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1 de A
Grande Síntese
CIÊNCIA E RAZÃO
E ste capítulo, que é o primeiro de uma extensa obra que o seguirá e o desenvolverá em detalhes,
pode ser uma precioso incentivo para meditarmos sobre os rumos que o século XX imprimiu à nossa
vida.
Inicialmente o autor afirma que o desenvolvimento humano está sujeito a leis preestabelecidas. É
uma declaração ousada e revolucionária sugerindo que estamos jungidos a um fatal determinismo. É
uma afirmação que derruba a arraigada crença mecanicista que nega todo tipo de finalismo ou de
qualidade oculta para a determinação dos fenômenos naturais, isto é, que os fenômenos que
acontecem no nosso universo não têm uma trajetória e um alvo prefixado.
A ciência pode concluir que no fundo se trata apenas da manifestação de um desesperado desejo de
encontrar uma finalidade para nossas vidas, pois já observou que a evolução da vida neste mundo se
procede por tentativas, alternando-se entre erros e acertos, e não com a segurança de um plano pré-
organizado e que, portanto, não se pode prever para onde se dirige a evolução.
Esta é uma objeção aparentemente irrefutável, mas se observarmos com mais atenção o
andamento da evolução do universo, podemos perguntar porque então o universo no seu conjunto não
se descambou para o caos pois as chances de erros e acertos são as mesmas: 50% para cada uma.
Assim podemos pensar que 50% de todos os infinitos fenômenos evolutivos de qualquer magnitude
que aconteceram no nosso Universo, desde de o seu princípio até aos nossos dias, teriam sido de
natureza errônea. Esta conclusão nos levaria a conceber que qualquer lei científica, seja da física, da
química ou de qualquer outra ciência, não operariam com 100% de eficiência. Não seria difícil imaginar
que num determinado ponto do espaço a lei da gravidade funcionaria intermitentemente. Num
momento atuaria de forma precisa e em outro se omitiria. Este pensamento pode ser estendido para
qualquer fenômeno de qualquer natureza. Num Universo onde ocorrem a cada átimo do tempo trilhões
e trilhões de interações fenomênicas, o acúmulo dos infinitos erros gerados pela lei das probabilidades
teriam o levado no mínimo para um estado caótico ou no máximo ele nem existira. No Universo,
apesar do processo de tentativas, todas as leis naturais funcionam com 100% de acerto e estas leis se
coordenam entre si de forma que o Universo é um organismo equilibrado que indica a existência de
um telefinalismo no seu funcionamento.
Este determinismo nos leva a perguntar: então não existe livre-arbítrio, somos meras marionetes
num vasto jogo de forças cósmicas? A resposta final para esta pergunta só será compreendida após a
leitura dos livros básicos da filosofia Ubaldista: A Grande Síntese, Deus e Universo e O Sistema,
veremos então que foi o nosso livre-arbítrio que nos levou a este universal processo de tentativas
permeadas de erros e acertos.
O autor, logo no segundo parágrafo, ao afirmar que Em qualquer campo, a nova idéia vem sempre
do Alto nos sinaliza que existe um ponto (o Alto) de onde emana esta diretriz que impede que o
processo de tentativas e erros nos conduza ao caos. Este ponto pode ser encarado como o alvo a que
se projeta a trajetória da evolução. Desta forma quando o acúmulo de erros se torna preponderante,
desce do Alto novas diretrizes para restabelecer o equilíbrio e recolocar a evolução na prefixada linha
diretriz.
Ao longo dos séculos a história humana sofre um redirecionamento rítmico periódico. Este ritmo,
como veremos em capítulos posteriores, tem o compasso de 3:2. Este compasso indica que há no
processo evolutivo três fases construtivas seguidas de duas destrutivas. Destarte o aparente processo
de tentativas torna-se um vir-a-ser periódico e em conseqüência pode ser entendido como um ciclo
determinístico, onde há 60% de possibilidade de acertos e 40% de possibilidade de erros. O diferencial
de 20% representará no cômputo geral da evolução uma tendência determinística no sentido dos
acertos superarem os erros. É um jogo de cartas marcadas em que a banca (os acertos) ao longo do
tempo ganhará fatalmente a parada dos apostadores (os erros).
Os 40% representam o livre arbítrio, ou seja, a liberdade de escolha que tudo e todos somos
possuidores. O livre arbítrio é portanto relativo e suas escolhas erradas serão retificadas a longo prazo.
O acumulado deste diferencial de 20% representa o conhecimento e a experiência adquiridos ao longo
da história do universo. Conhecimento e experiência que se traduzem na forma da evolução e do
progresso que vemos acontecer apesar dos aparentes recuos.
Com o olhar concentrado na matéria a ciência descuidou-se dos aspectos morais e espirituais. E não
poderia ser de outra forma pois a evolução conduz à conquista de novas qualidades, um setor de cada
vez. É natural, portanto, que o progresso numa determinada direção anule o que foi realizada em
outra. A vida não pode proceder à criação de demasiadas coisas e avançar por diversas estradas ao
mesmo tempo. Assim, quando tudo se torna ciência, técnica, trabalho produção, industrialização e
mercado, as qualidades espirituais tendem a atrofiar-se. Hoje o homem especializou-se na conquista
daquele tipo de valores, mas, obedecendo à mesma lei, assistirá à reação representada por uma
espiritualização em um plano racional e científico mais positivo e aceitável do que o fideístico atual.
(Pietro Ubaldi - Um Destino seguindo Cristo).
Assim esta visão unilateral lançou a ciência num beco escuro, sem saída, como afirma Ubaldi neste
capítulo. Mas, apesar do tom apocalíptico deste primeiro capítulo, não devemos perder as esperanças,
pois se o atual ciclo histórico terminar de forma destrutiva, por outro lado, por força das leis
preestabelecidas - uma Lei, invisível para vós, todavia mais forte que a rocha - um novo ciclo
construtivo obrigatoriamente se abrirá.
O fim de um ciclo sempre representa um impasse - o beco escuro, sem saída - por isso a Lei
começa a agir, primeiramente na forma da revelação de uma nova idéia que balizará o
desenvolvimento do novo ciclo. Este livro - A Grande Síntese - e os demais livros da obra constituem
esta revelação. Neste primeiro momento é apenas uma idéia pura, no segundo momento (o atual) a
idéia lutará para se impor e conquistar o terreno e finalmente se estabelecerá de maneira concreta na
forma de uma nova civilização.
Uma nova ciência deve surgir em virtude do desenvolvimento de uma nova capacidade de ver o
universo. Este novo olhar deve se voltar para a essência das coisas. A ferramenta desta nova visão é a
intuição.
A intuição é a maneira instantânea de compreender as coisas. A intuição será o próximo degrau da
evolução do pensamento e será produto da interação entre Razão e Sentimento, o casamento da Fé
com a Ciência. O pensamento racional por si só é fragmentário: a Ciência, sua maior conquista, é
constituída por compartimentos estanques, faltando-lhe a unidade do conhecimento. O Sentimento,
por sua vez, tem a propriedade holística de encarar os fatos embora sem compreender os detalhes e
sem a capacidade de julgamento. Hoje já se fala em lado esquerdo e direito do cérebro ao se referir as
duas modalidades de pensamento. Sim, podemos afirmar que existe dois tipos de pensamento: o
racional e o intuitivo. Toda grande descoberta se iniciou por um pensamento intuitivo e só
posteriormente foi desenvolvido e detalhado pelo pensamento racional. Esta capacidade já existe
embrionariamente em todos nós. Quem já não teve um lampejo de uma compreensão instantânea e
total sobre um determinado assunto sem precisar recorrer a nenhuma elucubração racional? Em geral,
todos, mais ou menos, possuem intuição, mas de um modo vago e sumário, sem a crítica e a precisão
de um método. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)
A obra Ubaldiana foi composta inteiramente pelo método intuitivo e em seguida trabalhada de
forma racional. Quem pensa que o recebimento deste imenso volume de conceitos foi uma doação
gratuita, caída do céu, está redondamente enganado. O fenômeno intuitivo deve ser completado com
um estafante trabalho intelectual para adequar o pensamento sintético a forma racional humana, para
que possa ser entendido pelas massas. Não se pode confundir o método da intuição com o da
mediunidade passiva: O contato é ativo e consciente e não somente de tipo conceitual. O pensamento
que nos invade em estado inspirativo é profundo, está no íntimo das coisas e dos fenômenos, não em
posição estática, mas em incessante dinamismo, não só dirigindo tudo, mas também potencializando o
funcionamento. Assim, aquele pensamento não aparece só como conceito, mas é sentido também
como vida... (P. Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo)
A evolução marcha para a unificação de todas as coisas usando o amor como amálgama para
realizar a sua tarefa. A intuição pode ser vista como a unificação do pensamento analítico racional e,
portanto, é obvio que para alcançarmos esta síntese do pensamento é preciso - como afirma o ultimo
parágrafo deste capítulo - sentir esse liame de amor com todas as outras formas da vida. Creio que
este deve ser o fundamento para alcançarmos a compreensão desta obra magistral que ora iniciamos
a leitura. Caso contrário o aprendizado será estéril.
