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INTERATIVIDADE DILOSOFIA JURÍDICA

1 - O cristianismo, adotado como a principal corrente filosófica oficial da Igreja


Católica. Tomás de Aquino foi grande estudioso e ávido escritor nas áreas da
filosofia, metafísica, física, teologia, ética e política. Uma das obras estudadas
e tendo como indicador primordial a prova da existência de Deus é a SUMA
TEOLÓGICA. São Tomás rejeita a prova ontológica e procura demonstrar
racionalmente os fundamentos da fé em Deus através de 5 via.
Diante do que foi estudado nos encontros anteriores, categorize e conceitue
cada via apresentado por São Tomás de Aquino.

1ª via: Motor imóvel


R – É responsável pelo princípio do movimento, dado na causa eficiente
ou final.

2ª via: Causa eficiente


R - Refere-se ao criador de algo, ou seja, para existir as coisas precisam
ser criadas de alguma maneira.
3ª via: Ser necessário
R – Tudo o que existe agora pode deixar de existir, ou seja, é preciso
admitir que então um ser deu existência as coisas, pois há uma
dependência de um ser necessário para fundamentar suas existências.
4ª via: Perfeição
R – Este grau máximo de perfeição só existe em Deus como único e
verdadeiro ser de perfeição, proposto por São Tomás de Aquino.
5ª via: Ordem e Governo do Mundo
R – Ele ver que a ordem e o governo mundial devem ser formadas de
modo organizado e racionalmente.

2 - De fato, não é porque o homem pode usar a vontade livre para pecar que se
deve supor que Deus a concedeu para isso. Há, portanto, uma razão pela qual
Deus deu ao homem esta característica, pois sem ela não poderia viver e agir
corretamente. Pode-se compreender, então, que ela foi concedida ao homem
para esse fim, considerando-se que se um homem a usar para pecar, recairão
sobre ele as punições divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre tivesse
sido dada ao homem não apenas para agir corretamente, mas também para
pecar. Na verdade, por que deveria ser punido aquele que usasse da sua
vontade para o fim para o qual ela lhe foi dada?
AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de ética.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a punição
divina tem como fundamento a insuficiência da autonomia moral. O que Santo
Agostinho argumenta sobre o livre arbítrio?
R - Ele argumentava que o livre-arbítrio humano estava limitado pelo
pecado original e que a verdadeira liberdade só poderia ser alcançada por
meio da graça divina. Agostinho acreditava que, sem a graça de Deus, os
seres humanos eram escravos dos seus desejos pecaminosos.
3 - Não posso dizer o que a alma é com expressões materiais, e posso afirmar
que não tem qualquer tipo de dimensão, não é longa ou larga, ou dotada de
força física, e não tem coisa alguma que entre na composição dos corpos,
como medida e tamanho. Se lhe parece que a alma poderia ser um nada,
porque não apresenta dimensões do corpo, entenderá que justamente por isso
ela deve ser tida em maior consideração, pois é superior às coisas materiais
exatamente por isso, porque não é matéria. É certo que uma árvore é menos
significativa que a noção de justiça. Diria que a justiça não é coisa real, mas um
nada? Por conseguinte, se a justiça não tem dimensões materiais, nem por
isso dizemos que é nada. E a alma ainda parece ser nada por não ter extensão
material?
(Santo Agostinho. Sobre a potencialidade da alma, 2015. Adaptado.)
No texto de Santo Agostinho, a prova da existência da alma desempenha um
papel primordialmente retórico, desprovido de pretensões objetivas, no entanto
é acompanhada de pressupostos relativistas no campo da ética e da
moralidade.
Na perspectiva do pensamento filosófico agostiniano, o que representa a alma?
R - A alma é vista como a parte imortal e espiritual do ser humano, que se
conecta diretamente a Deus. Santo Agostinho, um dos principais filósofos
e teólogos do Cristianismo, acreditava que a alma era a sede da razão e
da vontade, e que a sua busca por Deus era fundamental para a realização
espiritual.
4 - Sem negar que Deus prevê todos os acontecimentos futuros, entretanto,
nós queremos livremente aquilo que queremos. Porque, se o objeto da
presciência divina é a nossa vontade, é essa mesma vontade assim prevista
que se realizará. Haverá, pois, um ato de vontade livre, já que Deus vê esse
ato livre com antecedência.
SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995 (adaptado).
Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho de Hipona (354-430), indica
que a liberdade humana apresenta uma natureza condicionada.
Com base na afirmativa acima construa um texto que segue o pensamento de
Agostinho.
R - Agostinho via a verdadeira liberdade como a capacidade de escolher o
bem e a virtude, que só poderia ser alcançada quando a alma estava em
conformidade com a vontade.
5 - Thomas Hobbes e John Locke fazem parte da mesma escola filosófica, a do
direito natural ou jus naturalista, que se baseia no trinômio "estado de
natureza", "contrato social" e "estado civil". Apesar de divergirem em relação a
esses conceitos, Hobbes e Locke convergem quanto à idéia de que:

a) o contrato social consiste num pacto de submissão entre indivíduos livres e


iguais.
b) os indivíduos renunciam à liberdade irrestrita de que gozam no estado
de natureza para ganhar do soberano a segurança.

c) o trabalho é o legitimador da propriedade privada no estado de natureza.


d) os governados são portadores do direito natural de resistir às arbitrariedades
do governante no estado civil.

