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FILOSOFIA

REVISÃO PARA A PROVA

Autora: Dra. Mariana R. F. Grecco


Sobre a mitologia marcando uma fase do
conhecimento humano
• Parece algo comum das muitas culturas entre os humanos usar uma narrativa,
isto é, uma história para contar como as coisas funcionam e porque devem
acontecer. Contudo, para o contexto da história da filosofia ocidental é
importante situarmos a mitologia grega e sua narrativa de explicação do
mundo e sobre o comportamento humano através da vida dos deuses.
• A construção mitológica é marcada não só por responder através de
argumentos religiosos baseado em autoridade, mas, sobretudo por possuir
uma narrativa que pode ser considerada análoga à fantasia. Narrativa esta que
serve como fundamento para as explicações sobre tudo e por isso contam a
cultura de um povo e sua maneira de se relacionar socialmente com diversas
questões ao demonstrar uma narrativa imaginativa para o funcionamento do
mundo e suas relações.
O que define o pensamento dos pré-
socráticos?
• O que define o pensamento pré-socrático é a busca por uma resposta
não mitológica sobre o funcionamento do mundo. E, sobretudo, uma
explicação para a substância ou o conceito que descreve a criação do
universo.
• Na verdade, o que os autores queriam era encontrar um elemento
natural (uma matéria, um conceito ou energia) que explicasse o
desenvolver da natureza das coisas. Isso também era chamado de
physis, sendo traduzido por “fonte originária” ou “processo de
surgimento e de desenvolvimento”. Então o guia para a busca destes
filósofos era analisar a natureza através de uma observação empírica.
Os pré-socráticos
● Tales de mileto: Tudo é composto de água; A substância fundamental ou
a matéria-prima básica que origina os cosmos é água e é dela que tudo
advém.

● Heráclito: Tudo é fluxo; Este autor viveu entre c. 535 – 475 a.C. e assim
como Tales de Mileto possui uma abordagem monista, isto é, atribui a uma
única matéria o surgimento de tudo. Todavia esta substância não é algo
físico da natureza e sim uma racionalidade do tipo “logos divino”, uma lei
universal e cósmica que cria todos os outros elementos. Ele chamou isso
que podemos comparar uma energia divina, mas não a um deus e sim ao
conceito de fluxo.
Os pré-socráticos
● Demócrito: Tudo é átomo; Ele viveu entre c. 460 – 331 a.C. e adiantaram o que hoje é muito
importante para a física moderna e a física quântica: os átomos e suas micropartículas. Mas é claro
que naquela época a visão que ele possuía de átomo não era o que corresponde hoje, mas sim o início
do que entendemos hoje. Precisamos assim entender qual era a visão de mundo sobre a substância
fundamental do cosmos para entender a evolução deste pensamento até os dias de hoje e inaugurou
a abordagem atomista.

● Lao-Tsé: Tudo é tao; Este filósofo viveu na china no século VI a.C. e além de desenvolver dentro da
sua abordagem taoísta uma metafisica sobre a formação do cosmos, ele também atribuiu daí uma
consequência ética. A substância fundamental é um conceito e não uma matéria como Tales. Para ele
tudo que existe é “tao” - o caminho; e “wu wei” - o não ser. Ao observar o movimento e os ciclos da
natureza, os chineses acreditavam que o mundo é feito de mutações, noite e dia, frio e calor, claro e
escuro. Mas essas mutações não são coisas que possuem uma fonte distinta, pelo contrário, são
complementares e sua transformação é a ação do tao. O tao seria então este movimento - o caminho -
onde e como a ação acontece, inclusive as ações e escolhas humanas
Sobre o método maiêutico de Sócrates
●Para ele (Sócrates) a maiêutica é uma ferramenta de autoconhecimento, pois o certo
só pode ser defendido depois de um exame rigoroso, através de um processo
engajado e com a consciência das suas limitações irá melhorar cada vez mais a busca
por uma verdade universal, aquela que valoriza o coletivo e todas as pessoas.
O método também é conhecido por processo dialético, pois o processo acontece ao
confrontar duas afirmativas que juntas são contraditórias e nisso gerar um novo
processo, melhor do que o anterior. Todavia é um processo contínuo; as respostas
quando contrapostas vão sempre melhorar a sua percepção sobre aquele assunto e
assim você estará buscando a verdade. Por isso consiste em fazer perguntas ao
interlocutor até que ele mesmo perceba suas contradições. Cabe ao guia que faz uso
do método - assim como Sócrates foi - mostrar as contradições através de outras
perguntas até a pessoa perceber tais contradições por ela mesma e melhorar seus
resultados.
Sobre o método maiêutico de Sócrates
●Neste caso Sócrates faz uso da ironia enquanto uma ferramenta importante ao processo
pedagógico. Veja a importante observação: No livro IV da Ética a Nicômaco, Aristóteles,
definindo a virtude da veracidade, considera- a o justo meio entre a jactância e a ironia. O
irônico peca contra a veracidade porque em seus discursos se recusa a revelar as suas
qualidades, oculta seu saber sob a capa de uma ignorância fingida e se protege atrás de
comportamento puramente negativo.