INTUIÇÃO
Como afirmamos nos comentários ao capítulo 1, a intuição é uma forma instantânea de
compreender um determinado fenômeno. É um relâmpago conceitual. De repente sem nenhum aviso
surge na nossa mente a solução de um problema que nos atormentava há muito tempo ou
repentinamente resplandece a compreensão global de um complexo fenômeno científico. Muitos
matemáticos, físicos, químicos encontraram pela intuição, num átimo do tempo,a fórmula ou o
conceito cientifico que há muito procuravam... a solução dos problemas percorre vias absolutamente
independentes dos processos lógicos e racionais e como o relâmpago, que ilumina uma zona de
pensamento, de improviso o apreende. Poincaré, no seu livro Invention Mathématique registra nestes
termos o fato: "O que nos fere a atenção desde logo são as aparências de súbita iluminação,
reveladoras de longo e prévio trabalho anterior". O autor observa, à custa de experiência própria, que
nesses casos o pensamento se caracteriza pela rapidez, subtaneidade e certeza imediata. Quando
menos se espera, apresenta-se à nossa mente a solução de problemas já de há muito propostos (P.
Ubaldi - A Nova Civilização do Terceiro Milênio)
Um divertido exemplo histórico, muito divulgado, foi o do sábio grego Arquimedes (287-212 AC)
que estava tomando banho quando teve uma súbita inspiração sobre o empuxo hidráulico e por isso
saiu correndo pelas ruas de Siracusa gritando Eureka! Eureka! (Achei! Achei!).
A faculdade da intuição ainda é, no atual nível médio evolutivo da humanidade, um fenômeno muito
raro, acontece esporadicamente e tem caráter imprevisível e nunca acontece quando provocado pela
nossa vontade. Em algumas pessoas superevoluidas, como foi o caso de Ubaldi, o fenômeno se
estabiliza e estes seres excepcionais alcançam o domínio pleno da intuição. Foi por isso que Ubaldi
conseguiu escrever uma monumental obra filosófica em que cada conceito emitido em qualquer
capitulo de qualquer um dos 24 volumes (10.000 páginas!!!) é perfeitamente coerente com todos os
outros sem nenhuma contradição ou vacilação. Por sua vez, nenhuma obra humana escrita com auxílio
apenas da capacidade racional escapa das próprias contradições.
O homem, como sabemos, é uma criatura que é conduzida por duas forças opostas e
complementares: o sentimento e a razão. Geralmente somos aconselhados a seguir mais aos ditames
da razão do que das emoções. Creio que apesar de ser um conselho judicioso, trata-se, no entanto, de
uma meia verdade. Quanta gente vemos existir que se conduz por um profundo e puro sentimento de
fé e nos propicia um exemplo de sabedoria na arte de viver. Outras são extremamente racionais e no
entanto são capazes de cometerem as maiores atrocidades. A real sabedoria é dualística.
Assim a intuição plena será filha do casamento da Fé com a Ciência. Num mundo em evolução, em
que tudo marcha para a unificação, é mais que evidente o futuro surgimento da intuição produzida
pela união equilibrada entre o sentimento e a razão. Nossa época supercerebral já se começa a falar
em inteligência emocional o que é um prenuncio da alvorada de um novo tempo em que a intuição
deixará de ser uma exceção e passará a ser regra geral.
Quando o autor diz: Só entre semelhantes é possível a comunicação; para compreender o mistério
que existe nas coisas deveis saber descer no mistério que está em vós. significa que só alcançaremos
o conhecimento pleno quando descobrirmos a existência do eu interior. Assim, poderemos imergir no
divino consciente universal e, desta forma, não seremos mais observadores separados mas parte
integrante dele. Poderíamos dizer que em vez de sermos portadores de conhecimentos seremos o
próprio conhecimento. Esta é uma conseqüência lógica pois evoluir significa unificar. Daí vem a
semelhança anunciada por Ubaldi.
Outro ponto importante neste capítulo é a revelação da existência de dois "eus". Um exterior, o eu
de superfície, e outro interior, o eu profundo. Esta é uma referência antecipada da Lei do Dualismo que
governa todas as coisas no nosso Universo decaído; tema que Ubaldi desenvolverá ao longo da obra. A
existência desta polaridade entre o eu exterior e o eu interior pode ser compreendida se atentarmos
que há uma analogia com a polaridade existente entre corpo e espírito. O corpo é mortal e o espírito é
imortal. O corpo é instrumento de evolução do espírito. A cada reencarnação o espírito toma um corpo
diferente e em conseqüência terá um novo eu exterior adequado a sua nova vida e a seu novo
ambiente. Fica clara então a afirmação de que a consciência exterior, filha da matéria, morre com ela.
Sobreviverá, deste eu exterior, apenas uma destilação de valores, automatismos que constituirão os
instintos do futuro. Talvez esteja aqui, a razão porque não lembramos das nossas vidas passadas, pois
o que se transmite para o eu interior é a técnica da criação e não a memória do fato concreto que a
desenvolveu.
Poderíamos dizer, então, que apenas alguns estão com a verdade e a maioria estaria errada?
Não, a verdade é relativa e progressiva, ou seja, cada nível evolutivo tem uma visão da verdade cujo
grau de pureza varia com sua altura na escala da evolução. Assim o que é verdadeiro para um nível
inferior pode ser encarado como uma grosseira aproximação da verdade para quem está acima e a
verdade deste nível superior seria considerada como uma onírica fantasia pelo inferior. Desta
maneira seria necessária uma infinidade de provas diferentes (sejam elas lógicas ou em forma de
milagres) para alcançar uma universal aceitação de uma determinada ideologia.
Poder-se-ia afirmar, no entanto, que a lógica é absoluta e portanto aqueles que a conhecem e a
praticam seriam os donos da verdade. Ledo engano, a ciência da lógica também é relativa. A Física
Newtoniana de espaço e tempo absolutos é hoje concebida como uma aproximação da Física
Relativista de espaço e tempo relativos. E o que é lógico hoje amanhã será considerado como uma
aproximação de outra verdade que superará a atual. Na realidade tudo é progressivo no nosso
Universo: As nossas verdades não expressam outra coisa senão a maneira pela qual são vistas e
concebidas para cada um, num dado momento. Elas são, portanto, relativas ao observador e
progressivas no tempo. (P. Ubaldi - A Descida dos Ideais)
Ora, se a verdade é relativa ao observador como afirma Ubaldi, então poderíamos pensar que este
capítulo sobre As Provas é supérfluo pois somente aqueles que tem pureza de ânimo e sinceridade
de intenções e que se afinam com os conceitos de A Grande Síntese, dariam o trabalho de ler uma
obra tão complexa.
No livro Deus e Universo, Ubaldi afirma: Não se deveriam dizer estas coisas abertamente ao
mundo involuído de hoje, porque ele está sempre pronto a dar-lhes uma interpretação às avessas,
satânica. Não se deveria dar ao público a solução dos mistérios aqui obtida por intuição, inacessível
pela via racional, solução que deveria ser, pois, naturalmente proibida. Poder-se- ia repetir: "não
atireis pérolas aos porcos, a fim de que não as pisem com os pés e se voltem contra vós para
dilacerar-vos". Por isto tais coisas são ditas em livros de complexa concepção, que os cérebros
preguiçosos e ignorantes repelem e que a maioria dificilmente penetra, justamente para que poucos
as conheçam, mas as possam encontrar prontas quando hajam amadurecido.
Poderíamos concluir então que as admoestações deste capítulo seriam desnecessárias pois estas
obras são para que poucos as conheçam, mas as possam encontrar prontas quando hajam
amadurecido. Devem, portanto, existirem outras razões que expliquem esta posição do autor.
Creio que a explicação está no fato de que o Cristianismo foi implantado por Cristo em posição de
antagonismo contra o mundo,assim qualquer idéia nova quando contraria interesses fortemente
estabelecidos provoca a reação dos seus representantes. Assim, por exemplo, a crucificação de
Cristo aconteceu porque a elite dirigente do povo judeu (o Sinédrio) temia que o povo lhe
arrebatasse o poder, pois Cristo desmascarava a sua hipocrisia, conforme podemos ver nos
Evangelhos. O mesmo aconteceu na perseguição e martírio dos primeiros cristãos em Roma. O poder
imperial temia que os escravos se revoltassem em virtude das promessas do Cristianismo sobre um
novo reino de justiça.
Da mesma forma quando as revolucionárias idéias de Ubaldi expostas neste livro, tornarem uma
ameaça para os depositários das verdades estabelecidas, sejam elas científicas ou religiosas, muitos
se aproximarão com duplo fim, para demolir ou especular no intuito de defenderem seus interesses
ou vantagens. O autor é conhecedor da técnica da descida dos ideais e por isso prevê as inevitáveis
reações que surgirão no futuro por parte daqueles que estão armados para recusar qualquer prova .
Assim se explica o tom admoestatório deste capítulo.
Comentários e Observações sobre o Cap. 4 de A
Grande Síntese
CONSCIÊNCIA E MEDIUNIDADE
Nos primeiros parágrafos deste capítulo o autor resolve o conflito entre as duas correntes opostas
da Teoria do Conhecimento, a oposição entre sujeito e objeto presentes nas contrastantes correntes
filosóficas do racionalismo e do empirismo ou entre o idealismo e o materialismo. Ao afirmar que a
ciência (que pesquisa de fora para dentro) e a vossa evolução (que se expande de dentro para fora)
trarão à luz os meios de ordem psíquica, ele nos sinaliza a convergência entre as duas correntes que
embora opostas convergirão para a revelação do nosso eu interior. Na realidade, Ubaldi antecipa
aqui a técnica da oscilação entre pólos opostos empregada pela evolução para avançar. Já podemos
antever, nestes primeiros capítulos, o caráter cíclico da evolução fenomênica e seu inflexível
dualismo.