6 - Leia o trecho extraído da obra Confissões. Quem nos mostrará o Bem?


Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto,
Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos
iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas.
SANTO AGOSTINHO. ConfissõesIX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0.
p.154. Coleção Os Pensadores. Sobre a doutrina da iluminação de Santo
Agostinho, marque a alternativa correta.
a) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as
verdades eternas em Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão
no interior do homem, porque seu intelecto é contingente e mutável.
b) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto
humano, deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas.
Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem.
(De acordo com o pensamento de Agostinho de Hipona, as verdades
necessárias e imutáveis estão no interior do homem, mas é a irradiação
da luz divina que possibilita ao intelecto humano encontrá-las.)
c) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades
eternas que a alma possuía antes de se unir ao corpo.
d) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades
eternas que a alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da
reencarnação

7 - “A concepção geral de justiça de Rawls deixa estes problemas (conflito


entre dois bens sociais, o rendimento e a igualdade de oportunidades) por
resolver. Será então indispensável um sistema de prioridades que justifique a
opção por um dos bens em conflito. E nesse caso, se escolhemos um bem em
detrimento de outro, é porque temos uma razão forte para considerar um dos
bens mais prioritário do que outro.
No entanto Rawls divide a sua concepção geral em três princípios:
a. Princípio da fraternidade igual; Princípio da oportunidade justa; Princípio da
indiferença;
b. Princípio da honradez; Princípio da não oportunidade justa; Princípio da
diferença
c. Princípio da liberdade desigual; Princípio da oportunidade justa; Princípio da
diferença
d. Princípio da liberdade igual; Princípio da oportunidade justa; Princípio
da diferença

8 - O filósofo e monge dominicano São Tomás de Aquino (1225 – 1274 d.C.)


elaborou uma filosofia que estava fundada em dois pilares principais: a fé cristã
e a filosofia de Aristóteles (384 – 322 a.C.). Tomás de Aquino acreditava que a
fé cristã e a filosofia deveriam ser complementares e que a fé cristã deveria ser
o fundamento da filosofia. Ele defendia que a verdade revelada pela fé cristã
poderia ser compreendida e explicada através da razão e da filosofia, e não
que a filosofia fosse superior à fé.
A respeito da filosofia tomista, é INCORRETO afirmar que Tomás de Aquino
a. Debateu, com outros filósofos, sobre a filosofia de Aristóteles.
b. Escreveu sobre várias áreas da filosofia: ética, lógica e outras.
c. Admitiu, por fim, a superioridade da filosofia sobre a fé cristã.
d. Propôs argumentos racionais para provar a existência de Deus.
9 - Durante a Idade Média, a filosofia era praticada como forma de justificar
dogmas e crenças. Porém, nem sempre havia uma concordância no modo
como isso era feito entre os filósofos. Como exemplo disso, temos as pretensas
provas da existência de Deus. As mais famosas são as cinco vias de Tomás de
Aquino (1225-1274) que, partindo das categorias aristotélicas, pressupunha
que Deus é o primeiro na ordem ontológica, mas não na ordem psicológica, de
maneira que se deveria partir do mundo e do seu movimento para chegar à sua
origem divina. O outro modo de provar é o argumento ontológico de Anselmo
de Aosta (1033-1109), que faz o movimento especulativo contrário a Tomás de
Aquino, partindo daquilo que sabemos de Deus independentemente da
experiência sensível.

Com base nestas informações, marque a alternativa que NÃO corresponde às


vias de Tomás de Aquino.
a. Todas as coisas que existem foram causadas por outras. E estas, por sua
vez, por outras, de maneira que na ordem da causalidade do movimento se
pressupõe um motor primeiro: uma causa não causada que causou todas
as causas: Deus.
b. Observamos que as coisas que existem não possuem, em si mesmas, a
existência como propriedade precípua, pois são contingentes. Aquilo que
agora é não foi em algum momento, portanto, se tudo o que existe pudesse
deixar de existir, nada existiria, mas como existem, significa que há um ser
necessário: Deus.
c. Não se pode conceber Deus senão como uma ideia que supera em
grandeza todas as outras. Ele é a ideia da qual não se pode pensar
nada maior. Se dissermos que Deus não existe, isso equivaleria a
afirmar que há algo na mente que é maior do que aquilo do qual não
se pode pensar nada maior, o que seria contraditório; portanto, Deus
existe, necessariamente.
d. A finalidade que observamos no mundo mostra que as coisas seguem um
fim determinado segundo sua natureza. Como os seres sem consciência
perseguem igualmente seu télos, pressupõe-se que há uma inteligência
que a tudo guia: Deus.
10 - Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”,
sabemos, de imediato, que Deus existe. Com efeito, essa palavra designa uma
coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o
que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas
no pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”,
que existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe
na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.

TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.

O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada


por
a. Reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.
b. Sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
c. Explicar as virtudes teologais pela demonstração.
d. Flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.

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