A própria pessoa é quem chega à resposta, pois é ela quem trás o conteúdo e as
afirmações. O guia apenas questiona e incentiva a pessoa a investigar profundamente o
que acredita. Sendo assim não possui a intenção de humilhar ou favorecer algum
pensamento específico, mas impulsionar o autoconhecimento e um olhar crítico atento
às contradições, já que o compromisso filosófico é com a verdade e, portanto, com
argumentos racionais que podem ser justificados e demonstrados.
Sobre a metafísica de Aristóteles
●Assim como o método, a metafisica é a forma essencial das coisas e
sua verdade está em nossa volta, por isso podemos criar uma
metodologia empirista, baseada na experiência e na demonstração das
nossas verificações para entender o mundo. Com isso podemos confiar
nos nossos sentidos e na nossa capacidade de descrever as coisas como
elas são; de tal forma percebemos a grande diferença entre Platão e
Aristóteles. Para Platão o conhecimento está no mundo das ideias, é
uma universal que estamos em busca. Para Aristóteles o conhecimento
está aqui neste mundo e ele é tudo o que temos, por isso o
conhecimento se dá na compreensão e descrição deste mundo como
ele se apresenta através das coisas particulares.
Sobre a metafísica de Aristóteles
●Enquanto Platão está preocupado num conceito perfeito que compreende o
coletivo e o valor absoluto das coisas, Aristóteles inicia sua análise a partir do
real analisando cada unidade. Para ele, através da investigação de cada objeto
em particular alcançamos o conhecimento de cada coisa e o que há em
comum entre cada uma delas. Por exemplo analisando uma cadeira eu a
descrevo e entendo sua essência. Observando duas, três, e muitas cadeiras
percebo que o que elas têm em comum é de fato a sua essência. Assim
Aristóteles desenvolveu algo muito importante para a ciência, isto é a análise
empírica através de uma lógica que inicia no particular e depois pode entender
o todo – o universal. O silogismo é a forma em que Aristóteles formalizou
através de argumentos essa maneira empírica de analisar o particular para
chegar a uma conclusão que pode ser deduzida como pertencente aos demais
Sobre a Idade Média
●O mundo medieval – de um ponto de vista ocidental – inicia no ano 250 d. C. e
segue até o ano 1500.

Durante este período vimos uma nova racionalidade, diferente daquela estabelecida
com a influência de Sócrates na idade antiga. Essa racionalidade é caracterizada pela
sua forte relação conceitual com a figura de Deus e a produção autorizada pela
Igreja. Com a queda do Império Romano, a Europa entrou num período de
autoridade religiosa e a Igreja Cristã – que conhecemos hoje como católica –
precisava autorizar tudo que seria produzido e ensinado. Com isso, fora proibida toda
a divulgação das artes, literaturas e filosofias produzidas anteriormente na Grécia e
Roma, por exemplo. Sendo assim, quando observamos a história da filosofia
medieval produzida na Europa, ela é totalmente ligada à ideia de uma razão divina.
Sobre a Idade Média
●A lógica aristotélica e sua metodologia empírica foi incorporada
através de Boécio e depois desenvolvida em Tomás de Aquino,
mostrando que foi Deus que nos deu a capacidade de pensar
racionalmente, é através de uma metodologia lógica que conhecemos
tudo, inclusive a divindade. Assim, justificando a razão através de uma
explicação divina, sendo Deus o criador de todas as coisas e a essência
que permite tudo fluir e ser.

Período de estudo e surgimento das primeiras universidades.