Este dualismo fica ainda mais evidente quando lemos: Acompanhai-me, caminhando do exterior,
onde estais com vossas sensações e vossa psique, para o interior onde estou eu como Entidade e
como pensamento. Neste caminhamento de fora para dentro, guiada pelo materialismo, a ciência,
alcançou o psiquismo exterior e através da ciência psicológica descobriu sua estrutura dual,
verificando que o psiquismo se compõe de uma parte consciente e de outra inconsciente. Da
descoberta do inconsciente veio o conhecimento dos instintos, que governam a nossa vida física
através de automatismos. Mas ainda não vislumbrou, neste inconsciente, a existência de outra
dualidade, agora em sentido vertical, entre subconsciente e superconsciente. A diferença básica
entre o subconsciente e o superconsciente é que as manifestações do subconsciente são estáveis e
contínuas, agem prontamente quando solicitadas pelas contingências da vida. Já a ação do
superconsciente é extemporânea pois ainda é pouco desenvolvido na grande maioria das pessoas. A
dimensão do superconsciente é a intuição.
Quando formos conscientes no superconsciente o nosso eu interior se revelará. Neste estágio é
que surge a mediunidade inspirativa consciente. É uma mediunidade seletiva, diferente da
mediunidade passiva e inconsciente que segundo Ubaldi pode abrir-se por todas as portas e fazer-se
órgão de recepção de todo pensamento, desde o mais nobre até o mais vil.
Será então, através do conhecimento deste eu profundo que a ciência dará um grande salto do
conhecimento, escapando do intrincado labirinto em que se perdeu ao tentar compreender o todo
por suas partes.
A revelação que nos vem deste livro é a mais poderosa afirmação do vosso século (....) é
suficiente para criar uma nova civilização. Em outros volumes da obra este tema é desenvolvido em
profundidade e é previsto o surgimento desta nova civilização no terceiro milênio.
Se por um lado a ciência se pulverizou numa infinidade de especializações, por outro nos
proporcionou ferramentas que nos tornaram capazes de ver e resolver diretamente problemas que
mal eram suspeitados por nossos avós. As condições culturais do nosso tempo nos tornaram mais
aptos a compreender idéias mais complexas. O terreno está pronto para a semeadura de novos
conceitos de maior envergadura do que os existentes hoje e, por isso, exigem nutrientes mais
poderosos que só podem ser proporcionados por uma nova revelação. Revelação que amplia e aclara
os conceitos revelados há dois mil anos por Cristo conforme promete o autor: ... não é por acaso que
vos chega minha palavra. Ela vem não para destruir as verdades que possuís, mas para repeti-las de
forma mais persuasiva, mais evidente, mais adaptada às novas necessidades da mente humana.
(....) é chegada a hora de dizer minha palavra.
N os capítulos anteriores o autor seguiu uma trajetória oposta a que usualmente estamos
habituados a percorrer. Olhamos para os efeitos, isto é, para o mundo exterior e procuramos
entender o mundo a partir da premissa da separação entre sujeito e objeto e dessa forma
concebemos o mundo como um espaço vazio povoado de seres e objetos sem qualquer vinculação. O
roteiro deste livro segue um caminho inverso, parte do pressuposto de que há no universo uma
unidade orgânica coordenando o funcionamento das partes e dessa maneira estabelecendo vínculos
entre elas.
Neste capítulo é iniciada uma grande viagem através deste organismo que é o nosso universo,
onde veremos, num amplo panorama, as diversas formas que o Todo assume no relativo sem perder
sua unidade e identidade. Cada elemento deste organismo, embora mantendo sua individualidade
própria, tem impresso em si mesmo a imagem do Todo. Esta imagem comum estabelece o
parentesco e a indissolúvel ligação entre todos os elementos: (...) aperto num monismo absoluto, os
imensos pormenores do mundo fenomênico ... Esta visão da unidade do todo foi a razão porque este
livro foi intitulado de A Grande Síntese
Por necessidade lógica, para que haja uma unidade orgânica é preciso que exista uma unidade de
princípios, caso contrário não haveria uma coordenação de funções de cada uma das unidades
menores diante do Todo, mas sim um caótico amontoado de elementos.
Outra conclusão evidente é que se existe uma unidade de princípios, obrigatoriamente existirá
uma centralidade neste organismo, de onde irradia a coordenação que estabelece o ritmo e harmonia
do conjunto. Este Centro representa a individualidade maior que engloba em si as menores. Como as
menores são uma imagem da maior, este Centro é ao mesmo tempo todos os pontos deste
organismo. Fica assim clara a afirmação de Ubaldi de um Deus que É a criação. Ubaldi,
magistralmente, resume este conceito da seguinte forma: O universo é um organismo de estrutura
harmônica constituído conforme um esquema unitário, pelo que o modelo fundamental, que o
individualiza no seu conjunto, é repetido em todo particular, que assim é individualizado à
semelhança do todo. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)
Vai-se, assim, delineado-se, pouco a pouco, na nossa mente o significado de Monismo sobre o
ponto de vista de Ubaldi. Pode-se afirmar, então, que Monismo é a unidade de Princípios que
coordena a unidade orgânica do Todo, isto é, é LEI ÚNICA que a tudo rege. Assim podemos dizer que
esta Lei é Deus ou que Deus é a Lei Única.
A conclusão acima nos leva a revolucionar o nosso conceito a respeito da natureza da Divindade.
O monoteísmo que sucedeu ao politeísmo fixou em nossa mente a idéia de um Deus transcendente
separado da criação, reflexo da nossa forma mental que vê Deus e a criação como entidades
separadas. A idéia do Monismo vem soldar esta ruptura conceitual entre Deus e o universo.
No texto sublinhado a seguir o autor antecipa, embora ainda que de forma resumida, a teoria da
queda que desenvolverá nos livros Deus e Universo e O Sistema: A realidade, em vosso mundo, está
fracionada por barreiras de espaço e de tempo; a unidade aparece como que pulverizada no
particular; vemos o infinito fragmentar-se, dividir-se, corromper-se no finito, o eterno no caduco, o
absoluto no relativo. Esta teoria, como veremos nos livros citados, mostra que o universo foi criado
perfeito e posteriormente por culpa das criaturas - ao usarem o seu irrevogável direito ao livre-
arbítrio - a unidade do Sistema original pulverizou-se neste nosso universo material.
Assim, surgiu o ciclo involutivo/evolutivo. A Grande Síntese descreve o semiciclo evolutivo que
representa a recuperação da queda original. Como foi dito acima o universo funciona sob um
esquema de tipo único e por isso o ciclo involutivo/evolutivo é repetido em todo particular, isto é, as
menores coisas do nosso universo seguem uma evolução cíclica com avanços e recuos (construção e
destruição). O Monismo original permaneceu já que o Sistema original era infinito e, desta forma,
nosso universo decaído não poderia estar fora dele.
É por estarmos agora percorrendo este semiciclo evolutivo (reconstrução) que o autor afirma no
último parágrafo: Ascensão é a idéia dominante. Deus é o centro
Para quem nunca leu toda a obra de Ubaldi e inicia agora pela A Grande Síntese é aconselhável
ter sempre em mente os seguintes conceitos básicos que o auxiliarão a compreender com mais
facilidade o pensamento de Ubaldi:
1º) Monismo: Tudo é uno no Universo. A mesma Lei governa todos os fenômenos desde os menores
(microcosmo) até os grandes fenômenos macrocosmicos. Assim qualquer coisa funciona sob um
esquema de tipo único: O que está embaixo é como o que está no alto, e o que está no alto é como
o que está embaixo, no milagre de uma só coisa (Hermes Trimegistro - 3000AC).
2º) Tudo é cíclico no Universo em virtude de todas as coisas repetirem o esquema maior do grande ciclo
involutivo/evolutivo do universo.
Comentários e Observações sobre o Cap. 7 de A
Grande Síntese
ASPECTOS ESTÁTICO, DINÂMICO E
MECÂNICO DO UNIVERSO
C omo foi dito no capítulo anterior, Ubaldi toma um caminho dedutivo
para desenvolver o tema sobre os aspectos que o Todo-Uno apresenta.
Posteriormente usará o método analítico para complementar o assunto.
Por aspectos devemos entender como cada uma das faces que o Todo-Uno se
apresenta à nossa observação.
Ubaldi nos diz que no nosso universo o Todo-Uno pode ser considerado sob três
aspectos:
Estático,
Dinâmico ,
Mecânico
Especialização Individuação,
Equilíbrio Proporção
Hierarquia Ordem
RESUMO
Aspectos do Universo Descrição
>ESTÁTICO >Estrutura e forma
>Movimento e
>DINÂMICO
transformação
>MECÂNICO >Leis e princípios
Veremos ao longo deste livro que estes três aspectos nos levarão a concepção
de que o nosso Universo é constituído por três planos de existência que se
transformam uns nos outros e são concomitantes.
A impressão que se tem é que há falhas nesta ordem, pois nem sempre ela é
soberana. Como explicar este aparente paradoxo? Embora Ubladi só vá explicar
esta contradição nos livros Deus e Universo e O Sistema, nos adiantamos a isto no
capítulo anterior onde referimos resumidamente sobre a teoria da queda.
Para ficar bem claro nunca é demais repetir aqui parte do que escrevemos: (...)
