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QUÍMICA GERAL

A teoria de ligação de valência (TVL), criada por Walter Heitler, Fritz London, John Slater e
Linus Pauling, é a ligação entre dois átomos, dois elétrons, de spins opostos, podem ser acomodados
nos orbitais sobrepostos, é feita através da sobreposição de dois orbitais atômicos semipreenchidos,
ou seja, uma porção destes orbitais atômicos ocupam o mesmo espaço e nessa zona de sobreposição,
existe apenas um par de elétrons com spins desemparelhados, provocando a aproximação
dos núcleos e diminuindo a energia potencial do sistema. Devido à sobreposição dos orbitais, os
elétrons de ligação têm maior probabilidade de ser encontrados dentro da região do espaço influenciada
por ambos os núcleos. Então, os átomos tendem a posicionar-se de forma a que a sobreposição de
orbitais seja máxima, reduzindo a energia do sistema a um mínimo, formando ligações mais fortes e
estáveis. Um par de elétrons de spins opostos situado entre um par de átomos constitui uma ligação.

A ligação química se forma na interseção entre OA1 com o OA2, nesta região os elétrons ficam
“Aprisionados” e OA1 e OA2 ainda permanecem com suas características originais. Na medida que os
núcleos se aproximam ou se afastam, a sobreposição dos orbitais atômicos varia (aumenta ou diminui),
quanto maior a sobreposição, maior é a força de ligação. A TLV prevê que quando ocorre a
sobreposição frontal entre orbitais, é formada a ligação sigma e quando ocorre sobreposição colateral
é formada a ligação pi.
Quando o emparelhamento se dá através de orbitais segundo o eixo de ligação dos átomos,
as ligações denominam-se sigma (σ). As orbitais que geralmente formam ligações sigma são as s e p,
e quando se dá através de orbitais fora do eixo de ligação dos átomos, as ligações denominam-se pi
(π). Os orbitais que geralmente formam ligações pi são as Px e Py.
A TVL é o modelo quanto-mecânico a distribuir os elétrons através de ligações e que não é
explicado pela teoria de Lewis e permite o cálculo numérico dos ângulos e dos comprimentos de
ligação. As ligações são formadas quando os orbitais dos átomos se sobrepõe e para que esta
sobreposição ocorra existem dois elétrons de spins contrários e vai ocorrer à medida que os núcleos
se aproximam.
Os pontos negativos essa teoria é não ser capaz de explicar a forma de algumas moléculas,
os ângulos de ligação das moléculas, o papel do par eletrônico nas ligações, e as propriedades de
algumas moléculas, como o para magnetismo, e nem as ligações verificadas entre moléculas
multicêntricas, como hibridização de orbitais atômicos, que tem como objetivo gerar novos orbitais de
acordo com o arranjo eletrônico característico da forma molecular e os orbitais híbridos, que possuem
energia intermediária entre os níveis a partir dos quais foram gerados. Desconsidera também o caráter
iônico da ligação, logo, a sobreposição é vista como o compartilhamento homogêneo de elétrons, a
teoria não consegue descrever a excitação eletrônica de uma molécula, para qual orbital os elétrons
vão ao serem excitados,
Um orbital 2s e um orbital 2p se misturam gerando dois orbitais híbridos sp e seus lóbulos dos
orbitais estão a 180° de distância entre si. Os orbitais sp3 tem seus lobos voltados em direção aos
vértices de um tetraedro e essas moléculas que possuem arranjo tetraédrico são hibridizadas em sp3.

E os orbitais híbridos sp2 se encontram no mesmo plano, de 120°, a grande maioria das
moléculas que possuem arranjo trigonal plano possuem orbitais híbridos sp2 no átomo central.

