UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO – CAC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
BACHARELADO EM GESTÃO DA INFORMAÇÃO

THAÍS DE FÁTIMA DA NOBREGA BARBOSA

RESENHA DE ARTIGO - GESTÃO DA INFORMAÇÃO: RUMO A UMA PROPOSTA DE

DEFINIÇÃO ATUAL E CONSENSUAL PARA O TERMO

Trabalho acadêmico produzido na Disciplina de Fundamentos

da Gestão da Informação, como APS – Atividade Prática
Supervisionada.

Professor(a): Dr. Alexander William Azevedo

RECIFE
2023

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O artigo Gestão da informação: rumo a uma proposta de definição atual e consensual para o termo,
foi escrito pelo Rafael dos Santos Nonato, então doutorando e atualmente doutor em Gestão e
Organização do Conhecimento pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O autor possui
graduação em Biblioteconomia e mestrado em Ciências da Informação pela mesma Universidade,
atualmente é bibliotecário na Petrobras (Nonato, 2023) e foi orientado por Elisângela Cristina
Aganette, doutora e mestre em Ciência da Informação pela UFMG. A orientadora é chefe do
Departamento de Organização e Tratamento da Informação da ECI/UFMG e professora Ajunto da
Universidade Federal de Minas Gerais (Aganette, 2023).

Expor os pontos de vista teóricos, conceituais e históricos da Gestão da Informação (GI), partindo
da visão da Ciência da Informação, é o objetivo principal deste artigo. A problemática tratada é a
ausência de definição (do termo GI) atualizada, reconhecida pelos estudiosos da área, respeitando o
cenário conceitual. Buscando entender a problemática e propor uma solução foi realizada uma
análise exploratória por meio de pesquisa bibliográfica (Nonato, Aganette, 2022). A proposta de
solução do problema, ou seja, a elaboração de uma definição para o termo GI, foi baseada na Teoria
do Conceito e recorreu-se aos princípios de indexação (Nonato, Aganette, 2022).

“A Teoria do Conceito é proposta como um método analítico idealizado para tornar clara a natureza
e a estrutura dos conceitos, sendo aplicado para sustentar os procedimentos apropriados para seu
estudo, desenvolvido por Ingetraut Dahlberg na década de 1970, no âmbito do desenvolvimento de
terminologias no campo das Ciências Sociais” (Bueno; Rodrigues; Campos, 2017, p.479).

Os autores analisaram conceitos de GI formulados por outros autores já reconhecidos. De cada um

destes conceitos foram separadas as características essenciais das acidentais. Munidos das
características essenciais, aplicaram os princípios da indexação para identificar quais termos
representariam o conceito, com melhor abrangência e menor risco de ruído. A definição criada foi:

[...] processo de gestão do ciclo de vida da informação que compreende as etapas:

identificação das necessidades, criação, aquisição, organização, armazenamento,
disseminação, distribuição e uso da informação. Pertence a uma organização, sofrendo ação
direta da cultura organizacional e do planejamento estratégico. Através da análise dos
fluxos da informação e da própria informação, visa à recuperação e a criação de produtos
da informação. Utiliza as tecnologias da informação e comunicação, através dos sistemas
de informação, como ferramenta de controle (Nonato, Aganette, 2022).

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O artigo atinge seu objetivo principal, uma vez que expõe alguns dos diversos pontos de vista dos
principais pesquisadores da GI. Mas não contribui para solução da problemática abordada, quando
cria um conceito, sem um consenso dos pesquisadores, aumentando o problema ao invés de resolvê-
lo. Os autores utilizaram a Teoria do Conceito e os princípios de indexação, mas ignoraram o
Princípio da Parcimônia, conhecido como Navalha de Ockham, que defende a simplicidade, ou seja,
não recorrer à pluralidade desnecessariamente (Borges; Strefling, 2019).

Nas considerações finais os autores buscam validação do trabalho ao reforçar que a metodologia
utilizada é aceita e difundida. Mas o trabalho deveria ter validação através de um resultado robusto,
já que a metodologia, claramente, já tinha validação anterior à construção do trabalho. O tema
tratado é de interesse dos estudantes de Gestão da Informação, mas a análise do título escolhido
para o trabalho aliado ao resultado pouco expressivo causa frustração aos leitores. Afinal, para
construir uma proposta de definição consensual o consenso precisaria ser validado pela comunidade
científica. Pois, do contrário, só seria gerada mais uma definição, sem consenso nem respeito entre
os pares, aumentando a confusão que existe no entendimento do que viria ser a GI.

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 REFERÊNCIAS

AGANETTE, Elisângela Cristina. Currículo do sistema currículo lattes. Brasília, 12 jul. 2023.
Disponível em: http://lattes.cnpq.br/6224307970906388. Acesso em: 26 jul. 2023.

BORGES, William Saraiva; STREFLING, Sérgio Ricardo. A NAVALHA DE OCKHAM: função

lógica e critérios de aplicação. In: ENPÓS - ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, 21., 2019,
Pelotas. Anais [...]. [S.L.]: Editora da Ufpel, 2019. p. 1-4. Disponível em:
https://cti.ufpel.edu.br/siepe/arquivos/2019/CH_01068.pdf. Acesso em: 26 jul. 2023.

BUENO, D. A.; RODRIGUES, A. C. ; CAMPOS, M. L. A. . Análise do conceito de “Identificação

Arquivística” à luz dos princípios da Teoria do Conceito de Dahlberg. In: III Congresso Isko
Espanha-Portugal / XIII Congresso Isko Espanha, 2017, Coimbra. Tendências atuais e perspectivas
futuras em organização do conhecimento - ATAS do III Congresso Isko Espanha-Portugal XIII
Congresso Isko Espanha. Coimbra: Universidade de Coimbra. Centro de Estudos Interdisciplinares
do Século XX - CEIS20, 2017. v. 1. p. 477-486.

NONATO, Rafael dos Santos. Currículo do sistema currículo lattes. Brasília, 06 jul. 2023.
Disponível em: http://lattes.cnpq.br/8539060254931126. Acesso em: 26 jul. 2023.

NONATO, Rafael dos Santos; AGANETTE, Elisângela Cristina. Gestão da informação: rumo a
uma proposta de definição atual e consensual para o termo. Perspectivas em Ciência da
Informação, v. 27, n. 1, 2022. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/203838.
Acesso em: 25 jul. 2023.