Assim, surgiu o ciclo involutivo/evolutivo. A Grande Síntese descreve o semiciclo
evolutivo que representa a recuperação da queda original. Como foi dito acima o
universo funciona sob um esquema de tipo único e por isso o ciclo
involutivo/evolutivo é repetido em todo particular, isto é, as menores
coisas do nosso universo seguem uma evolução cíclica com avanços e
recuos (construção e destruição). Veremos no capítulo 26 que estes avanços e
recuos periódicos se dão num ritmo de 3:2. Isto é, três passos no sentido evolutivo e
dois no sentido involutivo. Estas duas etapas de regressão explicam o paradoxo.
A ssim como temos uma alma que rege nosso corpo, o universo têm a Lei
como a sua alma. Um corpo sem alma é um cadáver. Desta forma não existe vida
ou atividade sem a presença de uma alma animadora. A alma corresponde a parte
invariável do binômio corpo-alma. O corpo nunca é o mesmo ao longo do tempo e
termina na morte. Por analogia, pode-se concluir que o nosso Universo também é
temporário e terá um fim como nosso corpo material. O que permanecerá será a
sua essência: A Lei.
Os aspectos do Universo que vimos no capítulo anterior podem ser tomados
também como três formas de individuação (modos de ser) do nosso Universo:
Matéria, Energia e Espírito.
RESUMO
Aspectos do Individuações do
Descrição
Universo nosso Universo
ESTÁTICO Estrutura e forma MATÉRIA
Movimento e
DINÂMICO transformação
ENERGIA
MECÂNICO Leis e princípios ESPÍRITO
RESUMO
1º modo de 2º modo de 3º modo de
ser ser ser
( ) () ()
Aspectos do
Princípio ou Movimento ou Estrutura ou
nosso
Lei vir-a-ser forma
Universo
Individuações
do nosso Espírito Energia Matéria
Universo
Fases do
Processo Pensamento Vontade Ação
Criativo
Este capítulo contém uma previsão de Ubaldi que se confirmou alguns anos
depois, o que demonstra o caráter de revelação de A Grande Síntese. Escrevendo
este capítulo em 1932 afirmou que a passagem de para é fonte de liberação de
uma tremenda quantidade de energia, fato que se comprovou em 1945 com a
explosão da 1ª bomba atômica.
Se alguem quiser se aprofundar nos temas aqui expostos, antes de proseguir a
leitura de A Grande Síntese, recomenda-se a leitura do capítulo 12 (Os Três
Aspectos da Substância) do livro Deus e Universo e os 4 primeiros parágrafos do
capítulo 38 (A Personalidade Humana - 2ª parte ) do livro A Nova Civilização do
Terceiro Milênio.
asp. dinâmico
O Todo representa o monismo, idéia que amplia a nossa concepção de Deus.
Não mais uma entidade separada de sua criação como quer a concepção
monoteista de Deus, onde a criação é exterior a Deus. Qualquer noção que
podemos ter da Divindade traz embutida em si o axioma da infinidade. Assim, a
idéia do Monismo fica evidente se considerarmos que nada pode existir fora deste
Infinito. A verdadeira criação é, portanto, produto de uma íntima transformação da
Substância Divina original.
A afirmação: (...) Ela vos diz que sois consciências que despertam, almas que
regressam a Deus. É a concepção bíblica do Anjo decaído que reaparece; (...) traz
aqui novamente referências sobre a Teoria da queda que será desenvolvida nos
livros Deus e Universo e O Sistema.
Comentários e Observações sobre o Cap. 10 de A Grande Síntese
A DESINTEGRAÇÃO ATÔMICA
Por ação da Lei do Equilíbrio o movimento involutivo é compensado por um movimento evolutivo em
sentido contrário e este por sua vez retorna ao movimento anterior e assim sucessivamente, constituindo
desta forma uma contínua oscilação entre as fases do ciclo involutivo/evolutivo:
...α→ β →γ→β→α...
É um eterno ciclo de nascimento e morte onde o final de uma pulsação cíclica confunde-se com a início do
ciclo seguinte. É semelhante ao ritmo de sístole e diástole do coração.
O objetivo de A Grande Síntese é o de analisar o semiciclo evolutivo γ→β→α. O exame do semiciclo
involutivo será feito nos livros Deus e Universo e O Sistema.
Ubaldi começa pela pulsação de retorno γ→β, isto é, a desintegração da matéria γ que resulta na
transformação de matéria em energia. Quando este capítulo foi escrito em 1932 a ciência ainda não havia
realizado a desintegração atômica. Isto somente aconteceu na prática em 1945 com a explosão da primeira
bomba atômica, por isso este texto, quando foi escrito, tinha caráter premonitório. Hoje, a equivalência
entre matéria e energia, já é uma verdade firmemente estabelecida. A equivalência é demonstrada pela
famosa equação de Einstein E = mc2.
Assim, a estrutura atômica da matéria, a física clássica parece esboroar-se para dar lugar a uma
física quantística ou estatística, em que dominam, não mais leis dinâmicas, mas leis estatísticas ou de
probabilidade (P. Ubaldi - Problemas do Futuro). Desta forma na vanguarda da ciência moderna está
acontecendo uma inversão pela qual o real se tornou irreal e o irreal, real (ibidem). Em conseqüência as
diretrizes do pensamento científico moderno já estão se reposicionando. A própria ciência está
contribuindo para a eliminação da orientação materialista que outrora guiava seus passos na busca do
conhecimento. No Capítulo XX (Com a Ciência para o Inconcebível) do livro Problemas do Futuro, este
tema é largamente desenvolvido.
Comentários e Observações sobre o Cap. 11 de
A Grande Síntese
UNIDADE DE PRINCÍPIO NO
FUNCIONAMENTO DO UNIVERSO
O autor, em harmonia com o caráter cíclico de todos os fenômenos, volta, neste capítulo,
a abordar o assunto do capítulo 6: o Monismo. Devemos nos habituar a estes retornos que
acontecerão ao longo de toda a obra. A Grande Síntese pode ser considerada como um sistema
equilibrado, orientado, ritmado e periódico. O objetivo destes retornos é o de aprofundar e ampliar
os temas já desenvolvidos anteriormente. Assim, a nossa compreensão sobre o Monismo é
alargada com base nos novos fatos expostos neste capítulo.
Assim, em todos lugares e a cada momento, todas estas fases e transformações ocorrem
simultaneamente. Qualquer fenômeno do universo, do menor ao maior, contém em si,
concomitantemente, todas estas fases e transformações. Podemos, deste modo, compreender o
que seja a onipresença de Deus. Esta onipresença não é apenas a extensão de Deus cobrindo todo
o Universo mas é a presença total e completa de Deus em cada ponto deste Universo, pois Deus
é indivisível. Para entendermos este conceito é preciso atentar para o seguinte trecho do primeiro
parágrafo: Deus está, assim, onipresente em cada manifestação. Se assim não fora, como vos
seria possível a observação dos fenômenos que, certamente, não teriam podido esperar na
eternidade para existir e mostrar-se a vós, exatamente no instante em que também nascestes e se
desenvolveram em vós os sentidos e uma consciência que se dirigem a ele? Diferentemente da
teoria das formas de Platão, onde o conhecimento do significado antecede ao do significante,
Ubaldi afirma aqui que o significado já "está" no significante em virtude da onipresença divina. Eis
um exemplo simples: Ao observarmos que um objeto é maior que outro já existe abstratamente
em nossa consciência a noção conceitual de maior ou menor.
Desta forma é fácil concluir que temos dentro de nós o infinito e a eternidade. Compreende-se
agora, o significado profundo do antiqüíssimo preceito: Conhece-te a ti mesmo que as portas do
infinito se abrirão para ti. Em virtude desta onipresença divina há, portanto, uma unidade de
princípios no funcionamento do universo, visto que a unidade de princípios é um reflexo do
princípio único emanado da Divindade. Esta unidade de princípios é o que se denomina de
Monismo.
Pela onipresença divina fica caracterizada a unidade global do todo. Se a essência de qualquer
individuação fenomênica é a substância divina, existe, então, obrigatoriamente, um mesmo padrão
estrutural para toda a criação. A bíblia afirma isto de maneira singela: Também disse Deus:
façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.
O segundo exemplo também mostra a repetição em toda individuação fenomênica do princípio
único da centralidade de Deus na criação, em torno do qual tudo gira e para o qual tudo gravita.
Quando se fala de criação, não se trata ainda da criação de nosso universo que conhecemos, mas
de uma originária criação, da qual derivou depois a atual (P. Ubaldi- O Sistema) . Após a queda (2ª
criação) o conceito de centro permaneceu disperso numa infinita multiplicidade de centros, assim
todo organismo tem um centro e uma periferia Os elementos existem não mais em relação direta
com o centro Deus, mas apenas cada um em relação com o seu pequeno centro (ibidem) . Assim, o
átomo tem o núcleo e as órbitas eletrônicas; o sistema solar tem o sol e os planetas. Até os
sistemas sociais seguem este esquema como podemos ver no caso de governo e povo, capital e
trabalho, teoria e prática, ciência e tecnologia, etc. O estudo desta polaridade será amplamente
desenvolvido por Ubaldi ao tratar da Lei da Dualidade, tema recorrente ao longo de toda a sua
obra.
O terceiro exemplo mostra claramente a estrutura tripla do homem, reflexo do princípio da
trindade original da criação. Desta forma qualquer fenômeno do nosso universo se apóia nesta
triplicidade estrutural. Até fenômenos que a primeira vista nos parecem não conter todas as três
fases, se olhados com atenção mostram esta triplicidade, como é o caso do pensamento humano
que julgamos independentes das fases matéria e energia. Como dissemos anteriormente o
pensamento para se manifestar depende do suporte físico do cérebro e da manifestação da energia
nervosa. No nosso universo o pensamento só acontece e se movimenta nas dimensões físicas
cerebrais, embora possa existir universos sucessivos ao nosso onde o pensamento já se
desembaraçou das dimensões espaço-temporais, como veremos no capítulo 37 que aborda o tema
da Sucessão dos Sistemas Tridimensionais.
