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Platão

Biografia

Platão chamava-se Arístocles, nascido em Atenas, 428 a.C., filho de uma família aristocrata,
iniciou seus trabalhos filosóficos após estabelecer contato com o importante pensador grego
Sócrates.

Tornou-se o primeiro teórico idealista. Autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da


Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Ele é
amplamente considerado a figura central na história do grego antigo e da filosofia ocidental,
junto com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo Aristóteles.

Fundou as bases do idealismo, doutrina filosófica que atribuiu ao conhecimento meramente


racional e as ideias a centralidade na busca pela verdade sem possibilidade de erro.
 PRINCIPAIS IDEIAS

A Teoria das Ideias é o centro do pensamento platônico. Para o filósofo, as ideias foram
estruturadas seguindo um sentido diferente daquele que atribuímos a elas atualmente. Platão
costumava dizer que as Ideias são o verdadeiro ser, a essência de todas as coisas, o que dá
formato a todo o resto. São denominadas: Dialética, idealismo (mundo das ideias), mundo
sensível e política.

- Dialética

A Dialética platônica consiste em uma técnica de se chegar a uma conclusão, com base em
ideias opostas, que seria, então, síntese, tese e antítese. É a técnica de se chegar a uma
conclusão a partir do diálogo, se debatendo ideias opostas para se chegar a um entendimento
comum.

Desse modo, a dialética está entre as principais ideias de Platão, sendo centrada no conceito
de verdade e na crença de que a verdade pode ser alcançada através de discussões
filosóficas. Assim, somente confrontando as alegações de um interlocutor, é possível chegar à
verdade.

- Idealismo (Mundo das Ideias);

Platão achava que existia uma realidade abstrata dentro da realidade material. Essa realidade
abstrata seria o Mundo das Ideias, que é o responsável por dar forma a tudo que nós
conhecemos no mundo material. No Mundo das Ideias de Platão, o conhecimento ideal é o
racional, que somente pode ser alcançado por nosso intelecto. Isso indica que a realidade
verdadeira não está no mundo material, podendo ser atingida somente através da razão.

- Mundo Sensível;

Este universo representaria a realidade material na qual vivemos. De acordo com Platão, ele
nada mais é do que uma cópia do Mundo das Ideias. Por isso, ele é imperfeito e mortal, tendo
um “prazo de validade”.

Platão acreditava que o Mundo Sensível está em constante movimento e mudança (algo que
não ocorreria no Mundo das Ideias, que é eterno). Dessa forma, este mundo está suscetível a
errar e a ser falho, ao contrário da realidade abstrata.

- Política;

Segundo Platão, existem três tipos diferentes de caráter que moldam a personalidade das
pessoas. Assim, de acordo com a teoria política, cada tipo tem uma função na sociedade que
deve ser preenchida para, assim, criar uma organização política perfeita. Classificadas como
de caráter:

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 Concupiscível: mais ligado à liberdade e aos desejos, seria adequado para o trabalho
manual e artesanal;
 Irascível: dominado por impulsos de raiva, daria aos indivíduos a capacidade de servir
no exército;
 Racional: mais próximo da racionalidade e da justiça, permitiria a pessoas governarem,
ou seja, atuarem na política.

 OBRAS

A maior parte dos escritos de Platão são diálogos socráticos, em que seu mentor é a figura
central. Os diálogos se baseiam em diversos temas, conforme o raciocínio flui. Atualmente,
conhece-se mais de trinta diálogos, que podem ser compreendidos dentro de quatro
períodos distintos.

- Diálogos de juventude ou socráticos ( até 390 a.C. )

Apologia de Sócrates: O texto narra os últimos momentos de Sócrates, escrito logo após
sua morte. Ele foi acusado de corrupção da juventude de Atenas, e na obra narra-se como
foi julgado e condenado à morte. Platão defende sua inocência e seus ensinamentos.

Láques, ou Da coragem: antes, os cidadãos gregos estavam habituados à concepção de


coragem heróica relacionada a Aquiles e Ulisses. Agora, a concepção de heroísmo ganha
uma conotação de ação moralmente equilibrada e justa, pautada na ética.