O gráfico mostra que com o aumento da sobreposição, a energia de interação diminui, e em


uma determinada distância ela será mínima e está energia corresponde exatamente à distância de
ligação (comprimento de ligação). Com grande aproximação dos átomos, e aparecimento de forças
repulsivas, geradas pelos núcleos dos átomos, que levam a um aumento de energia e por fim, o
comprimento de ligação, com as forças de atração entre os núcleos e os elétrons equilibram-se às
forças repulsivas (núcleo-núcleo, elétron-elétron).
A TLV descreve a formação de ligações covalentes, bem como a estrutura eletrônica das
moléculas. A teoria assume que os elétrons ocupam orbitais atômicos de átomos individuais dentro de
uma molécula, e que os elétrons de um átomo são atraídos para o núcleo de outro átomo. Essa atração
aumenta à medida que os átomos se aproximam um do outro até que os átomos atinjam uma distância
mínima onde a densidade eletrônica começa a causar repulsão entre os dois átomos. Essa densidade
eletrônica na distância mínima entre os dois átomos é onde a energia potencial mais baixa é adquirida,
e pode ser considerada o que mantém os dois átomos juntos em uma ligação química. A teoria da
ligação de valência assume que todas as ligações são ligações localizadas formadas entre dois átomos
pela doação de um elétron de cada átomo.

Orbitais atômicos hipotéticos que ocorrem como uma preparação para a formação da ligação
covalente, podem ser gerados a partir da combinação de dois ou mais orbitais atômicos não
equivalentes, o número de orbitais híbridos gerados é igual ao número de orbitais envolvidos na
hibridização e como nos demais orbitais, eles podem alocar dois elétrons de spins opostos, que serão
compartilhados pelos átomos e os elétrons não ligantes continuam como pares isolados mesmo após
a hibridização. A Teoria da Hibridização dos Orbitais, proposta por Pauling, tem o objetivo de explicar a
ligação no CH4 e em outras moléculas. Segundo a teoria de Pauling, um novo conjunto de orbitais,
chamado orbitais híbridos, pode ser criado pela mistura de orbitais s, p e d de um átomo. O número de
orbitais híbridos é sempre o mesmo que o número de orbitais atômicos que são mesclados para criar
o conjunto de orbitais híbridos.
Quando os elétrons da camada de valência estão deslocalizados, ou seja, esses elétrons estão
em orbitais, chamados de orbitais moleculares espalhados por toda a molécula Teoria do Orbital
Molecular (TOM), então, os elétrons pertencem à molécula como um todo.
Na TLV, a combinação de dois orbitais atômicos produzia apenas um novo orbital molecular e
localizado entre os átomos. Na TOM a combinação de 2 orbitais atômicos gera 2 orbitais moleculares
espalhados por toda a molécula. Alguns aspectos da ligação não são explicados pelas estruturas de
Lewis, pela teoria VSEPR ou pela Teoria da Ligação Valência, então usamos a teoria do orbital
molecular para explicar. Do mesmo modo que nos átomos, os elétrons são encontrados em orbitais
atômicos, nas moléculas, os elétrons são encontrados nos orbitais moleculares, onde cada um contém
um máximo de dois elétrons, têm energias definidas, podem ser visualizados com diagramas de
contorno e estão associados com uma molécula como um todo.
Como exemplo, há a molécula de hidrogênio, que é uma orbital molecular ligante, que é quando
dois OAs se superpõem, formam-se dois Oms, e conseqüentemente, 1s (H) + 1s (H) deve resultar em
dois OMs para o H2, há também o aumento da densidade eletrônica entre os núcleos, já que a OM
ligante tem orbital de menor energia, pouca densidade eletrônica entre os núcleos, com OM antiligante
tendo orbital de maior energia e os OMs resultantes de orbitais S são orbitais OMs sigma.
A teoria do orbital molecular (TOM) é a teoria que “concorre” com a TLV na explicação da
ligação química, nesta teoria dois orbitais atômicos (duas funções de onda) se combinam gerando dois
orbitais moleculares, um de baixa energia (chamado de ligante) e outro de alta energia (antiligante). Na
TLV, todos os orbitais atômicos participam da ligação química (orbitais atômicos de caroço e de
valência) Imaginando os elétrons como ondas, temos que duas onda pode se combinar de várias
maneiras, sendo uma delas de forma totalmente construtiva e outra totalmente destrutiva

Os orbitais atômicos podem se combinar de duas formas: AO1 + AO2 = OM ligante AO1 - AO2
= OM Anti-ligante

Nesta teoria AO1 combinado com AO2 = OM ligante (orbital que compreende toda a molécula,
assim, os elétrons estão livres para circularem por toda molécula) Os orbitais atômicos OAs deixam de
existir.