O estudo deste capítulo nos proporcionou uma visão abrangente do Monismo.
Podemos assim resumir os seus aspectos:
RESUMO
ASPECTOS
DO Descrição
MONISMO
Há uma unidade de princípios que
governa todos os fenômenos, não
Unidade
importando sua altura ou grandeza. O
macrocosmo repete o microcosmo.
A unidade fenomênica é polarizada, isto
Dualidade é dividida interiormente em duas partes
inversas e complementares.
Toda unidade fenomênica é tríplice na
Trindade
sua constituição.
O estudo de A Grande Síntese pode ser considerado como a descrição das três fases que
compõem o nosso Universo: , e . Aqui, Ubaldi inicia o estudo da fase , a matéria. A matéria
representa apenas uma das fases do processo evolutivo da substância. A matéria, que os nossos
sentidos nos revelam, é o substrato físico do nosso mundo que nos fornece a impressão de solidez e
impenetrabilidade por causa da extrema velocidade que a anima. Veremos, no entanto, que a
matéria é um dinamismo incessante e que sua solidez é toda aparente, produzida pelos nossos
sentidos: Eis qual a substância que representa, conforme a ciência moderna, o elemento
fundamental da realidade. O extremo corpúsculo material, qual o elétron, se dissolve em ondas, a
substância fundamental, material de construção do edifício das coisas, é um puro campo
eletromagnético (...)A solidez do mundo físico é, pois, toda sensória, e se reduz a algo que está bem
distante da realidade física, isto é, a uma probabilidade matemática. (P. Ubaldi - Problemas do
Futuro).
O avanço da ciência nos revelou que os átomos, que formam a matéria, estão organizadas de
acordo com o aspecto dualístico da unidade de princípios que vimos no capítulo anterior: "cada
individualidade fenomênica é construída na forma um sistema cêntrico-giratório, isto é, um
centro imóvel e uma periferia móvel". Desta forma o átomo é formado por um núcleo central
circundado por uma ou várias camadas eletrônicas. O movimento relativo entre estes dois termos
gera uma polaridade elétrica entre o núcleo (carga positiva) e os elétrons periféricos (carga
negativa). Cada elemento químico é caracterizado pelo número de suas partículas que formam seu
átomo, conferindo-lhe, assim, sua individuação que o distingue dos outros.
A Química nos revelou que os átomos existentes na natureza podem ser classificados em uma
tabela periódica, partindo do elemento mais leve (Hidrogênio) até ao mais pesado (Urânio). Hoje,
além dos 92 elementos químicos naturais, existem mais 18 elementos artificiais (transurânicos)
criados pelo homem. Os elementos naturais são raramente encontrados isolados na natureza. Na
maioria das vezes, encontramo-os nas unidades moleculares, organismos ainda mais complexos,
produzidos pela fusão de vários sistemas atômicos, isto é, sob a forma de substâncias químicas
compostas, encontradas nos estratos geológicos na forma de cristais e rochas sedimentares.
Como este capítulo foi escrito em 1932, as definições de várias propriedades do átomo estavam
de acordo com a ciência da época. De lá para cá muitas propriedades foram redefinidas em função
de novos parâmetros. Mas, na sua essência, estas propriedades continuaram as mesmas. O autor,
para se adequar a mentalidade da época, não podia avançar nas suas definições pois não seria
compreendido. Por isso, ele afirmou: "o que individua o átomo e o distingue é justamente o número
desses elétrons que giram em torno do núcleo". Hoje, se define um átomo pelo número de prótons
que ele tem em seu núcleo e não pelo número de elétrons de seus orbitais. O próton ainda não era
bem conhecido na época e, por isso, ele empregou o número de elétrons como padrão do número
atômico, já que num átomo de carga elétrica neutra o número de elétrons é igual ao número de
prótons. Além do mais, nesta época ainda não existia a noção de íon.
Sabemos hoje que o átomo é na realidade um complexo sistema contendo dezenas de partículas e
sub-partículas. Ubaldi antecipou-se a isto ao afirmar o átomo é uma unidade decomponível em
unidades menores. Baseando-se nesta propriedade e no fato de que as unidades atômicas se
organizam sob a forma de coletividades moleculares, isto é, em unidades coletivas chega-se a
idéia da existência da lei das unidades múltiplas ou coletivas que governa a agregação de
unidades menores em unidades maiores, através de uma organização do simples para o complexo,
do crescimento orgânico das partes justapostas. A união não é apenas espacial e temporal é
sobretudo orgânica. Essa agregação se dá em todos níveis de atividades, não apenas na organização
atômica, mas também nos mais diferentes campos de atividades como, por exemplo, no surgimento
de estados supranacionais, na globalização da economia, na união de interesses em torno de
problemas que interessam a todos, na universalização da informação em face ao avanço das
telecomunicações, etc.
A existência desta Lei das Unidades Coletivas é conseqüência da universal Lei do Equilíbrio,
já referida em capítulos anteriores, pois ela reequilibra a tendência universal à diferenciação (Lei da
Diferenciação) que a evolução produz. A tendência multiplicação dos elementos simples, no caso
dos átomos, que partindo do Hidrogênio vão além do Urânio, é reequlibrada pela combinação
química destes elementos simples na forma de substâncias compostas. Estas, por sua vez,
combinam entre si formando substâncias cada vez mais complexas e assim sucessivamente.
O estudo sobre a Lei das Unidades Coletivas será desenvolvido e aprofundado no capítulo 27.
O tema deste capítulo será melhor compreendido se considerarmos que , , são
aspectos de uma substância única . O pano de fundo deste eterno transformismo
...... desta substância única é, então, o movimento. O que distingue uma fase de
outra é a forma como este movimento se comporta. No caso da matéria, , a trajetória deste
movimento é condicionada pela forma do sistema cêntrico-giratório do átomo. É um movimento de
trajetória circular fechada. Na fase Energia (), este movimento é ondulatório, com ciclo aberto e
lançado no espaço.
Considerando que o movimento é o denominador comum das duas fases, fica muito fácil
compreender que matéria e energia são substancialmente a mesma coisa, a única diferença
existente entre estas fases é o tipo de trajetória deste movimento. Assim, ao invés de dizermos
matéria ou energia, poderíamos dizer com a mesma propriedade movimento tipo ou
movimento tipo. Desta forma podemos concluir que a matéria não passa de energia circulando
ao redor de um centro, isto é, a concentração de uma grande quantidade de energia em torno de um
ponto. O átomo é um movimento rotatório, fechado em si mesmo.
Como informamos anteriormente, este livro foi escrito em 1932 quando o estudo da física nuclear
ainda estava nos seus primórdios e, por esse motivo, Ubaldi demorou-se na explicação destas
propriedades comuns da matéria e da energia. Hoje este conhecimento já é de amplo domínio
público, incluindo o seu emprego prático para fins industriais, bélicos e até medicinais. É, então,
desnecessário comentarmos sobre a transformação .
O nosso Universo está atravessando o semiciclo evolutivo: assim, o nascimento da
matéria aconteceu no período inverso ao que atravessamos agora, no semiciclo involutivo que
atecedeu o atual. A nossa experiência biológica não conhece o fenômeno da condensação de matéria
partindo da energia e lhe escapa todo o processo centralizador involutivo, criador, que está nos
antípodas daquele evolutivo, expansionista, que hoje se percorre. A vida, vinda depois, encontrou o
espaço já formado e centralizado na matéria.(P. Ubaldi - Problemas do Futuro) A ciência moderna já
começa a visualizar este tema nas teorias do Big Bang (período expansionista) e do Big Crunch
(período de contração).
Pelo fato de estarmos vivendo a pulsação foi possível a liberação de energia pela
desintegração do átomo. Mas, em contrapartida, pouco se sabe sobre a transformação inversa: .
isto é, a obtenção de matéria por concentração de energia. Se a matéria é radiação congelada e,
hoje, a ponte se abriu pela libertação daquela radiação, é bem lógico que amanhã, se possa abrir a
ponte que, em direção oposta, leva, com o aprisionamento da energia, à síntese da matéria. (P.
Ubaldi - Problemas do Futuro)
A descrição que Ubaldi faz da interação entre matéria e energia, exemplificada no caso do aquecimento
de um corpo, hoje em dia são conceitos tão conhecidos que dispensa qualquer comentário adicional. Mas,
ele nos chama a atenção para o fato de que há uma perda de uma parte para cada transformação de um tipo
de energia em outro, pela dispersão cinética, mas, o caráter cíclico do movimento é universal e, por isso,
esta energia dispersa sempre volta ao sol, sob formas novas, para fechar o seu ciclo.
Este acúmulo gradual de energia em pontos específicos faz com que surjam vórtices cada vez
mais velozes que ao atingir um ponto de saturação acontece a transformação da energia em
matéria. Este acontecimento é análogo ao congelamento da água, onde acontece a mudança do
estado líquido para o sólido quando a temperatura atinge zero graus.
A energia pela sua fluência é o vinculo que liga a e vice-versa. Devido a esta vinculação é
que acontece a simultaneidade monística das três fases , e . Os exemplos citados por Ubaldi
ilustram muito bem a interdependência e simultaneidade das três fases , e na individuação
fenomênica. Como já tinhamos dito anteriormente, o pensamento só se manifesta, neste nosso
universo, apoiado em e .
