Você está na página 1de 6

Questões para refletir

Prof. Kleiton Fernandes de Oliveira


1. Leia o texto a seguir.
No ethos (ética), está presente a razão profunda da physis (natureza)
que se manifesta no finalismo do bem. Por outro lado, ele rompe a
sucessão do mesmo que caracteriza a physis como domínio da
necessidade, com o advento do diferente no espaço da liberdade
aberto pela práxis. Embora, enquanto autodeterminação da práxis, o
ethos se eleve sobre a physis, ele reinstaura, de alguma maneira, a
necessidade de a natureza fixar-se na constância do hábito.
(Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª
edição. São Paulo: Loyola. Coleção Filosofia - 8, 2000,
p.11-12.)

Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal como
empregada por Aristóteles, compreende:
a) A disposição da ação humana, que ordena a natureza.
b) A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza.
c) A ordem da natureza, que determina o hábito das ações humanas.
d) A origem da virtude articulada, segundo a necessidade da natureza.
e) A razão matemática, que assegura ordem à natureza.

2. Tendemos a concordar que a distribuição isonômica do que cabe a


cada um no estado de direito é o que permite, do ponto de vista
formal e legal, dar estabilidade às várias modalidades de
organizações instituídas no interior de uma sociedade. Isso leva
Aristóteles a afirmar que a justiça é “uma virtude completa, porém
não em absoluto e sim em relação ao nosso próximo”
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural,
1973, p. 332.

De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função


própria e universal atribuída à justiça, no estado de direito, é
a)conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com poder
normativo positivo e irrestrito.
b)instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não fossem os
mecanismos contidos nos sistemas jurídicos.
c) determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais e
independentes que possam valer por si mesmos.
d)promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as necessidades do
Estado e as de cada cidadão individualmente.
e) estabelecer a regência na relação mútua entre os homens,
namedida em que isso seja possível por meio de leis.

3. Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a


potência e o ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e,
em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da
potência até mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao
ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.
REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio
de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p.
349.
A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria
do Ato e Potência de Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a)Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em
algo diferente dele mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-ato) em
relação à estátua (ser-em-potência).
b)Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento
percebido no mundo sensível. Tudo o que possui matéria possui
potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma diferente
de si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma).
c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre
porque o movimento verificado no mundo material é apenas ilusório, e o que
existe é sempre imutável e imóvel.
d)Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas
materiais) e a potência se encontra tão-somente no mundo inteligível,
apreendido apenas com o intelecto.

4. As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por


Aristóteles no texto conhecido como “Organon”, onde o filósofo
sistematiza e problematiza algumas das afirmações que tinham sido
feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e por Platão.
Sobre a lógica aristotélica é incorreto afirmar:
a)Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o
pensamento, tendo em vista posições contrárias de debatedores, e a escolha
de uma opinião contra a outra não garante chegar à essência da coisa
investigada, por isso sugere a substituição da dialética pela lógica.
b)Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a
dialética platônica estão: a primeira é um instrumento para o conhecer que
antecede o exercício do pensamento e da linguagem; a segunda é um modo
de conhecer e pressupõe a aplicação imediata do pensamento e da
linguagem.
c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as
contradições para superá-los e chegar ao conhecimento da essência das
coisas e da realidade.
d)A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que
devem ser empregados nos raciocínios para a produção de conhecimentos
universais e necessários.
e)Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como
plenamente formal, tendo em vista que Aristóteles não afasta por completo
os conteúdos pensados, para ficar com formas vazias (como se faz na
lógica puramente formal). Embora tenha avançado no sentido da lógica
formal, se comparada com a dialética platônica, que dependia
absolutamente do conteúdo dos juízos.

5. No contexto da Filosofia Clássica, Platão e Aristóteles possuem


lugar de destaque. Suas concepções, que se opõem, mas não se
excluem, são amplamente estudadas e debatidas devido à influência
que exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento ocidental.
Todavia é necessário salientar que o produto dos seus pensamentos
se insere em uma longa tradição filosófica que remonta a Parmênides
e Heráclito e que influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os
racionalistas, empiristas, Kant e Hegel.
Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas opções
abaixo aquela que se identifica corretamente com suas concepções.
a)A dicotomia aristotélica (mundo sensível X mundo inteligível) se opõe
radicalmente as concepções de caráter empírico defendidas por Platão.
b)A filosofia platônica é marcada pelo materialismo e pragmatismo,
afastando-se do misticismo e de conceitos transcendentais.
c) Segundo Platão a verdade é obtida a partir da observação das coisas, por
meio da valorização do conhecimento sensível.
d)Para Platão, a realidade material e o conhecimento sensível são
ilusórios.
e) As concepções platônicas negam veementemente a validade do Inatismo.

