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Comprimento de ligação:

 Ordem de ligação

Preveja, justificando, em que moléculas 𝑵𝟐 𝑯𝟒 ou em 𝑵𝟐 será maior o


comprimento da ligação 𝑵 − 𝑵.

Como o comprimento de ligação entre átomos iguais varia na razão inversa


com a ordem de ligação, dado que quanto maior for o número de pares eletrónicos
partilhados, mais intensas serão as interações eletrostáticas atrativas entre os
núcleos e os eletrões dos átomos ligados, sendo menor a distância internuclear
para a qual se verifica um equilíbrio das interações eletrostáticas atrativas e
repulsivas. É de prever que, sendo a ordem de ligação em N2 três (dado que N ≡
N) e em N2 H4 um (dado que N − N), a ligação N − N em N2 H4 possua maior
comprimento de ligação do que a ligação N ≡ N em N2 .

 Tamanho dos átomos envolvidos na ligação

Indique, justificando, qual a ligação com maior comprimento, 𝑯 – 𝑺 ou 𝑯 – 𝑶,


em 𝑯𝟐 𝑺 e 𝑯𝟐 𝑶, respetivamente.

O oxigénio (O) antecede o enxofre (S) no mesmo grupo da Tabela Periódica.


Como o raio atómico tende a aumentar ao longo grupo, pois apesar do aumento da
carga nuclear, o aumento do número de níveis preenchidos provoca a expansão da
nuvem eletrónica, é de prever, portanto, que o enxofre (S) tenha maior raio atómico
do que o oxigénio (O), sendo o átomo maior.

Em H2 S e H2 O, os átomos de enxofre e de oxigénio, respetivamente,


encontram-se ligados a átomos do mesmo elemento (de hidrogénio), através de
ligações covalentes simples (H – S e H – O). Como tamanho dos átomos envolvidos
influência na razão direta o comprimento da ligação, dado que quanto maior for o
átomo envolvido na ligação, mais afastados do núcleo estarão os eletrões de
valência (responsáveis por estabelecer a ligação), sendo maior a distância
internuclear (maior comprimento de ligação). É assim de prever que a ligação H – S
na molécula de H2 S tenha maior comprimento do que a ligação H – O na molécula
de H2 O.

Geometria molecular ⇔ Polaridade molecular ⇔ Ligações intermoleculares ⇔ Miscibilidade

Explica, tendo por base a polaridade das moléculas, que tipo de ligações
intermoleculares irão estabelecer-se entre moléculas de 𝐍𝐇𝟑 numa substância
e entre moléculas de 𝐂𝐇𝟒 noutra substância. Preveja se as substâncias serão
miscíveis ou imiscíveis, justificando.

A molécula de amoníaco (𝑁𝐻3 ) possuí átomos de hidrogénio covalentemente


ligados a átomos com elevada tendência para atrair eletrões (átomos de nitrogénio).
É assim de prever que entre moléculas de 𝑁𝐻3 numa substância ocorram ligações
de hidrogénio onde um hidrogénio de uma ligação polar 𝑁 − 𝐻 irá interagir
intermolecularmente com um par de eletrões não ligantes de um átomo de
nitrogénio (N) vizinho e assim sucessivamente, ao longo da substância.

A molécula de metano (𝐶𝐻4 ) apresenta ligações polares 𝐶 − 𝐻 (dado que


sendo os átomos de diferentes elementos, um deles irá atrair mais para si os
eletrões partilhados causando uma diferente densidade eletrónica ao longo dos
átomos ligados). A molécula de 𝐶𝐻4 apresenta ao redor do seu átomo central
somente pares eletrónicos ligantes. Como existem 4 pares de eletrões ligantes em
torno do átomo central (de carbono), segundo o modelo VSEPR, a geometria
molecular que permite a minimização das interações eletrostáticas repulsivas entre
os pares eletrónicos ligantes acontece com a geometria tetraédrica. Sendo os
átomos das extremidades da molécula iguais, apesar da existência somente de
ligações C- H polares como átomo central (de carbono), a geometria tetraédrica
destas moléculas permite uma distribuição simétrica das cargas elétricas em torno
do átomo central, sendo, portanto, as moléculas de 𝐶𝐻4 apolares. Entre as
moléculas de 𝐶𝐻4 , apolares, irão ocorrer forças de dispersão de London onde
moléculas, devido a uma polarização momentânea, se tornam dipolo instantâneos
que irão criar dipolos induzidos nas moléculas vizinhas (ligando as moléculas na
substância).
Neste contexto é de prever que as substâncias serão imiscíveis, isto porque
a intensidade das moléculas isoladas é muito distinta, dado que as ligações de
hidrogénio (em 𝑁𝐻3 ) são muito mais intensas do que as forças de dispersão de
London (em 𝐶𝐻4).

Explica porque é que enquanto o tetraclorometano é líquido, à temperatura


ambiente, o metano é gasoso o que sugere que as ligações intermoleculares
são mais intensas no tetraclorometano.

Ambas as moléculas de tetraclorometano (𝐶𝐶𝑙4) e de metano (𝐶𝐻4 ) possuem


somente pares ligantes em torno do seu átomo central, pelo que, segundo o modelo
VSEPR, existindo 4 ligação entre o átomo central e os átomos das extremidades, a
geometria que permite a minimização das repulsões eletrónicas entre os pares
ligantes acontece com a geometria tetraédrica.

Apesar de ambas as moléculas possuírem ligações intramoleculares polares


e sendo os átomos das extremidades iguais, em cada molécula, a geometria
tetraédrica permite uma distribuição simétrica das cargas em torno do átomo central,
pelo que as moléculas de 𝐶𝐶𝑙4 e 𝐶𝐻4 apolares.

Sendo ambas as moléculas apolares, é de prever que possuam forças de


dispersão de London (típicas de moléculas apolares). Como a molécula de
tetraclorometano é maior do que a molécula de metano (pois o átomo de cloro
presente em 𝐶𝐶𝑙4 é maior do que o átomo de hidrogénio presente em 𝐶𝐻4 , devido
ao maior número de níveis preenchidos que o cloro possuí, relativamente ao
hidrogénio) é de prever que será, portanto, mais polarizável originando, entre
moléculas de 𝐶𝐶𝑙4, ligações mais intensas, estando por isso o tetraclorometano no
estado líquido, enquanto que o metano (devido à menor intensidade das suas
ligações intermoleculares) estará no estado gasoso, à temperatura ambiente.

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