A energia como traço de união entre e é, portanto, onipresente nas interações
fenomênicas. O exemplo usado por Ubaldi enfatiza a ação da energia gravitante na matéria e,
sobretudo, nos revela que ela é a mãe de todas as outras formas de energia, fato que será detalhado no
capítulo 38.
A existência do Éter é aqui confirmada por Ubaldi, embora a ciência tenha descartado esta
hipótese em virtude do fracasso para detetá-lo, no final do século XIX, através da experiência de
Morley-Michelson. Morley e Michelson realizaram esta experiência baseando-se na teoria
eletromagnética de Maxwell que afirmava que a luz propagava em algum meio que ele chamou de
éter. Einstein influenciado pelo resultado deste experimento retirou este conceito da sua teoria da
Relatividade e afirmou que a luz propagava no vácuo sem o emprego de qualquer suporte.
A afirmação de Ubaldi data de 1932 e, portanto, ele já deveria conhecer os fatos acima
descritos, pois no capítulo 34 de A Grande Síntese descreve a teoria da relatividade (Quarta
Dimensão e Relatividade). Fica, portanto, registrado aqui esta divergência de ponto de vista sobre
a existência real do Éter.
No capítulo 18 Ubaldi explica que o Éter por ter densidade mínima escapa, praticamente, a lei da
gravitação, assim, se explicaria o fracasso da experiência de Morley-Michelson. Posteriormente no
capítulo 12 do livro Deus e Universo, escrito em 1951, Ubaldi amplia o conceito de Éter para a do
espaço-dinâmico, em que se concebe o espaço não como uma extensão geométrica, mas
substanciado de uma densidade própria e dotado de uma mobilidade, como um fluido.
O conceito de espaço-dinâmico poderá ser melhor entendido se considerarmos que não há
descontinuidade entre energia e a matéria . A energia no seu processo de concentração, durante
seu transformismo involutivo, passa por uma fase intermediária entre energia e matéria. Esta fase
intermediária é o chamado Éter que é basicamente constituído de núcleos sem orbitais eletrônicos.
Podemos, então, imaginar que o espaço não é um vazio, e sim uma entidade que não é nem
energia e nem matéria, mas uma coisa diferente com propriedades de ambas as fases. Desta
forma podemos pensar que o universo é um tecido contínuo sem vazios, onde os corpos celestes e
o espaço formam, devido a natureza MONÍSTICA do Universo, uma unidade monolítica contínua.
Este tecido cósmico pode ser comparado, a grosso modo, com um tecido de diferentes espessuras
ao longo de sua superfície. Ou, se pensarmos em três dimensões, o universo pode ser concebido
como um sólido esférico com zonas de diferentes densidades.
Da continuidade do transformismo entre as fases energia e matéria, através do Éter (espaço
dinâmico), surge o Hidrogênio, o primeiro elemento químico, O átomo de Hidrogênio (H) é o mais
simples porque possui apenas um próton e um életron. A partir do H se desenvolverá uma série de
elementos químicos, mais pesados, até alcançarem os corpos de alto peso atômico, altamente
radioativos. Com a radioatividade, inicia-se o processo de desagregação da matéria que implica no
fechamento do ciclo com o retorno da matéria à energia (lembre-se: tudo no Universo volta ao
ponto de partida).
Dissemos anteriormente que, devido ao avanço científico, o homem conseguiu criar mais 18
elementos artificiais, totalizando hoje 110 elementos químicos conhecidos. No capítulo 18 Ubaldi
previu a continuidade da série de elementos químicos além do U e aquém do H.
O Hidrogênio H, cujo peso atômico é 1,008, é o ponto de partida da série dos elementos
químicos.
Mas, aqui é preciso esclarecer um ponto que para muitos significa um equívoco nos conceitos
estabelecidos neste capítulo. Estamos referindo ao emprego, por Ubaldi, da noção de Peso atômico
em vez de Massa atômica. Pergunta-se: será que Ubaldi confundiu duas coisas diferentes já que
massa se refere a quantidade de matéria e peso é a força de atração que a Terra exerce no corpo? O
peso de um corpo na Lua seria 6 vezes menor que na Terra, mas a massa seria a mesma. Alguém
poderia afirmar que A Grande Síntese foi escrita no início da década de 30 e nesta época muitos
compêndios de Química ainda confundiam massa com peso daí o erro de interpretação de Ubaldi.
Ledo engano! Ubaldi nunca poderia estar errado, pois A Grande Síntese é um livro inspirado pelo Alto
e por isso mesmo isento de erros. Ao contrário, Ubaldi estava muito além do seu tempo como está
demonstrado abaixo: Modernamente massa atômica é por definição o número que indica quantas
vezes a massa do átomo é maior que a unidade de massa atômica (u). Assim para encontrarmos a
massa atômica temos de dividir a massa do átomo por u, então a massa atômica é um número puro
(adimensional) de valor idêntico ao peso atômico.
A definição de valência está de acordo com a Química da época em que foi escrita A Grande
Síntese. Neste tempo ainda não se conhecia a distribuição das camadas eletrônicas do átomo, por
isso se definia a valência em função do Hidrogênio H. Hoje se define da seguinte forma: A valência
de um elemento químico é o número de ligações iônicas ou covalentes, que um átomo desse
elemento é capaz de estabelecer. Mas se comparáramos a definição de A Grande Síntese com a
definição moderna veremos que conceitualmente ambas estão corretas. A diferença está na maior
precisão da definição moderna na explicação porque dois ou mais elementos apresentam valências
diferentes quando formam dois ou mais compostos químicos. É o caso, por exemplo, da valência do
Ferro (Fe) nos compostos OFe e O3 Fe2.
Se se considerarmos que A Grande Síntese é um livro inspirado alguém poderia questionar a
definição menos precisa de Ubaldi sobre a valência dos elementos químicos. A explicação é simples:
Ubaldi não poderia expor conceitos que ainda não eram conhecidos. Caso empregasse definições que
escapassem ao conhecimento da ciência da época, sua obra não seria compreendida pelos seus
contemporâneos. Como tudo muda, os próprios conceitos que ora adotamos, evoluirão no futuro
para formas cada vez mais precisas, assim de nada adiantaria avançar muito, pois o conhecimento
sempre será relativo. Outro ponto a considerar é que a revelação que nos vem através de A Grande
Síntese tem o objetivo de reorientar a marcha evolutiva e não a de nos eximir do esforço da
conquista do conhecimento.
Ubaldi emprega a definição de peso atômico adotada na época, ou seja, sendo o átomo uma
entidade muito pequena, o seu peso atômico não pode ser medido diretamente, estabelece-se então
uma relação entre o peso de cada elemento químico e o peso do átomo de hidrogênio tomado como
padrão, atribuindo, por convenção, o valor igual a 1 para este peso. Com o descobrimento dos
isótopos foi necessário a mudança do padrão. Desta forma foi definido o novo padrão, conhecido
como unidade padrão de massa (u). Essa mudança de padrão foi necessária porque foi
descoberto que o Hidrogênio é constituído por três isótopos de massas diferentes, fato que
ocasionava uma pequena imprecisão nos cálculos.
O livro Química Integral de Martha Reis define eletronegatividade como a capacidade que um
átomo possui de atrair elétrons para perto de si, em comparação a outro átomo. Existe uma
escala de Eletronegatividade, denominada escala de Linus Pauling em que a negatividade do
Hidrogênio é representada por um número maior que 2 numa escala que vai de zero a 4.
Mais adiante no mesmo livro de Química encontramos uma explanação sobre as propriedades
químicas do Hidrogênio: "O Hidrogênio é um elemento atípico totalmente diferente dos
outros. É o menor e o mais leve dos átomos. Possui uma única camada eletrônica (camada
K) contento apenas um elétron. Por causa disso, o Hidrogênio é normalmente colocado na
tabela periódica junto à família dos metais alcalinos (elementos que possuem um elétron
na camada de valência). O Hidrogênio, entretanto, não possui nenhuma das propriedades
que caracterizam esses metais; pelo contrário, sua tendência é atrair mais um elétron para
completar a sua primeira e única camada (uma vez que a camada K fica completa com 2
elétrons). (.....) O ideal é matê-lo à parte, destacado da tabela periódica" (Como fez
Ubaldi!!!).
Desta forma o Hidrogênio pode estabelecer ligações iônicas com metais eletropositivos, pois os
metais perdem elétrons para adquirir estabilidade e podem formar compostos iônicos com o
Hidrogênio (exemplo: MgH2). Por outro lado o Hidrogênio possui também eletropositividade ou
caráter metálico que lhe permite a formação de cátions (íons positivos) que em soluções eletrolíticas
migram para o pólo negativo (cátodo). Explica-se assim, o seu caráter atípico, como foi dito acima e
também sua "inflexível negatividade" na expressão de Ubaldi.
Para apoiar sua afirmação de que foi a partir do Hidrogênio que se originou, por evolução, os
outros elementos químicos, Ubaldi descreve o desenvolvimento das Nebulosas, onde se pode
verificar pela análise espectral a composição química das várias etapas evolutivas atravessada pela
matéria constituinte da nebulosa. Verifica-se, então, que os corpos estelares mais jovens são
compostos apenas pelo Hidrogênio, posteriormente pelo envelhecimento e esfriamento paulatino
destes corpos vão surgindo na sua constituição elementos químicos mais pesados. Demonstra
também que a matéria é um inversão da energia ao constatar que os corpos irradiantes de energia
luminosa a medida que se esfriam tornam-se mais densos, deixam de emitir energia e são formados
por elementos químicos mais pesados. Na evolução das nebulosas pode-se, então, ser observado,
além do transformismo involutivo a evolução dos elementos químicos ( a partir do Hidrogênio
(H) até os elementos mais pesados como o Urânio (U), ponto em que se inicia o retorno de a
pela desintegração da matéria pela radioatividade.