6. Nos livros II e III, Platão, através de Sócrates, discute sobre as


artes no contexto da educação dos guardiães. Já no livro X, ele
trata de vários tipos de práticas artísticas, que devem ser
consideradas na cidade como um todo, não somente nas
instituições pedagógicas. Nesse último livro, Sócrates é duro ao
afirmar que a poesia (imitativa) deve ser inteiramente excluída da
cidade (595a). Em que obra essa recusa de Sócrates está
registrada?
a)No diálogo “Banquete”, de Platão, em que Sócrates trata dos diversos tipos
de arte.
b)No diálogo “Teeteto”, de Platão, em que Sócrates e esse personagem
discutem sobre a natureza da arte, especialmente da poesia.
c) No diálogo “Timeu”, de Platão, em que Sócrates discorre sobre o tema da
arte, reportando-se à natureza da pintura e da poesia.
d)No diálogo “Político”, de Platão, em que Sócrates apresenta a arte da política
aos cidadãos atenienses.
e)No diálogo “República”, de Platão, no qual Sócrates afirma que a
poesia pode levar à corrupção do caráter humano.

7. Leia o texto a seguir.


Para esclarecer o que seja a imitação, na relação entre
poesia e o Ser, no Livro X de A República, Platão parte da
hipótese das ideias, as quais designam a unidade na
pluralidade, operada pelo pensamento. Ele toma como
exemplo o carpinteiro que, por sua arte, cria uma mesa,
tendo presente a ideia de mesa, como modelo. Entretanto, o
que ele produz é a mesa e não a sua ideia. O poeta pertence
à mesma categoria: cria um mundo de mera aparência.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das ideias de
Platão, é correto afirmar:
a)Deus é o criador último da ideia, e o artífice, enquanto co-participante da
criação divina, alcança a verdadeira causa das coistas a partir do reflexo da
ideia ou do simulacro que produz.
b)A participação das coisas às ideias permite admitir as realidades sensíveis
como as causas verdadeiras acessíveis à razão.
c) Os poetas são imitadores de simulacros e por intermédio da imitação não
alcançam o conhecimento das ideias como verdadeiras causas de todas
as coisas.
d)As coisas belas se explicam por seus elementos físicos, como a cor e a
figura, e na materialidade deles encontram sua verdade: a beleza em si e por si.
e)A alma humana possui a mesma natureza das coisas sensíveis, razão pela
qual se torna capaz de conhecê-las como tais na percepção de sua
aparência.
8. Platão foi um dos filósofos que mais influenciaram a cultura
ocidental. Para ele, a filosofia tem um fim prático e é capaz de
resolver os grandes problemas da vida. Considera a alma humana
prisioneira do corpo, vivendo como se fosse um peregrino em
busca do caminho de casa. Para tanto, deveria transpor os limites do
corpo e contemplar o inteligível. Assinale a alternativa correta.
a)A teoria das ideias não pode ser considerada uma chave de leitura aplicável
a todo pensamento platônico.
b)Como Sócrates, Platão desenvolveu uma ética racionalista que
desconsiderava a vontade como elemento fundamental entre os
motivadores da ação. Ele acreditava que o conhecimento do bem era
suficiente para motivar a conduta de acordo com essa ideia (agir bem).
c) Platão propõe um modelo de organização política da sociedade que
pode ser considerado estamental e antidemocrático. Para ele, o governo
não deveria se pautar pelo princípio da maioria. As almas têm natureza
diversa, de acordo com sua composição, isso faz com que os homens
devam ser distribuídos de acordo com essa natureza, divididos em
grupos encarregados do governo, do controle e do abastecimento da
polis.
d)Platão chamava o conhecimento da verdade de doxa e o contrapõe a uma outra
forma de conhecimento (inferior) denominada episteme.
e)Para Platão, a essência das coisas é dada a partir da análise de suas
causas material e final.

9. Leia o texto a seguir.


Platão, em A República, tem como objetivo principal
investigar a natureza da justiça, inerente à alma, que, por sua
vez, manifesta-se como protótipo do Estado ideal. Os
fundamentos do pensamento ético-político de Platão
decorrem de uma correlação estrutural com constituição
tripartite da alma humana. Assim, concebe uma organização
social ideal que permite assegurar a justiça. Com base neste
contexto, o foco da crítica às narrativas poéticas, nos livros II
e III, recai sobre a cidade e o tema fundamental da educação
dos governantes. No Livro X, na perspectiva da defesa de
seu projeto ético-político para a cidade fundamentada em um
logos crítico e reflexivo que redimensiona o papel da poesia,
o foco desta crítica se desloca para o indivíduo ressaltando a
relação com a alma, compreendida em três partes separadas,
segundo Platão: a racional, a apetitiva e a irascível.
Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter mimético das
narrativas poéticas e sua relação com a alma humana, é correto
afirmar:
a)A parte racional da alma humana, considerada superior e responsável pela
capacidade de pensar, é elevada pela natureza mimética da poesia à
contemplação do Bem.
b)O uso da mímesis nas narrativas poéticas para controlar e dominar a parte
irascível da alma é considerado excelente prática propedêutica na formação
ética do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de racionalidade e sabedoria, deve
ser incorporada ao Estado ideal que se pretende fundar.
d)O elemento mimético cultivado pela poesia é justamente aquele que
estimula, na alma humana, os elementos irracionais: os instintos e as
paixões.
e)A reflexividade crítica presente nos elementos miméticos das narrativas
poéticas permite ao indivíduo alcançar a visão das coisas como realmente
são.

10. Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar


os transeuntes e fazer perguntas aos que se achavam conhecedores
de determinado assunto. Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o
interlocutor em situação delicada, levando-o a reconhecer sua
própria ignorância. Em virtude de sua atuação, Sócrates acabou
sendo condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude,
desobedecer às leis da cidade e desrespeitar certos valores
religiosos. Considerando essas informações sobre a vida de
Sócrates, assim como a forma pela qual seu pensamento foi
transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia
a) transmitia conhecimentos de natureza científica.
b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a
população ateniense.
d)ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente
redigidos pelo filósofo Platão.
e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.

11. Tales de Mileto foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o


primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa
de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a
água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de
razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que
se costuma chamar civilização ocidental.”
(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo:
Paulus, 1990. p. 29.)
A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros
filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto,
assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles
investigado.

a) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo;


b) A ética, enquanto investigação racional do agir humano;
c) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte;
d) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.
e) N.d.a

12. O mundo, para ele, portanto, é um eterno fluir que se parece como
um rio, onde é impossível banhar-se duas vezes na mesma água. Fluxo
contínuo de mudanças. O mundo é como o fogo eterno, sempre vivo.
Por isso, esse filósofo coloca o fogo como princípio, a arkhé que
constitui todas as coisas.
O filósofo que tem por afirmativa esse texto é:
a. Platão
b. Tales de Mileto
c. Heráclito
d. Thomas Hobbes
e. Battista Mondin
13. Sobre a Reflexão Filosófica, coloque V nas afirmativas verdadeiras e
F nas falsas.
( ) Na origem, na raiz do perguntar, encontramos, portanto, a ruptura, a cisão, a
contradição. Não sei, preciso saber e porque sei que não sei, pergunto, na expectativa de
que a resposta possa trazer-me o conhecimento que não tenho e preciso ter.
( ) Essa dialética do perguntar e do responder, na qual o conhecimento consiste, torna se
plenamente consciente no homem, pois o homem, antes de conhecer, não apenas ignora,
mas sabe que ignora.
( ) A capacidade de perguntar, o direito de perguntar, quer dizer, de romper o monólogo e
instaurar o diálogo, implícito na racionalidade humana, é historicamente uma conquista da
própria razão.
( ) A reflexão filosófica propriamente dita tem condições de surgir no momento em que o
pensar é posto em causa, tornando-se objeto de reflexão.
( ) A reflexão filosófica é radical, porque é um movimento de volta do pensamento sobre s i
mesmo, para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
a) V, V, V, F, V
b) V, F, V, F, F.
c) F, F, V, V, V
d) V, V, V, V, V.
e) V,V,V,V,V,F

14. Os pensadores pré-socráticos viveram no "mundo grego", mas nem todos antes
de Sócrates. Alguns sim, outros não. Eles viveram entre o século sete e o meio do
século quarto A.C. Sócrates nasceu em 470 e morreu em 399 A.C. (todas as
datas, antes de Cristo, são, na sua maioria, estimativas). Uma boa parte desses
pensadores foram, antes de tudo, cosmólogos. E vários deles trabalharam em um
sentido reducionista, isto é, tentaram encontrar uma substância única, ou força
exclusiva, ou princípio básico capaz de ser apresentado como o elemento
efetivamente real e primordial do cosmos. A filosofia dos Pré-socráticos (Filósofos
da Natureza) voltava o seu pensamento para a origem (racional) do mundo, do
cosmos. Ou seja, estes filósofos dedicavam-se às investigações cosmológicas,
buscando a arché (o princípio fundamental de todas as coisas). De seus escritos
quase tudo se perdeu, restando apenas poucos fragmentos. Cosmologia: estudo,
teoria ou descrição dos cosmos, do universo.
Com base nesse texto, podemos afirmar que os filósofos da natureza ou pré
socráticos são?
a. Platão, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto;
b. Heráclito, Anaximandro de Mileto, Sócrates;
c. Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto;
d. Tales de Mileto, Aristóteles, Anaxímenes de Mileto.
e. Tales de Mileto, Anaximando de Mileto, Anaximenes do Egito

Você também pode gostar