A perspetiva de desenvolvimento como liber-
emissão de CO2 devido à combustão de energia. dade de Amartya Sen defende o desenvolvimento
A China emitiu sozinha mais CO2 do que os EUA e como um processo de alargamento das liberda-
a UE em conjunto. Porém, esta responsabilidade des reais, incluindo a eliminação da pobreza, a eli-
não é apenas da China, uma vez que os EUA e a UE minação da falta de oportunidades e da privação
são os principais clientes das exportações indus- social e da ineficácia dos serviços públicos, a eli-
triais chinesas. É necessário, mais do que nunca, minação da intolerância e a eliminação dos Esta-
a imposição de limites à emissão de CO2 devido à dos repressivos. Na situação exposta no texto, as
combustão de energia. A Conferência de Paris de mulheres assalariadas que trabalham nas gran-
dezembro de 2015 será muito importante para a des superfícies sofrem discriminações de género
sustentabilidade do planeta. e económicas, isto é, não têm acesso à igual-
dade de oportunidades, sofrem privação social,
2.1 Os países desenvolvidos e os países em desen-
não têm acesso a serviços públicos de qualidade
volvimento são igualmente responsáveis pelas
como creches, jardins-de-infância, lares para pes-
questões ecológicas sendo necessárias «soluções
soas idosas. Para fazer face a estas discriminações
eficazes e duradouras» que promovam a sustenta-
é necessária a promoção de um desenvolvimento
bilidade.
como liberdade.

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Cenários de resposta

4.1 Reciclar é uma boa prática que consiste em no que respeita à reciclagem ou compostagem dos
reduzir lixos, poupar recursos e preservar o meio lixos municipais em percentagem do total. O único
ambiente. país com uma posição inferior à de Portugal é a
Espanha com 5,8% dos lixos reciclados ou compos-
4.2 Em Portugal apenas 8% dos lixos municipais
tados. A média da UE a 28 é de 8,5% de lixos reci-
é que são reciclados ou compostados, isto é, por
clados ou compostados, encontrando-se a Bélgica
cada 100 unidades de lixo só 8 é que são recicladas
a Áustria, a Alemanha, a Suécia, o Reino Unido e os
ou compostadas, o que é um valor muito baixo face
Países Baixos acima da UE a 28 com 12,5%, 11,2%,
às necessidades de preservar o meio ambiente.
10,6%, 10,2%, 9,7% e 9,1%, respetivamente.
4.3 Portugal, no conjunto dos países representados
no gráfico, encontra-se numa posição muito baixa

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