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Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS

Departamento de Ciências Humanas e Filosofia - DCHF


Disciplina: CHF505- Introdução à Filosofia
Docente: Daniel Nery da Cruz
Discentes: Ruan Lucas Assis Santana

Prova final

1-
Uma das perguntas fundamentais que a Filosofia faz, há séculos, está centrada na
origem e no fim de todas as coisas. Tal questão possui fortes desdobramentos
cosmológicos, antropológicos e teológicos. Muitos filósofos procuraram responder essa
questão, desde os pré-socráticos até os filósofos medievais e assim em diante. A
resposta dada por Aristóteles, para a origem e o fim de todas as coisas levaram a São
Tomás de Aquino a refirmar o que sempre acreditou com os ensinamentos da igreja
católica.
Tomás de Aquino centraliza a sua constatação sobre o movimento do universo, através
da teoria aristotélica que tem por finalidade a noção de primeiro motor. Para Aristóteles
este primeiro motor é o causador de todas as causas, desta forma, esta primeira causa é o
puro ato de ser, é a primeira causa do movimento, não às mutabilidades. Este ato puro
de ser levou Tomás de Aquino a centralizar que Deus é este ato puro de ser, ou seja, este
primeiro motor tem uma relação que Deus é a ação própria de sua criação.

O primeiro motor imóvel é a primeira via supõe a existência do movimento no universo.


Constatamos que neste mundo todas as coisas se movem. Entendendo movimento aqui
num sentido aristotélico, como levar algo da potência para o ato. Se algo é movido, ele
deve necessariamente ser movido por outro. O que é movido deve necessariamente estar
em potência em relação àquilo que move, assim como aquilo que move deve
necessariamente estar em ato em relação àquilo que é movido. Aquilo que se move deve
necessariamente ser movido por um outro. Esse outro deve estar em ato em relação
àquele que é movido. O que se move foi por sua vez, necessariamente, movido por um
outro agente, e este por um outro, e assim por diante. Porém, não é possível que se
continue até o infinito. Assim é necessário que exista um primeiro motor que seja causa
primeira de todo movimento, este primeiro motor move sem ser movido. Se não é
movido, entende-se que nele não há potência, mas que é ato puro. Somente o primeiro
motor é um ato puro, os demais motores necessitam dele para existir.

A segunda via é a que parte da razão da causa eficiente, a causa é entendida como
aquilo pelo qual algo vem a ser. A causa, portanto, vem do efeito à existência é o que se
chama de causa eficiente. Santo Tomás explica que é possível identificar entre os entes
uma ordem de causa eficiente. Não é possível que algo seja causa eficiente de si
próprio, senão seria anterior a si próprio. Todo ser necessita de uma causa eficiente
necessariamente anterior a si próprio como a ordem entre as causas eficientes não pode
ir até o infinito, se percebe que existe uma causa eficiente primeira que causa as
intermediárias. Se não existisse essa causa primeira, não existiriam nem as
intermediárias, tampouco o efeito último.

A terceira via é a tomada do possível, entre as pessoas, encontramos alguns que nascem
e perecem, ou seja, podem ser ou não ser. Assim, percebemos que há possibilidade entre
os mesmos seres. Por serem outros, não são necessários. Se considerarmos que tudo é
secundário, ou seja, que tudo pode não ser, teríamos que considerar que houve algum
momento em que não havia nenhum ser.

A quarta via vai examinar o grau de perfeição que é encontrado nas coisas. Para
entender essa via é importante compreender o sentido metafísico de participação.
Participar é realizar em si mesmo, de forma parcial, o que está em outro de forma plena.
Então a uma relação de dependência entre a pessoa participante e aquele do qual ele
participa. Essa via traz há explicação que nossos sentidos captam que entre as coisas
existem certa relação de grau, algo pode ser considerado relativamente bom, podemos
dizer que é mais ou menos verdade. Para Aristóteles, se algo possui determinada
qualidade em alto grau, será em virtude dela que as outras coisas possuirão determinada
qualidade.

A quinta via é a do governo das coisas, para entender essa via faz-se necessário
considerar o sentido de fim e considerado a partir da causa. O fim, desse modo, é o que
vai determinar o princípio do ser, ou seja, vai estar no princípio da ação. Assim o ser
age sabendo do fim, Santo Tomás também expressa certa equivalência entre bem e fim,
portanto somente enquanto uma coisa é boa, ela é atraída a ser. Portanto, o bem é aquilo
para o qual tudo irá pender. Isso vai implicar a noção de um fim. Dessa forma, o que
move a causa eficiente na ordem da causalidade é aquilo que vem primeiro, o princípio
da ação que é o bem e o fim. Nessa quinta via, Santo Tomás explica que as coisas,
mesmo aquelas que carecem de conhecimento, tendem para um fim, para alcançarem o
que é ótimo.