T
Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Yb Lu
Lantanídeos m
61 62 63 64 65 66 67 68 70 71
69
Es Fm Md No Lr
Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf
Actinídios 10 10 10 10
90 91 92 93 94 95 96 97 98
99 0 1 2 3
Ubaldi formata a sua tabela de modo diferente. Seu formato fornece uma visão mais
abrangente, muita mais intuitiva, que facilita sobremaneira a compreensão do caráter
rítmico com que os elementos químicos se organizaram no decorrer da evolução. É
semelhante ao pentagrama da escala musical onde as notas musicais (no nosso caso os
elementos simples) se repetem a intervalos constantes (oitavas). Repare a harmonia
rítmica que sobressai na organização da tabela na figura abaixo. Por outro lado, a
arrumação da tabela mais comumente usada pela ciência, baseia-se na distribuição
eletrônica da última camada do átomo, enquanto a Tabela de A Grande Síntese apoia-se
na peridiocidade das valências químicas. Daí as diferenças nos arranjos, mas em
substância é a mesma coisa.
SÉRIE ESTEQUIOGENÉTICA
Embora Ubaldi tenha adotado o peso atômico como referência para as propriedades
períodicas ao invés do número atômico - como é adotado hoje em dia -, a sua tabela, no
entanto, foi construida ordenando os elementos pelo número atômico e não pelo peso
atômico. Podemos comprovar esta asserção ao verificarmos que o Telúrio (NA=51) de
maior peso atômico foi colocado antes do Iodo (NA=52) de menor peso atômico. O
seguinte parágrafo confirma esta observação: Esta conexão, entre as características de
um corpo e sua localização na escala, permitiu que fosse dado a cada elemento um
número próprio, para distingui-lo. Essa determinação, mesmo de acordo com vossa
ciência, não é empírica, já que o número atômico pode ser sempre experimentalmente
determinado, examinando-se os espectros dos raios X emitidos pelos diversos corpos,
quando em presença dos raios catódicos. A freqüência vibratória das linhas desses
espectros é proporcional ao quadrado do número atômico.
S4 Kr Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I
S5 Xe Cs Ba La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er
S6 Tm Yb Lu Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At
S7 Rn Fr Ra Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
Podemos compactar ainda mais a tabela de A Grande Síntese, colocando todos os elementos com
a mesma valência numa mesma coluna, conforme se vê abaixo:
S3 Ar K Ca Sc Ti V Cr
Cu Zn Ga Ge As Se Br
Xe Cs Ba La Ce Pr Nd
S5
Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er
Como vimos, Ubaldi define valência como a capacidade de cada átomo para unir-se a
um ou mais átomos de Hidrogênio ou Oxigênio. Nos quadros acima podemos notar que
em cada ciclo as valências relativas ao H crescem de 1 até 4 e em seguida diminuem até
ao valor 1. Para bem compreender este conceito Ubaldiano de valência é necessário ter
em mente a natureza do comportamento do elemento em relação ao Hidrogênio, isto é, a
valência que assume na combinação com o Hidrogênio. Geralmente a maioria dos
elementos químicos formam com o hidrogênio os compostos chamados de Hidretos.
Nestes compostos pode-se ver com clareza o número de átomos de Hidrogênio
necessários para equilibrar a valência do elemento. Os compostos em vermelho não são
Hidretos.
ISOVALÊNCIAS em relação ao H
Valência Hidretos
LiH, NaH, KH,
Monovalentes CuH, AgH, RbH,
CsH, AuH
BeH2 , MgH2 ,
Bivalências CaH2, ZnH2, CdH2,
BaH2, HgH2
BH3, AlH3, ScH3,
Trivalências
GaH3, YH3
CH 4, SiH4, GeH4,
Tetravalências
SnH4 , PbH4
NH3, PH3, AsH3,
Trivalências
SbH3, Bi3H
H2O, H2S, SeH2,
Bivalências
TeH2, PoH2
Monovalências HF, HCl, HBr
Observação
Os elementos químicos podem formar com o hidrogênio e o oxigênio outros
compostos que apresentam aparentemente uma relação de valências diferentes
daquelas fundamentais. Assim, por exemplo, o Magnésio de valência 2 em relação
ao Oxigênio, apresenta dois compostos com o Oxigênio: MgO e MgO2.
Normalmente é necessário apenas um átomo de Oxigênio para balancear a
valência do Mg, mas, em certas reações chamadas de óxido-redução há
transferência, real ou aparente, de elétrons durante a reação. Desta forma, no
composto MgO2 o íon oxigênio perde um elétron e sua última camada eletrônica
passa de 2s22p6 para 2s22p5 em conseqüência o oxigênio passa de uma carga
elétrica (NOX) -2 (fundamental) para um NOX (NOX=número de Oxidação) igual
a -1, daí a necessidade de 2 átomos de Oxigênio para equilibrar a valência 2 do
Mg.
Assim também aparecem uma variedade de compostos formados por dois ou mais
elementos simples, em que um deles assume aparentemente diferentes valores de valência
em cada composto, o que nos leva a pensar que há uma quebra do ritmo harmônico das
isovalências. Exemplo: O Boro (B) forma com o Hidrogênio (H) os seguintes
Hidretos: B2H6, B4H10, B5H9, B5H11, B6H10, B10H14.Na realidade o que
acontece são diferentes arrumações nas ligações das camadas eletrônicas de valência dos
dois átomos do composto, como se pode ver na figura abaixo para os compostos
formados pelo Fósforo (P) e pelo Enxofre (S).
Embora a ciência ainda não tenha descoberto que a Série Estequiogenética pode ser
estendida para os compostos, podemos ver no exemplo do Fósforo (P) e Enxofre (S) que
a mesma lei de transformismo e de evolução rege também os compostos químicos. Esta
lei nada mais é do que a aplicação de conceitos que já aprendemos nos capíulos
anteriores, ou seja:
LEIS EXEMPLOS
Lei do Retorno Tudo é cíclico no Universo. (Ex.: O retorno das
Cíclico isovalências)
As oitavas ascendentes representam os corpos dúcteis (dúctil= o que pode ser reduzido
a fios) e eletropositivos (ex.: Au, Ag, Cu, Zn etc.), as descendentes são os corpos frágeis
e eletronegativos. Observação: Este gráfico está numa posição diferente do gráfico que
está na edição de A Grande Síntese pois a figura foi rotacionada em 180o.
C onforme Ubaldi previu neste capítulo (escrito em 1932), a ciência já descobriu os
corpos químicos indicados pelos lugares vagos na Tabela do capítulo 16. Estes elementos são o
Tecnécio ( Tc) de número atômico NA=43, o Promécio (Pm) NA=61, o Háfnio (Hf) NA=72, o
Astato (At ) NA=85, o Frâncio (Fr) NA=87 e mais de uma dezenas de elementos artificiais, pós-
urânicos, que inicia no Netúnio (Np) NA=93 e vai até ao elemento de NA=110. Certamente a
ciência prosseguirá isolando novos elementos cada vez mais radioativos e mais instáveis.
Estas descobertas aconteceram porque há uma unidade de príncipios que governa o Universo,
assim o princípio da Analogia revelou aos Químicos que construiram a Tabela Periódica, que certas
propriedades dos elementos se repetiam periodicamente. A partir desta constatação foi possível
isolar experimentalmente vários elementos. Foi também através do método analógico que se
determinou, a priori, a existência da maior parte dos gases nobres antes da sua confirmação pela
prática experimental.
Ubaldi cita também a previsão realizada pela ciência astronômica da existência de corpos
planetários ainda desconhecidos. É o caso dos planetas Netuno e Plutão, cujas descobertas foram
frutos de cálculos matemáticos, fato que se realizou na prática pela visualização destes planetas ao
se apontar os telescópios para pontos das órbitas previstas nas operações matemáticas.
A constatação de que a conhecimento racional, pelo emprego da Lei da Analogia, pode antecipar
a observação direta, nos leva a imaginar a grandeza que este conhecimento alacançaria se o
instrumento empregado na pesquisa em vez da razão fosse a intuição. A visualização instântanea
de todas as possíveis ramificações que um determinado fenômeno pode apresentar, nos forneceria
a direção segura a ser percorrida pela pesquisa que assim não ficaria sujeita as inúmeras
oscilações de tentativas e erros.
O ÉTER, A RADIOATIVIDADE E A
DESAGREGAÇÃO DA MATÉRIA
( )
O Urânio (Z=92) é o último elemento natural da tabela periódica. Ele tem o peso
atômico de 238,2 e é altamente radioativo. O Urânio encabeça uma das 3 famílias
radioativas naturais. O Urânio ao se desintegrar dá origem a um segundo elemento
que também irá se desintegrar produzindo um terceiro elemento e assim
sucessivamente até alcançar um elemento estável que no caso da família do Urânio
é o Chumbo (Pb82206).
As partículas alfa () são partículas pesadas com carga elétrica positiva,
constituídas por 2 prótons e 2 nêutrons e simbolizada por (24).
As partículas beta () são partículas leves com carga elétrica negativa. massa
desprezível, constituída por 1 elétron e simbolizada por (-10).