Sobre Descartes e o racionalismo
●O cogito cartesiano é o fundamento da sua filosofia, mas antes de
entender o seu celebre “penso logo existo”, precisamos entender como
Descartes chega nesta premissa fazendo uso de um método próprio.
Lembremos que toda a filosofia moderna consiste na criação de um
método. Galileu e Bacon criaram seus métodos a partir do empirismo e
influenciaram toda a física moderna, o método racionalista de
Descartes também marcou sua tradição. A busca por um método é a
marca da renascença.
Sobre Descartes e o racionalismo
●Descartes contribuiu com um progresso em busca da verdade feito por
Galileu, uma vez que só a experiência não nos leva a lugar algum, mas a
dedução também pode ser mal feita por uma mente não perspicaz,
então é ainda insuficiente. Desse modo, Descartes acredita que o
método não é nem indutivo e nem dedutivo, para isso criou quatro
regras: ● Regra um: Não incluir juízos a nada que se apresenta clara e
distintamente. ● Regra dois: Dividir todo o problema em partes menores
até que seja possível resolvê-lo. ● Regra três: Conduzir os pensamentos
na ordem do mais simples ao mais complexo e também entre aqueles
que procedem naturalmente de outros. ● Regra quatro: Fazer
enumerações completas e gerais até ter certeza de que nada foi omitido.
Sobre as contribuições de Nietzsche
●O cristianismo nos fez acreditar que o mais importante está no mundo após a
morte, ou em um momento transcendente, que para buscar a salvação devemos
nos afastar do que parece materialmente importante desta vida. Todavia, para
Nietzsche esse objetivo bem estabelecido na cultura cristã, fez com que nos
afastássemos da nossa própria vida. Com isso, o homem foi enfraquecido durante o
período cristão e agora que “Deus está morto” devemos superar os limites destes
valores e nos reinventar, criando a nós mesmos. O objetivo da pós-modernidade é a
crítica à ideia do super-homem. O super-homem seria este que possui valores
absolutos e universais, e que sabe o que fazer sempre, em todos os momentos. Para
ele, há algo entre os outros animais e este super-homem. Ao denunciar a morte de
Deus, na verdade, Nietzsche chama atenção para este objetivo: romper com valores
que colocam a humanidade num padrão diferente do que ela realmente é.
Sobre as teorias positivistas
●As bases das teorias positivistas consistem em entender as ações como são
a partir das ações humanas, afastando influências metafísicas, religiosas ou
quaisquer explicações que não podem ser evidenciadas através de
fenômenos apontados historicamente. Como as observações são fenômenos
sociais, não cabe ao positivismo apenas descrever a natureza, mas também
entender suas cadeias de relações sociais e históricas. Assim, Comte foi
influenciado não só por Galileu, mas também por Simon e sua visão sobre a
História. O positivismo de Comte serviu de base para os métodos criados
pelos principais nomes da sociologia: Durkhein e Marx com seu materialismo
histórico, dando uma noção de método de análise para esta ciência nova,
que não era ciência política e nem antropologia, analisava as relações sociais.
Sobre as teorias positivistas
●O termo positivismo foi usado em muitos contextos, não só no
positivismo científico de Comte. Também apareceu na mesma época
nas discussões jurídicas, com Austin e Bentham, por exemplo, ao
falarem que antes de pensar a normatividade é importante entender
como as coisas de fato são e depois relacioná-las de forma clara. De
maneira geral, o positivismo sempre está atrelado a uma busca
metodológica a partir de fatos humanos, não fatos naturais ou
religiosos.
Sobre o movimento Iluminista
●O iluminismo teve início com Descartes e seus contemporâneos, com
a confiança numa base racional inegável que possibilita a construção de
conhecimento. Claro que as influências desenvolveram diversas teorias
e estilos, mas uma característica importante neste período é a
confiança na razão e com isso um otimismo sobre a possibilidade,
inclusive, de buscar a felicidade para todos.
Valores: Veneração pela ciência, empirismo, racionalismo,
antitradicionalismo, otimismo utopistico.
Sobre as contribuições de Nietzsche
●Para Nietzsche, para que possamos subverter os valores cristãos e
reinventar valores segundo nossas próprias fragilidades, recriando,
desse modo, a humanidade e sua história, uma história que não esteja
“blasfemando contra a vida”, e sim, direcionada, de fato, ao que a
humanidade realmente é. Com isso, é essencial subverter valores e
fazer uma forte crítica ao ideal antropológico de um super-homem.
Com isso, focar no entendimento epistemológico de um mundo real é a
criação de nós mesmos, compreensão da nossa existência e as
perspectivas políticas necessárias.
Obrigado, aluno UNISEPE, até a próxima!

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