2-

O sentido básico do empirismo está no fato de que toda observação é passível de


interpretação. Nesta direção, podemos verificar que o Conhecimento Empírico é
baseado na observação dos fatos e situações do cotidiano. Como consequência disto,
o conhecimento empírico tem estrita ligação com o senso comum que é vago em
fundamentos, que não é passível da comprovação dos fatos relatados. O projeto
empirista, considerado de modo genérico, consiste em fundar a validade e a objetividade
de qualquer conhecimento sobre o mundo, de qualquer conhecimento de questões de
fato, na experiência, a qual se apresenta como uma base sólida, cuja legitimidade estaria
fora de questão. É justamente a "adequação" das teorias à experiência que garantiria que
representam, não qualquer mundo possível, mas o mundo de “nossa experiência” em
particular.

O lema do empirismo que tem o seu significado que qualquer ideia não nasce conosco,
mas se inicia na experiencia. Experiências de sensações, ouvimos, enxergarmos,
saboreamos e cheiramos. Em contrapartida ao racionalismo cartesiano, contudo,
o empirismo representa uma tradição filosófica que, tomando como lema a frase
aristotélica “nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”,
acredita que todo conhecimento resultaria de percepções sensíveis,
desenvolvendo-se a partir desses dados,

Locke apresenta sua teoria para combater a crença nas ideias inatas. Locke questiona
proposições como o princípio de identidade, que seriam consideradas de assentimento
universal, alegando que integrantes de comunidades mais primitivas desconhecem tal
princípio. Se ideias inatas existissem de fato, elas deveriam estar na mente de todos os
indivíduos, isto é, deveriam ser de cunho universal e na prática não é o que ocorre. O
entendimento é a nossa faculdade de conhecer; sendo assim, como uma ideia pode estar
presente em nossa mente sem que a conheçamos bem. A alegação de que certas
verdades estão impressas, embora sejam despercebidas, e que à medida que
aprimoramos o uso da razão reconhecemos tais verdades não parece um argumento
razoável, pois isso leva a uma contradição, já que faz do homem um ser que,
simultaneamente, conhece e não conhece algo.

Hume diz que a causalidade e a aceitação da existência do mundo ao nosso redor,


embora não possam ser provadas, são instintivamente impostas. Para Hume, a noção de
causa e efeito não é uma propriedade da natureza, mas uma criação humana para
ordenar o que, em essência, é desordenado. Hume se propõe a investigar as coisas que
compõem a mente humana, com base num empirismo tanto radical quanto original,
acreditando que todo o conhecimento se origina da experiência, questionando assim as
inferências causais e as conexões geradas através do nexo causal.

A filosofia de Hume foi, por muito tempo, vinculada ao ceticismo radical, e


erroneamente interpretada como ceticismo pirrônico. Seguindo seu espírito
questionador, Hume explica a crença causal como suposto de uma ciência da natureza
humana desenvolvida por ele, mostrando os limites que a razão não pode ultrapassar,
por tratar apenas de raciocínios dedutivos. Segundo Hume, o conhecimento adquirido
mediante as inferências causais apoia-se em bases ilógicas, portanto inexplicáveis pela
razão. Esse estudo tem como objetivo expor a crítica que Hume faz ao sistema causal de
explicação dos eventos e o caminho que Hume percorreu para compor sua conclusão.

3-
A obra de Kant é considerada um marco, ou divisor de águas, para a filosofia moderna.
No prefácio da segunda edição da Crítica da Razão Pura, Kant busca, nos moldes da
revolução proposta por Copérnico na astronomia, estabelecer uma revolução completa
no pensamento filosófico, de modo a encontrar um caminho seguro para a metafísica,
fazendo com que, em seus termos, ela não mais fique no mero tateio. O termo
Revolução Copernicana diz respeito a uma analogia que Kant faz com a proposta de
Copérnico, na passagem do antropocentrismo para o heliocentrismo, em que o mesmo
poderia ser aplicado na metafísica, deslocando o sujeito da periferia do conhecimento
para colocá-lo no centro. Trata-se, portanto, de uma proposta de inversão da
metodologia predominante até o período a qual Kant está inserido, em que não mais o
sujeito se regulará pela natureza do objeto, mas este que irá regular-se pela natureza do
sujeito do conhecimento.

Quando se fala em revolução copernicana na metafísica, trata-se apenas de uma


analogia, esse é o ponto central a revolução copernicana na filosofia de Kant é
semelhante a que Copérnico realizou na astronomia. Através da revolução proposta por
Kant será possível a compreensão de que as formas dos objetos não estão nos próprios
objetos, mas são elas contribuições da razão para a constituição do objeto. Em outros
termos, o mundo como é percebido pelos sentidos não é como ele é em si mesmo, mas
como o homem o representa a partir da estrutura formal da sua mente, das suas
capacidades.

4-

A alternativa II

Justificativa: Porque o seu método fenomenológico advém do propósito desse pensador


em dispensar à filosofia o mesmo rigor metodológico conferido à ciência. Por ter
efetuado estudos nos campos da matemática e da lógica, Husserl sempre nutriu certo
apreço pelo rigor metodológico.

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