Os raios gama são radiações eletromagnéticas, não possuem massa e nem carga
elétrica, seu símbolo é (00).
Assim quando um átomo emite uma partícula alfa ou uma partícula beta ele se
transforma num átomo de outro elemento químico. A radiação gama nunca é
emitida sozinha mas sempre acompanhada de uma partícula alfa ou beta. Existem
duas leis que controlam o decaimento radioativo:
1ª lei da radioatividade: Quando um átomo emite uma partícula alfa seu número
atômico Z diminui de 2 unidades e seu número de massa A, de 4 unidades.
2ª lei da radioatividade: Quando um átomo emite uma partícula beta seu
número atômico Z aumenta de 1 unidade e seu número de massa A, permanece
constante.
Cs55137-10 + Ba56137
Por mais que pesquisássemos, não encontramos em nenhum manual de química
referências sobre o valor de 2,085.10-6/seg da constante de transformação.
Encontramos, entretanto, referências a Constante Radioativa que assume
diferentes valores a cada elemento químico em separado, mas não um único valor
para todos os elementos.
A continuidade da série dos elementos químicos após o Urânio, anunciada por
Ubaldi, já se tornou realidade com a criação, pelo homem, dos elementos de
número atômico Z=93 até Z=110. Como ele havia previsto, estes elementos têm
peso atômico e radioatividade cada vez mais acentuada.
O Netúnio (Z=93) é um elemento que não existe naturalmente já que foi criado
artificialmente pelo homem. São os seguintes isótopos do Netúnio criados até o
momento:
Para superar esta dificuldade teremos que dar um salto a frente e recorrer ao
capítulo 46 de A Grande Síntese onde encontra-se a seguinte passagem:
Mas tudo isto são meras conjecturas. Somente a evolução da ciência poderá
confirmar na prática, através de processos racionais, estes conceitos que Ubaldi
alcançou pelas vias intuitivas. Assim muitos conceitos científicos que hoje nos
parecem firmemente estabelecidos poderão ser considerados no futuro simples
aproximações de uma verdade mais profunda: Doutra parte, não haveis certamente
de presumir que o presente de vossa ciência contenha todo o saber possível. A
experiência do passado vos ensina que tudo pode mudar, dos pés à cabeça, com
resultados imprevisíveis, a cada momento.(Capítulo 43 de A Grande Síntese)
Comentários e Observações sobre o Cap. 19 de
A Grande Síntese
Espectro Energético
Comprime
Tipo de Freqüên
. nto de
Energia cia
Onda
I Gravitação ? ?
2,4 X
Raios 1016 Hz
II 1,2-9m a
Ultravioleta a
I 2 X 10-7 m
s 8 X 1014
Hz
7,69 X
3,5 X 10-
1014 Hz 7
m a
IV Luz a
7,5 X 10-
3,84 X 7
m
1014 Hz
Raios 3,84 X
Infraverme 1014 Hz 7,5 X 10 -
7
V lhos a m a
(radiações 3 X 1011 6 X 10-5m
caloríficas) Hz
Ondas
elétricas
3 X 1011
hertzianas
Hz a 10-3m a
VI (Tv, Rádio,
3 X 103 105m
Radar,
Hz
microondas
)
Som:
Vibrações 32Hz a
Dinâmicas 32 X 104 Eletricida
em meios Hz de
VI mais Corrente
I densos Eletricid Alternada
(Eletricidad ade :
e, Ultra- Corrente 3 X 108m
Sons, Som) Alternad
a: 60Hz
A ciência atual embora já admita que a gravitação se propaga por ondas ainda não
conseguiu detectá-las na prática. A última série são as vibrações que não se propagam
pelo éter e sim pelos meios mais densos como o ar e os condutores elétricos. As
freqüências de cada série da tabela acima também se organizam em oitavas
analogamente a série estequiogenética que vimos anteriormente. A Luz, como é sabido
por todos, é formada por sete cores, assim a série IV da tabela acima pode ser
desdobrada da seguinte forma:
Espectro Energético
Tipo de Frequênci
Cores
Energia a
450 X 1014
Hz
500 X 1014
Vermelho
Hz
Laranja 540 X 1014
Amarelo Hz
580 X 1014
IV Luz Verde
Hz
Azul 620 X 1014
Anil Hz
660 X 1014
Violeta
Hz
700 X 1014
Hz
Sabemos também, que o SOM se organiza em oitavas através das
notas musicais. Vemos, portanto, que a ordem setenária prossegue
na fase embora muitos desdobramentos setenários destas séries ainda
não sejam bem conhecidos pela ciência. Como exemplo citamos as ondas
hertzianas que somente agora começam a ser individualizadas pela siglas:
EHF, SHF, UHF, VHF, HF, LF, VLF. Por analogia podemos supor que o
progresso da ciência revelará que as demais séries (Raios Gama, Raios X,
Ultravioleta, Infravermelho) igualmente se organizam em oitavas.
Classificação Taxionômica
Cristais
Tipo de Cristalização Grupos
I Monoclínico
I Reino
II Triclínico
II Filo (Ramo)
III Trimétrico
III Classe
IV Trigonal
IV Ordem
V Dimétrico
V Família
VI Hexagonal
VI Gênero
VII Monométrico
VII Espécie
tabela I Protozoários
com os sete II Celenterados
filos do Reino III Vermes
Animal, IV Equinodermes
listados por
V Moluscos
Ubaldi neste
capítulo. VI Artrópodes
VII Vertebrados
Cada Filo da Tabela acima, por sua vez, se dividem também em oitavas e estas em
outras sucessivamente. Desta forma podemos antever a complexidade desta "árvore da
vida" cujas ramificações nos conduzem a um psiquismo cada vez mais complexo a
medida que a percorremos no sentido ascensional. Este psiquismo evolui de um
psiquismo genérico, como os das formas cristalográficas, para formas cada vez mais
individuadas, atingindo o ápice na consciência racional humana. E desta evoluirá para a
superconsciência fechando o ciclo das dimensões conceituais de nosso Universo. Ubaldi
nos revela, neste capítulo, as etapas evolutivas atravessadas pela evolução do psiquismo
no campo da vida:
Evolução do Psiquismo
I Sensibilidade Vegetal
II Instinto Animal
IV Racíocinio
V Consciência
Esta falta de unidade no conhecimento humano tem suas raízes na nossa forma
mental. Nossa mente é estruturada de forma que só pensamos de forma seqüencial
no tempo e no espaço. Nunca conseguimos apreender as coisas globalmente e
instantaneamente. Nossa ciência é uma ciência de relações e, portanto, a pesquisa
científica avança passo a passo, acumulando uma montanha de fatos que a nossa
mente tem dificuldade em ordenar de forma coerente pois só enxergamos a parte e
não o todo.
Assim, devido as nossas deficiências andamos em círculos, repisando sempre o mesmo terreno,
incapazes de elaborarmos uma síntese que nos aponte uma saída. O acúmulo de fatos e a nossa
incapacidade em concluir chegou a um tal ponto de saturação que determinou o aparecimento da
revelação Ubaldiana para reorientar a evolução humana. Isto acontece no momento certo, conforme
haviamos dito no capítulo 5: "O terreno está pronto para a semeadura de novos conceitos de maior
envergadura do que os existentes hoje e, por isso, exigem nutrientes mais poderosos que só podem
ser proporcionados por uma nova revelação".
Mas, A Grande Síntese não surgiu para nos eximir do penoso trabalho da pesquisa do
conhecimento. Ela apenas nos indica uma direção para essa pesquisa e nos revela a existência de
um telefinalismo para o transformismo universal. Ubaldi, diferentemente da ciência que não sabe
para onde vai este transformismo, demonstra que existe um propósito e uma direção bem definida
para estas transformações e que também existe um ponto final para este aparente eterno
movimento, ou seja, a unificação de todos os fenômenos num Sistema orgânico. Haverá uma
revolução conceitual que transformará e redirecionará a ciência quando esta se der conta dos
conceitos filosóficos desenvolvidos pela A Grande Síntese, desta forma, o enorme acúmulo de
informações e dados colecionados pela ciência até hoje, se integrarão num sistema de conhecimento
unificado e coerente. Surgirá, então, uma verdadeira filosofia da ciência que orientará a pesquisa
científica por um caminho bem delineado, diferente do agora trilhado que não sabemos para onde
nos leva.
Com alguns exemplos compatíveis com a evolução do conhecimento científico da época (1931) em
que foi escrito este capítulo, Ubaldi nos demonstra que o ponto de partida de nossa pesquisa é
sensório e, por isso, a nossa percepção direta dos fenômenos é ilusória e somente por vias indiretas
conseguimos imaginar que a aparente solidez da matéria não passa de energia em altíssima
velocidade vibratória, confinada numa trajetória em circuito fechado. Uma analogia que nos fornece
uma idéia aproximada deste fenômeno é a de um velocíssimo jato de água, em alta pressão, que se
torna uma impenetrável barreira para quem tenta atravessá-la. A ciência ainda não conseguiu ver
que as transformações e fazem parte de um único fenômeno, isto é, não viu o caráter
cíclico do nascimento e da morte da matéria cósmica. Este ciclo é o traço de união entre as duas
transformações o que nos mostra a unidade entre matéria e energia.
O conceito de unidade do criado (Monismo) revelados pela A Grande Síntese tem, portanto, como
objetivo elevar a ciência a condição de um sistema filosófico, fornecendo-lhe um fundamento
conceitual comum entre seus ramos aparentemente autônomos.