As duas combinações plausíveis entre dois orbitais atômicos vão gerar dois moleculares. Um
de alta energia e outro de baixa.
A teoria dos orbitais moleculares (MO) constitui uma alternativa para se ter uma visão da
ligação. De acordo com este enfoque, todos os elétrons de valência têm uma influência na estabilidade
da molécula (elétrons dos níveis inferiores também podem contribuir para a ligação, mas para muitas
moléculas simples o efeito é demasiado pequeno.) Além disso, a teoria MO considera que os orbitais
atômicos, AOs, do nível de valência, deixam de existir quando a molécula se forma, sendo substituídos
por um novo conjunto de níveis energéticos que correspondem a novas distribuições da nuvem
eletrônica (densidade de probabilidade). Esses novos níveis energéticos constituem uma propriedade
da molécula como um todo e são chamados, conseqüentemente de orbitais moleculares. O cálculo das
propriedades dos orbitais moleculares é feito comumente assumindo que os AOs se combinam para
formar MOs. As funções de onda dos orbitais atômicos são combinados matematicamente para
produzir as funções de onda dos MOs resultantes. O processo é remanescente da mistura de orbitais
atômicos puros para formar orbitais híbridos, exceto que, na formação de orbitais moleculares, orbitais
atômicos de mais de um átomo são combinados ou misturados. No entanto, como no caso da
hibridização, o número de orbitais novos formados é igual ao número de orbitais atômicos originários
da combinação.
A teoria dos orbitais moleculares surgiu como mais uma ferramenta para explicar a formação
das ligações químicas, assim como, teoria da ligação de valência, hibridização. Porém tem suas bases
amparadas pelas funções de ondas advindas da mecânica quântica a qual ofereceu todo o respaldo
para essa teoria. Na verdade, a TOM, simplesmente explica a existência do orbital na molécula, quando
os orbitais atômicos (Aos) se unem eles desaparecem completamente originando 2 orbitais
moleculares, o que dá o direito a esta molécula de possuir uma nova configuração eletrônica.
Um orbital é um lugar do espaço onde é provável que o elétron seja encontrado, sem dúvida esta
é boa nova que nos trouxe a mecânica quântica, promovendo a combinação matemática das funções
de onda dos AOs e como resultado obtém-se as novas funções de onda denominadas orbitais
moleculares (MOs). Uma dessas funções é de subtração e a outra de adição, visto que o resultado
dessa combinação é igual a outras duas combinações podemos claramente dizer a função de onda
adição fornece um MO ligante e a subtração fornece um MO antiligante são representados pelas letras
gregas σ e π, este método de combinação é conhecido como LCAO (combinação linear de orbitais
atômicos). O maior sucesso da teoria dos orbitais moleculares foi quando provou que esta é
paramagnética, ou seja, ela é influenciada fortemente pela energia eletromagnética. Quando este é
submetido a um campo magnético ele é atraído como se fosse um metal sendo atraído por ímã, porém
em menor intensidade. Quando um MO ligante é ocupado pelos elétrons ele contribui para a
estabilidade da molécula, porém quando o MO antiligante está ocupado ele contribui significativamente
para que esta seja desestabilizada ou não exista.
BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, L. C. de. Introdução à Química Orgânica. KOTZ, J. C.
TREICHEL Jr., P. M. Química Geral 1 e Reações Químicas
PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. do. Química na Abordagem do Cotidiano.
Enciclopédia Britânica Online (em inglês). -
https://www.britannica.com/science/valence-bond-theory
Teoria de ligação de valência - TLV – Departamento de química UFMG.
Química orgânica -Teoria da Ligação de Valência e Hibridização de Orbitais - Profa.
Dra. Luciana M. Saran – FCAV/UNESP.
Teorias da ligação química - Conceitos fundamentais da mecânica ondulatória|
Teoria da ligação de valência (TLV)| Teoria do orbital molecular (TOM) - Dr. Carlos A.
C. Kramer – IFRN.
TOM (introducao e TOM homonuclear_Aula 8) – UFPB
Teoria dos Orbitais Moleculares – UFJF.
Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala – UFMG.
TEORIA DO ORBITAL MOLECULAR - química inorgânica - Eliana Midori Sussuchi
Danilo Oliveira Santos – UFS.
Teoria dos Orbitais Moleculares – infoescola - Luiz Ricardo dos Santos.

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