Cármides, ou da sabedoria: traz uma concepção ética ao anunciar a sabedoria como


norte moderador da vida cotidiana.

- Diálogos ditos de transição

Hípias menor: diálogo em que é discutida a questão da mentira, da verdade e do caráter.

Hípias maior: as concepções estéticas sobre o belo e as artes ganham vez neste texto.
Contudo, em A República, serão rechaçadas pelo filósofo e retiradas de seu modelo ideal
de cidade.

Górgias: disserta sobre a retórica, tomando como interlocutores principais Sócrates e o


sofista Górgias.

Protágoras: nesse livro, a figura de Protágoras, o principal sofista do período helênico, é


exposta em diálogo com Sócrates, que denuncia ao leitor as farsas sofísticas para enganar
as pessoas.

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A República (livro I): este livro é concluído posteriormente, mas já começa a falar sobre o
seu modelo ideal de política e gestão da cidade.

- Diálogos de maturidade ( escrito entre 387 a.C. e 368 a.C.)

Fédon: diálogo em que Platão expõe a sua concepção de alma e de assuntos em relação à
constituição metafísica do homem.

O Banquete: neste livro, o bem e o amor ideal são o tema central, utilizando da figura de
Sócrates.

A República (livros II a X): continuam as considerações sobre a política.

Dentre outros.

Porém Platão tem como sua obra Principal A REPÚBLICA.

- A REPÚBLICA ;

O grande tema debatido no livro é o conceito de justiça. A República é a obra mais importante
de Platão, e foi escrita em 350 a.C. O principal tema do livro é a busca pela cidade perfeita.
Com o início do projeto de democracia, surgem novas perspectivas para as questões políticas
e filosóficas. E é essa obra que aparece o famoso (mito da caverna).

É o segundo diálogo mais extenso do filósofo, composto por partes (dez livros) abordando
diversos temas como: política, educação, imortalidade da alma, entre outros. Entretanto o tema
principal e eixo condutor do diálogo é a justiça.

Na obra existe teses fundamentais como: o rei filósofo, os três similes da república ou as três
imagens do bem, a tripartição da alma, a unificação da cidade, e a justiça como virtude que
alcança a felicidade.

Platão teve que discutir e trabalhar sobre todas essas teses, pois uma das principais questões
do livro depois de definir o que é justiça é como imprimir ela no estado a na alma das pessoas.

Todo o desenvolvimento desse governo perfeito é baseado nas ideias já mencionada


anteriormente: idealismo, busca pela verdade imutável, etc. Por apresentar um modo perfeito
de governo, baseado nesses pensamentos platônicos, “A República” pode ser considerada a
primeira utopia política do Ocidente.

Além da importância para o período clássico, A República de Platão é uma obra citada em
todos os períodos seguintes na história da filosofia, seja para fundamentar um novo argumento
ou para fazer uma crítica. Até hoje, é um texto que levanta muitos debates e discussões.

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- O mito da caverna;

O Mito da Caverna, também conhecido como “Alegoria da Caverna” é uma passagem do livro
“A República” do filósofo Platão. É mais uma alegoria do que propriamente um mito. É
considerada uma das mais importantes alegorias da história da Filosofia. Através desta
metáfora é possível conhecer uma importante teoria platônica: como, através do
conhecimento, é possível captar a existência do mundo sensível (conhecido através dos
sentidos) e do mundo inteligível (conhecido somente através da razão).

O mito narra a história de prisioneiros em uma caverna, onde passam todo o tempo virados
para uma parede, onde é projetada formas e figuras de pessoas, animais e plantas, figuras de
um cotidiano. Os prisioneiro ficam dando nomes e situações as sombras, vivem sob uma falsa
realidade.

Platão quis retratar que os seres humanos têm uma visão distorcida da realidade. No mito, os
prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos apenas em imagens criadas pela
cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo,
pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. Só é possível conhecer a
realidade, quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos
da caverna.

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